segunda-feira, 17 de novembro de 2025

CD 30 anos da Jovem Guarda volume 5

Em nossa última postagem sobre as coletâneas lançadas há 30 anos, quando se comemorava 30 anos de Jovem Guarda, abordamos o quinto volume, com Os vips cantando A volta, Sivinha com Splish splash e Wanderléa com Eu já nem sei. Na sequência, Golden boys com Alguém na multidão e Wanderley Cardoso com o seu Bom rapaz.

Temos ainda Lacinhos cor-de-rosa com Lilian, O ciúme com Deny e Dino e Wooly Bully com The fevers. E mais clássicos da época em Namoradinha de um amigo meu com Jerry Adriani, Vá embora daqui com Marcos Roberto e O escândalo com Renato e seus blue caps. O tremendão Erasmo Carlos também aparece com um clássico do finalzinho da época, mas que marcou toda a música brasileira: Sentado à beira do caminho.

Por fim, temos Veja se me esquece com Dori Edson e Quero que vá tudo pro inferno, com todo o elenco que participou do projeto 30 anos da jovem guarda. Foi bastante interessante abordar parte daquelas tardes de domingo com seus clássicos revividos na década de 90, com uma sonoridade atualizada e algumas surpresas, que tornaram ainda mais esse momento inesquecível em nossa música nacional!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Livro A canção no tempo volume 2

Finalizei a leitura do livro A canção no tempo volume 2, de Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano. Recentemente comentei sobre o volume 1, que aborda a música do início do século até 1957. Este segundo volume me despertou mais interesse e quase começo por ele, por abordar a época que mais aprecio: 1958 a 1985. Até lamentei não termos um terceiro volume, ao menos que falasse de 1986 até 2010, mas seus autores já não estão entre nós e, mesmo as duas edições tendo sido lançadas em 1998, não demonstraram interesse em uma continuação, julgando terem abordado o que mais importa na música do século passado nestes dois volumes.

Como no volume 1, destacou algumas canções que julgaram mais representativas, explicando em breves comentários a importância e o alcance de cada uma. Além disso, uma lista de outros sucessos daquele ano, tanto nacionais, quanto internacionais, explicando um pouco sobre a história cultural do país que respira neste período a Bossa nova, a Jovem Guarda, a Tropicália, os Festivais, o Clube da esquina, o Rock nacional dos anos 80, Grandes sambistas, entre outros. É possível que alguém, assim como eu, sinta falta de tal canção ou citação de artista ou banda desta época, mas não é discutível dizer que estamos falando do período mais rico de nossa música nacional.

Depois de lido os dois volumes compreendo melhor a importância de ter visto logo o primeiro, para entender a sequência do segundo volume que aborda meus artistas favoritos: Tom, Vinícius, vários Joãos, Chico, Caetano, Gil, Ivan, Roberto, Erasmo, Paulinho, Gal, Bethânia, Rita, Simone, Elis, Milton, Tim, Fagner, Lulu, Fábio, Roupa nova, etc. A pesquisa para os dois livros começou em 1986 e se limitaram até o ano anterior, não considerando relevância no que aconteceu nos 12 anos seguintes, o que poderia proporcionar um terceiro volume. Fato lamentável, mas que não arranha a importância histórica destes valiosos trabalhos!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

♫Clube da esquina nº 2♫

Algumas canções por si já dizem tudo. Outras ainda alcançam a genialidade de, em uma frase dizer tudo. Há ainda outras que em várias frases dizem tudo. Essa canção foi feita pelo Milton lá em 1972 apenas com sua bela melodia. Anos mais tarde, a pedido de Nana Caymmi, Lô e Márcio Borges colocaram letra e, simplesmente, temos um clássico e um mantra! Conste que existe outra canção dos mesmos autores com o título Clube da esquina e, por isso, nesta temos o "nº 2".

De fato, a melodia é bela, triste, melancólica, sempre me remete a solidão de um fim de tarde numa praia calma. E a letra aborda uma época de repressão da ditadura militar, destacando a resistência e a força do ser, a necessidade de não desistir de seus sonhos, das lutas de tantos que habitam as cidades e que precisam apenas crer na força interior e seguir na batalha dessa estrada de incertezas que é a vida. Adoro a interpretação dada pelo Flávio Venturini e, claro, as de Milton, sobretudo pelos seus impecáveis vocais. Quando fiz essa postagem não imaginei que hoje nos despediríamos do Lô, a quem, modestamente, prestamos nossa homenagem e nosso agradecimento por tamanha obra!

Clube da esquina nº 2
Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges

Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço, aço, aço...

Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos, calmos...

E lá se vai mais um dia...

E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio...

E lá se vai mais um dia...

E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente, gente, gente...

E lá se vai mais um dia...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Os compositores do Brasil - 107

Ele é compositor de sucessos na voz de Anavitória, Ana Carolina, Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Chico Buarque, Chico César, Daniela Mercury, Dominguinhos, Elba Ramalho, Emílio Santiago, Erasmo Carlos, Frejat, Gal Costa, Gilberto Gil, João Bosco, Lenine, Leila Pinheiro, Maria Bethânia, Marina Lima, Milton Nascimento, Roberta Sá, Ney Matogrosso, Rita Lee, Sandra de Sá, Samuel Rosa, Tetê Espíndola, Zeca Baleiro, só pra citar alguns desse extenso currículo. 

Com alguns destes inclusive divide suas composições. Seu nome Carlos Rennó, natural de São José dos campos e autor de canções como Escrito nas estrelas, Todas elas juntas num só ser, Fogo e gasolina, Quede água?, Canção pra Amazônia, Envergo mas não quebro, Canção pra ti, Tenho um xodó por ti, Estava escrito nas estrelas, Verão, Quando eu fecho os olhos, entre tantas.

Dono de grandes sucessos e com um currículo valioso destes, Rennó tinha que aparecer nesta série onde homenageamos os grandes compositores da nossa música e que, vira e mexe, são apresentados por aqui neste modesto espaço virtual!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Temas inesquecíveis de novelas 6 - (Oceano)

A novela Top model foi exibida no período 1989 - 1990. Confesso que lembro pouco dela, principalmente do núcleo do Nuno Leal Maia e seus filhos. Lembro que cada mãe de um filho seu vinha visitar e uma delas foi Rita Lee. Também lembro do casal romântico, vivido por Tamauturgo Ferreira e Malu Mader. E o que não me esqueço mesmo é do tema entre os dois, Oceano, do Djavan. E, pensar que recentemente, o próprio autor revelou que fez essa canção uns 5 anos antes e que ficou esquecida, até ser resgatada por sua filha!

Se você fechar os olhos e ouvir essa canção, consegue visualizar o mar e essa sensação, os gênios que a compuseram (aí incluo, além do Djavan, músicos participantes) conseguiram. E como a novela se ambientava também em uma praia, houve um casamento perfeito entre tema e canção. Óbvio que a canção tornou-se um clássico do Djavan, mas podemos dizer que isso se potencializou um pouco mais por causa da novela e pelas cenas que, com ela, penetravam na casa de cada brasileiro, que parava pra ver aquela linda história de amor que a canção ditava!

Oceano
Djavan

Assim que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão
Dava pra ver o tempo ruir
Cadê você? Que solidão
Esquecera de mim

Enfim, de tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor

Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim, e eu, oceano
E esqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Show de Roberto Carlos no Recife em 11/10/2025

Neste final de semana fui ver Roberto Carlos se apresentar mais uma vez no Geraldão. No dia 11, assisti da cadeira perto do palco e no dia 12, voltei à arquibancada, como na primeira vez, há exatos 31 anos. O show foi o mesmo, o artista impecável em sua voz que, já não tem àquela extensão, mas continua dourada e com um vigor que me leva a crer que ele pode cantar até os 200 anos, se desejar.

O repertório, considerado sempre engessado nos últimos anos, veio com sutis modificações desde que o vi aqui mesmo nesse espaço há 3 anos. Depois da abertura instrumental, temos as imutáveis Emoções, Além do horizonte, Detalhes, Outra vez, Nossa Senhora, O calhambeque, Lady Laura, Esse cara sou eu, Como é grande o meu amor por você e Jesus Cristo. Outras saem e voltam ao repertório dos últimos anos, como é o caso de Como vai você, Desabafo, Olha e Cavalgada (esta com o ápice na iluminação que, segue impecável, junto com a banda).

Então, de novidade mesmo podemos citar a inclusão de O cadillac, Mulher de 40, Amigo (em homenagem a Erasmo), o medley Seu corpo/Café da manhã/Os seus botões/Falando sério/O côncavo e o convexo (não teve Eu e ela) e a canção Eu ofereço flores (que dá nome ao show). Muito legal rever um show no Geraldão, com todo público cantando do começo ao fim (pena que alguns desafinaram na hora das rosas, que já virou guerra das rosas, indo lá pra frente na canção Amigo, pois ainda faltavam 4 canções para sua majestade entregar as flores a alguns). Minha sogra viu pela primeira vez e foi junto à minha esposa no primeiro dia; meu tio e eu revivemos minha primeira vez a um show do Roberto no segundo dia. E também muito legal reencontrar fãs famosos do Roberto, a exemplo de James e Adriano que estavam por lá, fato que comprova que além de seu som, sua voz, o rei também compartilha conosco seu "um milhão de amigos"!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

CD 30 anos da Jovem Guarda volume 4

O volume 4 da série de CD´s lançados em 1995 e que comemoram os 30 anos da Jovem guarda traz a ternurinha Wanderlea e a canção que faz jus a este apelido, como faixa de abertura: Ternura. Em seguida, Sérgio Reis, que ainda não reinava na música sertaneja nos anos 60, vem com seu conhecido Coração de papel. E Os Incríveis apresentam a clássica Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones.

No clima de versões, temos em seguida Renato e seus blue caps com Feche os olhos e, Leno, com Ritmo de chuva. Waldirene é a eterna Garota do Roberto e o tremendão Erasmo ataca com o clássico Gatinha manhosa. Os vips apresentam Parei na contramão e Martinha dá uma lindíssima versão à Nossa canção. Os Golden Boys vem com Ai de mim e Eduardo Araújo ataca de É papo firme.

Por fim, temos Jerry Adriani com Broto legal, Trio esperança com O passo do elefantinho e Wanderley Cardoso encerra o projeto com seu Doce de coco, deixando o CD longe de ser algo enjoado. Gravações inesquecíveis que não podem faltar na coleção de todo amante da música nacional e que deseja reviver ou conhecer as jovens tardes de domingo.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

♫Pega rapaz♫

Saudades na música brasileira tem sinônimo de grandes nomes que nos encantaram com suas obras. É o caso da eterna Rita Lee que sempre nos presenteou com algum grande hit. Como neste caso, a canção abordada hoje vem de 1987 e foi tema da novela Brega e Chique. Mas, não se tornou inesquecível por ser tema de novela, muito menos uma canção recorrente em seus shows (nem lembro de vê-la ao vivo nos shows que tenho em CD). Mesmo assim, considero uma das melhores de seu repertório.

Uma canção com a "marca" Rita Lee, arranjo, vocais e levada que já a lembram nas primeiras notas. A letra de Pega rapaz é um tanto sensual, coisa que Rita sempre soube fazer com a elegância que o tema sugere e isso sempre foi para poucos na música brasileira. E pensar que a expressão "pega rapaz" tem a ver com um modelo de penteado, algo curioso do título. Um ponto ainda talvez pouco comentado é que esta canção mexeu até com o público infantil, pois lembro de ver algumas crianças (na época eu também era criança) cantando e isso é meio inexplicável, talvez algo daquela geração anos 80.

Pega rapaz
Rita Lee e Roberto de Carvalho

Pega rapaz
Meu cabelo à la garçon
Prova o gosto desse tom, sur ton
Do meu batom na tua boca
Alô doçura
Me puxa pela cintura
Tem tudo a ver o meu pinguim
Com a tua geladeira

Nós dois a fim de cruzar a fronteira
Numa cama voadora, fazedora de amor

De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
De frente, de trás
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás, cada vez mais!

Pega rapaz
Meu cabelo à la garçon
Prova o gosto desse tom sur ton
Do meu batom na tua boca
Alô doçura
Me puxa pela cintura
Tem tudo a ver o teu xaxim
Com a minha trepadeira

Nós dois pra lá, bem pra lá de Nirvana
Numa cama voadora, fazedora de amor

De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
De frente, de trás
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Cada vez mais

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Livro A canção no tempo volume 1

Recentemente, terminei de ler este livro A canção no tempo volume 1 e já estou no volume 2, que comentarei mais adiante. De Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo, o texto é ideal para quem deseja voltar ao início do século passado, quando o assunto é música popular. Conhecemos direitinho, sob a ótica dos autores os primeiros sucessos da música brasileira. Lançado em 1997, esta série de 2 volumes busca explicar a evolução da música brasileira ocorrida em 85 anos.

E em cada capítulo que, começa englobando vários anos até uma produção mais consistente e significativa, de onde seguem-se os capítulos ano a ano, inclusive no volume 2, encontramos, além dos sucessos mais marcantes, também os lançamentos em Long play e os sucessos internacionais que aterrissavam em terras tupiniquins. 

Muito legal, neste primeiro capítulo conhecer os sucessos das obras de Noel Rosa, Luiz Gonzaga, Lamartine Babo, Dorival Caymmi, Ary Barroso, das vozes de Carmem Miranda, Dalva de Oliverira, Ângela Maria, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Tito Madi, Lupicínio Rodrigues, Pixinguinha, Silvio Caldas, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Cauby Peixoto, Tom Jobim (no início) e compreender melhor toda a raiz da música brasileira que passeava por marchinhas carnavalescas, samba canção, xotes, baião, sambas, o início e o tempo áureo do rádio, gente tão importante que lutou para termos e fazermos a melhor música do mundo!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

♫Drão♫

Algumas coisas na música brasileira são bem específicas e precisamos saber de muitos mais detalhes da vida do compositor para enterdermos sua obra. É o caso desse clássico de Gilberto Gil que ouvi pela primeira vez com Caetano Veloso e que só entendi melhor quando me chegou a informação do que era "Drão", o apelido de Sandra, sua ex-esposa, a qual se referia essa canção.

Com uma introdução e um solinho que a acompanha nos três versos que a compõe, Gil tenta cantar o fim de um amor, buscando a culpa toda pra si, como algo irremediável. E tenta fazer isso também jogando holofotes nas sementes desse amor, os filhos e nos presenteando com belíssimas passagens sobre o que pensa do amor.

Drão
Gilberto Gil

Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão, nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada pela estrada escura

Drão, não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito
Imenso monolito, nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame, pela vida afora

Drão, os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce, trigo
Vive, morre, pão
Drão...

Um forte abraço a todos!