domingo, 31 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1998

Capa do CD 1998.
Esse cd foi mais aguardado que o anterior por retomar a linha de canções inéditas e em português. Só soube de seus detalhes no programa do Faustão, com um link que este fez para o ensaio onde Roberto estava preparando o especial de fim de ano, com canções votadas naquele ano no programa. Roberto parecia triste e as notícias meio truncadas que saíam nas revistas e jornais se confirmavam: sua esposa estava doente e sua dedicação a esse momento difícil o impossibilitou de concluir o novo trabalho, resultando em um disco que viria com quatro canções inéditas e seis regravações. Ali, Roberto cantou as faixas inéditas, com direito a pagode e forró.

Na semana seguinte, com cortes, Roberto se apresenta no programa do Fausto e fala sobre o disco que atrasou mais que nos outros anos. Essa apresentação na íntegra só seria vista em janeiro do ano seguinte. As quatro faixas inéditas eram Meu menino Jesus (dedicada ao Natal), O baile da fazenda (um xote, com direito a Dominguinhos na sanfona), Eu te amo tanto (dedicada à Maria Rita) e Vê se volta pra mim (um pagode de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle). As outras faixas eu só conhecera quando adquiri o cd, que também não chegou no dia de seu lançamento em Limoeiro.

Contra-capa do CD 1998.
Aquela distribuição uniforme que ocorria em todos os locais ficaria no passado. Fui buscar na cidade vizinha e o preço estava mais em conta que no ano anterior. Pensava que as regravações seriam feitas em estúdio e faixas mais clássicas de seu repertório. Percebi que eram canções ao vivo retiradas aleatoriamente do atual show que ele apresentava e que eu não tinha visto ainda, o show Romântico, que ficou pouco tempo em cartaz. Lamentei então não ter vindo o show completo, pois até então só tínhamos um disco ao vivo dele. Não tivemos fotos internas, o que acho que poderia ter vindo alguma retratando algum momento do show.

Das inéditas, gostava mais de Vê se volta pra mim, um pagode estilizado, como dizia o radialista da época. Das regravações, gostei mais das versões de De tanto amor e Falando sério. As outras faixas eram Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, Amada amante e Nossa canção (com um extenso texto sobre a Jovem Guarda). Segundo o maestro e produtor desse cd, Eduardo Lages, esse disco foi difícil de ser concluído pela dificuldade do momento pelo qual o rei passava e por isso compreendemos ainda mais a dimensão desse profissional que se esforçou muito e garantiu mais uma vez nosso presente de Natal.

Com essa postagem, encerro essa série que falou dos lançamentos dos anos 90 do rei e de minhas aventuras em busca deles. Eu, como muitas crianças, não conheci Papai Noel, nem ganhei presentes natalinos, mas encontrei nesses lançamentos anuais a solução dessa lacuna. A importância de cada trabalho desses é de que, além de conterem músicas marcantes em minha vida, estão presentes na história de minha juventude e trazem de volta o tempo em que morava em Limoeiro/PE e que ainda não tinha internet, mas que era delicioso saber e contemplar cada momento descrito nessa série. Não sei se conseguiria agradecer ao Roberto um dia, se eu o encontrasse, tantas lembranças maravilhosas que ele me proporcionou com esses momentos. E como o próprio Roberto diz em uma das faixas desse disco: “uma fruta que a gente prova e jamais esquece seu gosto...”

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de julho de 2011

As cidades cantadas - 12

É muito legal ver um cantor lembrar-se de suas origens, de sua terra natal. É o que acontece com Orós/CE, que faz aniversário a cada primeiro de setembro, localizada a 402 km de Fortaleza, terra de Raimundo Fagner, que aparece nessa série para homenagear sua cidade natal. Já li que Fagner, além de ser um ilustre daquela cidade, também ajuda sua terra com sua rádio local e com uma fundação para crianças e adolescentes, além da divulgação através de seu canto e dessa canção.

Orós foi a primeira canção em homenagem a sua cidade natal e foi lançada como título do disco de 1977 do Fagner. Essa canção não traz letra, ou seja, trata-se de uma faixa instrumental. Em 1982, Fagner gravou a Orós 2, com letra de João do Vale e que clamava pelos problemas contraditórios da seca e das enchentes em sua região, como percebemos na letra abaixo.

Orós 2
(João do Vale e Oséas Lopes)

Não é só fala de seca
Não tem só seca no sertão
Quase acabava meu mundo
Quando o Orós impanzinô

Se rebentasse matava
Tudo que a gente plantô
Se não é seca é enchente
Ai, ai, como somo sofredô

Eu só queria saber
O que foi que o Norte fez
Pra vivê nesse pená
Todo nortista é devoto

Não se deita sem rezar
Se não é seca, é enchente, dotô
Que explicação me dá ?
Se o sulista se zangá

Dele eu não tiro a razão
Lá vem a mesma cunversa
Ou ajuda teu irmão
É triste um caboclo forte, dotô,
Ter que estender a mão

Não é só falar de seca
Não tem só seca no sertão...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1997

Capa do CD 1997.
Nesse ano, as surpresas ficaram por conta do tipo de lançamento, até então inédito: um cd só com canções em espanhol (apenas a mensagem religiosa em português). Quem acompanha Roberto sabe que, vez por outra, ele inclui em seus discos nacionais uma faixa em espanhol, idioma que lhe abriu fronteiras desde cedo, pois repete em suas entrevistas que sua primeira apresentação em rádio foi com o bolero Amor y más amor.

Uma das fotos internas do CD 1997
Desde a década de 70 até 93, ele sempre fazia versões de seus discos para a língua latina, às vezes também incluindo alguma canção original do idioma. Em 97, decidiu lançar também no Brasil, o projeto que estava produzindo para o mundo hispânico, com canções clássicas e algumas que escuta desde pequeno. A faixa de abertura, Abrazami asi, foi tema da novela Por amor e apresentada pela novela semanas antes do lançamento oficial do cd, que também aconteceu com uma apresentação no Domingão do Faustão.

Roberto mostra a medalha e a canção
Acredito que esse projeto nasceu quando desejou fazer um disco com Julio Iglesias, no final da década de 80, e que não evoluiu por questões contratuais incertas entre o Roberto e sua gravadora. Julio lançou em 89 seu álbum Romances (Raízes), já comentado anteriormente. No fim dos anos 80 e começo dos anos 90, Roberto já não só fazia versões de seus discos, mas incluía mais canções compostas originalmente em espanhol, a maioria da autoria de seu amigo Roberto Livi. Em 97 consegue finalizar Canciones que amo, cd com clássicos do mundo hispânico como Adios, Las muchachas de la Plaza España, El manicero, Mi carta, Esta tarde vi llover e Se me olvido otra vez, além das inéditas Niña, Coração de Jesus e uma versão em espanhol feita pelo próprio rei para Insensatez, clássico da obra de Tom e Vinícius.

Contra-capa do CD.
Esse cd chegou caro às lojas e muitos não gostaram da ideia de vir todo em espanhol. Pela primeira vez não o comprei no dia em que saiu e aguardei minha ida ao Recife, semanas depois para comprá-lo mais em conta. Não estava tão ansioso para ouvi-lo, embora tenha gostado bastante do resultado de sua gravação. Adios e Niña eram minhas faixas favoritas. Também gostei do arranjo de El manicero e a nova versão de Esta tarde vi llover, diferente da apresentada em 79. Ele continha muitas fotos internas, algumas apresentadas aqui, o que me fez crer que os cds lançados no exterior pareciam mais trabalhados que os nacionais. A qualidade sonora era impecável, como sempre, mas o tipo de projeto e o elevado preço desse cd fez com que apresentasse baixas vendas naquele fim de ano, sendo vendido posteriormente a preços promocionais.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1996

Capa do CD 1996.
Uma semana antes de seu lançamento, já tinha visto uma plaquinha azul na loja anunciando: 03 de dezembro, novo disco de Roberto Carlos nas lojas. Eu sempre assistia ao Domingão do Faustão porque ele levava os grandes astros da música brasileira para cantarem ao vivo, com suas bandas, em seu programa. Mesmo participando um artista mais popular, com menor expressão, tínhamos um astro da MPB. Na semana anterior, Fábio Jr. tinha lançado seu disco e imaginei que na semana seguinte seria a vez do Roberto, sem saber que isso se concretizaria, pois ele nunca tinha ido ao programa. Acho que eu sonhava com isso e aconteceu.

No domingo seguinte, Roberto e banda fizeram um show no programa do Fausto e lançaram o disco que vi pela primeira vez na TV, mas que já tinha ouvido as faixas de trabalho nas rádios que tocavam Mulher de 40, Cheirosa, O terço e a bela Tem coisas que a gente não tira do coração (minha preferida). Como Roberto tinha feito um comercial para a Nestlê, acabou regravando Como é grande o meu amor por você, que abria seus shows naquela turnê.

Foto interna do CD.
Comandante do seu coração e Assunto predileto também tocaram no decorrer do ano seguinte. Outras faixas desse trabalho foram Quando digo que te amo, Amor antigo e O homem bom. Considero esse o trabalho mais expressivo dessa década e junto com os CDs de 90, 92 e 94, os melhores e mais bem produzidos e trabalhados. Fui comprar cedo o CD e não tinha mais LP, que saiu pela última vez e em pequena quantidade. Adquiri o LP para minha coleção, anos depois.

Contra-capa do CD 1996.
No dia desse lançamento que trazia uma capa diferente, percebi que existia o dia do Roberto Carlos, que era quando ele lançava seu novo disco. Era como uma Páscoa ou Carnaval, não tinha uma data certa, mas quando ele lançava seu trabalho anual era uma grande festa, pois onde eu passava estava tocando o novo disco, as novas canções, os novos sucessos que a gente demorava um pouco para aprender todas as letras. Quem escuta esses discos talvez perceba um rei diferente das décadas anteriores, mas não menos brilhante, sempre moderno e romântico, gravando novamente fox como Quando digo que te amo ou mensagem de paz que disseram ser em homenagem ao papa João Paulo II, que foi O homem bom, diversificando nos temas como foi Amor antigo, um amor por uma amiga e sempre perpetuando o amor entre seus seguidores!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1995

Capa do CD 1995.
Essas recordações me matam, como já disse o próprio Roberto em O divã, música de 72. Mas, estamos em 95 e em meados de novembro começou a tocar Amigo não chore por ela, carro-chefe do novo disco daquele ano. Alguns meses antes li em uma revista que ele faria uma canção para as mulheres de óculos, o que novamente achei estranho, mas sempre garimpando algo sobre o novo disco, que aparecia no meio de novembro, em comercial, anunciado para primeiro de dezembro.

No dia do lançamento eu teria que ir à escola, pois era o último dia de aula, com festa de despedida daquele ano e amigo secreto. Tive que conter minha ansiedade e ir antes à festa e só depois buscar o disco. E grata foi a surpresa, pois durante a festa, uma amiga se antecipou e foi logo cedo à loja e comprou o cd novo do Roberto, que eu nem conhecia ainda, nem mesmo tinha visto a capa. Kátia, uma amiga inesquecível, me fez essa surpresa e quando abri o presente pensei que era um cd antigo, mas reconheci pela capa que era o novo disco que ainda o compraria em LP depois, por não possuir um leitor de cd em casa (hoje, algo tão comum, rsrs).

Foto interna do CD 1995.
Isso também fez meu pai querer me presentear com um aparelho de som que tocasse cd, que fui comprar no Recife no dia do especial do Roberto e por pouco não chego a tempo de gravar o show. Mas, voltando ao disco, além de Amigo não chore por ela, tivemos como hits das rádios Quando eu quero falar com Deus e O charme dos seus óculos, que tocou bem menos que o esperado. Romântico também se firmou como faixa de trabalho já no ano seguinte e ficou no repertório de shows do Roberto por um curto tempo. Outras faixas do disco foram O coração não tem idade, Pra ficar com você, Nunca te esqueci (que era a minha preferida), Sonho de amor e uma regravação de Quase fui lhe procurar, que adorei também.

Contra-capa do CD 1995.
A capa, embora parecesse com outras poses, era uma das melhores que conhecia. Muitas pessoas que não gostavam da faixa O charme dos seus óculos criticavam demais o disco, talvez pelo refrão repetitivo dessa canção. Mais tarde, me deparei com alguns que criticavam esse disco por ele ter sido quase todo gravado com teclados. Gosto do disco e talvez as faixas que fizessem mais justiça a ele são as menos percebidas e conhecidas. Lembro que jornais da época noticiavam que o queijo borboleta, o peru e o disco do Roberto faziam parte da mesa dos nordestinos, com referência a esse disco que foi o primeiro cd que ganhei e o único que comprei também em LP.

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de julho de 2011

Nascemos pra cantar

Gosto muito dessa mensagem do repertório de Chitãozinho e Xororó, regravada mais recentemente por Victor e Léo. Nascemos pra cantar é um clássico do mundo sertanejo e mostra a importância da música em nossa vida, uma bênção do Criador. Por ser uma canção autoral, é claro que a dupla está falando deles mesmo, mas podemos tomar em um côro forte, que todos nós nascemos pra cantar.

Quem canta os males espanta, já diz o famoso ditado, também na letra da canção. E não é preciso ser afinado ou profissional, mas apenas se envolver com essa arte que nunca nos deixa só. A letra também faz menção a Milton Nascimento quando se refere ao poeta que diz: "O artista vai onde o povo está...", frase dita na canção Nos bailes da vida, comentada semana passada. E tudo isso só confirma que a música chega e acalma nossa alma e quando cantamos nos sentimos mais felizes!

Nascemos pra cantar
(Danny Moore, Chitãozinho e Xororó)

O grande mestre do céu nosso criador
quando nascemos um dom nos dá
e cada um segue a vida o seu destino
e nós nascemos só pra cantar

Eie, iii, eee
Ieieieieieee
Eie, iii, eee
Ieieieieieee

Quem canta os males espanta, a gente é feliz
tal qual um pássaro livre no ar
pensando bem nos temos algo em comum
porque nascemos só pra cantar

Eie, iii, eee
Ieieieieieee
Eie, iii, eee
Ieieieieieee

Disse o poeta: o artista vai onde o povo está
por isso cantamos a qualquer hora em qualquer lugar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1994

Capa do CD 1994.
Esse ano eu também preparei a casa, que já tava pintada e lavada. Foi o ano do plano real, que deixou o pisca-pisca mais barato, junto com a invasão de produtos importados. Enfeitei o terraço de casa com muitas luzes, aguardando também a trilha sonora daquele fim de ano inesquecível, pois sentia que aquele era um ano que carregava acontecimentos importantes: na política (o plano real), no futebol (com o tetra), além de acontecimentos particulares como o ano em que ganhei minha bicicleta (isso no interior é bem legal) e o primeiro show do Roberto que vi no Geraldão.

Sobre esse primeiro show, conto em outra postagem, mas foi marcante e um dos melhores que já vi. E o disco de 94 me pegou de surpresa: primeiro, porque pirei ao ouvir Alô, carro-chefe do trabalho, tocar bem antes do seu lançamento nas rádios. Achava e ainda acho essa canção muito linda e ficava sempre ligando para as lojas perguntando se o disco já havia chegado; segundo, porque quando o disco saiu e eu nem sabia, até ser avisado por vizinhos, então não fui tão cedo à loja como antes, mas isso são apenas pequenos detalhes desse trabalho que se destacava mais que os outros pra mim, por conta de sua sonoridade. Não sei bem explicar, mas ele parecia ter um som mais agradável que os últimos que o Roberto tinha lançado.

Foto interna do CD 1994.
Além de Alô, tivemos O taxista e Jesus Salvador como faixas que mais tocaram. Quero lhe falar do meu amor tocou posteriormente ao seu lançamento e também era uma grata novidade, que carregava um estilo meio árabe, algo inédito na obra do Roberto, que lançou depois um clipe com essa canção. Achei esse disco bem mais romântico que o anterior, pois além das citadas, tivemos a regravação de Custe o que custar e as inéditas Meu coração ainda quer você, Quando a gente ama, Silêncio e Eu nunca amei alguém como eu te amei, todas em tons românticos avassaladores.

Contra-capa do CD 1994.
A capa azulada era bem diferente das anteriores e já percebia muita gente optando pelo CD, embora o LP e a fita cassete ainda persistissem. Gostei da foto interna e acharia que ela daria uma ótima e diferente capa. As vendas desse trabalho eram tantas que vi alguém lá na praça da cidade em uma barraquinha vendendo discos, fitas e CDs do rei, abrindo concorrência às lojas, com preços mais acessíveis. Detalhe: fui buscar o meu disco na loja, pela primeira vez de bicicleta, rsrs. As luzes e o disco tocando deixaram aquele final de ano inesquecível na minha memória e talvez o leitor não entenda o tamanho dessas coisas simples na vida de um fã, mas elas são maravilhosamente inesquecíveis!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 19 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1993

Capa do CD 1993
Esse lançamento me fez ir à loja cedo, buscá-lo, mas ele atrasou lá em Limoeiro. No dia 01/12, ouvi todo o disco em uma rádio AM, onde o locutor o anunciava como o lançamento do dia seguinte. Novamente achei algumas faixas estranhas demais como Coisa bonita, que a classificava como um xote, sobretudo pelos solos que lembravam sanfona, algo novo em repertórios reais.

Ao chegar à loja, me deparei com Roberto Carlos tocando, mas era o disco anterior e a dona me alertando: Olha, o novo disco do Roberto chega hoje! Ela também estranhava porque seu esposo ainda não tinha chegado, até receber um telefonema avisando o que tinha ocorrido: o lançamento oficial acontecia à meia noite, depois de um coquetel, quando eram distribuídas as cópias encomendadas para cada vendedor de várias cidades. Mas, a entrega atrasou porque os discos demoraram a chegar lá e fiquei na loja aguardando até onze da manhã, quando o disco chegou e fui o primeiro da cidade a comprá-lo.

Foto interna do CD 1993.
Enquanto aguardava a chegada do disco, comentei com a dona da loja sobre as novidades que já conhecia e ela repassava para os clientes que chegavam buscando o disco: Esse ano tem uma Ave Maria, esse menino já ouviu, dizia ela apontando pra mim. Além de Coisa bonita, tivemos como sucessos de rádio O velho caminhoneiro (com belos solos de guitarras), Obsessão e Nossa Senhora, que se tornaria um clássico na obra do rei e presente em quase todos seus shows dali em diante, além de fazer parte de várias celebrações religiosas pelo país. Tanta solidão, a mais bonita a meu ver, fez parte da trilha sonora de Tropicaliente, em 94 e tocou bastante.

Contra-capa do CD 1993.
Outras canções que completavam o disco eram Hoje é domingo (que também gosto muito), Parabéns, Mis amores e uma regravação de Se você pensa. A capa trazia uma pose parecida com outras que o Roberto já apresentara, mas sempre bonita e com um blusão jeans que me fez querer comprar um igual, o que consegui anos depois. A foto interna se confundia com a capa e acho que são as mesmas fotos. Aprendi a gravar o especial de fim de ano. Foi nesse ano que percebi que as pessoas costumavam pintar, lavar e enfeitar suas casas, preparando-as para as festas de fim de ano, ao som do novo disco do Roberto Carlos e tudo isso só elevava ainda mais esse momento na cabeça deste fã!

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1992

Capa do CD 1992.
Esse disco já me coloca como um fã mais precavido. Comecei a juntar dinheiro em agosto para comprar um disco que só sairia em dezembro. Vale lembrar que existia a inflação no Brasil, em crise política de 92, e eu não queria correr o risco de não poder comprá-lo assim que o visse, como foi no ano anterior. Ouvindo uma rádio AM, o radialista falou que o disco sairia em 04/12 e nessa data fui à loja, onde fui informado que o disco só seria lançado no dia 09/12.

Lembro como hoje, dia 9 de dezembro todo feliz indo logo cedo à loja buscar o meu disco que pôde ser comprado com minhas economias. Não é que o disco fosse tão caro, é que eu ganhava pequenos trocados, suficiente para um menino de 12 anos. Bom, novamente a loja enfeitada com o LP 1992 e o pessoal todo comprando. As músicas me surpreendiam pois soavam como algo estranho, muito diferente, o que contradiz as pessoas que insistem em dizer que Roberto é muito repetitivo.

Foto interna do CD 1992.
Achei Mulher pequena com uma levada muito diferente de tudo que ele tinha feito até então e era mesmo. Além dessa, tivemos como canções mais tocadas Você é minha e Dizem que um homem não deve chorar. Gosto muito desse disco até hoje e o acho um dos mais românticos daquela década com canções até menos conhecidas, mas não menos lindas como é o caso de Eu preciso desse amor, De coração, Você como vai? e Você mexeu com a minha vida, além de Dito e feito, tema da novela Renascer.

Contra-capa do CD 1992.
Completam o disco Herói calado, uma mensagem que remete à luta cotidiana do povo e Una en un millon, que tem um arranjo belíssimo. Com uma capa azul, mas diferente de todas até então lançadas, ouvia esse disco todos os dias até decorar todas as letras. Naquele fim de ano, gravei pela primeira vez o especial do rei em vhs. Foi um tormento conseguir alguém que gravasse pra mim em video cassete aquele especial que veria quase todos os dias. Mas, todas essas recordações são muito boas e esse foi e é um dos meus discos preferidos do Roberto, não só da década de 90, mas de toda sua carreira.

Um forte abraço a todos!

sábado, 16 de julho de 2011

Nos bailes da vida

Nos bailes da vida é um clássico da música brasileira imortalizada por seu criador Milton Nascimento e por outros intérpretes como Joanna, Roupa Nova, Fafá de Belém, entre outros e é constantemente cantada pelos cantores da noite, tornando-se um hino para essa classe que busca a cada dia uma nova oportunidade almejando o merecido sucesso. Imaginamos quantos bons cantores, cantoras, duplas, grupos tocam na noite e grande parte destes permanecem no anonimato.

Milton Nascimento descreve, com uma riqueza de detalhes de quem também foi da noite, esses momentos de luta dessas pessoas, enfrentando muitas vezes o que mais faz falta: o aplauso e o reconhecimento. Quantos cantores não se frustram derramando suas interpretações em canções que fazem parte apenas de fundos musicais em praças de alimentações dos shoppings e churrascarias país afora? Mas é a persistência que faz com que em seus cotidianos entoem o la, ra, la, ra dessa e de outras canções!

Nos bailes da vida
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Foi nos bailes da vida ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar

La, ra, la, ra...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1991

Capa do CD 1991.
Bom, aqui as coisas já mudaram bastante. Já existia o fã lá de Limoeiro/PE, que se juntava ao côro do um milhão de amigos. Que ainda não podia comprar discos, mas adquiria fitas cassetes e pesquisava os sucessos antigos do rei, descobrindo um a um e ficando cada vez mais maravilhado com as coisas que aprendia com tudo isso. Quando esse disco saiu, fui pego de surpresa porque não imaginava que tudo era na base da surpresa. Não ouvia rádios e quando ligava o som era pra ouvir outras fitas cassetes do Roberto com canções antigas.

Então, de repente, um carro de som passa na rua fazendo propaganda da loja com o novo disco, tocando Luz Divina. Passei pela loja no outro dia e me surpreendi com tantas capas juntas. O LP 1991 enfeitava a loja toda. Nas rádios só tocava o novo disco, alternando entre uma música de outro artista e os novos sucessos do Roberto. Depois, as mais pedidas ficavam nas paradas e estas foram Todas as manhãs, Se você quer e Luz divina. Mais tarde, tivemos Pergunte pro seu coração na trilha sonora da novela Pedra sobre pedra. Outras que tocaram bastante, mesmo em menor expressão foram Primeira dama e Mudanças, que se somavam a Não me deixe, Oh oh oh oh e Diga-me coisas bonitas.

Foto interna do CD 1991.
Poucas vezes na carreira, Roberto dividiu uma faixa com outro artista e a premiada nesse disco foi Fafá de Belém em Se você quer. Fafá relatou que fez a primeira gravação e não gostou de sua atuação por estar muito nervosa e contou isso para Carminha, secretária do rei. Dias depois, Roberto em um gesto elegante, pede para ela ir novamente ao estúdio para refazerem a faixa, pois ele corrigiria a atuação dele. Eu ficava entre Não me deixe, que tinha até assobios do rei, e Pergunte pro seu coração como a faixa preferida.

Contra-capa do CD 1991.
Com uma capa em tons azuis e azulada em uma foto interna, com chapéu, Roberto sinalizava sua aproximação com o mundo sertanejo que despontava naquele início de década, mas o trabalho não era sertanejo, apenas tinha uma levada na canção Todas as manhãs. Eu não tinha o dinheiro para comprar o disco e sofri muito com isso, pois minha ansiedade era tanta para ter logo esse presente. Fui juntando tudo que ganhava e antes do Natal já tava com o disco que minha tia comprou pra mim no Recife onde era mais barato. Também acompanhei o especial daquele ano com empolgação total, além da participação do Roberto nos especiais da Xuxa e do Fábio Jr., pois o fã já estava querendo ver tudo sobre RC.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 12 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1990

Capa do CD 1990.
E começamos nossa viagem aos anos 90, com o Cd 1990. Na verdade, naquele final de ano, eu não tinha o cd, que não era popular, tinha uma fita cassete do meu pai com as canções desse disco, que ouvia bastante e foi esse trabalho que me tornou fã definitivamente. Acredito que as vendas giraram em torno da fita e principalmente do LP. Eu já cantava desde os 4 anos Caminhoneiro em 84, Verde e amarelo em 85, Amor perfeito em 86. A partir  desse disco de 90 me defini como fã.

Produzido por Roberto Carlos, acredito que o único ou um dos poucos em que o próprio rei assinou a produção quase total, esse disco trouxe vários sucessos radiofônicos e de cara tivemos Meu ciúme, Por ela, Quero paz e Cenário. Também foi o primeiro trabalho do rei a constar em trilhas de novelas: Super-herói em O dono do mundo e Mujer em Lua cheia de amor. Outras canções desse trabalho são Pobre de quem me tiver depois de você, Um mais um, Porque a gente se ama e Como as ondas voltam para o mar. Ouvindo atualmente esse cd, destaco os solos de Por ela, algo diferente na obra RC, com influências espanholas e também gosto bastante dos solos de metais de Quero paz e Meu ciúme, além da clássica Cenário, uma nova Emoções, inclusive com frases musicais desta. O piano de Como as ondas voltam para o mar é lindo.

Foto interna do CD 1990.
 Eu ficava indeciso sobre qual canção gostava mais e sempre trocava de faixa predileta. Depois de um tempo, adquiri o LP, que foi um dos que me deixou mais feliz e mais tarde o CD. A faixa Um mais um também tocou bastante, embora seja pouco lembrada atualmente. Eu também gostava muito da capa branca, com um Roberto sério, sereno e ainda com a pena que simbolizava um defensor da natureza. A foto interna trazia um rei meio bravo, algo meio incomum de se ver nas telinhas.

Contra-capa do CD 1990.
Mas, ser fã foi algo gradativo. Lembro que no Natal daquele ano fui com meu pai para a pracinha de Limoeiro e ele falou ansioso: "Vamos voltar logo para ver o especial do Roberto Carlos". Daí perguntei qual a canção que ele mais gostava e ele falou que era Emoções. Lembro de ter visto o começo com pouca empolgação e só veria esse especial há alguns anos atrás. Ouvindo essas canções desse disco, me defini como fã no decorrer de 1991, quando ouvia quase que diariamente a fita e a vida começava a seguir sob essa trilha sonora.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Feliz Aniversário!!!

Mais um aniversário que também compartilho com vocês, amigos virtuais, sempre agradecendo todas as bênçãos que recebo de Deus, na forma de um grande amor, uma grande família, grandes amigos, colegas, chance de conhecer paisagens lindas de meu Estado e apreciar a melhor música do mundo, a brasileira, com todos esses artistas que passam por aqui e são reverenciados com todo o respeito, por seus dedicados trabalhos.

Escolhi esse mês de julho para comentar sobre os cds do Roberto Carlos dos anos 90 e o que eu fazia para comprar esses discos que saíam todo mês de dezembro e me levavam a garimpar as rádios em busca das novidades reais, às portas das lojas logo cedo (muitas vezes fui o primeiro de Limoeiro/PE a comprar o disco) e todas as impressões e emoções que esse presente me proporcionava. É uma forma que tenho de reviver esses momentos tão bonitos, abri meu coração e meu passado e me presentear com essas recordações, além de compartilhar isso com os fãs que faziam o mesmo!

Vamos viajar juntos pelos discos de 1990 até 1998, a partir de amanhã e relembrar as canções que marcaram essa década, que muitos críticos definem como improdutiva e pouco atraente do rei. Contrariando essa ideia, vou mostrar porque não acredito que seja o único fã do Roberto que se sentiu enlouquecido com esses lançamentos e com essas canções nesse tempo. Por enquanto, vou soprando as velinhas, passando mais um aniversário em Limoeiro e levantando um brinde à saúde, à paz, ao amor, a todos os amigos, à música brasileira, sempre agradecendo a Deus por tantas coisas maravilhosas que a vida nos proporciona!

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 3

Roberto vai ao programa do Silvio em 1997.
E hoje chegamos ao final dessa série que essa semana lembrou um pouco sobre a história desse Troféu que destaca em algumas categorias nossa música. O melhor cantor do ano sempre foi aguardado com muita ansiedade por mim, durante toda a década de 90, quando comecei a acompanhar a premiação e torcer pelo Roberto que sempre venceu naquela década. Para os fãs do Roberto, duas festas: a votação e a entrega do troféu, quando o rei foi duas vezes nessa década receber seus prêmios no programa do Silvio Santos.

Nessa premiação, Roberto também é rei, pois foi o vencedor no ranking da categoria canção e também o cantor mais premiado na história do troféu com 19 premiações. Sua primeira indicação foi em 65, mas perdeu para Agnaldo Rayol. Em 67 perdeu para Jair Rodrigues e em 68 para Wilson Simonal. Em 69, numa disputa acirrada com Jair, Rayol e Simonal, não obtiveram votação suficiente para receberem o prêmio. Em 71, venceu com Chico Buarque, mas como ambos não foram receber o prêmio, decidiram que o vencedor seria o terceiro colocado que foi o Altemar Dutra.

Roberto recebe seu troféu na década de 70.
Roberto também perdeu em 74 para o Chico Buarque, em 75 para Benito di Paula, em 82 para o Djavan, em 83 para o Ritchie e em 85 para o Tim Maia. Depois, em todas as indicações das quais participou, venceu, inclusive da mais recente, sendo um dos mais premiados, somando todas as categorias. Depois do Roberto temos o Zeca Pagodinho com três prêmios e Jair Rodrigues, Seu Jorge, Tim Maia, Djavan e Caetano, ambos com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 2

Ivete, uma das campeãs das premiações.
A briga pela melhor cantora do ano, apresentada no Troféu Imprensa ano a ano sempre se mostrou saudável e acirradíssima. A importância desse prêmio está em que talvez ele seja o único do Brasil ou da televisão brasileira que em seu currículo de prêmios apresenta Elis Regina, Isaurinha Garcia, Gal Costa, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Rita Lee, Elba Ramalho, Marina, Simone, Marisa Monte, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Zizi Possi, Ana Carolina, Maria Rita, Ivete Sangalo.

Quem imagina uma disputa tão acirrada como foi em 1975 entre Clara (a vencedora), Bethânia e Elis? Ou em 81 e 82 com Gal (vencedora de 82), Simone e Rita (vencedora de 81)? Ou em 83, 84 e 85 entre Elba (vencedora de 83), Gal (vencedora de 84 e 85) e Simone? No ranking das cantoras, Elis e Ivete dividem o topo com 5 prêmios; seguidas de Marina e Gal com 4 prêmios; Daniela, Clara e Elizeth com três e Marisa, Rita e Ana com duas premiações cada uma.

Outras categorias relacionadas com a música e quem não apareceram em todos os anos são Conjunto Musical onde os campeões foram Skank e Titãs e, Duplas sertanejas, onde os destaques são Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo e Luciano, com duas premiações, cada dupla. Em poucas edições tivemos categorias como Produtor musical, Compositor, Orquestra, Programa musical, Programa sertanejo e Cantor ou cantora sertanejo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de julho de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 8

Olha, em se tratando de intérpretes, o Brasil não tem o que reclamar, pois disfrutamos de grandes vozes, sejam masculinas ou femininas. Emílio Santiago é sem dúvida um dos nomes que integram o topo dos melhores no quesito interpretação. Em diversos ritmos, por diversos autores, Emílio navega apresentando sempre uma qualidade sonora de poucos artistas brasileiros, além de sua privilegiada e inconfundível voz.

Apesar de já ter navegado pela praia de Tom Jobim, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Ivan Lins, Gonzaga Jr., João Bosco, Djavan, Caymmi, e todos os melhores compositores da música brasileira, gostaria de destacar as interpretações que ele fez para três de suas muitas pérolas, pois esse sim é um artista que alguém não se aventura regravar algo que ele já fez.

A primeira é Saigon, pois essa é daquelas que alguém desconhece o compositor (é do Claudio Cartier, Paulo Feital e Carlão) atribuindo ser a canção do Emílio e talvez seu maior clássico. A segunda, igual a primeira é Verdade chinesa, (do Gilson e do Carlos Colla) e digo igual porque todos também a atribuem ao Emílio. E a terceira é Preciso dizer que te amo (de Cazuza, Dé e Bebel Gilberto), que considero ter a interpretação definitiva na voz desse astro da nossa música. É claro que poderíamos falar de muitas outras, pois a voz do Emílio é como poucas que consegue lapidar ainda mais canções como Um chopp pra distrair, Eu sei que vou te amar, Papel machê, Coisas do coração, Cadê juízo, Essa fase do amor, Um dia desses, etc.

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de julho de 2011

Paciência

Essa canção, essa mensagem é uma das mais lindas do repertório do Lenine, regravada por outros nomes como Simone, Milton Nascimento e mais recentemente por Fábio Jr. Paciência oferece trocadilhos em torno do tema e do equilíbrio entre os bons sentimentos humanos como a calma versus as pressões externas e internas.

Um questionamento bastante atual, para essa sociedade moderna: paciência, um sentimento tão nobre, tão raro e que faz tanto bem também tem limite, ou deve ser visto e oferecido sem limites? E é nesse equilíbrio de sentimentos que a letra, de forma genial, aponta, às vezes, com a evasão da loucura do estresse cotidiano, outras vezes, com o envolvimento total nas cobranças do dia-a-dia, tendo na paciência, uma aliada nessa luta.

Paciência
(Lenine e Dudu Falcão)

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara...

Um forte abraço a todos!