sábado, 2 de maio de 2009

Perfil Elis Regina

Eis uma cantora que deixa muita saudade e que sua voz continua marcante para os antigos e novos ouvintes de sua obra que é eterna e que pode ser apreciada nessa coletânea, que traz também as letras de suas canções!

Na primeira faixa, uma tradução do bolero de Armando Manzanero, Me vuelves loco, aqui Me deixas louca, com tradução de Paulo Coelho. Em seguida uma canção que Elis imortalizou do repertório do Ivan, Madalena. Casa no campo também foi imortalizada pela eterna pimentinha, e se faz presente nessa obra.Dois pra lá, dois pra cá, da safra do João Bosco mostra sua versatilidade, com direito a trecho do clássico bolero La puerta, ao final. Águas de março traz uma das mais perfeitas parcerias: Elis e Tom e mais um clássico nacional. Atrás da porta revela as bem sucedidas navegações pela obra do Chico. Fascinação tornou-se uma das suas maiores interpretações.

Temos ainda, O mestre sala dos mares, Romaria e Como nossos pais, três clássicos de sua obra e da música brasileira, essa última, da safra do Belchior, de quem Elis foi madrinha. Pra finalizar, temos Nada será como antes, do Milton, Vou deitar e rolar, Cartomante, Querelas do Brasil, Aprendendo a jogar e, com chave de ouro O bêbado e a equilibrista.Um repertório de arrasar, embora sempre faltará aquela que gostamos pois suas interpretações foram eternas como ela é!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nossa história começou com confissões de amor...

Uma das características da Jovem Guarda é que apresentou ao cenário nacional grandes bandas de rock que viriam a influenciar toda uma geração posterior ao movimento. Um exemplo disso é a grande banda The Fevers, formada nos anos 60 que consolidou carreira nas décadas seguintes e continua fazendo seus shows e sucesso país afora.

No início a banda se chamava The Fenders e seus membros originais eram Almir (vocais), Liebert (contrabaixo), Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho (guitarra), Cleudir (teclados) e Jimmy Cruise (vocais). Depois, Jimmy saiu do grupo e os membros remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers e entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1968 e Luiz Claudio em 1969. Participaram de vários discos de colegas já consagrados, como gravações de Eduardo Araújo (O bom), Deny e Dino (Coruja), Erasmo Carlos (os LPs O Tremendão e Você me acende), Roberto Carlos (gravações como Eu te darei o céu e Eu estou apaixonado por você), Wilson Simonal (faixas como Mamãe passou açúcar em mim), Trio Esperança (LP A festa do Bolinha), Jorge Ben (o LP O bidu/Silêncio no Brooklin) e o primeiro LP de Paulo Sérgio.

Dentre seus grandes sucessos, podemos destacar: Agora eu sei, Cândida, Hey girl, Mar de rosas, Nathalie, Onde estão teus olhos negros, Ninguém vive sem amor, Paloma branca, Guerra dos sexos, Elas por elas, Angel baby, Sou assim, Vem me ajudar, entre tantas que encantaram muitas gerações. Os The Fevers tiveram várias formações e várias pessoas passaram pela banda como o Michael Sullivan, por exemplo. Sua formação atual é Luis Cláudio, Liebert, Rama, Otávio Henrique e Miguel Ângelo, que continuam cantando os sucessos eternos dessa grande banda nacional!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Os compositores do Brasil - 14

A série Os compositores do Brasil apresenta hoje Aldir Blanc, um dos compositores mais constantes entre os grandes intérpretes da nossa música. Carioca, formado em medicina e especializado em psiquiatria, começou compondo nos anos 60 e teve destaque nos festivais daquela década com as canções A noite, a maré e o amor, Diva e Amigo é pra essas coisas.

Foi com João Bosco que tornou-se conhecido, compondo seus maiores sucessos: O bêbado e a equilibrista, De frente pro crime, O mestre-sala dos mares, Dois pra lá dois pra cá, entre outras, descobertas primeiramente por Elis Regina, madrinha da dupla. Outro parceiro constante foi Guinga, com quem compôs Catavento e girassol, Nítido e obscuro e Baião de Lacan.

Além de Elis, outros grandes intérpretes que já navegaram em seu repertório são: Cauby Peixoto, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Ivan Lins, Fafá de Belém, entre tantos que interpretaram, além dos sucessos citados, Coração do agreste, Resposta ao tempo, Corsário, Incompatibilidade de gênios, Coração pirata, entre outras que trazem consigo mais um grande nome da nossa composição!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de abril de 2009

Mas quem disse que eu te esqueço

Domingo é dia de letra musical. Domingo é dia de samba e nada mais apropriado que esse samba gostoso de Dona Yvone Lara, a grande diva do samba nacional, já retratada no post do dia 27/11/2008. Já interpretada por outros nomes do samba como Beth Carvalho, essa canção reflete o que de melhor temos nesse estilo, com direito a um gostoso lá laiá, e uma letra que reflete um tema triste, mas com a mesma alegria com a qual são entoados a maioria dos sambas brasileiros.

Em alguns momentos parece que já não temos mais boas canções e, em um tom nostálgico, buscamos no passado coisas lindas como essa pérola, presente em toda boa roda de samba. Mas, isso tem um lado bom também: as novas gerações precisam conhecer, sem discriminação ou preconceito, as boas coisas, com as quais podem ter reflexos em novos trabalhos! E ficamos com o samba gostoso de D. Yvone:

Mas quem disse que eu te esqueço
(Dona Yvonne Lara e Hermínio Bello de Carvalho)

Tristeza rolou dos meus olhos
Do jeito que eu não queria
E manchou meu coração,
Que tamanha covardia!

Afivelaram meu peito
pra eu deixar de te amar
Acizentaram minh´alma
Mas, não cegaram o olhar

Saudade amor, que saudade
Que me vira pelo avesso,
E revira meu avesso

Puseram uma faca no meu peito
Mas, quem disse que eu te esqueço
Mas, quem disse que eu mereço

Lá, lá, laiá, lá, laiá...

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de abril de 2009

Marisa Monte - Cor de rosa e carvão

Hoje abordaremos mais um cd dessa grande diva da nossa música: Marisa Monte Cor de rosa e carvão. Produzido por Arto Lindsay e lançado em 1994, apresenta canções que se tornaram clássicos de sua obra e da música brasileira, o que se pode verificar no início do álbum com as faixas Maria de verdade, Na estrada, Ao meu redor e Segue o seco.

Só por essas quatro faixas, compostas por grandes nomes como a própria Marisa, Nando Reis e Carlinhos Brown, já pagaria o disco que apresenta muito mais com Pale blue eyes e Dança da solidão, composta por Paulinho da Viola e tendo Gilberto Gil nos vocais e violão.

A próxima faixa traz outro grande parceiro em suas composições: Arnaldo Antunes em composição nas faixas De mais ninguém, Alta noite e Bem leve, além de O céu, com novamente Nando Reis. A última parte do disco ficou para as regravações de Balança Pema, de Jorge Benjor; Enquanto isso (Meanwhile), com direito à versão e participação com a voz de Laurie Anderson; e Esta melodia, de Jamelão, com a participação de Paulinho da Viola e a Velha guarda da Portela.

Com a participação de grandes músicos, sucessos que marcaram a carreira da Marisa presente em mais esse valioso trabalho que reflete a obra não tão vasta, mas fantástica dessa diva da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Frutos musicais

Com esse post, continuamos a série que relaciona as estações do ano com a nossa música brasileira. Já comentamos sobre a Primavera, com as flores musicais, Verão, com Calor musical e hoje vivenciaremos o Outono, com citações de frutos. Na realidade, o outono passa meio desapercebido por nós, talvez por conta da nossa variação climática e por nossa tropicalidade que se reflete na variedade de frutas em nosso país durante todo o ano.

Na música, temos alguns exemplos de citações de frutas como por exemplo o Alceu Valença que cita a manga rosa em Morena tropicana, ou Beto Guedes que, ainda em Amor de Índio afirma "No outono te proteger...", citando também a estação em destaque. Roberto e Erasmo também citam a estação em Você é minha: "Fruta fresca a provocar o meu desejo, ... O suco dessa fruta bebo no seu beijo...", ou em outro momento mais distante também vai fundo com: "O gosto da fruta que a vida oferece...", na canção O gosto de tudo.

Ana Carolina também falou sobre a estação em Ruas de Outono: "Nas ruas de Outono, os meus passos vão ficar...", também gravada por Gal Costa. Mas, é na canção de Djavan que encontramos uma reverência maior à essa estação voltada para nossa tropicalidade, de uma terra em que se plantando tudo dá. Djavan compôs e cantou uma de suas mais belas canções, pedindo emprestado à estação seu título e presenteando a todos com mais esse clássico:

Outono
(Djavan)

Um olhar uma luz ou um par de pérolas
Mesmo sendo azuis sou teu e te devo por essa riqueza
Uma boca que eu sei, não porque me fala lindo e sim, beija bem
Tudo é viável pra quem faz com prazer

Sedução, frenesi, sinto você assim,
Sensual, árvore, éspécie escolhida, pra ser a mão do ouro
O outono traduzir, viver o esplendor em si....

Tua pele, um bourbon me aquece como eu quero
Sweet home gostar é atual além de ser tão bom...

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu já não consigo mais viver dentro de mim...

Gosto sempre de resgatar alguns artistas que vivem na lembrança de muitos e que continuam na ativa, fazendo seus shows e emocionando cada vez mais seu público fiel. E um dos mais bem sucedidos cantores e compositores da década de 70 e 80 chama-se Márcio Greyck, o mineiro de Belo Horizonte que iniciou sua carreira ainda na década de 60 com um disco em homenagem aos Beatles, onde também estreava sua primeira composição Venha sorrindo.

Seu maior sucesso só veio em 1970, com a composição Impossível acreditar que perdi você, composta com seu irmão Cobel. Seu disco vendeu 500 mil cópias, sendo um recorde para a época. Essa canção já teve mais de 60 regravações, entre elas Fábio Jr., Verônica Sabino, Wilson Simonal, Agnaldo Rayol, Jerry Adriani, Fernando Mendes, entre outros. Outros sucessos seguiram como Aparências, O infinito, O mais importante é o verdadeiro amor, O travesseiro, Reencontro, entre outros que atravessaram fronteiras e o tornaram conhecido no mercado exterior além de outras regravações de artistas como Erasmo Carlos e Agnaldo Timóteo.

Márcio também teve canções gravadas pelo rei Roberto, Tentativa e Vivendo por viver, essa última regravada por Zezé di Camargo e Luciano e por Sérgio Reis. Participou do recente programa Rei majestade e continua país afora fazendo shows e encantando a tantos com suas canções românticas e sua voz inconfundível!

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de abril de 2009

Aniversário do rei Roberto Carlos!!!

São muitas emoções que são relatadas por tantos fãs país afora, mundo afora! Antes, se sonhava com um milhão de amigos, mas essa cifra foi logo superada e só aumenta com o tempo. Aliás, o tempo não pára e no entanto ele nunca deixa de ser o mesmo para nós!

O que um mero fã poderia dizer em um dia como esse que não fugisse do trivial parabéns, saúde e paz? Talvez um obrigado já nem fosse original e ínfimo demais. Talvez se encontrasse alguma música, sua mesmo, alguma estrela que pudesse comparar a sua grandeza diante dos olhos de tantos fãs, ou simplesmente um botão de rosas como inúmeros já nos ofertados por suas mãos!

Eu me desespero a procurar alguma forma de explicar, mas acabo não saindo do lugar. Talvez porque eu esteja querendo seguir a 120, 150 ou 200 km por hora e só tenha um caminho. Ou quem sabe eu posso começar com aquela flor plantada no quintal do vizinho que há alguns anos atrás me fez chorar quando a descobri!

Eu não me esqueço dos discos que ouvi, das músicas que aprendi, das vezes que esperava pra te ver na televisão, dos shows que presenciei pasmo! Não me esqueço de que quando canto suas canções espero ver nos olhos das pessoas o mesmo brilho que elas me causam! Talvez porque você tem certeza que todos esses e outros detalhes nos farão sempre lembrar de você, pois é por essas e outras que estamos aqui, outra vez! Olha, se vierem lágrimas, serão azuis, ... esqueça, entra no palco e repete pra nós que vive esse momento lindo, que também é nosso! Parabéns e Esteja sempre em paz!

Um forte abraço a todos!

sábado, 18 de abril de 2009

Erasmo Carlos ao vivo

Em 2001 Erasmo Carlos gravou e lançou seu projeto cd+dvd ao vivo. O dvd foi lançado em 2002 e o cd foi duplo. Com a direção de Guto Campos e produção de Marcelo Sussekind, esse projeto foi gravado em São Paulo e apresentou todos os grandes sucessos de sua carreira bem sucedida.

Começamos com Seu bichinho de estimação e na sequência, o clássico Mesmo que seja eu, regravado posteriormente por Marina Lima, Zé Ramalho e Ney Matogrosso. O único convidado da noite é também o compositor da canção entoada pela dupla: Erasmo e Kiko Zambianchi na canção O impossível, de seu disco anterior Pra falar de amor. Uma chuva de clássicos de seu repertório vem em seguida com Mulher (sexo frágil), Minha superstar, Panorama ecológico e Sou uma criança não entendo nada.

Canções menos populares como A pescaria, Turma da Tijuca e Quem vai ficar no gol? aparecem, precedendo os outros clássicos Cachaça mecânica, De noite na cama, Sentado à beira do caminho e Gatinha manhosa. Temos ainda Meu mar, Vida blue e Mais um na multidão, sucesso em dueto original com Marisa Monte, gravada no disco anterior.

É preciso saber viver abre o último bloco e mais roqueiro do Erasmo, que passa por Análise descontraída e mergulha de vez no rock com Eu sou terrível, Pega na mentira, Lobo Mau, Você me acende, Minha fama de mau, Vem quente que eu estou fervendo, Splish splash, O terror dos namorados, É proibido fumar e Festa de arromba, mostrando que Erasmo continua fazendo jus ao título de pai do rock nacional com projetos que eternamente nos emocionam assim como sua poesia eternamente cantada por esse país!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Me deixe pelo menos só te ver passar...

Uma das maiores cantoras desse país rico em vozes femininas chama-se Claudette Colbert Soares. Uma das grandes damas da Bossa Nova, Claudette é carioca e começou sua carreira muito cedo, cantando na Rádio Nacional. Sempre teve influências ecléticas, navegando inicialmente por Luiz Gonzaga e depois chegando à Bossa com Donato e Baden.

Divulgou a Bossa pelas casas noturnas cariocas e paulistas. Inclusive, em São Paulo, participou do programa Jovem Guarda cantando Como é grande o meu amor por você e tornando-se o primeiro nome feminino a reconhecer a obra de Roberto e Erasmo sem o preconceito da época que era dirigido à música jovem. Seu maior sucesso foi presente do rei: De tanto amor foi o presente de seu casamento com o músico Júlio César Figueiredo. Claudette também interpretou como ninguém outro clássico do rei, Você de 1974.

Claudette é uma das grandes vozes, talvez pouco conhecida na atualidade, mas quem já presenciou seus shows sabe que o tempo passa e sua voz é como um bom vinho, delícia de se apreciar. Resta apenas prestar simples homenagens como essa e saber que é fantástico para qualquer país ter vozes como essas entoando suas mais belas melodias!

Um forte abraço a todos!