domingo, 18 de agosto de 2019

♫Algo parecido♫

Curto muito a obra dessa banda que já há tanto tempo nos premia com lindos hits. Seja no rock ou nas baladas, o Skank é digno de respeito e admiração por ser uma das bandas que mais lançou pérolas musicais nos últimos 20 anos. Este é o mais novo hit da banda, composição do talentoso músico, cantor e compositor, vocalista da banda, Samuel Rosa.

A letra de Algo parecido é muito romântica, sem precisar ter aquele grude todo. Um amor mais realista que pode ter defeitos, mas que conta com a crença de que vai dar certo, pois assim vibram seus protagonistas. E uma levada tão legal que dá vontade de pegar o violão e aprender com esses grandes caras e seus grandes e inesquecíveis hits.

Algo parecido
Samuel Rosa

Escorre o tempo que seguro e cabe em minhas mãos
Eu empresto o meu mundo pra te ter então
Você vai acreditar talvez
Ou senão queira partir de vez

E se eu falasse nessas coisas que vejo em você
Me atravessam num segundo sem eu entender
E tudo que me faz ver
E tudo que me faz ter

Aquilo que eu sinto por você
Parece ser maior
Que o destino que me passa e te passa
E há de ser um só

A gente é diferente quando sente
Mas pode ser que mesmo assim
A gente até se ajeite

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
O outro lado da cidade
Ou algo parecido

Estou livre com seu passo e aperto sua mão
Que me mostra o caminho pra te ter então
Com você quero partir de vez
Sem destino e sem lugar talvez

Despreocupo com futuro que ninguém prevê
O que entristece, tento esquecer
Isso tanto faz
Isso já não faz mal

Aquilo que eu sinto por você
Parece ser maior
Que o destino que me passa e te passa
E há de ser um só

A gente é diferente quando sente
Mas pode ser que mesmo assim
A gente até se ajeite

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
Outro lado da cidade
Ou algo parecido

Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
Pro outro lado da cidade
A gente é parecido

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Os Músicos do Brasil - 70

E esta série chega à edição de número 70 trazendo hoje um dos maiores produtores nacionais que a indústria e cultura brasileira possui: Antônio Moogie Canazio. Não só atua com brasileiros, mas também com músicos internacionais, sendo bastante premiado aqui e lá fora.

E pra ele tanto faz produzir Diana Ross, Sarah Vaughan, Barbra Streisand, como também Sérgio Mendes, Milton Nascimento, Ivan Lins, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Simone, Milton Nascimento, ou também Roberta Miranda, Paula Fernandes e Sandy e Júnior. Esse cara já trabalhou até para duas lendas: Michael Jackson e João Gilberto.

Com um currículo invejável de mais de 500 discos, Moogie transita entre os Estados Unidos e o Brasil e afirma que os artistas são fascinantes, não importando se são estrelas ou apenas possuem estrelismos. E com certeza, um nome com a competência que ele carrega é, sem dúvida, uma grande estrela da qual nosso país se orgulha de ter!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

CD Marisa Monte MM

Este foi o álbum de estreia de Marisa Monte, lançado em 1989. A faixa de maior sucesso e que viria a se tornar um clássico em seu repertório é Bem que se quis, a única inédita do projeto que traz releituras de vários artistas em versão ao vivo, fruto de sua primeira turnê chamada Veludo azul.

O repertório traz suas maiores raízes: os Titãs são interpretados em Comida, o síndico Tim Maia aparece em Chocolate (que Marisa incluiu um novo verso), Rita Lee e os Mutantes em Ando meio desligado, Candeia em Preciso me encontrar, Luiz Gonzaga em O xote das meninas (aqui em reggae), Roberto Carlos em Negro gato, Carmen Miranda em South American Way, Clara Nunes em Lenda das sereias.

Completam o repertório as canções I heard it through the grapevine, Bess you is my woman now e Speak low (única gravada em estúdio). Um bom trabalho, que traz a produção de Nelson Motta, embora os posteriores puderam mostrar com mais propriedade todo o talento e sucesso de uma das maiores estrelas da nossa música.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Os Intérpretes do Brasil - 59

Leonardo é um intérprete nato e isso desde a época da grande dupla que fazia com seu saudoso irmão. Esta série destaca três canções marcantes em sua voz, mas praticamente todo seu repertório é de composições de outros artistas. Não conheço com profundidade, mas sei que seus maiores sucessos não são assinados por ele.

Da época da dupla, não dá pra esquecer canções como Não aprendi dizer adeus, Desculpe mas eu vou chorar ou Talismã, por exemplo, que fizeram muito sucesso na sua voz. Então apenas por aí, poderíamos parar, mas tem a fase solo que também merece destaque, pois canções como Mano e Coração espinhado também são marcantes em sua voz.

Gostem ou não do estilo sertanejo que o Leonardo apresenta já há tantos anos, precisamos reconhecer que se trata de um dos maiores intérpretes deste país e que continua cantando grandes sucessos dos maiores compositores ou de alguns menos conhecidos, que alcançam notoriedade com seu trabalho.

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de julho de 2019

♫O portão♫

As canções do Roberto são sempre marcantes em qualquer época do ano. Esta, por exemplo, é um clássico dos anos 70. Imortalizada pelo rei, regravada de forma inusitada pelo Titãs, pelo Erasmo em dueto com Kid Abelha e por Zezé di Camargo e Luciano, imagino que poucos ousam retocá-la por ter muito do Roberto ali. Eduardo deu uma belíssima versão instrumental a ela. Aliás, esta é talvez o melhor exemplo para ilustrar como a dupla Roberto e Erasmo compõem, imaginando voltar, encontrar o cachorro, o retrato, uma recepção, cenas que vão no ápice da emoção de quem já foi e voltou.

A letra de O portão é muito profunda: fala de alguém que resolve voltar, que reconhece seus possíveis erros, que sente saudades daquilo que julgava tão comum e talvez tão sem importância. Um retrato na parede amarelado pelo tempo quase reclama a ausência. Mas, o que mais marca mesmo e arranca um punhado de lágrimas são os dois braços abertos na recepção, algo muito raro de se acontecer na prática, mas na imaginação e no cineminha dos dois Carlos, esses nobres sentimentos sempre receberão tratamento vip, digno de um "Óscar".

O portão
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Eu cheguei em frente ao portão
Meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão
Eu voltei

Tudo estava igual como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei
E voltei

Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei

Fui abrindo a porta devagar
Mas deixei a luz entrar primeiro
Todo o meu passado iluminei
E entrei

Meu retrato ainda na parede
Meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
E eu falei

Onde andei não deu para ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei

Sem saber depois de tanto tempo
Se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
E parei

Quando vi que dois braços abertos
Me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei
E chorei

Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei

Eu parei em frente ao portão
Meu cachorro me sorriu latindo

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de julho de 2019

CD Gonzaguinha - presente - duetos

Lançado em 2015, ano em que Gonzaguinha completaria 70 anos, esta compilação une a voz de nosso eterno poeta com nomes da nossa música que, de alguma forma, bebem dessa fonte da qual sentimos tanta falta nos dias atuais. Grandes clássicos de seu repertório são revividos em duetos póstumos.

O que é o que é tem a contribuição do mineirinho Alexandre Pires. Ivete Sangalo empresta seu domínio de interpretação para o clássico Sangrando. A dupla Victor e Léo aparecem em Espere por mim morena, Ana Carolina vem em Explode coração e o Lindo lago do amor brilha com Gilberto Gil. E vamos à luta, com Zeca Pagodinho e temos uma belíssima interpretação de Maria Rita para Grito de alerta.

Alcione não deixa nenhum Ponto de interrogação na sua sempre fina interpretação, bem como Lenine em Começaria tudo outra vez. O mesmo pode se dizer de Martinho da Vila em Com a perna no mundo, Fagner em Feliz, Luiza Possi em Recado, Zeca Baleiro em Guerreiro menino e Daniel Gonzaga, que se une às vozes do pai e do avô no clássico Vida de viajante. Um excelente trabalho para constar na coleção de todo amante da boa música e que deseja matar a saudade do eterno Gonzaga Jr.

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de julho de 2019

♫Saudosismo♫

Essa canção retrata o sentimento do país hoje, de luto pela partida de seu grande gênio João Gilberto. Sempre digo que quem curte música ou ama ou detesta (e talvez por não entende-lo bem) a obra e a importância dele. Felizmente, me enquadro no primeiro grupo. Até não conhecer João, poderia perfeitamente pensar como o segundo. Mas, bastou ouvir sua divisão de voz, sua batida naquele violão que mudou a música desse país, sua interpretação ímpar para clássicos como Você não sabe amar, para me tornar de vez um fã.

João me parece ser daqueles gênios (e nosso país tem alguns desses) que, o que faz é maravilhoso, divino. Tanto que se outra pessoa tentar fazer igual, soa desnecessário porque ele é simplesmente completo e o bastante. Se cantores famosos cantam hoje, anônimos como eu também cantam baixo porque ele existiu. E isso só prova o que Caetano disse que melhor que o silêncio é João que transita entre o silêncio e o som sem risco de desafinação, pois no peito dos desafinados também tem um coração, o amor, o sorriso, a flor e o sussurro e o violão de João!

Saudosismo
Caetano Veloso

Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar, tentamos inventar

A felicidade a felicidade
A felicidade a felicidade

Eu, você, depois
Quarta-feira de cinzas no país
E as notas dissonantes se integraram
Ao som dos imbecis

Sim, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
A bossa, a fossa, a nossa grande dor
Como dois quadradões

Lobo, lobo bobo
Lobo, lobo bobo

Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E eu fico comovido de lembrar
O tempo e o som

Ah! Como era bom
Mas chega de saudade
A realidade é que
Aprendemos com João
Pra sempre
A ser desafinados
Ser desafinados...

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de junho de 2019

♫Doido pra te amar♫

Nando Cordel encerra o período junino no Blog Música do Brasil com esse clássico de seu repertório, tema da novela Tieta. Nando também deve ter animado muitos arraiais juninos nesses dias, com esta e tantas belas canções que constam em seu belíssimo repertório.

E essa canção, que tem uma levada muito gostosa, fala da felicidade de ter um grande amor e de vivencia-lo dia a dia. A gravação dela no acústico do Nando também ficou muito bonita, embora, com um arranjo diferente do original, mas sempre dançante e com aquela paz carimbada na obra desse grande artista.

Doido pra te amar
Nando Cordel

Quando eu olho pra você
Eu não sei me controlar
Não seguro meu desejo
Fico doido pra te amar

Os teus olhos têm amor
O teu jeito tem prazer
Todo mundo quer provar
O sabor que tem você

Ah, eu vou eu vou
Vou tentar ficar contigo
Eu vou, eu vou
Mesmo se correr perigo
Eu vou, eu vou
Quero ter essa paixão

Ah, eu vou eu vou
Me perder nesse romance
Eu vou, eu vou
Se você me der uma chance
Eu vou, eu vou
Invadir teu coração

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de junho de 2019

♫Confidências♫

Esta canção é um clássico nordestino de dois grandes nomes da nossa música, tanto na composição, quanto na divulgação do forró autêntico: Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim. Lançada em 1980, no primeiro trabalho do Jorge, tornou-se uma das canções mais executadas em festas juninas, Nordeste afora.

Sua letra fala da chegada de um grande amor, de tudo de mais belo que é vivido e dos segredos, sem medos, que são compartilhados com este sentimento. Algo que agrega e, possivelmente a tornou este clássico todo é o famoso laia laia que é entoado no início, meio e fim da canção, dispensando qualquer solo a mais.

Confidências
Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim

Eu tenho um segredo menina cá dentro do peito
Que a noite passada quase que sem jeito
Vendo a madrugada eu ia revelar

Mas quando um amor diferente tava nos meus braços
Olhei pro espaço e vi lá no céu
Uma estrela cadente se mudar

Eu lembrei das palavras doces que um dia eu falei pra alguém
Que tanto, tanto me amou me beijou como ninguém
Que flutuou nos meus braços entrou nos meus planos
E os nosso segredos confidenciamos sem hesitar

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 19 de junho de 2019

CD Elba canta Luiz

Uma ótima pedida para esta e qualquer boa festa junina é este trabalho lançado em 2002, em que Elba Ramalho, a discípula número um de Gonzaga, presta sua reverência ao rei do baião, revivendo canções de seu repertório, com novos arranjos e alguns convidados.

O próprio Luiz dá, digamos uma "palhinha" em alguns trechos. Outro discípulo mor Dominguinhos, além de tocar em algumas faixas, canta na faixa de encerramento Canta Luiz. Zeca Pagodinho, talvez meio estranho no nicho do forró, mostra que de estranho não tem nada quando revive com Elba o sucesso O xamego da Guiomar. Arlindo Cruz também aparece apenas tocando, bem como músicos como Arlindo dos oito baixos e Milton Guedes.

No repertório desta festa junina temos ainda Danado de bom, A sorte é cega, Quer ir mais eu, O xote das meninas, Vem morena, Orélia, Sorriso cativante, Aquilo bom/Facilita/O cheiro da Carolina, Xamego, Numa sala de reboco, Calango da lacraia/Nega Zefa/Coco xeem. Um agradável trabalho que mostra que o tempo passa e Elba só está cada vez melhor por também beber nesta saborosa fonte chamada Gonzaga.

Um forte abraço a todos!