sábado, 4 de fevereiro de 2012

Nada por mim

Gosto muito dessa canção, da dupla Hebert Viana, dos Paralamas e Paula Toller, do Kid Abelha. Nelson Gonçalves, a seu modo deu uma interpretação belíssima. O mesmo pode ser dito para Ney Matogrosso, versão esta que consta na novela Fina Estampa. O mesmo pode ser dito para cantoras como Simone e Marina que também a regravaram, cada uma a seu tempo e modo. Paula também a gravou e todos que gravam é porque realmente gostam dessa canção e o tratamento dado é sempre maravilhoso.

Nada por mim fala de um amor difícil, de uma pessoa que não sabe valorizar o sentimento e as qualidades da pessoa amada. Que, às vezes, prefere mandar embora a perceber a dedicação que esta pessoa lhe rende. E, apesar de toda essa queixa, o sentimento parece mais forte, pois do outro lado tem alguém que diz: não te obedeço por completo!

Nada por mim
(Hebert Viana e Paula Toller)

Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vai, e eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só pra te agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar, por onde ir
Mas não me pede pra voltar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Som Brasil Ângela Maria 1996 - parte 2

com Roberto Carlos
Nessa segunda parte, apresentaremos o que aconteceu nos três últimos capítulos do Som Brasil Ângela Maria 1996. O figurino da cantora mudava a cada capítulo. No terceiro, tivemos Caetano Veloso (em Noite chuvosa), Alcione (em Fósforo queimado) e Nana Caymmi (em Estava escrito).

com Djavan
O quarto capitulo trouxe Emílio Santiago (em Escuta) e Djavan (em Vida de bailarina). Alguns artistas entravam logo quando a música começava ou ao meio dela, quando começavam suas partes nos duetos. Roberto Carlos veio no último capítulo cantando Desabafo. No especial de fim de ano de 1995, eles já tinham cantado juntos a mesma canção, que entraria no CD da Ângela. Este número fez parte do CD/DVD Duetos, lançado pelo rei em 2006. Voltando ao Som Brasil, o rei fechou a noite, entrando no palco de mãos dadas com a cantora, dançando e rodopiano com ela no solo, além de receber um "obrigado por você existir" da sapoti, retribuindo com a mesma frase.

com Caetano Veloso
Não sei o que esperam pra lançar o resultado desse show em DVD. Já vi o making of fantástico desse projeto, onde Ângela descrevia cada encontro que teve em seu disco e com depoimentos de alguns artistas envolvidos no show e no CD. E, embora Ângela tenha lançado trabalhos belíssimos, posteriores a este e com vários outros duetos, não sei porque ainda não pensaram em um Amigos 2 e quem sabe um segundo Som Brasil desse porte.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Som Brasil Ângela Maria 1996 - parte 1

Com Fagner.
Outra grandiosa e justa edição do Som Brasil dos anos 90 foi este em homenagem a Ângela Maria. Apresentado em maio de 1996 foi resultado do lançamento do CD Ângela Maria Amigos (já comentado aqui no Blog), lançado no mesmo ano e que continha duetos com 15 ilustríssimas vozes da nossa música, como bem definiu a Ângela.

Com Zezé di Camargo e Luciano
De todos os convidados do CD, apenas Gal Costa, Maria Bethânia e Chico Buarque não participaram do show, gravado no antigo Metropolitan, hoje Citibank Hall, no Rio de Janeiro/RJ. Sob a direção de Márcio Antonucci, da dupla os Vips, o show contou com 12 duetos e ao final, um depoimento de 1980 de Elis Regina, sobre a "sapoti", a quem afirmou imitar no início da carreira.

Com Milton Nascimento
O show foi tão bom que dividimos em duas postagens. Nessa primeira, lembramos os dois primeiros capítulos em que tivemos Ney Matogrosso (em Babalu), Fagner (em Lábios de mel), Zezé di Camargo e Luciano (em Falhaste coração), Agnaldo Timóteo (em Tango para Teresa), Fafá de Belém (em Abandono) e Milton Nascimento (em Balada triste).

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de janeiro de 2012

DVD O menino da porteira

Daniel é um dos grandes talentos da nossa música sertaneja. Além disso, sua humildade é um bom exemplo a ser seguido por tantas pessoas que nutrem preconceitos com seu estilo. Mas, aqui não aparece apenas o Daniel cantor, embora presenciamos sua voz na trilha sonora, temos o ator que nos oferece um pouco mais do talento desse grande artista. Curioso é que eu ouvia a canção O menino da porteira na voz do Sérgio Reis e nunca tinha prestado atenção a toda a história que ela descreve. Não é muito comum na música brasileira, uma canção ser transformada em filme. Pois foi isso que aconteceu em 1976 com Sérgio Reis, quando este também se aventurou ao interpretar o protagonista da primeira versão desse filme que retrata um de seus maiores clássicos.
Em 2009, Daniel interpretou a música e o filme que foi recriado. O enredo gira em torno de Diogo (personagem de Daniel) que é peão de boiadeiro e que também solta a voz em cantorias. Ao tocar uma boiada, conhece Rodrigo, o menino da porteira, que vive próxima à fazenda de um malvado Major, inimigo político de seu pai. Diogo se apaixona pela enteada do major e ao mesmo tempo trava uma guerra com este, ao ajudar os pequenos criadores com seus rebanhos. Não vou contar o final, mas fiquei triste pelo menino da porteira que foi o grande prejudicado disso tudo.

Entre outros atores, temos José de Abreu, Vanessa Giácomo e Rosi Campos. A trilha sonora conta com clássicos do mundo sertanejo como O menino da porteira, Índia, Tocando em frente, Disparada, Cabecinha no ombro, Meu reino encantado, entre outras, todas interpretadas por Daniel. Uma ótima pedida para quem curte o gênero e também uma emocionante história do interior do Brasil!

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Rosa Morena

Um clássico da Bossa Nova, um clássico da música brasileira, um clássico dos Caymmis, um clássico para todo bom intérprete que se atreve a gravar essa belíssima canção da obra de Dorival Caymmi. O estilo Caymmi foi e sempre será ressaltado em belezas como esta, sobretudo por ser único e inimitável, afinal não é todo mundo que consegue fazer uma canção tão simples e ao mesmo tempo tão sofisticada como esta.

A simplicidade se tem ao relatar a beleza de uma Rosa, como tantas da música brasileira. Mas, esta não se destaca apenas por ser morena, mas por ser senhora do samba, do andar de moça prosa, de também ter consigo outra rosa, no cabelo. Uma Rosa dengosa que deixa o samba, o estilo brasileiro, cansado de esperar por sua presença! Detalhes da cabeça daquele senhor de cabelos brancos lá da Bahia que sabia fazer tudo isso de uma forma que traz tanto bem.

Rosa Morena
(Dorival Caymmi)

Rosa Morena
Onde vais morena Rosa?
Com essa rosa no cabelo
e esse andar de moça prosa
morena, morena Rosa

Rosa morena o samba está esperando
Esperando pra te ver
Deixa de lado esta coisa de dengosa
Anda Rosa vem me ver

Deixa de lado esta pose
Vem pro samba, vem sambar
Que o pessoal tá cansado de esperar,
Ô Rosa!

Que o pessoal tá cansado de esperar,
morena Rosa...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Som Brasil Simone 1993

Simone e Roberto, com Eduardo ao piano
Uma das melhores edições do Som Brasil aconteceu em 1993, quando Simone completou 20 anos de carreira, lançou o CD Sou eu (que comentaremos em breve) e ganhou da Rede Globo um programa especial onde comemorou essa data com seus sucessos e também com alguns amigos que cruzaram sua estrada e ajudaram a construir essa carreira bem sucedida sempre.


Com Ivan Lins
Com imagens de show gravado em Curitiba/PR, intercalado com imagens de estúdio, Simone visita alguns de seus compositores prediletos como Suely Costa, Chico Buarque e Milton Nascimento e entoa clássicos de seu repertório e da música brasileira como Tô que tô, Gota d`água, Maria Maria, Cigarra, Caçador de mim, Jura secreta, Alma e O amanhã. E claro, por ser um show comemorativo pelos seus 20 anos, sucessos posteriores obviamente não aparecem. 

Com Ney e Ricardo ao piano

Os convidados são um espetáculo a parte,  a começar pela narração de Fernanda Montenegro, atores e atrizes globais fazendo perguntas e grandes nomes da nossa música juntos à sua voz marcante e aos clássicos Como vai você (com Roberto Carlos), Começar de novo e Ai ai ai ai (com Ivan Lins), O que será (à flor da pele) (com Milton Nascimento), Rosa de Iroshima e Imagine (com Ney Matogrosso), Yolanda (com Pablo Milanés). Um grande show, reapresentado recentemente pelo canal Viva e que merecia um lançamento em DVD.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Programa Som Brasil

A Rede Globo sempre apresentou programas musicais interessantes nos anos 80 e 90. E um dos melhores programas foi o Som Brasil, criado pelo cantor Rolando Boldrin e que foi ao ar pela primeira vez em 1981, divulgando a música regional brasileira. Apresentado aos domingos pela manhã, o programa sofreu várias modificações, interrupções e teve outros apresentadores, a exemplo de Lima Duarte, ainda na década de 80. O próprio Lima já afirmou que o programa foi importante para ele compor seu principal papel de novela: O Sinhozinho Malta, de Roque Santeiro.

Muitos artistas passaram pelo programa nessa fase, como Dominguinhos, Fábio Jr., Luiz Gonzaga, Leila Pinheiro, entre outros. Na década de 90, o programa passa a exibir shows temáticos ou comemorativos de grandes nomes da música brasileira, destacando-se os especiais Simone 20 anos, Chitãozinho e Xororó e Leandro e Leonardo, Ângela Maria amigos, Gonzaguinha, etc. Vamos relembrar com mais detalhes, duas dessas edições nas próximas postagens. Li que o Canal Viva anda reprisando alguns desses shows dos anos 90 do programa.

Na fase atual em que é apresentado, o programa presta homenagens a grandes compositores e é apresentado por atrizes globais como Patrícia Pillar, Letícia Sabatella e Camila Pitanga. Algumas edições já foram lançadas em DVD. De Vinícius de Moraes a Milton Nascimento, de Zeze di Camargo e Luciano a Cazuza, de Luiz Gonzaga a Chico Buarque, vários astros já foram temas dessa nova fase que continua ano a ano divulgando nossa música.

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2012

DVD Minissérie JK


Essa foi uma das melhores minisséries que a Globo apresentou nos últimos anos, exibida em 2006 e lançada posteriormente em DVD. Baseada na biografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek e escrita por Maria Adelaide Amaral, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, JK mostra o Brasil dos anos 30-70, sobretudo no âmbito político, aliando a isso a histórias paralelas da vida de JK.

Com um elenco que envolve José Wilker, Wagner Moura, Marília Pêra, Débora Falabella, Caco Ciocler, Deborah Evelyn, Dan Stulbach, Letícia Sabatella, Alessandra Negrini, Antônio Calloni, Paulo Betti, Hugo Carvana, Kássia Kiss, Júlia Lemmertz, entre outros, a minissérie é dividida em duas partes onde é mostrada a infânica de JK, avançando para sua dedicação à medicina, já na fase adulta, até seu envolvimento com a política e seu grande desafio de construir Brasília. Mas, o enredo é também marcado pela inclusão de alguns personagens fictícios, o que deu não apenas um tom histórico, mas também folhetinesco à minissérie.

Foi a primeira minissérie a ser lançada em DVD e os últimos trabalhos de Ariclê Perez e Raul Cortez. A trilha sonora ficou a cargo de nomes como Milton Nascimento (Peixe vivo), Gal Costa (Sábado em Copacabana), Zizi Possi (Nunca), Tom Jobim (Chega de saudade), Maria Bethânia e Nelson Gonçalves (Caminhemos), Emílio Santiago (Mulher), A vizinha do lado (Doryval Caymmi), entre outros.

Um forte abraço a todos!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Coração vazio

Ano passado, Chitãozinho e Xororó completaram 40 anos de estrada. E hoje, vamos relembrar uma das mais belas canções dessa dupla que tanto já emplacou trilhas sonoras de apaixonados país afora. Sem falar que tem sido cada vez mais comum canções como esta, com a ideia de um dueto em línguas diferentes.

Coração vazio foi lançada em 1999 no CD Alô, da dupla e é uma versão de We're All Alone que tem sua parte em português cantada pela dupla e em inglês pela consagrada cantora country norte-americana Reba McEntire. Fala de um amor partido com uma melodia lindíssima, que transmite bem o sentimento apresentado pela canção. Para muitos, ela não é apenas mais uma canção de amor que não deu certo, mas é a canção de amor e o que a torna algo mais interessante é essa identificação de que quem canta o amor tem com quem escuta.

Coração vazio (We're All Alone)
(Boz Scaggs, Versão: Feio, Chitãozinho e Xororó)

Lá fora a chuva ca
E o que acontece, enfim
É sempre assim
O amor nos faz lembrar
Que um coração vazio
Dói demais, dói demais

Close your eyes and dream
And you can be with me
Neath the waves
Through the caves of hours
Long forgotten now
We're all alone, we're all alone

Feche os olhos pra pensar
Nós temos que enfrentar
Me abrace, por favor
Só assim nós vamos mudar
A história desse amor

Once the story is told
It can't help but grow old
Roses do, lovers to so cast
Your seasons to the wind
And hold me dear, oh, hold me dear

Close the window
Calm the lights
And it will be alright
No need to bother now
Let it out, let it all begin
All's forgotten now
We're all alone, we're all alone

Feche os olhos pra pensar
And it will be all right
Me abrace por favor
Let it out, let it all begin
A história desse amor, amor

Esse é o nosso amor, amor
We're all alone

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Elis Regina - 30 anos de saudades

Hoje completamos exatos 30 anos da partida de Elis Regina para a eternidade. Seus fãs continuam fiéis à sua arte, algumas vezes encontrada em seus filhos (Pedro Mariano e Maria Rita) ou em tantos outros artistas que apontam para Elis sua maior influência. Ela, que foi e é considerada por muitos a maior cantora de todos os tempos recebe várias homenagens neste dia.

Três décadas depois, Elis continua atual e artistas do seu patamar continuam cada vez mais imprescindíveis à nossa música brasileira, meio ferida pelo arrastão causado pelos modismos e pela crise da pirataria que afetou a última década. Nessa romaria em busca da boa música, quem dera surgissem outras Elis por aí, pois tenho certeza que o cenário musical nacional seria mais rico, mais culto.

Nós ainda somos os mesmos, como nossos pais, e desejamos apenas uma casa no campo, pra cantar nossos rock´s rurais. A tarde cai como um viaduto e suas canções causam a mesma fascinação. Para a música brasileira, para os que a conheceram e conviveram com ela, para os que apenas a escutam, fica a certeza que hoje Elis e saudade são sinônimos!

Um forte abraço a todos!