domingo, 15 de abril de 2018

♫Fera ferida♫

Esta canção vem lá de 1982 e também tornou-se um clássico da nossa música. Imortalizada por Roberto, regravada por Erasmo 10 anos depois e novamente revivida por Maria Bethânia em 1993, sendo o maior sucesso de seu CD e, sempre presente no repertório de seus shows. Também foi gravada por Agnaldo Timóteo e Caetano Veloso, ambos com leituras distintas e de sucessos em suas épocas.

Considero o arranjo de Bethânia supremo, mas a interpretação que Roberto deu ao cantá-la ao vivo no show Luz, nos anos 90 foi arrebatador. A letra de Fera ferida fala de um amor despedaçado, das cinzas que restam após todo incêndio. Do quanto se é guerreiro e se sobrevive nas armadilhas do destino, tudo com muitas frases filosóficas que destacam as flores do caminho, os rastros desfeitos, cicatrizes que falam e palavras que calam, a dor e a sobrevivência de uma fera.

Fera ferida
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída

Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você

Eu sei quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor

Eu sei, o coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Eu andei demais
Não olhei pra trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo, sem laços

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar, um amigo

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz de esquecer

Eu sei que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes

Eu sei que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Os compositores do Brasil - 97

Othon Fortes Russo, mais conhecido como Othon Russo, é um dos grandes compositores deste país, conhecido por sua obra na música brasileira nas décadas de 50 e 60. Natural do Rio de Janeiro, Othon partiu para a eternidade em 1999, mas sua obra continua sendo atual e vez por outra, revisitada por novos nomes.

Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos, Emilinha Borba foram alguns dos nomes que o gravaram inicialmente e, posteriormente, Ângela Maria. O pessoal da Jovem Guarda também aderiu à sua obra e contou com gravações de Wanderléa, Jerry Adriani e Roberto Carlos. Posteriormente, tivemos Clara Nunes, Elis Regina, Ney Matogrosso, Odair José, Agnaldo Timóteo, Adilson Ramos e Djavan, entre outros.

São sucessos de sua autoria as canções Sabes mentir, Só vives pra lua, Tu serás, Gosto do jeitinho dela, Foi sempre assim, Ar de moço bom, Podes voltar, Tu serás, Canção da felicidade, Desejo, Duas flores, etc.

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de abril de 2018

♫Como vai você♫

Esta canção é um clássico da nossa música e faz parte daquele hall de canções que todos pensam serem da autoria de Roberto, embora seus compositores sejam Antônio Marcos e Mário Marcos. É que Roberto fez muito sucesso na época e, por sempre a incluir em seus shows, tornou-se marcante em sua voz, inclusive no exterior, onde não pode faltar no repertório de shows a versão em espanhol Que será de ti?

Daniela Mercury também fez uma versão de bastante sucesso já em 2000, como tema da novela Laços de família. Outros artistas que regravaram essa canção constam nos marcadores. A letra dessa pérola é muito sentimental e mostra um personagem ainda muito preocupado com seu amor, que foi rompido e que permanece nele, suplicando um retorno ou ao menos um alívio em ter novas notícias, antes que o tempo se encarregue de os afastar de vez!

Como vai você
Antônio Marcos e Mário Marcos

Como vai você
Eu preciso saber da sua vida
Peço alguém para me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber...

Como vai você
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você

Vem...
Que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz

Vem...
Que o tempo pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber como vai você

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 4 de abril de 2018

EP Roberto Carlos 2017

Este trabalho foi lançado em 2017 e é mais um ep de Roberto Carlos. Não tenho muito o que falar porque minha opinião é contrária a este tipo de projeto (só com quatro canções) e acho que neste caso, minha opinião fica ainda mais negativa pela capa, chamada de epack, lembra as embalagens de papelão dos CD´s piratas. Como não apreciei tanto o trabalho, não tive motivação para escrever sobre ele no ano passado.

O projeto vem com Sereia, a canção tema da novela A força do querer, única música feita sob encomenda, segundo seu autor. Temos uma inédita da dupla Roberto e Erasmo: Vou chegar mais cedo em casa que, em tempos de escassez de inéditas, poderia ter sido trabalhada, seja pelas rádios ou em outra trilha de novela. Nem Roberto a cantou em seus shows, nem no especial, entrando para o hall das esquecidas. A terceira canção é o dueto com Jennifer Lopez, Chegaste, canção já lançada no final de 2016 e que tocou nas rádios. Pensei na época que tinha sido produzida para um projeto da cantora e Roberto entraria como convidado, mas pelo que consta, não saiu em nenhum álbum dela.

A última faixa é uma bela versão ao vivo de Sua estupidez. Acredito que os fãs sempre aguardam mais, um CD com pelo menos 10 canções, com letras e fotos nos encartes. Mas, contrariando suas promessas de lançar um trabalho como este almejado, Roberto também ensina que, em algumas situações, o pouco é melhor que nada!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de abril de 2018

♫Traumas♫

E hoje, domingo de Páscoa coincidindo com primeiro de abril, num contraste entre verdade e mentira, mês do aniversário de Roberto Carlos e o Blog junta todas essas ideias em uma canção lá de 1971: Traumas. Gravada por Roberto e, mais recentemente pelo grupo Los Hermanos, é uma das pérolas esquecidas por seus autores e também por quem regrava o repertório dele, e deveria ser mais lembrada, pois possui uma letra bastante atual e reflexiva.

Traumas revela um mundo de sonhos de uma criança em contraste com a realidade de um adulto. Põe em xeque a questão de nunca mentir e até onde isso torna-se necessário e até benéfico. Fala da relação de pai e filho, dos cuidados com a vida, dos pesadelos e medos que guardamos dentro de nós e pelos quais somos tantas vezes julgados e/ou condenados. Fala de quanto poderíamos sermos pessoas melhores e essa reflexão está em dias como os de hoje e os de sempre!

Traumas
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade

Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer

Falou dos anjos que eu conheci
No delírio da febre que ardia
Do meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender

Minha mulher em certa noite
Ao ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido

Durante o dia a gente tenta
Com sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar

Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci

Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci

Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconder
Às vezes as mentiras
Também ajudam a viver

Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir
Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir

Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci

Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia,
Sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 28 de março de 2018

CD Lulu Santos Baby baby

Um excelente trabalho lançado em 2017 onde Lulu Santos reverencia a rainha do rock nacional Rita Lee, em um CD que apresenta novas leituras, com arranjos à sua maneira, a clássicos da diva. Com um preço bastante acessível (em torno de R$ 21,00), o CD não traz o cantor na capa, mas trecho famoso de Ovelha negra, um dos clássicos do repertório.

E clássicos é o que não faltam neste grande trabalho que também inclui Baila comigo, Desculpe o auê, Agora só falta você, Caso sério, Alô alô marciano, Mania de você e Nem luxo nem lixo, além de outros sucessos como Disco voador, Mamãe natureza, Fuga nº II e Paradise Brasil. Nenhuma das leituras lembra os arranjos originais, o que é algo meio delicado em se tratando de clássicos. Mas, Lulu é mestre em dar roupagens adequadas e lapidar ainda mais qualquer canção, deixando seu carimbo de qualidade.

E acho necessário ainda exaltar seu desprendimento, sendo o grande roqueiro que é, saber reverenciar colegas que sempre o influenciaram, desde o início de sua carreira, quando ainda não era tão conhecido e a diva já era rainha, por exemplo. Lulu mostra que sabe fazer as coisas e isso já não é algo contestado, pois mostra também que as coisas, ao seu modo, são sempre geniais e marcantes.

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de março de 2018

CD Zezé di Camargo e Luciano 1997

Lançado em 1997, este é um dos melhores CD´s da carreira de Zezé di Camargo e Luciano. Fez bastante sucesso nas rádios com as canções Toma juízo, Felicidade que saudade de você, Hoje eu quero te amar, É minha vida, Amor incandescente e, uma das mais lindas de todo seu repertório, Cada volta é um recomeço.

Campeões de vendagens, numa época em que o que se contavam eram as cópias vendidas, o trabalho apresenta 16 canções, em momentos que 10 canções em um CD já era muito. Outras faixas do projeto são Primeiro amor, Meu coração só quer chorar, Serafim e seus filhos, Doce maldade, Desejo de mulher, A paixão, Encanto de menina, Preciso do seu coração, Que vontade de te amar e O futuro é uma incerteza.

Zezé e Luciano lançaram outros grandes trabalhos e esse apenas se soma aos tantos sucessos dessa dupla, pois mais de 20 anos depois, ainda são cantados, prova de que o país aprendeu a respeitar e reverenciar seu trabalho, como uma das melhores duplas românticas de todos os tempos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de março de 2018

♫Súplica cearense♫

Esta canção é um clássico da música brasileira, imortalizada por Luiz Gonzaga e regravada também por alguns de seus discípulos como Fagner, Dominguinhos e Elba Ramalho, além de outras regravações mais inusitadas como a do grupo O Rappa. Composta em 1960, possui uma letra muito atual e que sempre emociona.

Numa época em que se pedia chuva para o Sertão nordestino, ela contradiz pedindo uma trégua para uma enchente que devastou com tudo, com a mesma simplicidade que se pedia para chover. E nada mais apropriado para a semana da água, pensarmos nas contradições que são sua falta e seu excesso entre os seres e os lugares onde habitam. Esse bem precioso tão bem cantado por nossos artistas e reverenciado por quem ama a natureza, a água precisa de nossa constante atenção.

Súplica cearense
Gordurinha e Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou?
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 7 de março de 2018

Os Intérpretes do Brasil - 56

Julio não é brasileiro, mas podemos considerá-lo um grande intérprete e porque não relacioná-lo à nossa música, já que durante toda sua carreira também rendeu grandes homenagens a compositores brasileiros, passeando pela obra de Tom Jobim, Jorge Benjor, Martinho da Vila, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Gonzaga Jr., Carlos Lyra, Antônio Maria, Zezé di Camargo, entre outros.

O espanhol mais brasileiro de todos já gravou com artistas brasileiros e também sempre os reverencia em suas apresentações ao vivo e entrevistas, procurando estar sempre antenado ao que ocorre em nossas terras. E hoje, mesmo não desfrutando do sucesso de antes, possui um público fiel que sempre o acompanha em seus shows, quando passa por aqui.

Atualmente mais intérprete que compositor, difícil destacar apenas três canções de suas grandiosas interpretações. Coração apaixonado, por exemplo, é a canção dele mais nacional, a meu ver, pois foi feita especialmente para o Brasil e tornou-se uma das mais lindas tocadas aqui. Pelo amor de uma mulher também entra nesse contexto como bela canção lançada aqui no Brasil, com bastante êxito. Em 92, gravou a versão do clássico Uno em português, com Sonho triste e em 2001 lançou um disco todo em português em homenagem ao Brasil e também com participação de brasileiros. E poderíamos citar outras canções e/ou gravações, afinal, nós brasileiros também aprendemos a apreciar sua carreira em toda a parte do mundo!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de março de 2018

♫Atire a primeira pedra♫

Domingo, sobretudo de manhã, sempre pede um bom samba, um churrasco, uma cervejinha, descontração, lazer, descanso, claro para quem aprecia tudo que citei. Ao menos o samba e o descanso sempre serão bem-vindos. E aqui temos um grande clássico da nossa música, de dois grandes e eternos compositores Mário Lago e Ataulfo Alves, já gravada por nomes que vão desde Orlando Silva e Nelson Gonçalves até Zeca Pagodinho e Benito di Paula.

Parafraseando trecho bíblico, eles imperam: "atire a primeira pedra, quem não sofreu por amor...". E, eu ainda poderia relacionar essa canção ainda mais com a Bíblia, pois mesmo não tendo um estilo gospel ou classificarmos esta canção como um hino de louvor ao Senhor, ela defende dois sentimentos nobres do ser humano: o amor e o perdão, basta ver a última frase que diz "perdão foi feito pra gente pedir". Coisas de gênios!

Atire a primeira pedra
Mário Lago e Ataulfo Alves

Covarde sei que me podem chamar
Porque não calo no peito dessa dor
Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor

Eu sei que vão censurar
O meu proceder
Eu sei, mulher,
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de fevereiro de 2018

♫Cidade maravilhosa♫

Esta canção é tida como um verdadeiro hino da cidade do Rio de Janeiro e uma das marchinhas mais executadas no mês de carnaval. Descobri, via pesquisa, que já foi gravada por grandes músicos como Leo Gandelman, Radamés Ganattali e Ray Conniff, além de grandes cantores(as) como Maria Bethânia, Daniela Mercury, Silvio Caldas, Martinho da Villa, Beth Carvalho, entre outros.

Seria muito legal se todos os habitantes do Rio de Janeiro, sobretudo os que não entendem o que é amar uma cidade, passassem a cantar este hino todas as manhãs, mudando suas posturas diante de um verdadeiro cartão postal de nosso país que, atualmente anda manchado pela falta de amor e boas virtudes de alguns! Ainda bem que, apesar dos pesares, o Rio de Janeiro continua lindo, como já disse Gil e, sempre será uma cidade maravilhosa, como diz seu hino.

Cidade maravilhosa
André Filho

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Berço do samba e de lindas canções
Que vivem n'alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

CD Chico Buarque Caravanas

Um dos melhores lançamentos de 2017 foi o novo trabalho com canções inéditas de Chico Buarque. Chico passa cerca de cinco anos (o último lançamento foi em 2011), mas sempre apresenta novas canções, mesmo recebendo rótulos de repetitivo e desgastado e, abastecendo um mercado cada vez menos promissor, que é o de lançar novos CD´s. É como se mantivesse uma chama acesa, um compromisso com sua cultura e com seu público e isto só aumenta ainda mais a admiração que muitos, e me incluo nestes, que nutrem por ele.

São nove faixas, sendo que duas são releituras: A moça do sonho já havia sido gravada por Maria Bethânia e Dueto, já havia sido gravada anteriormente com Nara Leão e, depois, com Zizi Possi. Esta última tem sua atualização não apenas no arranjo, mas na letra, em que cita redes sociais ao final do dueto, agora com sua neta Clara Buarque, filha de Carlinhos Brown. E atualização é o que não falta neste lançamento que, nas inéditas, apresenta atualizações de temas: a amante (em Tua cantiga), o amor entre pessoas do mesmo sexo (Blues pra Bia), o preconceito contra o negro (As caravanas), além de parcerias com seus netos (ele também compôs uma belíssima canção com Chico Brown, outro filho de Carlinhos, a valsinha Massarandupió).

As outras faixas inéditas Jogo de bola, Casualmente (parte em português e parte em espanhol) e Desaforos completam o trabalho que só nos fazem querer um pouco mais de Chico, pois suas canções, seus arranjos, seus temas, continuam sempre tão agradáveis quanto o fato de podermos afirmar que se trata de um dos grandes gênios da nossa música e, sem sombra de dúvidas, o maior compositor contemporâneo dela!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 18 de fevereiro de 2018

♫Máscara negra♫

E a clássica marchinha de hoje não vem de tão longe assim: há mais ou menos 50 anos, no carnaval de 1967, Máscara negra, gravada inicialmente por seu criador, Zé Kéti e depois por outros nomes como Dalva de Oliveira, tornou-se um verdadeiro clássico, que resgata a pureza dos mais belos carnavais brasileiros.

Basta analisar sua deliciosa melodia, acompanhada desta fantástica letra, que se tornou um dos maiores sucessos do Zé Kéti. Uma letra que fala de um amor de carnaval, bastante puro e saudoso, que mostra que este tipo de sentimento não dura necessariamente apenas os três dias da festa de Momo, mas que sempre é reascendido a cada festa que se reinicia.

Máscara negra
Zé Kéti e Hildebrando Pereira Matos

Quanto riso, oh, quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou, meu amor

Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

♫Vassourinhas♫

Carnaval passou, mas fevereiro é sinônimo desta festa. De volta de umas merecidas férias aqui no Blog, iniciamos postagens sobre este tema. É o caso do famoso frevo Vassourinhas, que, sempre imaginei (e sei que não sou o único) tratar-se de uma marchinha instrumental. Pesquisando na internet, encontrei sua letra, original de 1909, com a dupla Matias da Rocha e Joana Batista Ramos.

E em 1945, o cantor Almirante teve a ideia de encaixar a antiga brincadeira de roda como mais algumas estrofes do frevo Vassourinhas, sendo decisiva para seu estouro e grande sucesso na época, quando a gravou em disco. Entretanto, imagino que o tempo fez com que a versão instrumental se sobressaísse sobre qualquer letra ou versão que criassem, tornando Vassourinhas o frevo número um de qualquer boa orquestra do carnaval pernambucano. Eis as letras:

Vassourinhas
Joana Batista Ramos e Mathias da Rocha

Somos nós os Vassourinhas
Todos nós em borbotão
Vamos varrer a cidade
Ah, isto não! Ah, isto não!
Tu bem sabes o compromisso
Ah, isto não! Não pode ser
A mostrar nossas insígnias
E a cidade se varrer

Somos nós os Vassourinhas
Todos nós em borbotão
Vamos varrer a cidade
Ah, isto não! Ah, isto não!
Tu bem sabes o compromisso
Ah, isto não! Não pode ser
A mostrar nossas insígnias
E a cidade se varrer

Ah! Reparem meus senhores
O pai desse pessoal
Que nos faz sair à rua
Dando viva ao carnaval

Ah! Reparem meus senhores
O pai desse pessoal
Que nos faz sair à rua
Dando viva ao carnaval

Parte, adaptada por Almirante

Se esta rua fosse minha
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas de brilhante
Para meu bem passear

A tristeza, Vassourinhas
Invadiu meu coração
Ao pensar que talvez nunca
Nunca mais te veja, não

A saudade, Vassourinhas
Enche d'água os olhos meus
Que tristeza, Vassourinhas
Neste derradeiro adeus

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CD O grande encontro 20 anos depois

Finalizando a série onde comentamos os projetos envolvendo Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, denominado de O grande encontro, chegamos à última edição com o CD/DVD lançado no finalzinho de 2016, para comemorar 20 anos do sucesso do primeiro projeto, comentado no início desta série. Infelizmente aqui também não tivemos o quarteto juntos novamente, pois se antes faltava Alceu, desta vez, Zé Ramalho optou não participar.

Sendo assim, temos Elba, Alceu e Geraldo juntando suas vozes e talentos para reviverem alguns números e também para eternizarem outros. Juntos cantam Anunciação, Caravana, Me dá um beijo, Sabiá, Táxi lunar, Ciranda da traição, Pelas ruas que andei, Banho de cheiro e Frevo mulher. Geraldo canta sozinho Sétimo céu, Dona da minha cabeça, Dia branco, Só depois de muito amor eu vou embora e, com Alceu, Papagaio do futuro/Coco das serras e Moça bonita. 

Elba canta sozinha Ai que saudade d´ocê, Chão de giz, Sangrando, Na base da chinela/Qui nem jiló/Eu só quero um xodó e, com Geraldo, Bicho de sete cabeças II e Chorando e cantando. Alceu canta sozinho La belle de jour/Girassol, Coração bobo, Cabelo no pente, Morena tropicana e, com Elba, canta Ciranda da rosa vermelha e Flor de tangerina. No formato CD, temos apenas 15 das canções citadas. Temos ainda um kit com CD duplo e DVD, além claro, do DVD simples. Nos extras do DVD, temos também as canções Tesoura do desejo, com Elba e Alceu e, O princípio do prazer, com Elba e Geraldo. Zé Ramalho, sem sombra de dúvidas, fez muita falta a este projeto que, a contar pelo repertório de sucessos deste quarteto, poderia ser menos repetitivo, embora, o objetivo não era dar continuidade e sim, reviver estes grandes momentos que foram seus inesquecíveis encontros!

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de janeiro de 2018

♫Aliança♫

Tema da novela O outro lado do paraíso, Aliança é uma das mais lindas canções do projeto Tribalistas 2 que, conforme comentamos em postagem anterior, foi uma das mais gratas surpresas de 2017, quando Marisa, Arnaldo e Brown se reuniram novamente em grandes composições, como é o caso desta.

A letra de Aliança destaca um amor muito grande, talvez alguém chame de platônico, mas, daqueles amores que todos sonham que culminem em um altar, num casamento com direito a tudo que esta tão tradicional cerimônia pede, ou ao menos imaginar as coisas que antes eram tão tradicionais em um casamento como pó de arroz, flores, buquê, lua de mel, véu e grinalda e, claro, o símbolo maior que são as alianças, acordo firmado no cartório do amor que se sonha ser vivenciado eternamente.

Aliança
Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte,
Pedro Baby e Pretinho da serrinha

Se, um dia, eu te encontrar
Do jeito que sonhei
Quem sabe, ser seu par perfeito
E te amar do jeito que eu imaginei

Ao virar a esquina
Atrás de uma cortina, me perder
No escuro com você
Fogo na fogueira
O seu beijo e o desejo em seu olhar
As flores no altar

Véu e grinalda
Lua de mel
Chuva de arroz
E tudo depois
Dama de honra
Pega o buquê
Ninguém mais feliz
Que eu e você

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

CD O melhor dos encontros

O quarteto ao qual nos referimos como O grande encontro só voltou a se reunir nessa coletânea que foi lançada em 2001. Um projeto que reuniu Elba, Zé, Alceu e Geraldo, com o melhor que foi lançado nas três edições anteriores, portanto aqui não consta nenhum fonograma inédito. Mesmo assim, é interessante, pra quem não adquiriu nenhum dos três projetos anteriores, curtir um aperitivo do que ainda não possui, neste trabalho.

A seleção do repertório consta de sucessos como Admirável gado novo, Chão de giz, Táxi lunar, Caravana, Coração bobo, Pelas ruas que andei, Asa branca/A volta da asa branca, A terceira lâmina, O trem das sete, Eternas ondas, Banquete dos signos, Disparada, Bicho de sete cabeças II, Banho de cheiro/Frevo mulher.

Claro que, como toda coletânea, cada um abordaria um repertório diferente do que consta. E o que muitos gostariam mesmo é que o quarteto se reunissem mais vezes para apresentarem outras gravações. Mas, conste que cada um sempre teve uma carreira em paralelo tão sólida e à qual sempre teve muita atenção e cuidado, por isso só teríamos uma nova chance de reviver um pouco desse encontro mágico, muitos anos depois, como veremos na próxima semana, na última postagem desta série.

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de janeiro de 2018

♫Era uma vez♫

Não há como negar que em 2017 também fomos abençoados com esta grande canção, de Kell Smith. Uma canção que junta tudo de bom, melodia, filosofia, frases reflexivas, algo que nos reconforta e nos faz crer, uma mensagem totalmente positiva, enfim. Torço para que o trabalho desta brilhante artista não pare por aí, mas se ela se tornar autora de um hit só, já valeu a pena, porque a quantos ela não fez bem com essa pérola?

A letra de Era uma vez conta uma história que nos coloca diante de nós mesmos. Diante da infância que não volta, mas que deixou lições e diante da vida atual onde os problemas da infância parecem tão pequenos ou insignificantes frente ao mundo, algumas vezes mal, que conhecemos quando crescemos. E a letra vai descrevendo que a evolução vem com o esforço e a vontade de sempre ter fé e acreditar em nossas superações, pois só assim venceremos nossas dificuldades, como as histórias que lemos quando crianças ou que alguém leu, que no final tudo dá certo quando caminhamos na estrada do bem!

Era uma vez
Kell Smith

Era uma vez,
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto
Das nuvens serem feitas de algodão
Dava pra ser herói
No mesmo dia em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche, um banho quente
E talvez um arranhão

Dava pra ver
A ingenuidade e a inocência cantando no tom
Milhões de mundos e universos tão reais
Quanto a nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação

É que a gente quer crescer
E quando cresce, quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido

Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final

É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido

Era uma vez...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CD e DVD O grande encontro 3

Lançado em 2000, este projeto volta a ser ao vivo e gravado no Rio de Janeiro. Sem contar com Alceu Valença, desta vez a proposta foi que cada um tivesse um convidado e assim tivemos as participações de Lenine, Moraes Moreira e Belchior. Elba, Zé e Geraldo cantam juntos na maioria das canções: Caravana, Táxi lunar, Petrolina/Juazeiro, Tum tum tum tum/Mulata no coco, Eu vou pra lua/O canto da ema.

Geraldo canta sozinho Dona da minha cabeça e, Canta Brasil, com seu convidado Moraes Moreira. Elba canta sozinha Frisson, Você se lembra, e, Lá e cá, com seu convidado Lenine. Zé canta sozinho A peleja do diabo com o dono do céu e, Garoto de aluguel, com seu convidado Belchior. Geraldo e Zé ainda cantam juntos Galope rasante. Elba e Zé cantam juntos A terceira lâmina.

No DVD, temos ainda Geraldo Azevedo cantando sozinho Bancarola do São Francisco, Zé Ramalho cantando solo Canção agalopada e os três juntos cantando A vida de viajante. O único projeto até então em que foi lançado também o DVD, com encontros históricos. Destaco neste trabalho os solos de Elba nas canções Frisson e Você se lembra. Esta última, a meu ver, ficou definitiva em sua belíssima interpretação!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de janeiro de 2018

♫Trem bala♫

Esta foi, a meu ver, a melhor canção de 2017. Além de uma grata revelação, a canção alcançou um sucesso estrondoso e espantou até sua compositora, Ana Vilela, que já disse em entrevista ter se admirado com o grande sucesso alcançado de uma canção que foi composta de forma bastante pessoal, em um momento difícil de sua vida.

A letra de Trem bala é uma grata reflexão sobre vários valores e me sinto bastante orgulhoso em ver alguns jovens, aprendendo violão e a cantando por aí. Valores como amizade, esforço, amor próprio, companheirismo, família, sorrisos, tempo, valores humanos que devem sempre serem relembrados em nossas vidas, sobretudo numa gostosa melodia que essa grata canção exala para nós, provando que ainda existe muita gente com muito talento a compartilhar conosco.

Trem bala
Ana Vilela

Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós

É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar
Então fazer valer a pena
Cada verso daquele poema sobre acreditar

Não é sobre chegar
No topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo em todas as situações

A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim

Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
E sim sobre cada momento, sorriso a se compartilhar
Também não é sobre
Correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás

Segura teu filho no colo
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

CD O grande encontro 2

O sucesso da primeira edição foi tão grande que o projeto seguiu para uma segunda edição com canções gravadas em estúdio, agora sem Alceu, que preferiu não participar. Li que cogitou-se substitui-lo por Fagner, fato que não aconteceu. Então tivemos Elba, Geraldo e Zé cantando juntos e alguns duetos, em 12 faixas todas gravadas em estúdio.

Com as três vozes cantando, ora solando, ora juntas, temos as canções Disparada, O princípio do prazer, Pedras e moças, Bicho de 7 cabeças II, Asa branca/A volta da asa branca e Ai que saudade d´Ocê. Elba canta sozinha Canção da despedida, em dueto com Zé as canções Banquete de signos e Eternas ondas e, com Geraldo a canção Canta coração. Geraldo e Zé cantam juntos Miragens e O autor da natureza, mas não cantam nenhuma canção solo.

Apesar de não repetirmos o mesmo sucesso da edição anterior, temos aqui um disco histórico, que reuniu três grandes nomes do nosso cenário nacional, novamente homenageando suas raízes e apresentando grandes interpretações, sobretudo em releituras como O princípio do prazer, Bicho de 7 cabeças II, Canção da despedida e Canta coração, além da participação de grandes músicos nas gravações como Robertinho de Recife, Leo Gandelman e Dominguinhos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de janeiro de 2018

♫Saudade da minha terra♫

Pode-se dizer que estamos diante de um verdadeiro clássico sertanejo, daqueles que não podem faltar em qualquer boa moda de viola. Imortalizado por tantos nomes que passam por Tonico e Tinoco, Chitãozinho e Xororó, até por grandes cantores como é o caso do Sérgio Reis que deu a melhor interpretação a esta canção, a meu ver.

Além da pegada tão sertaneja raiz, com direito a solos de gaita e violas, este clássico conta bem sobre a história do Brasil, sobretudo nos anos 60 quando o êxodo regional obrigava famílias a saírem de suas terras em busca de melhorias nas cidades grandes. Alguns se adaptavam numa boa e até esqueciam de suas terras, outros sonhavam voltar e se identificavam com clássicos assim que descrevem tão bem terras e saudades tupiniquins.

Saudade da minha terra
Goiá e Belmonte

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão, eu quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá

Por Nossa Senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
To aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado

Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando as estradas
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CD O grande encontro

Ano passado foi revivido este projeto com um novo lançamento em CD e DVD. Vamos falar agora em janeiro de cada lançamento desta maravilhosa ideia que reuniu os grandes Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho em gravações ao vivo e em estúdio, desde 1996.

O primeiro Grande encontro foi o único que reuniu os quatro, numa gravação ao vivo no Canecão em 1996. A proposta era reunir as grandes vozes nordestinas com alguns de seus maiores sucessos, alguns duetos e seus afinados violões. Mas, os quatro só cantaram mesmo na primeira e na última canção, Sabiá e Banho de cheiro/Frevo mulher. Coração bobo ficou por conta de Zé e Alceu e este último canta sozinho Jacarepaguá blues, Pelas ruas que andei e, com Geraldo, Talismã. Geraldo canta sozinho O ciúme, de Caetano Veloso.

Elba canta sozinho Dia branco, Veja e A prosa impúrpura de Caicó, de Chico César, e Chão de giz (com Zé), Tesoura do desejo (com Alceu) e Chorando e cantando (com Geraldo). Zé Ramalho canta sozinho Admirável gado novo e Trem das sete, de Raul Seixas, e O amanhã é distante (com Geraldo). O disco foi muito bem recebido pela cena nacional, pois vendeu mais de um milhão de cópias, o que rendeu uma turnê e a vontade de continuar o projeto que, acredito que surpreendeu até seus integrantes de forma muito positiva. Lamento não termos um DVD desse show, o que ainda não estava tão em moda quanto hoje.

Um forte abraço a todos!