quinta-feira, 22 de julho de 2010

Programa Chico & Caetano - parte 2

Amigos, dando continuidade a essa semana especial voltada para esse programa inesquecível da década de 80, vamos descobrir os convidados e algumas outras curiosidades do programa Chico & Caetano, proporcionadas pelo nosso amigo Vinícius Faustini:

Certamente, os momentos mais interessantes eram quando vários cantores se reuniam para interpretar uma música só. Foi assim com as participações estrangeiras. Em época de abertura política, o cubano Pablo Milánes fez shows no Brasil, e foi levado ao Chico & Caetano. O número de encerramento foi uma interpretação de Guantanamera, na voz de Milánes, Chico, Caetano, Marina Lima e Djavan. A participação de Mercedes Sosa trouxe Chico, Caetano, Gal Costa e Milton Nascimento cantando Volver a los 17.

Foram nove edições do programa, que chegou à sua última edição no dia 26 de dezembro de 1986. Chico & Caetano deixou um registro audiovisual de participações de grandes artistas - Cazuza, Elizeth Cardoso, Elza Soares, Evandro Mesquita, Gilberto Gil, João Bosco, Jorge Ben Jor, Legião Urbana, Luiz Caldas, Maria Bethânia, Os Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Rita Lee e os estrangeiros Pablo Milánes, Mercedes Sosa, Astor Piazzola e Silvio Rodriguez. No entanto, um dos momentos mais marcantes foi gerada por uma ausência:

No programa de 15 de agosto de 1986, Tim Maia era um dos convidados esperados para o programa Chico & Caetano. No Teatro Fênix, todos o esperavam para a gravação. Só que, como era de costume, as coisas não saíram conforme o esperado. Caetano Veloso explicou à plateia: "O Tim Maia veio ontem, ensaiou e nós estávamos esperando que ele chegasse hoje e ele não veio, e não aparecia, e vários telefonemas difíceis de decifrar terminaram revelando que ele realmente não vem".

Já antevendo que poderia acontecer uma situação como esta, o diretor Roberto Talma (atualmente um dos diretores do Roberto Carlos Especial) havia gravado o ensaio do dia anterior. Acabou ficando ainda mais interessante porque, além de cantar as músicas Do Leme ao Pontal, Vale tudo e Me dê motivo, mostrava ele com suas típicas reclamações para o operador de som, suas brincadeiras com a banda e a capacidade vocal que ele tinha. Como Caetano disse: "Isso faz parte mais ou menos da tradição e do charme do Tim Maia, e isso estranhamente não faz com que a carreira dele fique feia ou isso dê errado. É igual à rouquidão da voz dele. O que seriam falhas se tornam enfeites, formam ainda algo mais bonito. De um modo que esse mistério estranho que envolve Tim Maia continue aqui nos encantando".

Sábado tem mais Chico & Caetano!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Programa Chico & Caetano - parte 1

Amigos, recebi do nosso amigo Vinícius Faustini, dos blogs Emoções de RC(http://www.emocoesrc.blogspot.com/), Diário de um salafrário(http://www.diariodeumsalafrario.blogspot.com/) e O tempo e o placar (http://www.otempoeoplacar.blogspot.com/), esse texto que revive um dos programas mais interessantes que a música brasileira proporcionou às nossas telinhas. Portanto, como um presente do Vinícius para todos nós, teremos essa semana totalmente dedicada a esse tema: Especial Chico & Caetano! Espero que gostem e agradeçamos todos ao Vinícius, nosso jornalista e poeta por mais esse presente:

"Salve o compositor popular!"

A partir de 25 de abril de 1986, a TV Globo promoveu um encontro de seus telespectadores com a Música Popular Brasileira. Chico Buarque e Caetano Veloso foram convidados para apresentar um programa musical onde cantavam suas músicas e promoviam encontros musicais entre artistas do Brasil e do mundo. Uma vez por mês, a noite de sexta-feira era dedicada a "Chico & Caetano"!

A proposta do diretor Daniel Filho, aliada ao roteiro de Nelson Motta, tornou o programa de uma descontração imensa, na qual o contraponto entre a irreverência de Caetano Veloso e a timidez de Chico Buarque dava margem a muitas situações inusitadas. Os ares da Ditadura Militar não mais imperavam no Brasil, e o programa, de certa forma, celebrava as pazes entre Chico e a Rede Globo. O artista foi boicotado pela emissora durante boa parte do período militar, em especial por suas canções serem mal vistas pelos ditadores.

Na estreia, Chico e Caetano repetiram um número presente no show "Caetano e Chico - Juntos e ao vivo" (que foi lançado em disco na década de 1970): um medley com Chico Buarque cantando Você não entende nada, de Caetano, e Caetano Veloso cantando Cotidiano, de Chico. O programa teve a participação de Luiz Caldas, Rita Lee e Maria Bethânia. As duas cantoras fizeram um marcante dueto no qual cantaram Shangrilá e Baila comigo.

Nos duetos, eles fizeram interpretações memoráveis de canções como O quereres, Partido alto e Sem compromisso, Festa imodesta e um medley com Esse cara e Com açúcar, com afeto. Os cantores também tinham seus números solos, nos quais cantavam músicas lançadas na época - Caetano Veloso interpretou Milagres do povo, música que fez para a minissérie da TV Globo "Tenda dos milagres", e Chico Buarque cantou Sentimental e O último blues, canções do filme "Ópera do malandro".

A participação dos convidados podia alternar. Em alguns momentos, o encontro era só com um dos cantores (caso do dueto de Caetano Veloso com Marina Lima em Fullgás e de Chico Buarque cantar com Os Paralamas do Sucesso), em outros o encontro eram com ambos os cantores, caso de Águas de março, no qual eles dividiram os vocais com Tom Jobim.
 
Um sonho não acham? Quinta-feira tem mais!
 
Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de julho de 2010

Emílio Santiago - O melhor das aquarelas

Emílio Santiago deve muito de sua carreira às coletâneas que lançou pela Som livre, sob o título de Aquarelas. Mesmo depois de encerrar esse projeto, sempre foi solicitado pelos fãs com indagações como: Ô Emílio, quando teremos uma nova aquarela? Pensando nisso, em 2005 gravou o cd e o dvd O melhor das aquarelas para celebrar esse projeto e ao mesmo tempo atender àqueles que estavam saudosos dessa sua fase.

Reunir tantas pérolas em um único trabalho seria difícil. É possível que tenha faltado este ou aquele sucesso, afinal estamos falando de um intérprete que por excelência figura entre os melhores. Mas, aqui encontramos grandes clássicos da música brasileira como Desenho de giz, Papel marchê, Eu sei que vou te amar, Fato consumado, Com a perna no mundo, É, O que é o que é, Aquarela do Brasil e também clássicos do repertório do Santiago como Coisas da paixão, Dias de lua, Perfume siamês, Logo agora, Essa fase do amor, Pelo amor de Deus, Mulher, Tudo que se quer, Tá tudo errado, Cadê juízo, Verdade chinesa e Saigon.

Soma-se a isso, outras belíssimas interpretações como Flamboyant, Reciclar, Vai e vem, Só nos resta viver e Tempestade em alto mar. É um produto maravilhoso que não pode faltar no som, no vídeo daquele que ama uma boa música, regada a um bom gosto, a um bom som que intérpretes como Emílio Santiago pode nos proporcionar!

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de julho de 2010

Mania de você

Essa canção da Rita e do Roberto é talvez a mais clássica do seu repertório. Com várias leituras de outros intérpretes, como por exemplo, Emílio Santiago e da própria Rita, onde se destaca o dueto com Milton Nascimento no cd/dvd Acústico MTV de 1997, tornou-se uma canção imprescindível em todas as suas apresentações.

Mania de você faz parte da lista daquelas canções que abordam amor e sexo como algo inseparável, porém com a elegância que o tema em questão pede, coisas que a Rita sabe fazer muito bem. Uma canção de amor e porque não dizer, um orgasmo musical daqueles mais perfeitos, um clássico não apenas da Rita, mas da música brasileira!

Mania de você
(Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Meu bem você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar, loucuras

A gente faz o amor por telepatia
No chão, no mar, na lua, na melodia
Mania de você, de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras

Nada melhor do que não fazer nada
Só prá deitar e rolar com você

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os Músicos do Brasil - 12

Um nome pouco conhecido aqui do Brasil, mas de grande importância nos Estados Unidos: Sérgio Santos Mendes. Natural de Niterói/RJ, Sérgio é uma das maiores representações da Bossa Nova no exterior, sobretudo na terra do Tio Sam, onde vive desde 64. Mas, sua carreira começa antes, em 1960 quando integrou o Sexteto Bossa Rio.

Já nos EUA, forma o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66 que lhe confere bastante sucesso, sobretudo com a versão em Bossa Nova da canção Mas que nada, composta com Jorge Benjor. Como grande pianista que é, já trabalhou com nomes como Tom Jobim e João Gilberto, até Frank Sinatra e Stevie Wonder, entre outros.

No repertório de seus trabalhos, podemos destacar Garota de Ipanema, Bim bom, Chove chuva, Ponteio, A banda, Viramundo, Promessas de pescador, Anos dourados, Surfboard, Caminhos cruzados, Só tinha de ser com você, País tropical, entre outras que só ressaltam mais um grande nome entre os músicos que nosso país exporta e que se equipara a qualquer outro de qualquer parte do mundo com o mesmo talento!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pare o mundo que eu quero descer...

Um dos cantores mais populares desse país, Sílvio Ferreira de Brito, ou simplesmente Silvio Brito como é conhecido é natural de Três Pontas/MG. Nos anos 60 integrava bandas de rock, mas sua carreira solo e seu primeiro disco só viria a ser lançado em 1973, com o sucesso Tá todo mundo louco, abrindo as portas para sua carreira e o levando a frequentar os programas mais populares dessa época.

Entre seus sucessos, podemos citar Cidadão, Espelho mágico, Rio de lágrimas, Tá todo mundo louco, Farofa, Casinha, Terra dos meus sonhos, Utopia, Careca sem dente e pelado, entre outras. Sílvio também produziu e gravou algumas canções do Padre Zezinho de quem é amigo.

Distante da mídia já há algum tempo, recentemente foi vice-campeão do programa Rei majestade, de Silvio Santos, um dos apresentadores que mais colaborou com sua carreira. Atualmente apresenta seus shows país afora e reencontra seu público que canta junto seus eternos sucessos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de julho de 2010

Feliz aniversário - 30 anos!!!

Hoje, completo 30 anos! E procurei encontrar mais algum significado especial para essa data, além do bolo, dos presentes e da companhia carinhosa de sempre que recebo, afinal como professor de matemática, esse número também chamou atenção. Mas, fujo do ofício de educador e penso (novamente!) em música. Como meu referencial número um é o Roberto Carlos, fiquei felicíssimo ao lembrar que com 30 anos Roberto lançou Detalhes, a canção que ele mais ama de todas que fez! Lembro também do Eduardo Lages, que em seu dvd Com amor, se remete a seus 30 anos com muita saudade!

Na realidade, busquei uma imagem que me inspirasse e optei por essa que vos apresento. É da mais recente apresentação que realizei na Escola onde ensino e de vez em quando, brinco de cantar. Esse ano ainda tô devendo uma visita ao Instituto de idosas onde sempre canto para elas, mas espero não demorar a ir. Mas, não pense que estou compondo uma nova Detalhes, nem a minha Detalhes, pois mesmo que tivesse completando 300 anos, ainda acho que não conseguiria fazer uma daquela, com toda aquela inspiração.

Essa foto representa uma passagem de som, um ensaio antes de minha simples apresentação, a qual muito me orgulha sempre que faço com minha simplicidade que todos compreendem. Pois é, 30 anos já se foram e acho que ainda estou ensaiando, embora tenha tantas conquistas a agradecer a Deus durante todo esse tempo. A vida começa agora e precisamos sempre ensaiar para que quando as cortinas se abrirem, em nosso dia-a-dia, possamos dar o melhor de nós nesse palco iluminado por Deus que é a vida , esse grande presente concedido a cada um de nós! Viva à Música, Viva à Vida, Viva ao Amor! Obrigado por vocês sempre estarem aqui dando vivas e brindes comigo em momentos como esse!

Um forte abraço a todos!

sábado, 10 de julho de 2010

Tanta solidão

Há quem ache que as boas canções do repertório do Roberto estão presentes apenas nos discos dos anos 70 e, quando no máximo, anos 80. Eis uma canção, que a meu ver, vai de encontro a esse tipo de pensamento, pois embora não seja da autoria do rei e do tremendão Erasmo, compõem aquela lista de canções que ouvímos na voz do Roberto e achamos que é dele, por possuir sua marca inconfundível de excelente intérprete!

Tanta solidão foi a canção romântica mais linda do cd 1993 e foi tema da novela global Tropicaliente. É demais ouvir uma canção como essa que enaltece a saudade e a novela a associaria a paisagens marítimas que despertavam ainda mais o sentimento descrito na letra: "Sinto vontade de te buscar e dizer como estou..." Um gol de placa do Mauro Motta, do Marcos Valle e de seu irmão Paulo Sérgio Valle para o repertório do artista número um desse país!

Tanta solidão
(Mauro Motta, Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)

Você não sabe
Quanta saudade você me deixou
Lindos momentos
Coisas que o tempo jamais apagou

Foi tanta emoção amor
Tanta coisa que ficou
Foi tanta paixão
Tanta coisa pra um só coração

Sinto saudade
Daquele tempo que a gente sonhou
Mas no meu peito
A realidade é que nada mudou

Quanta solidão amor
Quanta solidão amor
E a recordação
É demais para um só coração

São coisas que eu não sei como dizer
Mas eu sei que o meu silêncio você sabe compreender
Se você está tão longe, tão distante pra voltar
Saiba que eu estou tão perto sem saber como chegar

Talvez sejam lembranças nada mais
E eu nem sei dizer se os nossos sentimentos são iguais
Já tentei, já fiz de tudo e não consigo te esquecer
Às vezes penso que os meus sonhos não existem sem você

Você não sabe
Quanta saudade você me deixou
Sinto vontade
De te buscar e dizer como estou

Foi tanta emoção amor
Tanta coisa que ficou
Tanta solidão
É demais para um só coração

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Começo a encontrar mais de mil maneiras de amar...

Uma das principais figuras dos Novos Baianos, esta é Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade ou simplesmente Baby Consuelo. Natural de Niterói/RJ, Baby começou a tocar violão cedo e já aos 14 anos vence festival de música em sua cidade. Anos depois mudou-se para a Bahia e conhece Pepeu Gomes, com quem divide várias parcerias, além de posteriormente casar-se com este.

Em 1968 integrou o grupo Novos Baianos no qual gravou vários discos, até partir para carreira solo em 1978, quando o grupo já não mais existia. Entre os sucessos de seu repertório constam canções como Menino do rio, Sem pecado e sem juízo, Aquarela do Brasil, Brasil pandeiro, Sampa, Um auê com você, É, Brasileirinho, Lá vem o Brasil descendo a ladeira, Cachorro vira-lata, entre outras.

Atualmente, Baby que adotou na década de 90 o novo título de Baby do Brasil, dedica-se à religião protestante de qual faz parte e ao repertório gospel. E é inegável sua importância musical, sobretudo na época dos Novos baianos, quando gravaram um dos principais discos de sua carreira, elogiado por todos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mi Buenos Aires querido...

Quem vê esse título pode pensar que trata-se de um deboche de um brasileiro pelos argentinos, que caíram fora da copa do mundo de forma mais gritante que nós. Mas, enquanto no futebol existem essas desavenças, no campo musical, somos povos unidos e nossas culturas são integradas e apuradas pelos dois povos. Nossos artistas sempre foram muito bem recebidos pelos hermanos. Roberto, por exemplo, sempre inclue a Argentina em suas turnês internacionais assim como Caetano, Chico e tantos outros.

Carlos Alberto Garcia Moreno ou simplesmente Carlos Gardel encabeça os artistas argentinos com maior influências não apenas no Brasil, mas no mundo. Um de seus principais parceiros foi o brasileiro Alfredo Le Pera, com quem compôs alguns clássicos. E entre tantas canções de seu repertório, citamos Volver, El dia que me quieras, Yira...yira, Mi Buenos Aires querido, Adios Muchachos, Cambalache, Mano a mano, Camiñito, El choclo, La cumparsita e tantos outros tangos maravilhosos que se imortalizaram em sua voz.

Referência número um no tango, Gardel já foi cantado pelos mais variados artistas nacionais e internacionais. Só pra citar, temos Roberto Carlos, Julio Iglesias, Luis Miguel, Richard Clayderman, Nelson Gonçalves e Agnaldo Rayol. Um artista inesquecível também no cinema onde atuou em alguns filmes e sempre com uma influência incontestável aos artistas latinos que não cessou em 1935, quando Gardel partiu para o andar de cima!

Um forte abraço a todos!