segunda-feira, 29 de setembro de 2025

♫Pega rapaz♫

Saudades na música brasileira tem sinônimo de grandes nomes que nos encantaram com suas obras. É o caso da eterna Rita Lee que sempre nos presenteou com algum grande hit. Como neste caso, a canção abordada hoje vem de 1987 e foi tema da novela Brega e Chique. Mas, não se tornou inesquecível por ser tema de novela, muito menos uma canção recorrente em seus shows (nem lembro de vê-la ao vivo nos shows que tenho em CD). Mesmo assim, considero uma das melhores de seu repertório.

Uma canção com a "marca" Rita Lee, arranjo, vocais e levada que já a lembram nas primeiras notas. A letra de Pega rapaz é um tanto sensual, coisa que Rita sempre soube fazer com a elegância que o tema sugere e isso sempre foi para poucos na música brasileira. E pensar que a expressão "pega rapaz" tem a ver com um modelo de penteado, algo curioso do título. Um ponto ainda talvez pouco comentado é que esta canção mexeu até com o público infantil, pois lembro de ver algumas crianças (na época eu também era criança) cantando e isso é meio inexplicável, talvez algo daquela geração anos 80.

Pega rapaz
Rita Lee e Roberto de Carvalho

Pega rapaz
Meu cabelo à la garçon
Prova o gosto desse tom, sur ton
Do meu batom na tua boca
Alô doçura
Me puxa pela cintura
Tem tudo a ver o meu pinguim
Com a tua geladeira

Nós dois a fim de cruzar a fronteira
Numa cama voadora, fazedora de amor

De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
De frente, de trás
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás, cada vez mais!

Pega rapaz
Meu cabelo à la garçon
Prova o gosto desse tom sur ton
Do meu batom na tua boca
Alô doçura
Me puxa pela cintura
Tem tudo a ver o teu xaxim
Com a minha trepadeira

Nós dois pra lá, bem pra lá de Nirvana
Numa cama voadora, fazedora de amor

De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
De frente, de trás
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Eu te amo cada vez mais
Pega rapaz, me pega rapaz
De frente, de trás
Cada vez mais

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Livro A canção no tempo volume 1

Recentemente, terminei de ler este livro A canção no tempo volume 1 e já estou no volume 2, que comentarei mais adiante. De Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo, o texto é ideal para quem deseja voltar ao início do século passado, quando o assunto é música popular. Conhecemos direitinho, sob a ótica dos autores os primeiros sucessos da música brasileira. Lançado em 1997, esta série de 2 volumes busca explicar a evolução da música brasileira ocorrida em 85 anos.

E em cada capítulo que, começa englobando vários anos até uma produção mais consistente e significativa, de onde seguem-se os capítulos ano a ano, inclusive no volume 2, encontramos, além dos sucessos mais marcantes, também os lançamentos em Long play e os sucessos internacionais que aterrissavam em terras tupiniquins. 

Muito legal, neste primeiro capítulo conhecer os sucessos das obras de Noel Rosa, Luiz Gonzaga, Lamartine Babo, Dorival Caymmi, Ary Barroso, das vozes de Carmem Miranda, Dalva de Oliverira, Ângela Maria, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Tito Madi, Lupicínio Rodrigues, Pixinguinha, Silvio Caldas, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Cauby Peixoto, Tom Jobim (no início) e compreender melhor toda a raiz da música brasileira que passeava por marchinhas carnavalescas, samba canção, xotes, baião, sambas, o início e o tempo áureo do rádio, gente tão importante que lutou para termos e fazermos a melhor música do mundo!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

♫Drão♫

Algumas coisas na música brasileira são bem específicas e precisamos saber de muitos mais detalhes da vida do compositor para enterdermos sua obra. É o caso desse clássico de Gilberto Gil que ouvi pela primeira vez com Caetano Veloso e que só entendi melhor quando me chegou a informação do que era "Drão", o apelido de Sandra, sua ex-esposa, a qual se referia essa canção.

Com uma introdução e um solinho que a acompanha nos três versos que a compõe, Gil tenta cantar o fim de um amor, buscando a culpa toda pra si, como algo irremediável. E tenta fazer isso também jogando holofotes nas sementes desse amor, os filhos e nos presenteando com belíssimas passagens sobre o que pensa do amor.

Drão
Gilberto Gil

Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão, nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada pela estrada escura

Drão, não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito
Imenso monolito, nossa arquitetura
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame, pela vida afora

Drão, os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce, trigo
Vive, morre, pão
Drão...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

CD 30 anos da Jovem Guarda volume 3

O volume 3 desta série traz algumas agradáveis surpresas. Caetano Veloso resolveu aparecer para homenagear o movimento que, segundo ele, foi primordial para a Tropicália e cantou O calhambeque. Ronnie Von deu o ar da graça em sua famosa A praça. Carlos Gonzaga apresentou sua eterna Diana, os Golden Boys vieram de Pensando nela e Tony Campello atacou de Baby rock.

Enquanto Bobby di Carlo resgatou seu famoso Tijolinho, Martinha foi com seu clássico Eu daria a minha vida. O tremendão reaparece com Vem quente que eu estou fervendo e Renato e seus blue caps resgataram um clássico do rei em Se você pensa. Wanderléa reviveu também seu clássico Prova de fogo, enquanto que Silvinha resgatou Banho de lua, sucesso de Celly Campelo.

O projeto se encerra com o Trio esperança cantando Gasparzinho e Jerry Adriani mandando seu Doce doce amor, que poucos sabem se tratar de uma canção composta por Raul Seixas. Mantendo o ritmo daquelas tardes de domingo esse volume mantém o equilíbrio entre as deliciosas baladas e os grandes e inesquecíveis rocks nacionais dos anos 60.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Show de Ivan Lins no Recife em 23/08/2025!!!

Semana passada fui ver o show do Ivan Lins no Teatro Guararapes, onde comemora seus 80 anos de vida e 55 de carreira. Não é pra qualquer um alcançar uma marca dessas e com todo esse merecido sucesso. Já havia visto show dele anteriormente, mas devo confessar que este foi o melhor até então, o que desperta o desejo que Ivan viva mais uns 300 anos, com aquela voz, talento e todo profissionalismo que traz em si e com sua equipe de grandes músicos.

Dirigido por seu filho, Cláudio Lins, que também fez participação cantando Aos nossos filhos, Cartomante e, claro, Lembra de mim (com a qual tem tudo a ver, pela atual reexibição da novela História de amor). Com direito à canção inédita, Meninos de Gaza, passeia por clássicos de todas as épocas em blocos românticos, sertanejos e sambas apresentando canções inesquecíveis como O amor é meu país, Abre alas, Ai ai ai ai, Madalena, Porta entreaberta, Emoldurada, Sou eu, Daquilo que eu sei, Bandeira do divino, Iluminados, Vieste, Começar de novo, Lua soberana, Antes que seja tarde e o bis Novo tempo, com todos no palco.

Uma grata surpresa também deste espetáculo é a presença da vocalista Tatiana Parra, que o Brasil precisa descobrir pela imensa cantora que é, aqui nos emocionando dividindo vocais com Ivan ou em momentos solo em Guarde nos olhos e Vitoriosa. E olha que eu nem lembrava que eles já haviam dividido a faixa Amorágio, anteriormente. O que comprova que Ivan também sempre foi e continua sendo muito generoso em sua obra, a qual este país aplaude por tanta sensibilidade. Viveremos sempre um Novo tempo, ao bebermos dessa fonte maravilhosa que é a sua arte, pela qual o Brasil, que tanto ama, sempre se orgulhará! Viva a Ivan!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Temas inesquecíveis de novelas 5 - (De volta pro aconchego)

Roque Santeiro foi sem dúvida a melhor novela global e isso não é uma opinião apenas minha, mas de muitos que a assistiram e até de outros que participaram dela. Tem uma trilha belíssima em uma época em que a música era bastante fértil. Pra mim, uma das cenas mais inesquecíveis deste folhetim foi a volta de Roque à cidadezinha. Um temporal danado, aquele homem sinistro voltando e o que tocava? De volta pro aconchego, na voz de Elba Ramalho!

Regravada e revivida por vários artistas, a interpretação definitiva ficou mesmo a cargo de Elba e quantos não se identificaram com tantas voltas que a vida leva e traz, diante desse clássico de Dominguinhos e Nando Cordel, que também participaram da trilha com outro clássico, mas que isso é tema para outra postagem! Uma lágrima, mesmo que escondida, sempre brota nos olhos emocionados de quem escuta as primeiras notas dessa belíssima canção!

De volta pro aconchego
Nando Cordel e Dominguinhos

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder tá contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter

É duro ficar sem você vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que vou mergulhar
Na felicidade sem fim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Jovem Guarda completa 60 anos!!!

No próximo dia 22 de agosto acontece o aniversário de 60 anos de estreia de um programa que marcou a música brasileira nos anos 60: o Jovem guarda, da TV Record, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea e, por onde passaram nomes inesquecíveis para quem desfrutou aquelas tardes de domingo. Futebol foi proibido na TV, então vamos de música. 

E assim, por aquele palco passaram bandas como The fevers, Incríveis, Renato e seus blue caps; cantoras como Wanusa, Rosimary, Martinha, Waldirene; cantores como Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Sérgio Reis, Ed Wilson, Bob di Carlo; duplas como Leno e Lilian, Os Vips, Deny e Dino; Trios como o Esperança; grupos como Golden Boys e tantos outros até mais distantes do movimento como Caetano Veloso, Elis Regina, Jair Rodrigues, Jorge Benjor e Ângela Maria, só pra citar alguns.

E o mais incrível e inesquecível disso tudo é que poderíamos falar apenas de um grande programa, mas ele foi apenas o alicerce de movimento jovem, um pontapé inicial  para carreiras bem sucedidas de também outros então jovens como Rita Lee e os mutantes, Ronnie Von, Silvinha e Eduardo Araújo e tantos outros, além de uma mudança comportamental em massa nunca antes visto. Vítima de adoração ou preconceito, um celeiro de pureza musical ou alienação, como tantos quiseram classificar, a Jovem Guarda é, sem sombras de dúvidas um momento único, de onde surgiram tantas influências, pois também ali encontramos a raiz do sucesso do artista número um deste país, o fenômeno chamado Roberto Carlos!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

CD Emílio Santiago Aquarela brasileira 5

Em 1992 Emílio Santiago veio com mais um álbum da série Aquarela brasileira. E nesta quinta edição tivemos como sucessos inéditos as canções Lesões corporais e também 40 anos, esta última, uma canção meio autobiográfica composta por Altay Veloso e Paulo César Feital para ele.

E os medleys continuam com Dorival Caymmi em Não tem solução/Nem eu/Marina, Tom Jobim e Vinícius de Moraes em Wave/Chega de saudade, Cartola e Nelson Cavaquinho em A vida é um moinho/A flor e o espinho, João Donato/Abel Silva e Dominguinhos/Nando Cordel em Simples carinho/Faz de mim, novamente Tom e Ângela Ro rô em Demais/Só nos resta viver, Noel Rosa e Gonzaguinha em Último desejo/Infinito desejo.

Além dessas, temos as canções É demais pra mim, Sonhar não custa nada ou quase nada, Mascarada. E a certeza de ouvirmos o melhor intérprete deste país e matar a saudade daquela voz única e aveludada que torna qualquer ambiente onde toque com seu brilho ímpar!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Os compositores do Brasil - 106

Um dos compositores mais representativos da música sertaneja é Darci Rossi, natural de Guaxupé/MG. Com certeza, quem curte o trabalho de Chitãozinho e Xororó e tem seus discos deve ter encontrado seu nome nos créditos, pois é dele clássicos como Fio de cabelo e 60 dias apaixonados, entre outras canções gravadas pela dupla no decorrer de sua carreira.

Além destes sucessos temos ainda Como eu te amo, Deus me livre, Deixei de ser cowboy por ela, Toneladas de paixão, Um homem quando ama, Crises de amor, Estrada do amor, Te esquecer é impossível, entre tantas presentes nas vozes de Zezé di Camargo e Luciano, Leonardo, João Mineiro e Marciano, Sandy e Júnior, Fábio Jr., Nelson Ned, Elymar Santos, Michel Teló, Sérgio Reis, Bruno e Marrone, Agnaldo Timóteo e até o grupo de samba Raça negra.

Darci partiu para a eternidade em 2017, mas suas canções continuam sendo entoadas em cada show que a maioria dos artistas mencionados acima realizam Brasil afora. Dono de mais de 400 canções temos aqui apenas uma amostra do quanto é importante seu trabalho para a música nacional!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de julho de 2025

CD 30 anos da Jovem guarda volume 2

No volume 2 da série 30 anos da Jovem guarda, começamos com um sucesso da dupla Leno e Lilian, aqui interpretado por Lilian e Ed Wilson, já que a dupla não se entendia muito bem nessa época: Devolva-me, clássico da Jovem Guarda, resgatado posteriormente por Adriana Calcanhotto. Eduardo Araújo vem dirigindo seu carro vermelho na faixa O bom e The fevers interpretam mais um clássico do rei, Eu te darei o céu.

Na sequência Ronnie Von com Meu bem, Os vips com Faça alguma coisa pelo nosso amor e o tremendão vem com Minha fama de mau. Renato e seus blue caps atacaram de Meu primeiro amor, enquanto que a ternurinha também interpretou Roberto em Eu sou terrível. A dupla Deny e Dino vieram com seu maior sucesso Coruja, enquanto Cleide Alves relembrou Estúpido cupido, de Celly Campelo. A festa do bolinha foi revivida pelo Trio esperança.

Por fim, temos Leno, em interpretação solo de sua A pobreza, novamente Ed Wilson com Biquini de bolinha amarelinho tão pequenininho que foi sucesso na voz de Ronnie Cord e Celly Campelo e, Wanusa que interpretou Quando, do Roberto Carlos. Vale lembrar que nem todos que estão na coletânea chegaram a participar do programa Jovem guarda, mas fizeram parte do movimento juvenil que abrilhantou a década de 60 com canções inesquecíveis como estas aqui deste trabalho.

Um forte abraço a todos!