domingo, 17 de junho de 2012

CD e DVD Petrúcio Amorim

Que Petrúcio Amorim é um dos melhores compositores desse país, não há dúvidas. E que esse é um dos melhores trabalhos de sua carreira também não temos dúvidas. Depois da abertura instrumental, Petrúcio entra no palco do Teatro Santa Isabel, em Recife/PE para reviver grandes clássicos e reencontrar grandes amigos, alguns que deixaram esses clássicos ainda mais vivos na memória de quem aprecia suas composições.

Gravado em 2006, o CD/DVD conta com a participação de Jorge de Altinho (em Confidências e Devagar), Santanna (em Anjo malandrinho), Geraldinho Lins (em Chorar pra quê?), Cristina Amaral (em Dois rubis) e Maciel Melo e Nádia Maia (em Meninos do sertão). Outros momentos solos são com as canções Anjo querubim, Cidade grande, Meu cenário, Deus do barro, Filho do dono, Meu velho Ipojuca, Tire o pé do chão, Vida de vaqueiro, Feito maluco, Quando o coração quer, Tareco e mariola e Eu sou o forró.

Outros números presentes apenas no DVD são Ela nem olhou pra mim, Estrela cadente, O rei nas estrelas, Foi bom te amar, Lembranças e Quem afia a faca sabe pra que serve o fio. Confesso que ainda não vi o DVD, mas a tirar pelo CD e por todo esse repertório de clássicos, temos aqui uma boa pedida para os amantes da boa música nacional e regional!

Um forte abraço a todos! 

sábado, 16 de junho de 2012

Deixa a tanga voar

Lembro que quando criança, lá em Limoeiro/PE, o sucesso dessa canção foi tanto que fizeram um palhoção (aquele espaço retangular cercado com bambu e coberto com palhas de coco, para as pessoas dançarem forró) com o título dessa canção, porque o propósito era esse mesmo: dançar bastante até a tanga voar, uma expressão usada com muito bom humor pelo Gonzaga.

Sua letra conta a história de um matuto se deparando com a praia, até então desconhecida para este personagem que se admira com a beleza do lugar e com o figurino das meninas que por lá encontra, surgindo uma implicância com a canga, que a letra cita como rabichola, pois o matuto ficou com ânsia de ver a mulher sem a canga e com a tanga voando. Uma parceria de Gonzaga com seu terceiro grande compositor, João Silva. Eu sempre tive dúvidas se o Clodovil citado era aquele apresentador, mas creio que fosse uma menção a outro parceiro de composições, Hervê Clodovil.

Deixa a tanga voar
(Luiz Gonzaga e João Silva)

Zé matuto foi a praia, só pra ver como é que é
Mas voltou ruim da bola de ver tanta rabichola
nas cadeira das muié

Zé matuto matutou, matutou e escreveu pra Clodovil
Ele logo respostou, e atacou, isso é atraso do Brasil

Uma tanga, minitanga, tão pequena, pititinha,
miudinha não precisa amarrar
Ora pomba, ora bolas, jogue fora a rabichola
e deixa a tanga voar

E deixa a tanga voar, deixa a tanga voar
Ora pomba, ora bolas, jogue fora a rabichola
e deixe a tanga voar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Meu coração se espalhou pela avenida...

Ele vem lá do sertão pernambucano, natural de Floresta/PE. Josildo Sá é um dos grandes nomes contemporâneos da música regional. Atrelado não apenas ao forró, mas também a outros ritmos como o samba, o rock e o frevo, versatilidade que já lhe rendeu parcerias com outro grande músico de nosso país, Paulo Moura, com quem gravou um disco e fez vários shows, sendo bastante premiado.

Josildo foi criado em outra cidade sertaneja, Tacaratu/PE, até partir para o Recife, aos 18 anos para estudar. Não deu muito certo nos estudos e depois de tentar a sorte em Salvador, voltou à capital pernambucana e depois de muitas batalhas, lançou seu primeiro trabalho em 1999.

E de lá pra cá vem colecionando êxitos e a cada dia conquista seu espaço, com canções como A volante, Galo frevo e folião, Camaleão, Forró de Mané Vito, Eu gosto de você, Deixa a tanga voar, Na água do bebedouro, Réstia, Cumpadi Zé de Bina, Rosa de cheiro, Abandono, etc. E seja no Galo da madrugada ou nas festas juninas, com certeza, Josildo tem conquistado seu espaço e seu público.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 12 de junho de 2012

O coração não tem idade...

Hoje é dia dos namorados e para mim é uma comemoração dupla porque também é aniversário de minha noiva, Juliana. Em outras oportunidades, citei várias músicas que poderiam tocar nessa data. Até mesmo para aqueles que estão desacompanhados, trata-se de uma data tocante, pois é lindo ver o amor entre as pessoas, sentir que o romantismo existe e que pode bater em nossa porta a qualquer momento.

Para alguns, romantismo não existe, para outros é um sonho. A verdade é que, independente das opiniões distintas que cada ser possui, o amor bate sempre em nossa porta, nos pegando de surpresa e invadindo nossos corações, independente da idade. Aliás, esse é outro ponto importante, pois o amor deve ser contínuo, constante, não passar com o tempo e brilhar com os cabelos brancos como diz essa lindíssima canção de Roberto e Erasmo, também apropriada para este dia. Ofereço a vocês a letra, que cita o amor para todas as idades e circunstâncias. Parabéns meu amor, parabéns a todos os amores!

O coração não tem idade
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Um grande amor pode às vezes chegar de repente
Num coração já vivido ou adolescente
Qualquer um pode se apaixonar muito jovem ainda
E cedo saber que o amor é a coisa mais linda

Jovens se beijam se abraçam felizes na rua
Sem se importar com quem passa a paixão continua
Um brilho de sonhos no olhar desses dois namorados
Tão cedo começam a vida, tão apaixonados

O Coração não tem idade pra se apaixonar
O amor, o peito invade quando quer chegar
Não tem dia, não tem hora,
Não diz quando chega, nem quando vai embora

Uma mulher pensativa andando na solidão
Esbarra num homem vivido, sozinho na multidão
Olhares se cruzam e falam de tempos sofridos
Mas o amor traz de volta seus sonhos perdidos

O Coração não tem idade pra se apaixonar
O amor, o peito invade quando quer chegar
Não tem dia, não tem hora,
Não diz quando chega, nem quando vai embora

Brilham os anos marcados nos cabelos brancos
Trocam palavras de amor e olhares tão francos
Sentindo de novo a emoção da primeira experiência
Vivem no amor a beleza da adolescência

O Coração não tem idade pra se apaixonar
O amor, o peito invade quando quer chegar
Não tem dia, não tem hora,
Não diz quando chega, nem quando vai embora

Um forte abraço a todos!

domingo, 10 de junho de 2012

CD Trio Nordestino - Xodó do Brasil

Pra quem gosta do gênero, tá aqui uma boa pedida para esta e todas as festas juninas: CD Trio Nordestino - Xodó do Brasil. Uma coletânea de 1997, com regravações, que reune não apenas os grandes sucessos do Trio, mas também interpretações dessa banda amada em todo país para clássicos de Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença e Luiz Gonzaga.

E isso pode ser ouvido (e por que não dançado?) em canções como Procurando tu, Eu só quero um xodó, Asa branca, Paraíba, Assum preto, Súplica cearense, Mambo da cantareira, Isso aqui tá bom demais, Forró em Limoeiro, Canto da ema, Um a um, Sempre assim, Último pau-de-arara, Cintura fina, Ovo de codorna, Morena tropicana, Mulher rendeira, Madalena, Meu pitiguari e Na emenda.

Agora, depois de analisar os títulos dessas canções, me pergunto se ainda há dúvidas que esse é um dos CD´s apropriados para queimarem (no tempo do vinil era furar o disco, rsrs) durante todas essas festas juninas e até em outras épocas do ano. E se ainda houver, escute esse trabalho e curta uma boa festa junina em qualquer parte desse planeta e se quiser entrar no foco: Caruaru e Campina Grande são duas boas pedidas, além de outras, claro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de junho de 2012

O Xote das meninas


O Xote das meninas é um clássico da música brasileira, pois além de ser imortalizada na voz de seu criador, Luiz Gonzaga, também já foi regravada por grandes nomes, alguns presentes nos marcadores. E acredito que deve passar em todas as listas de canções feitas por algum grande intérprete que deseja gravar Gonzaga.

Sua letra traz a menina caipira apaixonada, que compromete todo seu tempo em pensar no amor, ignorando estudo, trabalho e tudo mais. Na verdade, é uma mudança radical na moça que transforma seu visual, lançando mão da maquiagem e outros adereços que levam seu pai até a pensar em doença, mas que nem o médico resolve, pois é mal de amor. Mais uma genialidade "gonzagueana"

O Xote das meninas
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Mandacaru quando fulora na seca
É o siná que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjôa da boneca
É siná de que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado, não quer mais vestir timão

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado, lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade, que prá tal menina
Não tem um só remédio em toda medicina

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vou voar pra Limoeiro e brincar o melhor São João...

Muita gente me pergunta se não há nenhum cantor na minha terra natal, alguma banda ou algo assim. Gosto de lembrar que houve um cantor muito conhecido e cultuado na cidade e na região e que tive o prazer de cumprimentá-lo, quando eu era criança. Ele era conhecido por Toinho de Limoeiro e depois passou a se chamar Toninho Rodrigues, mas o primeiro nome sempre foi mais forte, artisticamente falando de Antônio Rodrigues de Araújo.

Toinho fez muito sucesso com canções românticas e também com forrós como Anjo querubim, Súplica cearense, Amor sincero, O rei nas estrelas, Brigas, Se é destino, Vivendo só, etc. Toinho fez muitas festas em Limoeiro e arredores, até partir para a eternidade em 2008. Curiosamente, seu enterro foi no dia do aniversário da cidade, talvez para marcar ainda mais a saudade desse filho ilustre.

Mas, Toinho será sempre lembrado pelos limoeirenses como eu e também por deixar a música como principal herança para sua filha Kátia Rodrigues, que foi a única a seguir carreira artística, dos filhos que teve. Lembro dela ainda quando estudava no Ginásio no começo da década de 90 e ela era sempre muito simpática com todos. Não a vi cantando Mpb ainda, mas sei que arrasa no forró, pois ano passado, após o show de Zezé di Camargo e Luciano, ela deu show e nosso amigo Orlando, de Passira, sempre me cobra uma homenagem a ela e porque não, a seu pai. Então, posso ficar tranquilo, pois minha terra está bem representada por essas pessoas tão talentosas. Toinho fez uma canção em homenagem ao São João de minha cidade e a letra, deixo pra vocês:

São João de Limoeiro
(Toinho de Limoeiro)

Com dinheiro ou sem dinheiro sobre as asas da paixão
vou voar pra Limoeiro e brincar o melhor São João

Vou até à Pirauíra, dar um beijo em meu xodó
Vou dançar a noite inteira, das canelas da nó
Vou deixar moça bonita banhadinha de suor
No chamego buliçoso da leveza do forró

Vou comer milho e pamonha, soltar foguete e balão
Vou acender minha fogueira no Alto de São Sebastião
Lá na Rua da Alegria tem quadrilha e baião
Limoeiro, Limoeiro, como é bom o teu São João

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Não se admire se um dia, um beija-flor invadir...

O mês de junho é cativo dos artistas locais, os nordestinos que talvez nem sejam conhecidos em todo o país, mas que garantem as festas juninas com muita dança e tradição. É o caso de Israel Filho, natural de Caruaru/PE, que desde os anos 70, sob influência de Luiz Gonzaga, Roberto Carlos e Reginaldo Rossi, iniciou sua carreira, tocando na noite.

Ainda nos anos 70, migrou de vez para o regional, onde é destaque até hoje, com canções como Saudades da asa branca, Sopa de aruá, O sol da manhã, Flor nordestina, Disparada, Ai que saudade d´ocê, Cidadão, Conselho ao filho adulto, Entre o amor e o desejo, Feira de Caruaru, entre outras.

Israel é seguidor fiel de Luiz Gonzaga e foi um dos primeiros a prestar homenagens ao rei do baião após sua partida para a eternidade, com shows e gravações. Nesses dias ele deve estar passeando por várias cidades do interior do Nordeste, com seu forró e reencontrando seu público fiel.

Um forte abraço a todos!

domingo, 3 de junho de 2012

Os Intérpretes do Brasil - 18

Gosto de divulgar o trabalho do sanfoneiro Flávio José, pois o considero um dos melhores da atualidade. Ele tem uma bela voz, toca muito bem e interpreta de forma toda particular. Por isso, resolvi o abordar nessa série, destacando as melhores faixas interpretadas de seu repertório, algo que não é fácil, mesmo usando um gosto particular.

Começo pela canção O meu país, que não foi composta por ele, mas o credito uma interpretação definita por responder bem, com sua potente voz a essa crítica social moderna. Uma das filosofias mais lindas da música brasileira também foi lapidada por sua voz. É a canção A natureza das coisas, que ganha um xa,la,la,lá todo próprio do Flávio.

E por fim, destacaria a romântica e dançante Caia por cima de mim, que não pode faltar em qualquer apresentação sua e também cantada por vários colegas. Mas, como disse, Flávio tem tantas outras coisas lindas como Caboclo sonhador, Seu olhar não mente, Filho do dono, Tareco e mariola, Me diz amor, De mala e cuia, enfim, vou parar por aqui pois, caso contrário, não poderia encerrar essa postagem.

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de junho de 2012

Qui nem jiló

Mês de junho começando e sempre dedicamos postagens para artistas locais que divulgam a música raiz nordestina para o país e que encantam com seus lançamentos e shows pelo interior, se espalhando e brilhando como fogueiras, sobretudo nas datas dos três principais santos. E este ano é ainda mais especial, pois estamos no clima do centenário de Luiz Gonzaga, nosso rei do baião. Esse mês visitaremos, a cada sábado, algum clássico de tantos de seu belíssimo repertório.

Qui nem jiló está entre as cinco que mais amo de um repertório difícil de escolher como é o de Gonzaga. Já foi gravada por tantos outros intérpretes como Gilberto Gil, Dominguinhos, Elba Ramalho, Gal Costa, etc. Uma letra que une amor e saudade (destacando o lado bom e ruim desse sentimento) de uma forma diferenciada, pois não aponta pra esse sentimento nostálgico com tristeza, mas o soluciona com o canto, com a música, com o laiá, laiá de um povo feliz, mesmo em um momento que sugere tristeza. Pontos para a genialidade "gonzagueana" e para a música brasileira que tem um clássico como este!

Qui nem jiló
(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu

Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim,
Que vivo doido a sofrer

Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar

Um forte abraço a todos!