sábado, 28 de novembro de 2009

Quando o amor acontece

Eis uma das canções mais lindas do João Bosco, esse grande músico, grande compositor e cantor da nossa música, em parceria com Abel Silva. Um bolero romântico que reflete o que acontece com todo ser humano quando chega o amor. Ilusão, solidão, sofrimento, tudo vai embora quando nos sentimos rodeados por esse sentimento sublime.

Imagino quantos casais já sorriram ou choraram com essa canção. E mesmo quando parece que o amor nos faz sofrer é que ele pode nos fazer feliz, virando uma mescla de sentimentos totalmente representados nessa belíssima letra:

Quando o amor acontece
(João Bosco e Abel Silva)

Coração
Sem perdão,
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria

O amor me pegou,
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer,
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul

Tantas vezes chorei,
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos

Ninguém tira do amor,
Ninguém tira, pois é
Nem doutor, nem pajé,
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Ilusão

O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía,
Pulsava só a solidão

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim

Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os Músicos do Brasil - 4

Eis aqui um dos principais músicos da atualidade. Milton Carlos Muniz Guedes é gaitista, saxofonista, flautista, natural do Rio de Janeiro/RJ e um dos mais requisitados músicos na atualidade, seja em shows, seja em gravações de grandes nomes da nossa música. Com um ano de idade foi morar em Brasília e lá, aos 18 anos, cantava e tocava em bares locais.

Foi Oswaldo Montenegro que o viu tocando e o convidou para participar como músico de suas peças no Rio de Janeiro, em 1986. Já em 1988, conhece Lulu Santos e passa a integrar sua banda durante dez anos, onde paralelamente grava álbuns solos e também participa de gravações e shows de outros artistas, com mais ênfase a partir de 1997, quando deixa a banda do Lulu.

Estão entre os músicos com os quais já trabalhou: Roberto Carlos, Fagner, Roupa Nova, Joanna, Eduardo Lages, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Maria Bethânia, Sandra de Sá, Chitãozinho e Xororó, Fábio Jr., Elba Ramalho, Zé Ramalho, Sandy e Jr. entre outros, o que só comprova o talento e a competência desse extraordinário músico que enaltece o profissional brasileiro em todas as partes do mundo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os compositores do Brasil - 21

Esse não é apenas mais um grande compositor nacional, mas também um excelente produtor musical, César Augusto Saud Abdala. Atuante na produção e na composição de vários discos e sucessos sertanejos, César Augusto é natural de Jaborandi/SP e tornou-se um dos profissionais mais respeitados no ramo. Seu primeiro sucesso nacional foi Pouco a pouco, em parceria com Martinha, gravada por Gilliard em 1981.

Daí em diante, muitos sucessos como Entre tapas e beijos, Festa de rodeio, Pareço um menino, Eu vou sempre amar você, Coração na contramão, Desculpe mas eu vou chorar, Felicidade que saudade de você, Hoje eu quero te amar, Pra não pensar em você, Preciso ser amado, Um sonhador, Pare, Sinônimos, Antes de voltar pra casa, entre tantas.

Uma coisa difícil nos compositores do Brasil é encontrar relatos sobre eles. Até uma fotografia é algo raro em se tratando de alguns nomes tão importantes como é o caso do César Augusto que já foi gravado por pessoas como Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Daniel, Chitãozinho e Xororó, Fábio Jr., Roberto Carlos, Bruno e Marrone, entre tantos que levaram seus hits às rádios e a muitos lares e agora, conhecemos um pouco sobre sua figura tão importante.

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de novembro de 2009

Perfil Gilberto Gil

Em 2005 a coletânea Perfil nos presenteou com mais um grande nome da série: Gilberto Gil. Com um diferencial de apresentar 18 canções (geralmente vêm com 14), podemos comprovar uma compilação com alguns dos maiores sucessos desse músico mais que bem sucedido em nosso país!

É o que presenciamos em canções como Vamos fugir, Esperando na janela, Não chore mais, Flora, Super-homem, Índigo blue, Palco, Realce, Punk da periferia, Pessoa nefasta, Andar com fé, Refazenda, Drão, Se eu quiser falar com Deus, A Rita, A novidade, Domingo no Parque e Aquele abraço, muitos desses verdadeiros clássicos da música brasileira e indispensáveis na hora de falar sobre sua contribuição musical.

É claro que toda coletânea sempre deixa esta ou aquela canção de fora. Gosto de algumas canções do Gil como Abri a porta e Estrela, ausentes desse projeto. Mas, em artistas desse porte, com um vasto repertório e com canções tão presentes na vida dos brasileiros, é natural que cada um tenha uma coletânea de suas preferidas a apresentar. E vale destacar que o repertório desse cd é muito bom, além de apresentar encarte com letras das canções e no mais, como diria o próprio Gil, Aquele abraço!

Um forte abraço a todos!

sábado, 21 de novembro de 2009

Chega de mágoa

Nesses dias de intenso calor, me peguei pensando na questão da água doce em nosso planeta. Algo tão essencial e que pode se tornar raro e até acabar se não consumida de forma racional e para isso precisamos construir uma educação ambiental séria entre a sociedade para firmarmos essa ideia. Lembrei-me do projeto Chega de mágoa, que ocorreu em 1985 e, embora abordasse a seca, tivemos a água como tema central.

Em uma criação coletiva e com vozes de grandes nomes de nossa música como Milton Nascimento, Tom Jobim, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Roberto Carlos, Tim Maia, Fagner, Erasmo Carlos, Elizeth Cardoso, Djavan, Rita Lee, Gal Costa, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Chico Buarque, Fafá de Belém, Gilberto Gil e outros mais de cem músicos envolvidos em uma campanha benficente onde a música brasileira entrou de frente contra os problemas sociais do Nordeste Brasileiro, através de uma canção que nos chama a pensar melhor em como cultivar a água nesse nosso mundo:

Chega de mágoa
(Criação coletiva)

Nós não vamos nos dispersar
Juntos, é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão

Água, dona da vida
Ouve essa prece tão comovida
Chega, brinca na fonte
Desce do monte, vem como amiga

Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã

Terra, olha essa terra
Raça valente, gente sofrida
Chama, tem que ter feira
Tem que ter festa, vamos pra vida

Te quero terra pra plantar, ah
Te quero verde
Te quero casa pra morar, ah
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã

Chega de mágoa
Chega de tanto penar

Canto e o nosso canto
Joga no tempo uma semente
Gente, olha essa gente
Olha essa gente, olha essa gente

Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada

Te quero terra pra plantar
Te quero verde, hum
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã

Canto (eu canto) e o nosso canto (canto)
Joga no tempo (joga no tempo) uma semente
Gente (quero te ver crescer bonita)
Olha essa gente (quero te ver crescer feliz)
Olha essa gente (olha essa terra, olha essa gente)
Olha essa gente (Gente pra ser feliz, feliz)

Te quero água de beber (me dê um copo)
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada (mulher amada)

Te quero terra pra plantar (plantar)
Te quero verde (te quero verde)
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã

Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Ah!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O meu nome gritou com uma carta na mão...

Natural de São Paulo/SP, Isaura Garcia, mais conhecida como Isaurinha Garcia é um dos maiores nomes da música brasileira, sobretudo da era do rádio. Na infância, ajudava na loja da família a engarrafar vinho, quando seu talento aparece, pois realizava esse trabalho cantando. Aos 13 anos, participara de programas de calouros nas rádios, iniciando ali sua carreira.

Inspirada em Carmem Miranda e Aracy de Almeida, gravou seu primeiro disco em 1941. Com mais de 50 discos, habitou-se a explorar um repertório bastante romântico, interpretando canções inesquecíveis como Mensagem, Corcovado, Não se esqueça de mim, Só louco, Por causa de você, Preciso aprender a ser só, Matriz ou filial, Bom dia Tristeza, Apelo, Chove lá fora, Fim de Caso, Trocando em miúdos, Folhetim, Meditação, Castigo, Vingança, Nunca, Eu sei que vou te amar, entre outros.

Isaurinha foi ao andar de cima em 1993 e continua sempre lembrada como uma das maiores intérpretes não apenas do rádio, mas da história geral da nossa música brasileira. Muitas de nossas cantoras atuais a citam como grande influência e é bom saber que existe nomes como esse que representa bem a música romântica desse país!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não é pouco o que eu gosto de você...

Natural de Natal/RN, Gilliard Cordeiro Marinho é um cantor/compositor que traz na bagagem muito sucesso, principalmente no final dos anos 70 e por toda década de 80. Canções que pintavam, ora nos rádios, ora nos programas mais populares da televisão da época o tornaram um dos artistas mais requisitados para shows, cumprindo uma agenda de apresentações país afora até hoje, embora esbarre em uma mídia injusta na atualidade com artistas como ele.

Começou a cantar aos oito anos de idade e já adolescente trabalhava em rádios. No final dos anos 70 vai para o Rio de Janeiro, onde grava no final de 79 seu grande sucesso nacional: Aquela nuvem. Nem todos o reconhecem hoje, mas para muitos, é algo inesquecível canções como Coisas de nós dois, Como posso te chamar de amiga se chamei de amor, Coração materno, Doce paixão, Festa dos insetos, Pouco a pouco, Você só pensa em você, Eu amo amar você, Não diga nada, Pensamento, Quem me dera, Flor mamãe, entre outros.

Existe muita discriminação, muito preconceito, mas muitos artistas persistentes em levar seu trabalho a um público que reflete uma recepção amorosa em virtude de um trabalho que traz alegria às pessoas. Gilliard é um desses artistas que, com muita luta, não esquece aquelas pessoas que cantaram e cantam seus sucessos onde ele se apresentar!

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Djavan ao vivo

Um dos melhores dvds da carreira do Djavan, fruto do show e do disco ao vivo, gravado no Rio de Janeiro em 1999, este trabalho apresenta clássicos de sua carreira até então, além de depoimentos do artista retratado em Barcelona. Além disso podemos desfrutar de canções que não estão no cd duplo como Maçã, Doidice, Dupla traição, Irmã de Neon, Pára-raio e Capim.

E são nos grandes clássicos do Djavan que existe a maior interação entre público e astro, seja em canções com novos arranjos como Meu bem querer e Oceano que não perdem o poder de tocar os fãs e se unem a eternos clássicos de seu repertório como  Samurai, Nem um dia, Cigano, Açaí, Fato consumado, Faltando um pedaço, Flor de Lis, Eu te devoro, Se, Sina, Pétala e Lilás, transformando esse num de seus maiores projetos em 25 anos de carreira até então.

Com a produção do próprio Djavan que também toca violão ao lado de seu filho Max Viana e de toda sua banda, temos ainda outras canções menos radiofônicas, mas não menos importantes em um show como esse: Azul, Álibi, Um amor puro, Amar é tudo, Acelerou, A carta, Boa noite e Seduzir completam o excelente repertório. De bônus, além da entrevista com o cantor, também três clipes de Eu te devoro, Acelerou e Esquinas.

O dvd é um retrato de um dos maiores artistas da nossa música, um cara que tem um público fiel e um respeito enorme vindo dos colegas. Esse projeto só vem a enaltecer que mesmo aqueles que não curtem seu trabalho, suas grandes interpretações românticas, reconhecem em Djavan um nome que expõe um trabalho valiosíssimo para a boa música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de novembro de 2009

Não posso ficar nem mais um minuto sem você...

Adoniran Barbosa é o nome artístico de João Rubinato, um dos maiores músicos, ator, cantor e compositor que nossa música teve. Natural de Valinhos/SP, Adoniran Barbosa era um dos personagens que Rubinato apresentava nas rádios e acabou se firmando, pela sua popularidade. Considerado o Noel Rosa paulista, Adoniran foi figura imprescindível para o samba, entrando para a história como um dos maiores nomes da cultura e produção artística paulista.

Suas primeiras composições foram Minha vide se consome e Socorro. Foi nos programas de rádio, se apresentando também fazendo radioteatro, que Adoniran iniciou sua carreira artística. Mais tarde, participa da formação inicial do grupo Demônios da garoa e seu primeiro disco vem em 1951 com os sucessos Os mimosos colibri e Saudosa maloca. Seu primeiro disco solo viria em 1974, registrando antigas e novas canções.

Outros sucessos de sua autoria são Bom dia tristeza, Iracema, Samba do Arnesto, Tiro ao Álvaro, Trem das onze, As mariposas, Aguenta a mão João, Despejo na favela, Malvina, Vila esperança, Torresmo à milanesa, Um samba do bixiga, entre tantas relembradas por outros intérpretes como Elis Regina, Djavan, Gal Costa, Mpb 4 e outros nomes que reconhecem nele mais uma figura fundamental para a história da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

As cidades cantadas - 9

Ontem foi aniversário da cidade de Cachoeiro de Itapemirim e hoje prestamos nossa homenagem a essa cidade do interior do Espírito Santo, com nossa série As cidades cantadas. Cachoeiro é como toda cidade provinciana, com a pracinha, a igrejinha, Estação ferroviária, relevo marcado por serras e cortada pelo rio Itapemirim e é conhecida nacionalmente como a terra do rei Roberto Carlos. Mas, Cachoeiro também abriga a origem do escritor Rubem Braga, a bailarina Luz Del Fuego e os cantores Sérgio e Raul Sampaio.

E é do Raul Sampaio, na voz do rei Roberto Carlos, a canção que retrata toda geografia da cidade, além da saudade que os filhos ilustres expressam enquanto estão distantes. Meu pequeno Cachoeiro teve sua gravação original em 1970, obtendo regravação em 2005, numa versão mais raiz:

Meu pequeno Cachoeiro
(Raul Sampaio)

Eu passo a vida recordando
de tudo quanto aí deixei
Cachoeiro, Cachoeiro
vim ao Rio de Janeiro
p'ra voltar e não voltei!

Mas te confesso na saudade
as dores que arranjei pra mim
pois todo o pranto destas mágoas
ainda irei juntar nas águas
do teu Itapemirim

Meu pequeno Cachoeiro
vivo só pensando em ti
ai que saudade dessas terras
entre as serras
doce terra onde eu nascí!

Recordo a casa onde eu morava
o muro alto, o laranjal
meu flamboyant na primavera
que bonito que ele era
dando sombra no quintal

A minha escola, a minha rua
os meus primeiros madrigais
ai como o pensamento voa
ao lembrar a Terra boa
coisas que não voltam mais!

Meu pequeno Cachoeiro
vivo só pensando em ti
ai que saudade dessas terras
entre as serras
doce terra onde eu nascí

Um forte abraço a todos!