terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os compositores do Brasil - 17

Um dos compositores mais celebrados da música brasileira: Paulo César Francisco Pinheiro. Natural do Rio de Janeiro, Paulo César Pinheiro começou a compor ainda na época da Bossa Nova para as letras de Baden Powell. E suas canções foram descobertar por ninguém menos que Elis Regina.

Paulo também teve outros parceiros como Ivan Lins, Dori Caymmi, Toquinho, Guinga, Tom Jobim, Aldir Blanc, Francis Hime, Lenine, entre outros. Vários intérpretes gravam seu trabalho até os dias atuais, dentre mais de oitocentas composições. Entre eles, podemos citar Mpb 4, Elizeth Cardoso, Elba Ramalho, Clara Nunes, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Fagner, Joanna, Paulinho da Viola, entre outros.

Suas canções mais conhecidas são Leão do Norte, Quaquaraquaquá, Cai dentro, Lapinha, O poder da criação, Samba do perdão, Aviso aos navegantes, Cicatrizes, Matita perê, À flor da pele, Ana Luiza, Amor alheio, entre outras. Com tantas composições na praça, Paulo César não poderia faltar nessa série que homenageia tantos autores maravilhosos e como é seu caso!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de agosto de 2009

Luiz eterno Gonzaga!!!

Há exatos 20 anos atrás, Luiz Gonzaga partia para a eternidade! Olha pro céu meu amor, vê como ele tá lindo! E essa frase é sentida em todos os momentos desses 20 anos e será sempre, pois Gonzaga tornou-se aquele artista eterno em nossa história musical há muitos anos atrás! Ninguém cantou o Nordeste, sua terra, seus sentimentos, as tristes partidas e as voltas alegres, personagens e folclore, muitos Gonzagas! São modestas as homenagens prestadas diante de imensa contribuição! Gonzaga foi o porta-voz do Sertão, cantou essa paisagem para o mundo com seus valores!

O candeeiro se apagou, o sanfoneiro cochilou, a sanfona não parou e o forró continuou. Podemos resumir tudo com esse trecho de um de seus clássicos! Mas, outros clássicos dizem mais. Saudade, meu remédio é cantar! E como ele cantava a saudade como ninguém: Ai que saudades tenho, eu vou voltar pro meu sertão! Lá eu sou boiadeiro, vaqueiro, sou viajante!

E os amores heins? Nem se despediu de mim, chegou contando as horas... é que ela só quer, só pensa em namorar... Todo tempo o quanto houver pra mim é pouco pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco e se a chuva não atrapalhar meus planos, vou casar no fim do ano! Luiz, respeita Januário e Pensa n´eu vez em quando... Minha vida é andar por esse país pra ver se um dia, descanso feliz! Densacansa Luiz, quem sabe no Riacho do navio que se esconde entre as nuvens!

Gonzaga teve uma importância imensa também em minha vida! Meu avô, quando jovem, era flautista e tocava em uma bandinha local! Com seu irmão, entre outros integrantes, desfilavam os sucessos de Gonzaga! Ainda pequeno, presenciei os dois tocando em casa mesmo e essa lembrança é uma das maiores saudades e também certezas de que Gonzaga é eterno porque onde se ouvir uma simples nota ou acorde de sanfona por aí, sabemos que tem algo de Luiz Gonzaga presente!

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de agosto de 2009

Frio musical

Com esse post, encerramos a série que relaciona as estações do ano com canções da música brasileira. Já abordamos as flores, o calor, os frutos e agora, com o inverno, temos o frio musical. Na música brasileira, essa estação é tida como algo que requer o oposto: o aquecimento! Ou seja, para os amantes da boa música, a solução para quem não quer o frio é encontrar algo para se aquecer.

É o que podemos verificar no clássico do rock Quero que vá tudo pra o inferno, em que o rei afirma: "Quero que você me aqueça nesse inverno...". Chitãozinho e Xororó, junto com o Roupa Nova cantaram o Frio da solidão: "Se existe amor entre nós dois, não me deixe aqui no chão...". Caetano falou em Escândalo que, depois de tanto aprontar restou o frio: "Mas agora faz um frio aqui...".

No Samba de Orly, Chico, Vinícius e Toquinho disparam contra a estação: "Pega esse avião, você tem razão de correr assim desse frio..." Dolores Duran também abordou o frio em Ternura antiga: "Ai, a rua escura e o vento frio...", sempre associando à estação aos sentimentos de saudade, solidão e tristeza, segue a música e o sentimento brasileiro em relação ao inverno! É o que relata Chico César em À primeira vista: "Quando tive frio, tremi...". Lupicínio Rodrigues também já cantava o frio em Volta: "Não há nada no mundo que possa afastar esse frio do meu peito..."

Djavan define que em um dia frio, o pensamento tá lá em você, em Nem um dia. Outras canções abordam e aquecem nossos ouvidos nessa época. Como disse também Gonzaguinha em Espere por mim, morena "Nas noites de frio, serei o teu cobertor, representaremos a estação de pequenas distâncias com o cobertor com a canção Inverno, de Adriana Calcanhoto:

Inverno
(Adriana Calcanhoto e Antônio Cícero)

No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
No deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois
Pouco antes de o ocidente se assombrar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Se um veleiro repousasse na palma da minha mão...

Esse é Jessé Florentino Santos ou simplesmente Jessé. Desconhecido da atual geração, Jessé tornou-se "a voz" dos anos 80, quando venceu o Festival MPB Shell da Rede Globo com seu clássico Porto solidão. Natural de Niterói, foi criado em Brasília e cantou como cronner em boates, apenas se firmando como grande voz após essa interpretação inesquecível, hoje revivida por uma legião de fãs e intérpretes que cultuam seu trabalho.

Com uma voz potente, Jessé gravou doze discos que o tornaram inesquecível em sucessos como A deusa da minha rua, A noite do meu bem, América, Chão de estrelas, Farsante, Gaivota dourada, Eu te amo, Nos bailes da vida, Romaria, Luzes da Ribalta, Retrato em branco e preto, Coração de estudante, Maria Maria, O ilusionista, entre outras.

Jessé nos deixou em 1993, mas seu trabalho continua sendo divulgado e cantado por vários artistas com vozeirão que se arriscam a cantar a dificílima Porto solidão, que teve sua interpretação definitiva com Jessé ou que, de repente, tem nele sua principal inspiração artística!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Feche os olhos e sinta...

A Jovem Guarda trouxe grandes bandas ao cenário musical brasileiro. E a influência dessas pode ser sentida pelas novas gerações. É o caso da banda Renato e seus blue caps, considerada a Beatles brasileira, por fazerem várias versões do grupo de Londres, além de apresentarem o mesmo estilo, se caracterizando como uma das bandas mais antigas na ativa. Seus integrantes já participaram de vários discos de outros artistas como o lendário Roberto Carlos em ritmo de aventura, só pra citar um!

Formada inicialmente pelos irmãos Renato, Edson e Paulo César Barros. Já nos anos 60, Edson saiu do grupo e seguiu carreira solo como Ed Wilson, sendo substituído pelo tremendão Erasmo Carlos, que teve carreira breve no grupo. Do início, apenas Renato ainda permanece na banda que também conta com Cid Chaves, Amadeu Signorelli, Darcy Velasco e Gelson Moraes Jr. Outro artista que também passou pela banda foi Michael Sullivan, na década de 70. E de uma coisa é certa: a banda é dona de grandes e inesquecíveis sucessos como é o caso de Menina linda, Até o fim, Escândalo, 365 dias, A primeira lágrima, Como num sonho, Feche os olhos, Meu bem não me quer, Não te esquecerei, Quando a cidade dorme, Se você soubesse, entre outras.

Embora a banda só tenha espaço na mídia em época de comemorações pela Jovem Guarda ou nos especiais dedicados a esse movimento, Renato e seus blue caps seguem país afora animando seu público fiel que os acompanham em vários shows sempre com a mesma alegria que suas canções transmitem a várias gerações!

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de julho de 2009

Nelson Gonçalves Duetos

Uma das grandes vozes brasileiras, Nelson Gonçalves sempre foi generoso com seus colegas e vez por outra, gravou com eles canções memoráveis, algumas delas presentes nessa coletânea: Duetos, lançado em 2006. Antes mesmo desse tipo de projeto se tornar rentável e comum, Nelson já brilhava nessa área, chegando a gravar os discos Nós, Ele e elas Vol. 1 e 2, e Ele e eles, na década de 80.

É o que se pode verificar em Renúncia, fox clássico de seu repertório em dueto com o outro vozeirão Tim Maia. Maria Bethânia, clássico de Capiba na voz do Nelson, fez Caetano não só apontar esse nome à sua maninha, mas também participar dessa releitura histórica junto com o ídolo. Isso mesmo! Nelson é um ídolo para esses colegas, é o que afirma Alcione, que participa da faixa Louco. Fagner diz o mesmo quando empresta sua composição e voz em Mucuripe. E a própria Maria Bethânia aparece em Caminhemos, clássico da obra do Nelson.

Inusitado é Nelson e Gonzagão cantando Asa branca, clássico do rei do baião, e eles deixando claro, na conversa animada que apresentam no final da faixa, que ingressaram na mesma gravadora praticamente juntos. Outros fãs aparecem na sequência, como Chico Buarque em Valsinha, Martinho da Vila em Lembranças, Gal Costa em Dos meus braços tu não sairás e Zizi Possi em Castigo.

Nana Caymmi é recrutada para interpretar um medley do eterno Caymmi em Não tem solução, Só louco e Nem eu. Linda e clássica é a interpretação de O negócio é amar com Fafá de Belém. A coletânea chega ao fim em Perfídia, com Montserrat e Nunca, em dueto póstumo com Ivo Pessoa. Nelson teve outros duetos memoráveis com esses e outros artistas que não dão pra reunir em uma única coletânea. Entretanto, a música brasileira e o público que aprecia esse tipo de projeto e curte a voz inconfundível e memorável do Nelson aplaude esse lançamento e torce para que venham outros que perpetuem ainda mais seu trabalho!

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de julho de 2009

Espumas ao vento

Uma das canções mais lindas que já ouvi, da autoria brilhante de Accioly Neto, recém divulgado aqui na série Os compositores do Brasil, Espumas ao Vento foi gravada inicialmente por Flávio José em ritmo de forró e depois por Fagner, que a imortalizou para todo o país, em ritmo mais lento! Essa canção também fez parte da trilha do filme Lisbela e o prisioneiro, com Elza Soares.

Gosto muito da letra que representa um amor escancarado e ao mesmo tempo com uma sensibilidade impressionante como podemos ver em "...Coração na mão, desejo pegando fogo..." e em "Meu olhar vai dar uma festa, amor, na hora que você chegar..." respectivamente! É daquelas letras pra ficar entre as melhores no repertório de qualquer intérprete e na lembrança de qualquer apaixonado!

Espumas ao Vento
(Accioly Neto)

Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim
Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento

Não é coisa de momento, raiva passageira
Mania que dá e passa, feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar

Sei que errei, tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo

E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ah! se eu fosse você, eu voltava pra mim de novo

E de uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar

E de uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu hei de ouvir cantar uma sabiá...

Outro grande grupo vocal da década de 60 é o Quarteto em Cy, formado pelas irmãs Cybele, Cylene, Cynara e Cyva. Também iniciaram a carreira ao mesmo tempo que o Mpb - 4 e tiveram o apadrinhamento de Vinícius de Moraes. Navegando no repertório de Vinícius, Chico, Caymmi e Tom, o grupo continua sendo um dos mais perfeitos vocais desse país!

Embora não muito conhecido das novas gerações, suas apresentações são fascinantes, pois dão um toque ímpar para canções como A noite do meu bem, Água de beber, Alguém como tu, Anos dourados, Apesar de você, Bye bye Brasil, Chega de saudade, Carta ao Tom, Começaria tudo outra vez, Dindi, Desafinado, Eu sei que vou te amar, Falando de amor, Nada além, Nervos de aço, Noite dos mascarados, Onde anda você, Samba do avião, Samba de Orly, Tarde em Itapuã, Vai passar, entre tantas.

Agora diga, depois de alguns verdadeiros clássicos desse explêndido grupo, há dúvida do refinamento de seu trabalho? Bem que poderíamos presenciar mais apresentações na mídia de grupos assim que enaltecem a música brasileira com seus arranjos vocais perfeitos e seu bom gosto musical!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Amigo é pra essas coisas...

Um dos grupos musicais que possui uma das carreiras mais sólidas desse país, o MPB - 4, com quase cinquenta anos de estrada continua encantando seu público fiel. Formado pelos cantores Ruy, Magro, Aquiles e Miltinho, sua formação original vem desde 1964. Em 2004, Ruy foi substituído por Dalmo, que é sobrinho de Cauby Peixoto.

Já nos anos 60, acompanhavam artistas como Chico Buarque, participando de suas gravações e em festivais, como na faixa Roda viva. E desde então, década a década o grupo vem realizando seus lançamentos e apresentações marcantes, também com outros artistas como Milton Nascimento, Toquinho e Quarteto em Cy.

De todo esse tempo ficam os perfeitos arranjos vocais do grupo e sucessos como Amigo é pra essas coisas, Anos dourados, Apesar de você, Cálice, Falando de amor, Fé cega faca amolada, Gabriela, O cio da terra, O som da cuíca, Partido alto, Quem te viu quem te vê, Samba da bênção, Vai trabalhar vagabundo, Sabiá, Por quem merece amor, entre outras, de um quarteto eternamente cultuado por seu trabalho tão primoroso.

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de julho de 2009

Balada do louco

Uma das canções mais marcantes da Rita Lee, composta em parceria com seu primeiro marido Arnaldo Batista, quando ambos faziam parte do grupo Os Mutantes. Balada do louco revela a questão da discriminação, sobretudo com deficientes mentais. Mas, também pode ser vista como um tapa na cara das pessoas preconceituosas que definem padrões e condenam as diferenças que expõem pessoas fora dos limites desses padrões!

Se refletirmos com mais precisão, concluímos que precisamos evoluir no quesito respeito às diferenças, sobretudo quando estas são mais evidentes! E quão difícil parece ser dedicar amor a essas pessoas tão carinhosas que não tem de menos, mas tem de mais a nos oferecer! E, sem sombra de dúvidas, é na diferença que se apóia a diversidade humana e intelectual dos seres!

Balada do louco
(Rita Lee e Arnaldo Batista)

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

Um forte abraço a todos!