sábado, 13 de agosto de 2011

CD Fafá de Belém Pássaro Sonhador

Fafá de Belém é uma artista que tem grandes sucessos durante toda sua carreira e em sua maioria, sucessos românticos. Considero esse cd, produzido pelo Michael Sullivan e direção artística de Miguel Plopschi, lançado em 1996, como o mais romântico e seu melhor trabalho, sem desmerecer os demais, pois Fafá se mostra romântica ao extremo com suas paixões, destacadas também em suas raízes e tradições de sua terra, de seu povo.

O que dizer de um trabalho que reúne Fafá, Zezé, Sullivan, Plopschi, Nando, Zé Augusto, Ed Wilson, Paulo Sérgio Valle? Basta dizer que desse trabalho, tivemos no topo das paradas as canções Vermelho (que o cd oferece duas versões, uma em dueto com o autor David Assayag), Abandonada (de Michael Sullivan e Paulo Sérgio Valle), À queima roupa (de Zezé di Camargo) e É tão bom te amar (de Nando Cordel, tema da novela A Indomada).

Mas, temos outras canções que, mesmo não chegando às paradas de sucesso, tocam os corações mais apaixonados como Entre a luz e a escuridão, Pra nunca mais, Aparências, Mania de te amar e Já é tarde (que tem a própria Fafá como uma das compositoras). A parte raiz da Fafá aparece representada por Vermelho, como já citado, Pássaro sonhador e o medley Este pranto é meu/Carinho nativo/Este rio é minha rua, em um trabalho feito para ouvir e vivenciar grandes paixões.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O caderno

Dia do estudante e trago para os amigos do Blog um clássico da música brasileira, imortalizada por seu autor Toquinho e também interpretada por Chico Buarque. E confesso, como professor, que ouvir e cantar uma canção como essa emociona bastante. Faz a gente esquecer das dificuldades que são tão grandes, porque maior é a dedicação que temos por esse ofício de ensinar.

E dia do estudante serve também para acalentarmos ainda mais nossos sonhos de acreditarmos que essas pessoas vão continuar o que chamamos de bem, que vão se formar grandes seres capazes de mudar as coisas para melhor, simplesmente com seus trabalhos honestos! Por enquanto, ficamos com a ideia do caderno que Toquinho traz pra nós: a alegria de ser um instrumento inseparável no crescimento de todos os estudantes, afinal somos eternos estudantes da vida!

O caderno
(Toquinho e Mutinho)

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vou ficar na minha e sua...

Acredito que essa cantora é daquelas que precisam serem mais valorizadas e descobertas por toda a nação. Trata-se de Maria Cristina Ozzetti, mais conhecida como Ná Ozzetti. Natural de São Paulo/SP, estudou piano na infância e se lançou na carreira musical no final da década de 70 em grupo musical, lançando seu primeiro disco solo em 1988.

Entre as canções que mais se destacam em seu repertório temos Sua estupidez, Ah, Atração fatal, Mania de você, Fruto proibido, Canto em qualquer canto, Show, Praias desertas, João Valentão, Chuvas de verão, Meu mundo caiu, Caminhemos, Linda flor, Rosa, Doce vampiro, etc.

Com seus shows e lançamentos sempre premiados, Ná Ozzetti vai conquistando seu público, seduzindo o pessoal que gosta de música de boa qualidade que encontramos em seus shows, seja em canções de sua autoria ou quando interpreta outros autores, provando que temos bons talentos que precisamos valorizar ainda mais.

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de agosto de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 9

Essa é para muitos a Intéprete número um desse país. Vários compositores ainda sonham em ter alguma canção em sua voz e outros muitos já foram premiados com esse presente. Falar em interpretação no Brasil em termos de vozes femininas é não esquecer de Maria Bethânia, afinal seria uma longa discussão sobre qual sua melhor interpretação, de tantas que já fez.

Bethânia é, sem sombra de dúvidas, daquelas artistas que quando resolvem gravar algo, pode ter certeza que a obra estará ainda mais lapidada. Esse é seu ofício, lapidar pérolas com sua voz e interpretação ímpares. Quem interpretou Gonzaguinha melhor que ela em canções como Grito de alerta, Começaria tudo outra vez e principalmente em Explode coração, que imortalizou? E ao esnobar o preconceito contra o mundo sertanejo e nos apunhalar com as interpretações de Romaria, É o amor e Tocando em frente?

Mas, ela não para por aí. Quem se atreve a gravar Roberto Carlos e deixar tão bom quanto o rei? Ela fez isso e basta ouvir todo o CD As canções que você fez pra mim e se deliciar com pérolas como Palavras e Você. Ela poderia ser a preferida de Chico, do mano Caetano, de Guilherme, de Tom e Vinícius, de Rita, de Nando, de Djavan e de tantos outros, pois comprovaríamos isso ao ouvir Olhos nos olhos, Reconvexo, Brincar de viver, Eu não existo sem você, Baila comigo, Gosto demais, Álibi, etc. Mas, ela navega por todas as faixas e diversidades como em outros clássicos que imortalizou como Sonho meu, Negue, Ronda, Depois de ter você, e tantos outros que não caberiam aqui mas que têm igual dedicação de sua arte inigualável.

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de agosto de 2011

Feitio de oração

É muito gratificante poder visitar a música brasileira nas mais variadas épocas. E encontrar na internet uma ferramenta de perpetuar esses artistas que tanto nos premiaram com suas pérolas. Apesar de pouco conhecido pelas atuais gerações, Noel Rosa não pode ser esquecido, sobretudo pela importância que teve em seu tempo, sendo reverenciado por todos os que o tem como referência.

Feitio de oração é um clássico da música brasileira e do repertório do Noel, já interpretado também por nomes como Ivan Lins, Cartola, Beth Carvalho, Aracy de Almeida e tantos outros de várias gerações, ressaltando o que falei acima, além da paixão comum de Noel ao samba, o pai da alegria e a referência brasileira em todas as partes do mundo.

Feitio de oração
(Noel Rosa)

Quem acha
Vive se perdendo
E mesmo assim eu vou me defendendo
Da dor tão cruel dessa saudade
Que por infelicidade
Meu pobre peito invade

Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia
Dentro da melodia

Por isso agora
Lá na Penha vou mandar
Meu moreno pra sambar
Com satisfação

E com harmonia
Esta triste melodia
Que é meu samba
Em feitio de oração

O samba na realidade
Não vem do morro e nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce no coração
 
Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Não espero de você mais do que educação...

Formada em 1984, em Porto Alegre/RS, temos aqui mais uma grande banda de rock brasileira: Engenheiros do Hawaii. Como todas as bandas, esta também teve várias formações e o único nome que consta desde sua primeira formação é o do vocalista Humberto Gessinger. Além dele, atualmente formam a banda Fernando Aranha, Gláucio Ayala e Pedro Augusto.

Curioso é que o nome da banda vem do sentimento comum em torno da aversão que os componentes da banda tinham de engenharia e de surf. Humberto é o grande compositor da banda e um dos melhores do país. E embora contem com uma formação atual, a banda deu um tempo e seus integrantes dedicam-se a projetos paralelos e prometem voltar em breve, para alegria dos fãs.

Entre os sucessos do grupo estão Pra ser sincero, Somos quem podemos ser, Infinita highway, Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones, O papa é pop, Longe demais das capitais, Piano bar, O exército de um homem só, Somos quem podemos ser, etc.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor...

Mais um artista referência da época de ouro do rádio nacional, crooner de orquestra: Agostinho dos Santos. Natural de São Paulo/SP, Agostinho foi um dos melhores intérpretes de sua época, além de compositor. Gravou seu primeiro disco em 1953. Mas, seu sucesso veio mesmo com a valsa Meu benzinho, em 1956.

Entre os sucessos de seu repertório estão alguns clássicos como Manhã de carnaval, A felicidade (ambas do filme Orfeu do carnaval), Chove lá fora, Por causa de você, Estrada do sol, Balada triste, Se todos fossem iguais a você, Chega de saudade, Foi a noite, Eu não existo sem você, Eu sei que vou te amar, Fim de caso, Amor em paz, Dindi, Negue, Arrastão, Preciso aprender a ser só, Carolina, Travessia, O diamante cor-de-rosa, etc.

Com uma biografia e um repertório desses, Agostinho é tido como uma perfeita referência de um intérprete que navegava pelo antigo e pelo novo de sua época com a perfeição que lhe era peculiar. Partiu para a eternidade em 1973 e será sempre lembrado por tudo que contribuiu na música brasileira, sobretudo aos compositores dos quais escolhia o repertório de seus discos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 31 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1998

Capa do CD 1998.
Esse cd foi mais aguardado que o anterior por retomar a linha de canções inéditas e em português. Só soube de seus detalhes no programa do Faustão, com um link que este fez para o ensaio onde Roberto estava preparando o especial de fim de ano, com canções votadas naquele ano no programa. Roberto parecia triste e as notícias meio truncadas que saíam nas revistas e jornais se confirmavam: sua esposa estava doente e sua dedicação a esse momento difícil o impossibilitou de concluir o novo trabalho, resultando em um disco que viria com quatro canções inéditas e seis regravações. Ali, Roberto cantou as faixas inéditas, com direito a pagode e forró.

Na semana seguinte, com cortes, Roberto se apresenta no programa do Fausto e fala sobre o disco que atrasou mais que nos outros anos. Essa apresentação na íntegra só seria vista em janeiro do ano seguinte. As quatro faixas inéditas eram Meu menino Jesus (dedicada ao Natal), O baile da fazenda (um xote, com direito a Dominguinhos na sanfona), Eu te amo tanto (dedicada à Maria Rita) e Vê se volta pra mim (um pagode de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle). As outras faixas eu só conhecera quando adquiri o cd, que também não chegou no dia de seu lançamento em Limoeiro.

Contra-capa do CD 1998.
Aquela distribuição uniforme que ocorria em todos os locais ficaria no passado. Fui buscar na cidade vizinha e o preço estava mais em conta que no ano anterior. Pensava que as regravações seriam feitas em estúdio e faixas mais clássicas de seu repertório. Percebi que eram canções ao vivo retiradas aleatoriamente do atual show que ele apresentava e que eu não tinha visto ainda, o show Romântico, que ficou pouco tempo em cartaz. Lamentei então não ter vindo o show completo, pois até então só tínhamos um disco ao vivo dele. Não tivemos fotos internas, o que acho que poderia ter vindo alguma retratando algum momento do show.

Das inéditas, gostava mais de Vê se volta pra mim, um pagode estilizado, como dizia o radialista da época. Das regravações, gostei mais das versões de De tanto amor e Falando sério. As outras faixas eram Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, Amada amante e Nossa canção (com um extenso texto sobre a Jovem Guarda). Segundo o maestro e produtor desse cd, Eduardo Lages, esse disco foi difícil de ser concluído pela dificuldade do momento pelo qual o rei passava e por isso compreendemos ainda mais a dimensão desse profissional que se esforçou muito e garantiu mais uma vez nosso presente de Natal.

Com essa postagem, encerro essa série que falou dos lançamentos dos anos 90 do rei e de minhas aventuras em busca deles. Eu, como muitas crianças, não conheci Papai Noel, nem ganhei presentes natalinos, mas encontrei nesses lançamentos anuais a solução dessa lacuna. A importância de cada trabalho desses é de que, além de conterem músicas marcantes em minha vida, estão presentes na história de minha juventude e trazem de volta o tempo em que morava em Limoeiro/PE e que ainda não tinha internet, mas que era delicioso saber e contemplar cada momento descrito nessa série. Não sei se conseguiria agradecer ao Roberto um dia, se eu o encontrasse, tantas lembranças maravilhosas que ele me proporcionou com esses momentos. E como o próprio Roberto diz em uma das faixas desse disco: “uma fruta que a gente prova e jamais esquece seu gosto...”

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de julho de 2011

As cidades cantadas - 12

É muito legal ver um cantor lembrar-se de suas origens, de sua terra natal. É o que acontece com Orós/CE, que faz aniversário a cada primeiro de setembro, localizada a 402 km de Fortaleza, terra de Raimundo Fagner, que aparece nessa série para homenagear sua cidade natal. Já li que Fagner, além de ser um ilustre daquela cidade, também ajuda sua terra com sua rádio local e com uma fundação para crianças e adolescentes, além da divulgação através de seu canto e dessa canção.

Orós foi a primeira canção em homenagem a sua cidade natal e foi lançada como título do disco de 1977 do Fagner. Essa canção não traz letra, ou seja, trata-se de uma faixa instrumental. Em 1982, Fagner gravou a Orós 2, com letra de João do Vale e que clamava pelos problemas contraditórios da seca e das enchentes em sua região, como percebemos na letra abaixo.

Orós 2
(João do Vale e Oséas Lopes)

Não é só fala de seca
Não tem só seca no sertão
Quase acabava meu mundo
Quando o Orós impanzinô

Se rebentasse matava
Tudo que a gente plantô
Se não é seca é enchente
Ai, ai, como somo sofredô

Eu só queria saber
O que foi que o Norte fez
Pra vivê nesse pená
Todo nortista é devoto

Não se deita sem rezar
Se não é seca, é enchente, dotô
Que explicação me dá ?
Se o sulista se zangá

Dele eu não tiro a razão
Lá vem a mesma cunversa
Ou ajuda teu irmão
É triste um caboclo forte, dotô,
Ter que estender a mão

Não é só falar de seca
Não tem só seca no sertão...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1997

Capa do CD 1997.
Nesse ano, as surpresas ficaram por conta do tipo de lançamento, até então inédito: um cd só com canções em espanhol (apenas a mensagem religiosa em português). Quem acompanha Roberto sabe que, vez por outra, ele inclui em seus discos nacionais uma faixa em espanhol, idioma que lhe abriu fronteiras desde cedo, pois repete em suas entrevistas que sua primeira apresentação em rádio foi com o bolero Amor y más amor.

Uma das fotos internas do CD 1997
Desde a década de 70 até 93, ele sempre fazia versões de seus discos para a língua latina, às vezes também incluindo alguma canção original do idioma. Em 97, decidiu lançar também no Brasil, o projeto que estava produzindo para o mundo hispânico, com canções clássicas e algumas que escuta desde pequeno. A faixa de abertura, Abrazami asi, foi tema da novela Por amor e apresentada pela novela semanas antes do lançamento oficial do cd, que também aconteceu com uma apresentação no Domingão do Faustão.

Roberto mostra a medalha e a canção
Acredito que esse projeto nasceu quando desejou fazer um disco com Julio Iglesias, no final da década de 80, e que não evoluiu por questões contratuais incertas entre o Roberto e sua gravadora. Julio lançou em 89 seu álbum Romances (Raízes), já comentado anteriormente. No fim dos anos 80 e começo dos anos 90, Roberto já não só fazia versões de seus discos, mas incluía mais canções compostas originalmente em espanhol, a maioria da autoria de seu amigo Roberto Livi. Em 97 consegue finalizar Canciones que amo, cd com clássicos do mundo hispânico como Adios, Las muchachas de la Plaza España, El manicero, Mi carta, Esta tarde vi llover e Se me olvido otra vez, além das inéditas Niña, Coração de Jesus e uma versão em espanhol feita pelo próprio rei para Insensatez, clássico da obra de Tom e Vinícius.

Contra-capa do CD.
Esse cd chegou caro às lojas e muitos não gostaram da ideia de vir todo em espanhol. Pela primeira vez não o comprei no dia em que saiu e aguardei minha ida ao Recife, semanas depois para comprá-lo mais em conta. Não estava tão ansioso para ouvi-lo, embora tenha gostado bastante do resultado de sua gravação. Adios e Niña eram minhas faixas favoritas. Também gostei do arranjo de El manicero e a nova versão de Esta tarde vi llover, diferente da apresentada em 79. Ele continha muitas fotos internas, algumas apresentadas aqui, o que me fez crer que os cds lançados no exterior pareciam mais trabalhados que os nacionais. A qualidade sonora era impecável, como sempre, mas o tipo de projeto e o elevado preço desse cd fez com que apresentasse baixas vendas naquele fim de ano, sendo vendido posteriormente a preços promocionais.

Um forte abraço a todos!