Essa é uma postagem que mexe muito com minha emoção, pois demorei bastante pra falar sobre isso. Meu avô, Manoel Inácio de Albuquerque, nasceu em 31 de julho de 1920 e hoje faz aniversário, o primeiro fisicamente longe de nós, já que partiu para a eternidade no último 10/09/2011, deixando uma saudade imensurável em nossa estrada. Tenho saudades de seu sítio quando o visitava em minha infância. Preocupado com minha alegria, ele fazia um brinquedo pra eu me divertir: uma lata de doce em uma ponta de uma vareta, que eu andava a empurrar pelo sítio, todo feliz!
Mas, não tô falando dele apenas por ser uma das maiores saudades que tenho. Ele me ensinou a rezar e também gostava de tocar flautas. Quando jovem, tocava em uma banda de pífanos, junto com seu irmão Pedro, canções de Luiz Gonzaga. Nos domingos em que íamos ao sítio, ele revivia isso, tocando com Tio Pedro e era muito legal, embora eu não vivenciasse tanto música quanto hoje. Considero então meu avô como a gênese de minha paixão por música e essa é sua melhor herança deixada pra mim, além da bondade que esse homem pregou em meu e em tantos corações!
Por isso eu precisei de tempo pra contar essas coisas sem lágrimas, mas com alegria, com a felicidade de ter tido um homem dessa grandeza tão perto de mim, em mim e me mostrar feliz, como ele sempre dizia: "Seja feliz"! E uma das canções que mais tocava era Forró no escuro, de Gonzaga. Uma canção belíssima que destaca a genialidade de Sr. Luiz, quando diz que todo mundo cochilou, mas a sanfona e o forró continuaram. Uma ideia de continuidade que meu avô soube deixar pra mim também, pois mesmo doente, não parava de repetir pra que eu fosse feliz e curiosamente no dia de seu enterro, essa canção estava tocando na rua, assim que me direcionei a esse evento. Não sei se a internet tem esse poder de atravessar barreiras, mas se sim, espero que meu avô, onde estiver, entenda que ser feliz é lembrar dele hoje e sempre, com todas as coisas lindas que ele nos deixou e são por homens assim que agradecemos todos os dias a Deus pela vida! E de presente para todos nós, a canção de Gonzaga:
Forró no escuro
(Luiz Gonzaga)
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for, seu nêgo chora
Seu nêgo chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão
Um forte abraço a todos!
Forró no escuro
(Luiz Gonzaga)
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for, seu nêgo chora
Seu nêgo chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão