terça-feira, 21 de julho de 2009

Amigo é pra essas coisas...

Um dos grupos musicais que possui uma das carreiras mais sólidas desse país, o MPB - 4, com quase cinquenta anos de estrada continua encantando seu público fiel. Formado pelos cantores Ruy, Magro, Aquiles e Miltinho, sua formação original vem desde 1964. Em 2004, Ruy foi substituído por Dalmo, que é sobrinho de Cauby Peixoto.

Já nos anos 60, acompanhavam artistas como Chico Buarque, participando de suas gravações e em festivais, como na faixa Roda viva. E desde então, década a década o grupo vem realizando seus lançamentos e apresentações marcantes, também com outros artistas como Milton Nascimento, Toquinho e Quarteto em Cy.

De todo esse tempo ficam os perfeitos arranjos vocais do grupo e sucessos como Amigo é pra essas coisas, Anos dourados, Apesar de você, Cálice, Falando de amor, Fé cega faca amolada, Gabriela, O cio da terra, O som da cuíca, Partido alto, Quem te viu quem te vê, Samba da bênção, Vai trabalhar vagabundo, Sabiá, Por quem merece amor, entre outras, de um quarteto eternamente cultuado por seu trabalho tão primoroso.

Um forte abraço a todos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Um conjunto de [en]cantadores! São vozes que, simultanea ou individualmente, emocionam demais. "Por quem merece amor" é uma das canções mais lindas desse grupo, que com certeza será eternizado.

Beijos!

James Lima disse...

Um grande conjunto !
Gosto muito deles e, sempre que posso, ponho o CD deles pra tocar no carro do meu pai hehehe

Um Forte Abraço
James Lima
http://robertocarlosbraga.blogspot.com/

Vinícius Faustini disse...

Gosto do ANTIGO MPB-4, com o Ruy Faria, que "foi saído" do grupo no ano de 2004. Com todo o respeito ao Dalmo, mas ele não é nem sombra do que era a alma deste belo quarteto.

Everaldo, vou transcrever o trecho de uma entrevista que fiz com o Ruy Faria no jornal O Pasquim 21. Ele conta sobre a saída:

Vinícius – Agora vamos falar sobre um assunto delicado: a sua recente saída do MPB-4. Na carta publicada em sua página na Internet você diz que um dos motivos para sua saída foi terem imposto o Miltinho como produtor e empresário. Quando você percebeu essa incompatibilidade de seus projetos com o que o resto do grupo queria?

Ruy – Olha, este é um assunto muito chato de falar, por isso vou tentar resumir. Eu estava à frente de dois shows que iam muito bem: o "Vinícius, a arte do encontro", com MPB-4 e Quarteto em Cy e o show "Melhores Momentos", que o grupo apresentou na comemoração dos 30 anos do Canecão. Não sei por que razão, eles (Miltinho, Aquiles e Magro, os outros três integrantes do MPB-4) inventaram dois outros trabalhos: o disco "MPB-4 e a Nova Música Brasileira" e o show "Nas Asas do Tempo". O disco foi um fracasso, vendeu 1.500 cópias e o show deu prejuízo, atropelando nossos dois sucessos anteriores. Em função disto, os empresários passaram a privilegiar os trabalhos que eu tinha pensado. Como os outros integrantes do grupo não tinham alternativa que não fosse dar prosseguimento aos meus projetos, resolveram me dar um golpe, colocando o Miltinho como empresário. O Miltinho, como empresário, ganha em dobro em relação aos outros integrantes e tem o poder de fazer o show que quiser. Na verdade, quem manipula isso melhor é o Aquiles, o Miltinho só tem este posto para satisfazer os anseios dele. Foi assim que o Aquiles, maquiavelicamente, conseguiu o apoio do Magro e impôs o Miltinho. Ainda tentei ficar dois anos sem me manifestar, sendo voto vencido, mas as coisas ficaram muito tristes. Só me restou dar este salto no escuro. Um salto perigosíssimo, porque, aos 66 anos, é muito difícil recomeçar qualquer coisa hoje. Não pedi para sair, como está dito na página do grupo. Por todas estas circunstâncias, ‘fui saído’ do MPB-4.

Vinícius – Surpreendeu o fato de o Dalmo Medeiros ter entrado no seu lugar tão rapidamente?

Ruy – Já estava tudo armado. Sei que eles ficaram muito felizes com a minha saída. Tenho esta certeza porque, quando mandei a carta anunciando meu desligamento do grupo, os três pediram para que eu assinasse a carta, pois queriam a certeza da minha intenção em sair do MPB-4.

Vinícius – Ao que parece, o principal equívoco do MPB-4 nos trabalhos malsucedidos foi enveredar por um caminho que não era condizente com os antigos trabalhos do grupo.

Ruy – O disco é muito ruim, não tem nada a ver com o MPB-4. Nós recebemos críticas muito fortes, fomos ridicularizados, chamados de ‘velhinhos modernos’, Atualmente, os shows do MPB-4 são baseados no roteiro do "Melhores Momentos", que eu praticamente produzi, porque eles não queriam fazer. E os próximos trabalhos deles não devem ser muito diferentes, não sei se o grupo terá capacidade para inovar em seus trabalhos. Vão sempre cantar as mesmas músicas, "Roda Viva", "A Lua", mesmo que eles façam um projeto novo vão encontrar dificuldade de se reciclarem, depois de tanto tempo.

*****

Espero ter contribuído para este blogue fantástico que relembra tanto acervo da Música do Brasil.

Abraços, homem!

Vinícius Faustini

www.diariodeumsalafrario.blogspot.com

www.emocoesrc.blogspot.com

www.otempoeoplacar.blogspot.com