Essa série foi criada há alguns anos para debatermos os discos ao vivo do Chico Buarque. Sei que o leitor pode pensar que disco ao vivo é tudo igual, mas no caso do Chico, como estamos já na quarta edição, percebemos que ele é uma exceção à regra, pois percebe-se uma preocupação, de uma turnê para a outra, em reformular quase que totalmente o repertório, que no caso do Chico, dono de grandes clássicos, isso não é tarefa difícil. E como também demora cerca de 5 anos pra lançar um trabalho inédito, seus discos ao vivos tem também levado esse tempo para serem lançados, já que têm como base justamente esses trabalhos inéditos.
Chico Buarque Na carreira, CD duplo e DVD, foi lançado em 2012, fruto do show que promovia o CD Chico, lançado em 2011. Logo aí, de cara, já temos as dez faixas deste, presentes no show e que já conta como um diferencial dos demais projetos desse tipo. São elas: Querido diário, Rubato, Essa pequena, Tipo um baião, Se eu soubesse (com a participação de Thaís Gulin), Sem você nº 2, Nina, Barafunda, Sinhá (aqui, sem João Bosco, que participou do CD 2011, e Sou eu que traz dueto com seu baterista Wilson das Neves, que também divide os vocais no clássico Tereza da praia.
Temos clássicos que já ouvimos em outros CD´s ao vivo, mas com novas leituras como Desalento, Injuriado, Todo o sentimento, O meu amor, Teresinha, Na carreira, Sob medida e Futuros amantes. Temos clássicos nunca lançados ao vivo como O velho Francisco, De volta ao samba, Choro bandido, Bastidores, Ana de Amsterdam, Anos dourados, Valsa brasileira, Geni e o Zepelim, A violeira, Baioque e Rap de cálice! Com todo esse repertório, Chico mostra que tem condições de fazer uns 15 shows diferentes e emocionantes, então creio que esta série voltará a qualquer momento.
Um forte abraço a todos!
Um comentário:
Fala, homem!
Desculpa pelo silêncio depois de algum tempo, devido à correria, mas acho que este disco vale a pena comentar. Assisti ao show, aqui no Rio, e, de fato, é bem bonito - apesar de eu, pela primeira vez, achar o disco inferior.
O que me chama atenção deste show do Chico é que não é tão inédito em alguns momentos - ele repete números dos dois shows anteriores (também registrados em disco, "Chico ao vivo" e "Carioca ao vivo" - em DVD também). Isto pode ser visto de duas formas: são músicas bem-sucedidas entre os fãs ou agradaram ao próprio Chico a ponto de serem mantidas.
Das inéditas, acho fascinante a letra de "Querido diário" (que causou polêmica no You Tube, pelo verso "mulher sem orifício"), adoro o gingado de "Tipo um baião" e a batida de "Sinhá", que tem muito também do dedo de João Bosco.
No show que vi, a plateia veio abaixo com "Anos dourados" e "Bastidores", na qual Chico (colando de uma dália em seu pé) errou a letra, mas corrigiu.
O resgate de "Ana de Amsterdam", em sua primeira gravação com voz - em "Chicocanta", a letra estava censurada e só há versão instrumental - é belíssimo.
Só que o momento mais impactante, disparado, é "Geni e o zepelim". O arranjo está primoroso, e torna a letra ainda mais densa para quem ouve.
O trecho do rap que Criollo fez a partir de "Cálice" foi uma ótima sacada, deixando gente com cabelos em pé (ah, se é outro artista que faz...). Mas deu pena não ter o restante da canção no show.
Abraços,
Vinícius
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