Todo mundo tem um amor...

Esse cara é uma referência no reggae brasileiro. Natural de Cachoeira/BA, Edson Gomes pensava em ser jogador de futebol, mas na adolescência, ao vencer um festival de música em sua terra, resolveu seguir carreira artística. Já em São Paulo, no final da década de 80, lança seu primeiro disco e emplaca o primeiro sucesso, a canção Samarina.

Influenciado por nomes como Bob Marley e Jimmy Cliff, Edson lança sucessos que questionam a realidade social e que ganharam as rádios: Criminalidade, Isaac, Camelô, O país é culpado, Campo de batalha, Sistema do vampiro, Dance reggae, Inquilino das prisões, Apocalipse, Calamidade pública, Fala só de amor, entre outros.

Edson conquistou um público fiel a seu estilo e às suas canções, que o acompanha em seus shows país afora. É um dos poucos nomes que segue com esse ritmo em nosso país, atravessando o tempo e vencendo as barreiras e preconceitos que sua arte pode sofrer por não ser totalmente entendida!

Um forte abraço a todos!

CD e DVD Kid Abelha Acústico MTV

Em 2002 foi lançado o projeto Acústico MTV da banda Kid Abelha, onde repassaram seus grandes sucessos e fizeram leituras de novos hits, até então! Entre os velhos sucessos temos No seu lugar, Lágrimas e chuva, Grand´Hotel, Amanhã é 23, Fixação, Eu só penso em você, Eu tive um sonho, Pintura íntima e Te amo pra sempre. Convidados também participaram em duetos que reviveram verdadeiros clássicos da banda e do rock nacional.

Estavam lá Lenine, na canção Na rua na chuva ou na fazenda e Edgard Scandurra nas faixas Como eu quero e Mudança de comportamento. Sucessos mais recentes também figuraram no repertório como Eu contra a noite e Maio e também as inéditas Nada sei, Meu vício agora e Gilmarley song.

A banda também prestou uma homenagem à dupla Claudinho e Buchecha com Quero te encontrar e a Cazuza, com Brasil, além de apresentar uma belíssima versão intimista de Os outros. Um excelente trabalho que penetrou num público sempre jovem, que admira o trabalho da banda e curte seus grandes clássicos e suas novas leituras!

Um forte abraço a todos!

♫Papai me empresta o carro♫

Fugindo das canções mais comuns dessa época, já apresentados em outros momentos, verificamos que nem sempre a figura do pai é daquela pessoa resmungona ou autoritária. Existem vários perfis e num deles se encaixa aquele pai mais próximo de seu filho e ciente das necessidades dele, afinal de contas, já foi jovem! É o caso dessa canção da Rita Lee, escolhida para marcar o Dia dos Pais este ano aqui no Blog!

Sua letra traz uma pessoa que implora o auxílio paterno com o empréstimo do carro para curtir uma aventura com seu bem e explica as dificuldades que um jovem tem nesse momento, apelando para as lembranças paternas de sua juventude. Coisas geniais da Rita e que se assemelham a muitos jovens que tem em seus pais o apoio necessário para estas e outras questões da vida! Afinal, quem nunca namorou dentro de um carro?

Papai me empresta o carro

(Rita Lee e Roberto de Carvalho)

Papai me empreste o carro
Papai me empreste o carro
To precisando dele pra levar
Minha garota ao cinema
Papai nao crio problema

Não tenho grana pra pagar um motel,
Não sou do tipo que frequenta bordel,
Você precisa me quebrar esse galho
Então me empreste o carro
papai me empreste o carro
Pra poder tirar um sarro com meu bem!

Papai eu não fumo, papai eu não bebo
Meu único defeito é não ter medo de fazer o que gosto
Papai eu aposto, na minha idade você pintava o sete,
Mamãe tem ódio de uma tal Elizete,
Aqui em casa é impossível namorar

Então qual eh a sua?
Eu só quero sarro,
Meia hora no seu carro com meu bem!

Um forte abraço a todos!

Os compositores do Brasil - 69

Esse cara é um dos compositores mais importantes do início do século passado. Seu nome é Osvaldo Gogliano, mas todos o conhecem simplesmente por Vadico. Natural de São Paulo/SP, Vadico é tido como um dos principais, se não o principal parceiro de Noel Rosa, desde a primeira composição entre quatro mãos, a clássica Feitio de oração.

Outros clássicos surgiram como Feitiço da Vila, Conversa de botequim, Provei, Quantos beijos, Cem mil réis, Pra que mentir, Sempre a esperar, Até quando?, Mais um samba popular, Prece, Súplica, Uma noite no Rio, entre outros.

Vadico também dividiu parcerias com Marino Pinto e Vinícius de Moraes. Partiu para o andar de cima em 1962 e, embora não tão reverenciado quanto Noel, tem presença marcante em clássicos inesquecíveis na nossa música, cabendo estas e outras homenagens quando falamos dos compositores deste país!

Um forte abraço a todos!

Se pensa que é assim que é só chamar que eu vou...

Natural de Goiana/Go e filha de Zezé di Camargo, Wanessa Godói Camargo Buaiz é uma das artistas recentes que surgiu na música brasileira a partir dos anos 2000. O fato de ser filha de um artista já consagrado tem um peso na cobrança que sofre, mas através dos anos, Wanessa tem construído sua carreira à sua maneira, com suas influências e mostrando um trabalho cada vez mais elogiado.

Seu primeiro disco trazia influências country e sucessos radiofônicos como O amor não deixa e Apaixonada por você. A partir daí, outros sucessos vieram como Eu posso te sentir, Eu quero ser o seu amor, Tanta saudade, Sem querer, Metade de mim, Me engana que eu gosto, Amor amor, Não resisto a nós dois, Relaxa, Culpada, DNA, Não me leve a mal, etc.

O amadurecimento profissional e artístico deixou pra trás todas as cobranças de que teria que continuar o trabalho do pai, fazer igual ou melhor, vender tanto quanto ele. Num universo mais pop, Wanessa conquista seu público e deixa pra trás até o preconceito de quem vê na música country nacional algo de menor valor, fato esse confirmado nos prêmios que a cada dia acumula em sua carreira.

Um forte abraço a todos!

Os Intérpretes do Brasil - 28

Ney Matogrosso é também um intérprete por excelência e não poderia faltar nessa série em que destacamos os grandes nomes da nossa música que perpetuam essa arte tão bem, a arte de expor todas as profundezas da alma da música brasileira. Ney não compõe, mas é um dos intérpretes favoritos dos grandes compositores desse país, sobretudo por suas ecléticas interpretações que, claro, trazem sua marca.

Eu diria que Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes, tem nele sua imortalidade, pois ninguém a interpretou com tanta alma e delicadeza quanto ele. Como um dos maiores intérpretes de Cazuza, de quem já gravou vários sucessos, eu destacaria a canção Poema, como uma das que mais marcou à sua interpretação, fazendo quem a ouve, pensar que se trata de uma composição sua.

Eu não diria que é sua versão definitiva, mas gosto muito da interpretação que ele deu a Mesmo que seja eu, de Roberto e Erasmo, que figura no repertório do tremendão e da Marina. Ney deu muita personalidade a essa canção e ficou marcante com ele. Pra quem já gravou discos tributos a Cartola e Chico Buarque, por exemplo, são muitas outras canções que poderia destacar para justificar o grande intérprete que ele representa e que até dispensa qualquer outro comentário meu!

Um forte abraço a todos!

♫O mundo é de nós dois♫

Gosto muito das interpretações da "marrom" e isso não é novidade. Por isso, sempre estou destacando algum trabalho dela e hoje abordo uma canção que não é nem tão clássica, nem tão lembrada de seu repertório, mas que acho igualmente linda. Coisas de Alcione, pegar uma canção, lapidar, deixar sua marca registrada, com sua voz e com seu fraseado ímpar.

A letra da romântica O mundo é de nós dois deve ter sido feito pensando na intérprete, pois combina bem com seu repertório recheado de muita paixão, um amor efervescente que faz esquecer de tudo e brindar pelo mundo que naquele momento se resume aquelas duas pessoas e à paixão fogosa que os envolve.

O mundo é de nós dois
(Zeppa e Carlos Colla)

Esse nosso amor é a perfeição
É a união do lado erótico sentimental
O nosso amor nasce cada dia melhor

Quando eu entreguei meu coração
não imaginei nem 10% da emoção
Que eu ia encontrar com você
Eu enlouqueci de paixão

E foi assim que achei o meu caminho junto de você
E mergulhei sem medo de me arrepender
Amei primeiro e fui pensar depois

E foi assim que toda minha vida se modificou
Jamais fui tão feliz do jeito que eu estou
O mundo é de nós dois

Você e eu qualquer lugar é lindo
Eu só me lembro de você sorrindo
Eu não me canso de dizer bem-vindo o nosso amor

Eu sem você qualquer lugar é triste
Minha alegria diz que só existe
pra você, em você, com você, só você é meu amor

Um forte abraço a todos!

CD Roberto Carlos 1979

CD Roberto Carlos 1979

E em 30 de novembro de 1979 foi lançado o último disco dessa série em que exploramos os lançamentos do rei na década de 70. Esse inesquecível trabalho trouxe dez faixas que incorporam um dos melhores trabalhos do Roberto. Clássicos foram coisas comuns nessa década e aqui temos Desabafo, Meu querido meu velho meu amigo, Na paz do seu sorriso, Costumes, o que dizer de canções como estas?

Capa interna do CD RC 1979

Mas, aqui temos um projeto que também traz outras belíssimas canções, interpretações que carimbam a coroa do rei e, se alguém ainda tiver dúvidas quanto ao potencial do artista RC, basta ouvir e apreciar esse trabalho que também traz canções como Abandono, Esta tarde vi llover, Me conte a sua história, Voltei ao passado e Às vezes penso. Quero ver quem ousará chamar Roberto Carlos de alienado quando ouvir e refletir sobre a atual canção O ano passado!

Contracapa do CD RC 1979

Gosto muito desse disco e como disse, a década de 70 começou bem, depois, a meu ver, não trouxe discos tão bons (sei que vão brigar comigo por isso dito) e a partir de 1977 temos discos fantásticos como este aqui apresentado que traz uma capa bonita e uma contracapa muito bem feita, embora ainda sem letras na capa dupla que traz cenários de barcos e o mesmo Roberto triste na capa, mas feliz em todo seu profissionalismo. No próximo ano teremos os discos dos anos 60 do maior artista da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

CD Roberto Carlos 1978

CD Roberto Carlos 1978

Em 30 de novembro de 1978 chega às lojas de todo país este disco, também um dos melhores da década e da carreira do rei. Enfatizar isso é bastante fácil pois neste trabalho constam as clássicas Fé, Lady Laura, Música suave, Café da manhã e Força estranha, canções que, vez por outra, integram os repertórios de shows de sua majestade daí em diante. Então, pelo menos metade deste disco é clássico isso por si só já valeria este trabalho.

Parte interna do CD RC 1978

Mas, o que enfatiza ainda mais é que, mesmo as canções que não são clássicas e talvez por habitarem o baú das esquecidas do rei ou por não terem sido exaustivamente tocadas pelas rádios ou escaladas para seus shows, são igualmente belíssimas e inesquecíveis: A primeira vez, Mais uma vez, Vivendo por viver, Tente esquecer, Por fin mañana e Todos os meus rumos se somam às demais e provam que temos neste disco tanto o rei compositor, quanto o intérprete alcançando (e lá permanecendo) o ápice de seu sucesso. Conta uma lenda que ele gravaria a canção Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil, mas que foi vetada pela censura, daí o disco ter saído com 11 faixas. Não sei se isso é verdade, mas que ficou faltando uma canção, isso sim. Também, quando versionado para o CD, suprimiram um trecho da última canção, Todos os meus rumos e considero isso uma falta grave, até hoje não corrigida!

Contracapa do CD RC 1978

A capa traz o mesmo Roberto triste, recém separado da Nice e fotografado ao lado de barcos, uma de suas paixões. Capa dupla, mas ainda não constando letras e com seu então inseparável cachimbo na contracapa. Um excelente trabalho, perfeito em seus arranjos e que consagrava ainda mais o brilho da coroa real e justificava o que Caetano sempre disse: "a compreensão daquele que a gente chama de rei." Tente esquecer, não dá, nem mesmo com a belíssima canção de Isolda, uma das minhas preferidas deste disco. Gosto demais também de Música suave e encerro a postagem com um trecho de uma canção deste trabalho que valeria toda vez que a gente ouvisse uma canção do Roberto: "Que bom se essa música não terminasse jamais..."

Um forte abraço a todos!

Dominguinhos, eterno!

Um minuto de silêncio ou uma hora de aplausos talvez não fosse suficiente para este artista! Então, creio que várias horas do puro som da sanfona mais afinada desse país nas últimas décadas talvez fosse mais coerente para homenagear Sr. Domingos, nosso Dominguinhos! Todos sabemos que o dia da passagem para a eternidade chega pra todos, mas a gente é tomado daquele sentimento que soa em nosso ouvido, dessa vez, acompanhado por acordes de sanfona: "vou sentir tanta saudade!"

Tantas canções que penetram em nossa vida, em nosso cotidiano comum! Quem nunca quis expressar sua saudade cantando trechos de Gostoso demais? Quem nunca voltou à sua terra natal cantando De volta pro aconchego? Quem nunca cantou sua solidão com Eu só quero um xodó? Qual nordestino não se identifica com Lamento sertanejo? Nós vamos continuar unidos, abrindo as portas e as mais bonitas irão sorrir pra nós!

Vamos continuar nos levando, com seus ensinamentos, porque isso aqui tá bom demais! Suas parcerias com Nando, Chico, Gil; suas gravações com Elba, Zé Ramalho, Gonzaga; suas participações em discos de seus colegas como Fagner, Roberto (chorei com Caminhoneiro no emoções sertanejas), entre tantos, vão continuar nas tantas palavras que você nos deixa de herança, seja nas letras das canções que compôs ou interpretou, seja nas notas musicais da sanfona mais amada desse país, seja no copo d´água que você deu ao sertão, com sua arte! Obrigado, eterno!

Um forte abraço a todos!