
Amigos, hoje estou completando 28 anos e quero dividir com vocês essa alegria, com um post especial, onde concedo uma entrevista ao grande jornalista e grande amigo Vinícius Faustini. E, com esse post, quero homenagear a todos os cantores locais, anônimos, que animam os eventos, festas, shopping ou bares noturnos, muitas vezes passando despercebidos e nem recebendo o que é mais gratificante: a segunda voz da platéia em côro e o aplauso. O Brasil é rico em cantores da noite! Muitos dos artistas que conhecemos hoje, tiveram a noite como a melhor escola.
Conversamos sobre Música, Roberto Carlos e sobre o Blog Música do Brasil! Acima, uma foto de uma das minhas singelas apresentações em um evento na escola, onde ensino. É tudo muito simples, mas vale o registro de um momento lindo com o qual sempre sonhei! A todos, muito obrigado por compartilhar comigo essas emoções nesse espaço onde tanto aprendo!
A Entrevista
Vinícius Faustini - Qual a primeira lembrança musical que você se recorda de ter?
Everaldo Farias - Bom, a primeira lembrança que tenho é de ver meu pai ouvindo o disco do Roberto Carlos que tem a canção "Caminhoneiro” (lançada no LP de 1984). Eu tinha 4 anos e decorei toda a letra. Ficava cantando e imaginando meu pai dirigindo o caminhão, pois ele era caminhoneiro na época. A música é a melhor herança que meu pai me ensina a abraçar!
Vinícius Faustini - Após esta primeira "audição" você passou a gostar bastante da obra de Roberto Carlos. E a ligação com a música dele também se estendeu às suas preferências musicais? De gostar mais do cancioneiro romântico, por exemplo.
Everaldo Farias- Sim, eu ainda era criança, mas a cada ano eu gostava de alguma canção do Roberto. Eu me apaixonava pelas meninas da escola e para cada uma, eu pensava numa canção do Roberto. Aos 11 anos, eu me defini como fã. Na época eu só gostava dele, depois fui gostando dos outros artistas, observando sobretudo os convidados dos especiais de final de ano da Globo.
Vinícius Faustini - E quando você, mesmo sob o "disfarce" de professor, decidiu expor suas opiniões musicais num blogue? E por que especificamente sobre Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Olha, a idéia do blogue surgiu logo após o (site dedicado a Roberto Carlos) Portal Clube do Rei. Eu sempre escrevi la. Adiei um pouco a idéia do blogue por receio do que faria, se gostariam... Mas, optei por falar da música brasileira porque é uma paixão que tenho e não queria deixar específico ao Roberto, que ja temos outros blogues referências para ele. Mas, foi algo que nem eu mesmo sabia como fazer e que dimensões tomaria.
Vinícius Faustini - E que dimensões você acha que tomou?
Everaldo Farias - Não sei bem definir, Vinícius. Eu gosto de pensar algo sobre música e escrever. Sobre os artistas que tanto aprecio. Alguns artistas nem aprecio tanto, mas reconheço a importância de todos e isso me faz pesquisar e deixar uma pequena contribuição para eles. Escrevo também sobre os discos que escuto e que gosto e que desejo recomendar para alguns que, de repente, nem conhecem tal obra. Minha pretensão é compartilhar opiniões e colher outras, não apenas expor a minha.
Vinícius Faustini - Na apresentação de seu blogue, há uma foto sua ao lado de uma estátua em homenagem a Luiz Gonzaga. Você acredita que ele seja um referencial para a Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Sem dúvida alguma. Eu gosto muito do Luiz Gonzaga. Ele não teve formação musical acadêmica, mas é muito inteligente. Seu repertório prova isso. Aprendeu com a vida, cantou sua terra. Emociona todo ano, durante as festas juninas, quando todos os artistas o reverenciarem, cantando seu repertório. Ele, como o Roberto, conquistou o prazer de ser inesquecível e isso não é legal? Uma vez um amigo me perguntou porque ao invés da estátua do Luiz Gonzaga, não estava lá a do Chico Buarque, eu respondi: porque não encontrei a estátua do Chico. Mas, é claro que é brincadeira, porque gosto muito do Gonzagão.
Vinícius Faustini - É, daí vai a questão do gosto pessoal. Aliás, seu blogue abre espaço a vários estilos da música brasileira - da "sigla" MPB de Chico Buarque ao "neo-sertanejo" da dupla Chitãozinho & Xororó, do forró de Dominguinhos ao pop do Jota Quest. Mas dentre esses muitos artistas abordados lá, você tem algum que goste de ouvir com mais freqüência?
Everaldo Farias - Meu gosto é eclético, como o que escrevo. Curto todos, nem que seja um pouco de cada um, sobretudo a música romântica que todo artista apresenta. Eu curto todo o repertório do Roberto. E sou fascinado pelo instrumental do Eduardo Lages, porque atualmente eu aprendo teclado, para me acompanhar nos meus pequenos shows. Então, tem dias que acordo com vontade de ouvir Emílio Santiago, outro dia Cauby, ou Nando Cordel, ou Adilson Ramos. Tem dias que quero ouvir Zeca Pagodinho. Ou Chico Buarque ou Tom Jobim. As cantoras, então! Vou de Marisa Monte, ou quero ouvir Gal ou Bethânia, Ângela Maria, enfim, nossa música brasileira é abençoada!
Vinícius Faustini - Bom, além de já apreciar, ouvir música, de uns tempos pra cá você aprendeu a tocar canções, e até mesmo em público. De onde veio esse interesse, e como tem sido a repercussão das pessoas que te ouvem?
Everaldo Farias - Eu desde os 11 anos, quando me tornei fã do Roberto, eu canto, no banheiro. Rsrs. Eu tinha vontade de cantar, pensava em ser como o Roberto. Usava as cores das roupas dele. Cheguei a usar um medalhão do coração de Jesus. Mas, tinha muita timidez porque o pessoal ria muito dessa extrema identificação. Amor de fã só é compreendido pelo fã. Mas, um fato curioso é que todo mundo sabia que eu cantava, mesmo sem me ver cantar, acho que imaginavam eu imitando o Roberto. E realmente, muitos dizem que lembro um pouco, talvez o timbre de voz. Mas, não busco imitá-lo, é apenas identificação mesmo. O pessoal gosta e gosto muito do aplauso que recebo. Meus shows são apresentações simples, gratuitos, faço porque gosto mesmo. Canto nas festas da escola, uso o teclado como playback e as vezes também o toco e canto. Tenho um projeto futuro de cantar nos asilos.
Vinícius Faustini - E qual o seu repertório?
Everaldo Farias - Bom, se pudesse só cantava Roberto Carlos. Eu gosto do repertório dele e todo mundo conhece e gosta. Quando canto músicas dele, eu o vejo na mente, como ele estaria cantando aquela canção. É uma sensação de fã, de estar perpetuando algo que amo. Mas, canto também outros artistas como Djavan, Caetano, Chico, Tom, Milton, Fábio, Roupa Nova, Fagner, Luiz Gonzaga, etc.
Vinícius Faustini - Qual o tipo de mensagem você tenta passar para os que estão ouvindo você interpretando essas canções?
Everaldo Farias - Rapaz, a boa música é paz, é Deus. Eduardo Lages me falou uma vez que quem vive de música nunca padecerá de solidão. E o maestro tá certo. Sou fã dele. Ivan Lins e tantos outros artistas a consideram nossa música a melhor do mundo. Eu também penso assim. E divulgar essa boa música para outras pessoas é fazer o bem, seja cantando, seja conversando com os amigos através do blogue. Essas coisas nos dão um prazer imensurável, são muitas emoções! Deus abençôe a música brasileira e a todos que a compõem com muita dedicação!
Vinícius Faustini - Pra você, em poucas palavras, o que significa MÚSICA?
Everaldo Farias - Música significa Deus em forma de som. Deus tem muitas formas de abençoar o ser humano. A forma sonora vem através da boa música, suas notas, melodias, harmonias e sons. Deus consegue ser o Maestro e a própria Música.
Vinícius Faustini - Qual a primeira música que vem à sua mente agora?
Everaldo Farias - (risos) Bom, isso é difícil, mas numa data como hoje, qualquer fã do Roberto Carlos como eu só lembra de uma: Emoções.
Vinícius Faustini - Bem... Então muitas emoções para você, no dia de hoje e nos próximos dias que virão a partir deste ano que você completa hoje.
Muito obrigado a você Vinícius, por esse presente que me concedeu. A todos os amigos do blogue, Deus os abençôe e os conceda paz e muita música!
Emoções
(Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando prá você
E as mesmas emoções sentindo
São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui
Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo
Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi
São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui
Eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente prá você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi...
Um forte abraço a todos!