domingo, 26 de junho de 2011

Olhando as estrelas - 16

Em 2010, premiação em homenagem a Dominguinhos.
E a série vem em ritmo junino, em ritmo de forró e de uma grande amizade existente entre esses dois astros que aparecem por aqui juntos, um com sua sanfona e outro com sua guitarra, emitindo o brilho de suas carreiras solos e hoje, juntos: Dominguinhos e Gilberto Gil, dois artistas que divulgam a música nordestina e que beberam da mesma fonte: Luiz Gonzaga.

Gil já gravou e fez muito sucesso com Eu só quero um xodó, de Dominguinhos e Anastácia, tendo inclusive algumas versões com a participação do sanfoneiro, que se tornou referência em outras gravações em cds do baiano. Outra que adentrou seu repertório foi Tenho sede. No cd de Dominguinhos de 1997, em homenagem a Gonzaga, gravaram juntos Forró de Mané Vito. E ambos brilharam em composições realizadas a quatro punhos e o povo brasileiro foi premiado com pérolas como Lamento sertanejo e Abri a porta, que já foram gravadas pelos autores e por outros intérpretes como Elba Ramalho, Zé Ramalho, entre outros.

Gilberto Gil, Dominguinhos e a fonte, Luiz Gonzaga em 1980.
Dominguinhos e Gil cantaram juntos também no cd Quem me levará sou eu de 1980 do sanfoneiro, do qual também participou a fonte de ambos, Luiz Gonzaga. Poucos sabem que Gil começou tocando sanfona e Gonzaga foi um de seus maiores ídolos, não só de início de carreira, mas sempre. E nós somos premiados com esses e outros encontros que deixam nossa música cada vez com um brilho mais intenso!

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de junho de 2011

Você endoideceu meu coração

Nando Cordel tem nessa época junina sua obra reverenciada, sobretudo os xotes e forrós que compôs e lançou, também nas vozes de outros grandes nomes da nossa música regional e nacional. Essa é uma das mais lindas canções de seu repertório: Você endoideceu meu coração foi imortalizada pelo Fagner e também pelo próprio Nando, além de posteriormente receber uma leitura da Alcione.

Com uma letra romântica ao extremo, que desperta o amor sem limite entre dois apaixonados e com uma linguagem nordestina, essa canção tocou bastante em muitos forrós e fez muitos apaixonados dançarem e namorarem ao seu som. Então, pra vocês, eis a letra:

Você endoideceu meu coração
(Nando Cordel)

Você endoideceu meu coração, endoideceu
E agora o que é que eu faço sem o teu amor?
Agora o que é que eu faço sem o beijo teu?

Eu nem pensei, já tava te amando
Meu corpo derretia de paixão
Queria tá contigo a todo instante
Te abraçando, te beijando
Te afagando de emoção

Ficar na tua vida eu quero muito
Grudar pra nunca mais eu te perder
Você é como água de cacimba
Limpa, doce e saborosa
Todo mundo quer beber
 
Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

São João no Nordeste Brasileiro

Todo ano é a mesma coisa, chega o mês de junho e aqui estou enaltecendo as comidas típicas, as bandeiras, a fogueiras, os fogos (cuidado com eles), as tradições, o forró (que aqui é o pai da alegria) e os artistas que contribuem para que essa festa esteja completa, sobretudo os que divulgam a cultura local e regional, regidos aos instrumentos tradicionais: zabumba, triângulo e sanfona. Onde tem sanfoneiro, tem festa garantida.

Vejo através dos noticiários que em muitas partes do Brasil se comemoram as festas juninas buscando reproduzir essas tradições que têm raízes aqui no Nordeste. Caruaru, Campina Grande, Arcoverde, Carpina, Gravatá, Camaçari, Petrolina, Serra Talhada, Limoeiro e tantas outras serão o destino de muitos. Talvez quem nunca frequentou o Nordeste nesse período não entenda ou ache exagero essa exaltação que rendo a esse momento, mas é que esse povo tão sofrido e muitas vezes tão discriminado merece uma festa dessa grandeza e só posso agradecer a Deus o presente de viver nesse lugar e conviver com essas pessoas que encontram em coisas simples motivos para serem felizes com essa tradição tão bonita.

E porque não falar da música que tem em Luiz Gonzaga sua fonte número um? Ele soube como ninguém cantar nossas tradições em cada clássico que lançou para a música brasileira. No xote das meninas o candeeiro se apagou e o sanfoneiro cochilou, mas a sanfona não parou e o forró continuou. Saudade, meu remédio é cantar as saudades que tenho das noites de São João. A fogueira tá queimando em homenagem a São João, olha pro céu meu amor e vê como ele tá lindo. E todos os demais são unânimes em afirmar que continuam esse trabalho tão lindo que representa o autêntico forró, o xote, o baião, o maracatu, o coco, e outros que representam as sempre Noites Brasileiras.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Os compositores do Brasil - 39

Um poeta nordestino chega hoje à série que homenageia os compositores, sobretudo os mais desconhecidos, como é o caso do médico genuínamente nordestino. Natural de Jardim do Seridó/RN e descendente de italianos, ele é Janduhy Finizola da Cunha , que assina suas composições como Janduhy Finizola.

Com 80 anos completos esse ano, Janduhy já foi gravado por nomes nacionais como Luiz Gonzaga e Dominguinhos e por artistas regionais como Santanna, Jorge de Altinho, Silvério Pessoa, Jacinto Silva, Quinteto violado, entre tantos outros.

E entre os sucessos associados à sua criação estão Ana Maria, Nova Jerusalém, Os bacamarteiros, Cidadão de Caruaru, Frei Damião, Canto livre, Vivência, Reflexões, Pobre matuto, além de todas as canções da tradicional missa do vaqueiro que acontece todos os anos em Serrita/PE.

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de junho de 2011

CD Santanna, o cantador - Xote pé de serra

Sob a produção de Robertinho do Recife, em 2001 Santanna fez um de seus melhores cds e também um dos melhores trabalhos de xote dos últimos anos. Apesar de ter lançado outros trabalhos depois desse, considero esse além de seu melhor projeto, o cd que o revelou como grande nome do gênero, não apenas no Nordeste, mas no Brasil.

Todas as músicas foram sucesso, tocaram em vários forrós e nas casas de quem aprecia o gênero e, trouxe de volta o forró pé de serra, devolvendo sua importância, ofuscada na época pelo forró eletrônico. Destaque para Camego proibido, Ana Maria, Tamborete de forró, Doidim por você, Mensageiro beija-flor, Bote tempo e A natureza das coisas.

Outras canções que completam o cd são Tampa de pedra, Vontade, Pra nunca mais tu me deixar, Cheiro de nós, A cura e Nunca chore por mim. A partir desse trabalho, tivemos mais um grande nome da cultura raiz nordestina e mais um grande intéprete para os sucessos de Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Accioly Neto, Janduhy Finizola, Jorge de Altinho, entre tantos e todos sob a escola Gonzaga!

Um forte abraço a todos!

sábado, 18 de junho de 2011

Anjo querubim

Muitos forrozeiros da nova e antiga geração interpretaram essa pérola do Petrúcio Amorim. Não posso afirmar que é seu maior sucesso, mas com certeza está entre os dez maiores, nas primeiras colocações dessa lista. E não só os forrozeiros e bandas, mas muitos casais apaixonados já cantaram e dançaram ao som desse clássico dessa época aqui no Nordeste.

Com uma letra que apresenta um grande apaixonado que lamenta perder seu grande amor, embora tantos esforços e demonstrações de seus sentimentos estejam tão evidentes. E, mesmo lamentando um amor partido, é característica típica do forró mostrar até um sentimento de dor como este de uma forma alegre, dançante, como é o caso dessa canção, confirmando que esse ritmo é o pai da alegria aqui no Nordeste.

Anjo querubim
(Petrúcio Amorim)

Fiz você pra mim, meu brinquedo, meu anjo querubim
Meu segredo guardado só pra mim, meu amor mais louco
Até de tanto amar, fiz também algo pra gente ninar
Uma criança pra gente adorar, tudo num sufoco

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva um barco sofredor

Meu baião, coração,
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar
Meu baião, coração,
Arranca essa dor do meu peito, pra eu não chorar

Comprei surruru, camarão, fiz batida de cajú
Dancei rumba e até maracatu, pra te fazer feliz
Fui até Natal, Salvador, Paraíba, Bacabau
Em Belém você quase passou mal
E eu te fiz feliz

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva um barco sofredor

Meu baião, coração,
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar
Meu baião, coração,
Arranca essa dor do meu peito, pra eu não chorar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os Músicos do Brasil - 23

Esse é um grupo instrumental - vocal que existe desde 1970, dedicados à música nordestina e ao foclore brasileiro, formado por Antônio Alves (Toinho), Marcelo Melo, Luciano Pimentel, Fernando Filizola e Alexandre Johnson, todos pernambucanos, com exceção de Marcelo, que é paraíbano. O grupo usa instrumentos comuns como flauta transversal, viola sertaneja, violão, bateria e baixo acústico, além de instrumentos primitivos, como apito de arremedo, matraca, triângulo, ganzá e flauta de latão.

Seus primeiros shows foram em Universidades, até serem descobertos por Gilberto Gil e exaltados por Caetano Veloso. Constam no repertório desses músicos clássicos nordestinos e nacionais como Disparada, Asa Branca, Leão do norte, Vozes da seca, Tenho sede, Assum preto, Agreste, Procissão, Sebastiana, Xote das meninas, Numa sala de reboco, entre outras.

Com dois fundadores do grupo partindo para a eternidade, Luciano (em 2006) e Toinho (em 2008), além de algumas mudanças e substituições, O Quinteto Violado conta em sua formação atual com Marcelo Melo (voz, violão e viola) Ciano Alves (flautas e violão) Roberto Medeiros (percussão e voz) Dudu Alves (teclados e voz) Sandro Lins (baixo) e seguem divulgando o trabalho preciosíssimo desse grupo premiado no Brasil e no exterior!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 7

Em tempos juninos, época de festas no Nordeste Brasileiro, uma das intérpretes de maior destaque é a Elba Ramalho. Com vários shows marcados em terras nordestinas, Elba desfila seu vasto e rico repertório, com vários clássicos dançantes ou não, mas que se tornaram imortais em sua voz e inesquecíveis para os fãs da música brasileira e que apreciam seu trabalho, ficando dificil para outro intérprete ousar interpretar a canção depois dela.

Quem se aventurou a cantar De volta pro aconchego, do Nando Cordel, depois da leitura que ela fez em 1985? E o mais interessante é que ela mesmo se supera, quando regrava essa canção, a lapidando sempre. Outra coisa maravilhosa foi ouvir Elba interpretando Lamento sertanejo, do Dominguinhos e do Gilberto Gil, em 2005. Elba cantando Você se lembra, do Geraldo Azevedo é divino, emocionante, demais...

Eu citei três grandes interpretações da Elba, usando critérios particulares, que julgo ter identificação com o de muitos amigos do blog, mas poderia falar de sua voz emprestada a outros clássicos como Dia branco ou Chão de giz, ou Bate coração, ou Veja (Margarida), ou outra de tantas Elbas que se tornam a intérprete preferida do Geraldo, do Zé, do Dominguinhos, do Mestre Lua, do Alceu, do Petrúcio, de tantos compositores que sonham com aquela voz em suas criações!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos namorados com música!!!

E hoje é dia dos namorados e o melhor de tudo é perceber que você dispõe de um vasto leque de canções para tocar nesse dia, para ser sua trilha sonora, dependendo de seu gosto. E mesmo aqueles que comemoram essa data sem companhia, a música se torna uma agradável parceira.

No repertório de todos os artistas, há alguma ou muita coisa romântica. Diferentes estilos, do clássico ao popular, do tradicional ao mais moderno, nacional ou internacional, a música romântica se faz presente em todos e para todos. Uns preferem ouvir Nelson Gonçalves cantando Onde anda você, outros Zezé di Camargo e Luciano cantando É o amor. Uns se deleitam com Fábio Jr. cantando Só você, outros com José Augusto cantando Aguenta coração. Fagner cantando Borbulhas de amor ou Djavan cantando Meu bem querer. Ivan Lins cantando Vitoriosa ou Caetano Veloso cantando Você é linda. Tom e Vinícius com Eu sei que vou te amar ou Chico Buarque com Futuros amantes. E Roberto Carlos, esse rei que tem tantos clássicos românticos que ecoam em um Como é grande o meu amor por você!

As divas também não ficam de fora dessa lista: Ivete Sangalo vai de Se eu não te amasse tanto assim, Gal Costa cantando Um dia de domingo, Rita Lee cantando Mania de você, Ana Carolina cantando Encostar na tua, Joana cantando Um sonho a dois, Elba Ramalho cantando De volta pro aconchego, Simone com Lenha, Marisa Monte com Amor I love you, Sandra de Sá com Quem é você, Alcione com Faz uma loucura por mim, Paula Fernandes com Pássaro de fogo, Ângela Maria com Lábios de mel, Adriana Calcanhoto com Vambora, Fafá de Belém com Coração do agreste, Wanderléa com Te amo, Maria Bethânia explodindo coração com suas interpretações, entre tantas.

E falando de mulheres, não posso deixar de citar que hoje é mais um aniversário do meu amor. A minha Juliana sopra velinhas. Então hoje, além de dar dois presentes, tenho que também pensar em qual canção seria interessante pra ela, mas diante de tantas que citei e de tantas que esqueci só posso pensar que todas juntas seria uma boa pedida! Parabéns meu amor!

Um forte abraço a todos!

sábado, 11 de junho de 2011

Caboclo sonhador

Essa canção é mais um clássico nordestino, desse grande poeta que é Maciel Melo. Já interpretada por Fagner, Flávio José e pelo próprio autor, Caboclo sonhador descreve em detalhes como se porta um nordestino, forte para o trabalho, valente para os desafios e durezas da vida, atrelado às suas tradições e sensível para o amor!

É daqueles clássicos nordestinos que ao soar as primeiras notas da introdução que, não pode dispensar a tradicional sanfona, é reconhecida por todos que amam esse ritmo. E ao mesmo tempo, dá pra ser tocada na forma tradicional do forró, com sanfona, triângulo e zabumba. Esse clássico não faltará em vários forrós e shows Nordeste afora.

Caboclo sonhador
(Maciel Melo)

Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
Meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza

Coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido no imensidão desse lugar

Ao lembrar-me das bravuras de neném
Perguntar-me a todo instante por Bahia
Mega e Quinha, como vão, tá tudo bem?
Meu canto é tanto, quanta canta o sabiá

Sou devoto de padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso rei do cangaço
Em meu regaço, fulminado em pensamentos
Em meu rebento, sedento eu quero chegar

Deixem que eu cante cantigo de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar no avenida
Num forró fiado tão da bexiga de bom

Um forte abraço a todos!