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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Olhando as estrelas - 59

A série aborda hoje o encontro de mais dois gênios da nossa música. Cada um com sua carreira e contribuição imensurável, também se uniram em determinados momentos, trazendo brilho ainda maior à música brasileira. Caetano Veloso e Roberto Carlos se conheceram na década de 60. 

De início hostil e depois, rapidamente, rendido ao trabalho do rei, Caetano foi um dos que pode dizer que cantou no programa Jovem Guarda. Participaram de festivais, foram vaiados e aplaudidos. Caetano foi exilado, recebeu visita do rei em Londres e ouviu em primeira mão As curvas da estrada de Santos. Fez de Roberto seu porta voz, com a gravação de Como dois e dois, em 1971. No mesmo ano, recebeu dele uma belíssima homenagem com a canção Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, que saudava sua possível volta.

Compôs mais clássicos que o rei gravou como Muito Romântico e Força estranha e coisas que o rei não gravou como Ela e eu e Pele. Também gravou coisas para o rei como a canção Baby, imortalizada por Gal, onde cita Roberto na letra e, coisas do rei como Fera ferida e Quero que vá tudo pro inferno (no CD do Erasmo, junto com este). Participou dos especiais da Globo de 1975, 1992 e 2008. Ambos gravaram CD e DVD em homenagem a obra de Tom Jobim em 2008 e toda vez que se encontram, mostram porque uma força os leva a cantar e em algumas vezes, juntos!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

CD e DVD Roberto Carlos Duetos

CD/DVD Roberto Carlos duetos
Em 2006 ao invés de lançar o prometido disco de inéditas, Roberto Carlos resolveu lançar uma coletânea com grandes duetos de seus quase 40 anos de especiais (hoje mais que isto), onde reuniu encontros memoráveis em todas estas edições. Para isto, trabalhou na recuperação de imagem e som da época e o resultado foi este CD e DVD lançado em 08/12.

O tremendão Erasmo Carlos abre o projeto com sua participação do especial de 1977, onde ambos vestidos de Elvis cantaram o medley Tutti-frutti/Long tall sally/Hound dog/Blue suede shoes/Love me tender. Wanderléa aparece na sequência do especial de 1990, com Ternura. Encontros memoráveis com grandes astros da MPB como Tom Jobim, em Lígia (1978), Maria Bethânia com Amiga (1982) (apenas no DVD), Caetano Veloso com Alegria alegria (1992), Milton Nascimento com Coração de estudante (1985), Fagner com Mucuripe (1991), Ângela Maria com Desabafo (1995), Fafá de Belém com Se você quer (1991) e Gal Costa com Sua estupidez (1997).

Contracapa do CD/DVD
Os sertanejos foram representados por Chitãozinho e Xororó com Amazônia (1991) e Sérgio Reis e Almir Sater com O rei do gado (1996). O rock chegou com Jota quest em Além do horizonte (2005) e a turma da Jovem Guarda com Jovens tardes de domingo (1985). O axé foi representado por Ivete Sangalo em Se eu não te amasse tanto assim (2004). Rosana aparece apenas no DVD com o medley do especial de 1988, em Olha/Você em minha vida/Outra vez/Falando sério/Um jeito estúpido de te amar/Proposta. Capa com encarte contendo as letras e fotos de shows que o rei fazia naquele ano, sem nenhum registro fotográfico desses encontros que, de tão belos, sempre faltará aquele encontro com Djavan, Chico Buarque, Fábio Jr., Martinho da Vila, Simone e tantos outros que não constaram aqui, mas que deram margem para uma segunda ou terceira edição desse projeto de duetos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de março de 2015

♫Super-homem (A canção)♫

Dia internacional da mulher e juntamos dois grandes nomes da nossa música para reverencia-las: Gilberto Gil e Caetano Veloso. Um, o criador e intérprete e, o outro, grande intérprete que também imortalizou esta canção, além de ser o ponto de partida para sua criação, já que Gil a compôs após o relato de Caetano que havia visto o filme do Super-homem. Penso que é necessário muita coragem para escrever um texto tão lindo quanto esta letra e Gilberto Gil foi muito homem pra isso!
 
Em um país onde ainda impera o preconceito e existem pessoas que pensam que a alma feminina se trata de algo menor, a letra desta canção mostra que, por mais que o personagem tenha muita felicidade em ser do sexo masculino, existem coisas que se admiram e que só a alma feminina dispõe delas. Coisas de gênio reconhecer que se possui um lado feminino, onde residem as coisas que mais se admiram em um ser!

Super-homem (A canção)
Gilberto Gil

Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver

Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de julho de 2014

♫Todo amor que houver nessa vida♫

Dá saudade de um tempo não muito distante em que haviam grandes letras inspiradas e com frases marcantes como esta do Cazuza, já gravada pelo próprio e por outros nomes como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Frejat, Cássia Eller, entre outros. Todo amor que houver nessa vida foi a canção que despertou a atenção de todos para o poeta e para o conteúdo de sua poesia.

A letra traz um romantismo real, não aquele idealizado e difundido por tantos outros poetas. Um amor que traz consigo necessidades sexuais, financeiras e psicológicas para sobreviver ao tempo e às adversidades do cotidiano comum que Cazuza parecia entender bem quando cria esta que é também um clássico do rock nacional!

Todo amor que houver nessa vida
Cazuza

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de julho de 2014

♫Um índio♫

Essa canção do Caetano tem, a meu ver uma interpretação definitiva com Milton, embora também tenha sido cantada pelo autor e por outros nomes, como é o caso de Zé Ramalho, que mostrou uma leitura quase declamada, típico de suas interpretações. Mas, aquela voz do Milton e todo sentimento que ele passa em sua interpretação me faz eleger sua leitura como definitiva.

Sua letra abre nossa mente para a devastação do espaço indígena, algo que já acontece há muito tempo e ainda não encontramos solução para esse fato. É como se a cultura indígena desaparecesse na surdina e quando percebermos, eles ficaram no passado, nos livros de história. E, com passagens profundas, a canção Um índio nos traz essa mesma reflexão do quanto é importante essa raça para nós e como sua cultura e influências continuam presentes em nossos costumes.

Um índio
Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Roberto Carlos Especial 1992

Roberto Carlos especial 1992
O especial de 1992 foi chamado de amigo, em homenagem a Augusto César Vanucci, falecido naquele ano e diretor da maioria dos especiais do rei até então. Exibido no dia 25 de dezembro, a abertura contava com a orquestra do rei no topo de um edifício e Roberto chegando de avião, provavelmente do exterior onde fazia muitos shows, até culminarem no palco do Teatro Fênix e cantar Amigo, dedicando a canção e o programa ao inesquecível diretor. O rei está de blazer amarelo e calça branca, algo inédito em suas apresentações.

Roberto, Chitãozinho e Xororó
Na sequência, Cenário, que abria a então turnê Coração. Os primeiros convidados da noite foram Chitãozinho e Xororó que, já tinham vindo no ano anterior e também em 1986. Dizem que foi nesse período que surgiu o desejo de gravarem juntos, fato que só se realizaria em 2005. Naquele ano, cantaram com Roberto a canção Todas as manhãs e sozinhos, seu sucesso A minha vida, versão de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle para My way, clássico de Sinatra. Kátia também foi convidada para cantar seu então sucesso Quando o amor acaba, mais uma versão inédita de Roberto e Erasmo.

Roberto Carlos e Caetano Veloso
Em seguida, o primeiro grande sucesso daquele ano, Você é minha e o rei interpreta Aquarela do Brasil, reverenciando a saudade que sente quando está fora do país. O bloco seguinte é dedicado ao tremendão que é precedido da canção Se você pensa, que é anunciado no meio da canção e a termina junto com rei e, depois interpreta sozinho seu então sucesso Homem de rua, anunciando em seguida mais um sucesso da dupla: Mulher pequena, com direito a clipe com a atriz Patrícia França. De forma profunda, Roberto interpreta Outra vez e mais um sucesso daquele ano, a canção Dizem que um homem não deve chorar, uma adaptação de clássico de Mário Zan.

Daniela Perez no RC especial
O bloco seguinte é dedicado a Caetano Veloso que é precedido da interpretação emocionada do rei para Força estranha e de belas palavras, retribuindas com a gravação que fez naquele ano para Debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Os dois interpretam Alegria alegria, que consta no CD/DVD duetos, do Roberto. O último bloco é dedicado ao Natal com cenas de estúdio de passagens do nascimento de Jesus com as atrizes Cássia Kiss e a saudosa Daniela Perez (filha de Gloria, que partiu poucos dias depois). Roberto canta Luz divina, após a encenação, seguido de um belíssimo clipe de Eu quero apenas, com vários atores e atrizes globais cantando e o rei entrando na estrofe final e encerra o espetáculo com um clipe de Emoções e texto em homenagem a Augusto César Vanucci, por tantos especiais juntos. Um dos mais lindos e caprichados da década e de toda a história desses especiais!

Um forte abraço a todos!

sábado, 4 de maio de 2013

Ouro de tolo


Confesso que não curto tanto Raul Seixas, mas algumas canções dele são verdadeiras pérolas e filosofias de vida. É o caso de Ouro de tolo, sucesso na década de 70, regravada posteriormente por Caetano Veloso e Zé Ramalho. Com uma letra extensa, Raul detona o comodismo que abate alguns e ao mesmo tempo o tédio da vida moderna, onde parece que nada o entusiasma.

O jeito correto de ser, a vontade de agradecer pelo que se conseguiu com lutas cotidianas parece não ser o limite para que se estabeleça esse comodismo que Raul denuncia. A luta não para e mesmo diante de adversidades, devemos sempre buscar motivações para seguirmos adiante. Outro ponto curioso é que tudo brilha como ouro até conseguirmos (um automóvel, bens materiais em geral) e depois tudo perde seu brilho original e o que brilha ainda não está em nossas mãos.

Ouro de tolo
(Raul Seixas)

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho e se sentir
Um grandissíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de abril de 2013

As cidades cantadas - 15

Santo Amaro da Purificação é uma cidade do interior da Bahia e, seria só mais uma cidade provinciana, se de lá não viessem dois dos maiores nomes da nossa música: Caetano Veloso e Maria Bethânia. Essa canção é uma adaptação de um clássico de Bach, feita por Flávio Venturini e interpretada por ele e por Caetano e, em outra versão, por Caetano e Chitãozinho e Xororó.

Ao contrário das outras canções que figuraram nessa série, onde geralmente a cidade é descrita com sua geografia, seus pontos turísticos ou sua história, essa canção oferece um "céu" como um dos pontos fundamentais para um amor puro que acontece e causa a felicidade como aqueles romances puros que brotam com aquelas paisagens bucólicas que só quem curte o interior desse país sabe!

Céu de Santo Amaro
(Bach e Flávio Venturini)

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você

Meu amor, vou lhe dizer
Quero você com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu
Então veio a certeza de amar você

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de abril de 2013

Cais

Uma belíssima criação de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, sucesso na voz de seu primeiro criador e também nas interpretações de nomes como Caetano Veloso, Elis Regina e Nana Caymmi, cada um, com seu toque pessoal e ímpar! Gosto da interpretação do Caetano, que foi tema da novela global Cara & Coroa. Uma canção que remete ao mar, ao se lançar de forma externa e interna, sobre seus pensamentos e reflexões!

Sua letra ambienta um cais e o desejo de reflexões que esse local traduz nos pensamentos daqueles que se dedicam a meditar diante da imensidão desse lugar. A meu ver, é um ponto de partida para uma nova etapa da sua vida, depois de problemas pelos quais cada um passa. Um cais, onde tudo começa ou tudo termina, mas sem sombra de dúvidas, um local de todas essas sensações reflexivas.

Cais
(Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)

Para quem quer se soltar, invento cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor e sei a dor de me lançar

Eu queria ser feliz, invento o mar
Invento em mim o sonhador

Para quem quer me seguir, eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais e sei a vez de me lançar

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de janeiro de 2013

DVD O coronel e o lobisomem

Lançado em DVD em 2006, é uma adaptação do romance homônimo do escritor brasileiro José Cândido de Carvalho, que contou com a produção de Guel Arraes e direção de Maurício Farias e com a participação de grandes atores como Diogo Vilela, Selton Mello, Ana Paula Arósio, Pedro Paulo Rangel, Tonico Pereira, Andréa Beltrão, Othon Bastos, entre outros.

Diogo é o Coronel Ponciano que herda as terras da Fazenda Sobradinho, mas que não consegue deixá-las produtivas, correndo o risco de perdê-las na justiça para seu irmão de criação Pernambuco Nogueira (Selton), com quem também trava uma disputa por seu grande amor Esmeraldina, vivida por Ana Paula. O julgamento de posse das terras vai acontecendo em paralelo aos acontecimentos nele descrito e se estendendo de propósito até a hora em que a lua cheia aparece e faz surgir o lobisomem supostamente apontado para Nogueira.

A trilha sonora fica por conta de nada mais nada menos que Caetano Veloso e Milton Nascimento, com participação de grandes músicos como Jaime Alem, Jair Oliveira, Carlos Bala, entre outros, que também constaram no CD da trilha sonora. Uma boa comédia para janeiro, junto com a tradicional pipoca e boas risadas garantidas por esse grande elenco!

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de outubro de 2012

DVD Tieta

No ano em que se comemora o centenário de Jorge Amado, para minha alegria e de tantos noveleiros, a Globo Marcas lançou recentemente um box formado por 11 DVD´s com a novela Tieta, adaptação de Agnaldo Silva, que foi exibida em 1989. É a chance de revivermos aquela história que tanto emocionou os brasileiros com personagens marcantes e uma trilha sonora lindíssima.

Como não lembrar de Tieta que foi expulsa de sua cidade e volta anos depois pra ajustar suas contas? E tantos personagens históricos como Perpétua, Tonha, Carmosina, Coronel Artur da Tapitanga, Bafo de bode, Ascânio, Amorzinho, Carol, Cinira, Ricardo, Timóteo, Elisa, Modesto, Osnar, Amintas, Leonora, Padre Mariano, Dona Milu e tantos outros? Como não se envolver nos mistérios da mulher de branco e da caixa da Perpétua?

Ao contrário de várias trilhas de novelas, Tieta não teve a versão internacional, constando duas trilhas nacionais com grandes canções como Coração do agreste (Fafá de Belém), Meia lua inteira (Caetano Veloso), Tudo que se quer (Emílio Santiago e Verônica Sabino), Amor escondido (Fagner), Paixão antiga (Tim Maia), Eu e você (José Augusto), Tenha calma (Maria Bethânia), Uma nova mulher (Simone), Alguém me disse (Gal Costa), Doido pra te amar (Nando Cordel), Neném mulher (Pinto do acordeão), entre outras, que completam essa relíquia indispensável em nossa coleção!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de outubro de 2012

Os Intérpretes do Brasil - 21

Esse é um dos melhores intérpretes desse país e não dá pra não começar essa postagem com essa frase, pois Caetano é conhecido pelo compositor, pelo músico, pelo escritor, poeta e também pelo intérprete que é dentro da nossa música. Não bastasse compor clássicos, ser um formador de opinião e um dos mentores do movimento Tropicália, Caetano ainda intepreta os mais variados sucessos de outros artistas, dando toques próprios, criando e deixando sua marca nas canções.

Recentemente, comentamos sobre esse aspecto, quando postamos a coletânea Caetano canta, onde temos três CD´s com suas mais variadas interpretações. E desde o começo de sua carreira e década a década, ele reaparece, surpreendendo com uma gravação que, por muitas vezes, se não supera o original, o revive de forma ímpar.

Destacar três canções interpretadas por ele é tarefa dificílima, mesmo usando o gosto pessoal, mas a número um é mesmo Sozinho, de Peninha, que fez ele vender bastante além de carimbar seu estilo meio joãogilbertiano (perdoem pelo neologismo) de tocar e cantar. Nessa mesma levada, antes ele reviveu Debaixo dos caracóis de seus cabelos (que o rei fez em homenagem ao próprio Caetano) e, depois, Você não me ensinou a te esquecer, de Fernando Mendes que é considerado "brega" pelas novas gerações, mas que Caetano mostra que não há discriminação em sua arte. Mesmo tendo que parar por aqui, me pergunto por que  não pensar em outras marcantes interpretações como Mimar você, Eu sei que vou te amar, Drão, Samba de verão, etc.?

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de julho de 2012

Final feliz

Quando Jorge Vercillo surgiu, muitos confundiram sua voz com a de Djavan, de quem Jorge afirmou ter fortes influências, sobretudo quando cantava na noite. E um dia, os dois se encontraram na gravação desse sucesso que foi e é Final feliz, revivido anos mais tarde com Caetano Veloso e Alexandre Pires. Pois é, uma canção que já recebeu a leitura desses grandes nomes da nossa música só poderia mesmo ser classificada como sucesso.

Final feliz traz uma letra que aponta o amor como o desejo maior, como um bom final de novela, por exemplo. Um sentimento que não deve mais ser resguardado, escondido ou contido, pelo contrário, deve explodir proporcionalmente à sua grandeza, sem medo, acreditando sempre que dará certo, afinal, o amor é um sentimento lindo e nobre demais pra viver escondido e Jorge falou isso muito bem nessa canção!

Final feliz
(Jorge Vercillo)

Chega de fingir
Eu não tenho nada a esconder
Agora é pra valer, haja o que houver

Não tô nem aí
Eu não tô nem aqui pro que dizem
Eu quero é ser feliz, e viver pra ti

Pode me abraçar sem medo
Pode encostar tua mão na minha

Meu amor,
Deixa o tempo se arrastar sem fim
Meu amor,
Não há mal nenhum gostar assim
Oh, meu bem,
Acredite no final feliz
Meu amor, meu amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de abril de 2012

Olhando as estrelas - 24

Eles são os senhores da Tropicália e mais que isso, fazem parte do grupo chamado gênios da música brasileira, afinal, nossa música deve muito ao talento e a história de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Muitas dessas histórias foram produzidas juntos em shows, canções, discos, viagens, no início e no decorrer de suas carreiras, no exílio que ambos sofreram, como Os Doces Bárbaros e nas carreiras solos que vez por outra, os trazem de volta a encontros memoráveis.

Só pra citar algumas canções compostas sob suas quatro mãos geniais, temos Batmacumba, Cinema novo, Divino maravilhoso, Lindonéia, No dia em que eu vim-me embora, Panis et circensis, Xangô menino, Eles, Haiti, Iansã, etc. Caetano também tem interpretações belíssimas para canções de Gil como Super-homem (a canção) e Drão.

As carreiras de Caetano e de Gil se encontram desde o início e sempre torcemos para que novos trabalhos, novas parcerias surjam, como foi o show de fim de anos que fizeram com a Ivete Sangalo. Eles dispensam qualquer outro comentário, compondo estrelas brasileiras da maior grandezas e quando se juntam, esse brilho se torna ainda mais evidente.

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de março de 2012

CD Caetano canta

Caixa Caetano canta com 3 CD´s
Que Caetano Veloso canta, ninguém duvida. Que ele é senhor da Tropicália, dono de vários clássicos da nossa música brasileira, isso também ninguém duvida. E além de ser o extraordinário compositor que é, também interpreta como poucos, fato este que será comentado posteriormente na série Os intérpretes do Brasil. E alguns desses fonogramas, muitos deles ao vivo em diversas apresentações são lançados em discos avulsos de sua discografia oficial.

Caetano canta 1
Uma prova disto é a coletânea que a Som livre lançou em 1994 reunindo grandes interpretações suas para alguns clássicos nacionais e até internacionais, intitulada de Caetano canta. Nele, encontramos Sonhos, Ouro de tolo, Super homem, Acontece, Oceano, Amanhã, Partido alto, Meia lua inteira, Todo amor que houver nessa vida e Debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Completam a coletânea Charles anjo 45, Help, Tu me acostumbraste e o medley Nêga maluca/Billie Jean/Eleanor Rigby.

Caetano canta 2
O sucesso foi interessante e em 1997 lançaram o volume 2, com a capa igual ao primeiro volume, só mudando a cor e com as canções: Mora na filosofia, Chuvas de verão, Asa branca, A Rita/Esse cara, Coração materno, Tonada de luna llena, Calúnia, Lua e estrela, Dans Mon Ilê, Pra que mentir, Fera ferida, Mano a mano, Eu sei que vou te amar e Nature Boy.


Caetano Canta 3

Em 2000 finalmente lançaram o terceiro volume com capa diferente e as canções Sozinho, Drão, Lábios que beijei, Chega de saudade, Pensando em ti, Chora tua tristeza, Na asa do vento, Coisa mais linda, Samba e amor, Sina, Tudo se transformou, Maria Bethânia, Morena dos olhos d´água e Badauê. Os três volumes também podem ser obtidos juntos em uma caixa que foi lançada em 2002. E percebendo que ainda existem outras canções deste generoso intérprete que não constam nessas coletâneas expostas só podemos concluir que trata-se de um gentleman da interpretação brasileira e creio que isso também ninguém duvida!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Som Brasil Ângela Maria 1996 - parte 2

com Roberto Carlos
Nessa segunda parte, apresentaremos o que aconteceu nos três últimos capítulos do Som Brasil Ângela Maria 1996. O figurino da cantora mudava a cada capítulo. No terceiro, tivemos Caetano Veloso (em Noite chuvosa), Alcione (em Fósforo queimado) e Nana Caymmi (em Estava escrito).

com Djavan
O quarto capitulo trouxe Emílio Santiago (em Escuta) e Djavan (em Vida de bailarina). Alguns artistas entravam logo quando a música começava ou ao meio dela, quando começavam suas partes nos duetos. Roberto Carlos veio no último capítulo cantando Desabafo. No especial de fim de ano de 1995, eles já tinham cantado juntos a mesma canção, que entraria no CD da Ângela. Este número fez parte do CD/DVD Duetos, lançado pelo rei em 2006. Voltando ao Som Brasil, o rei fechou a noite, entrando no palco de mãos dadas com a cantora, dançando e rodopiano com ela no solo, além de receber um "obrigado por você existir" da sapoti, retribuindo com a mesma frase.

com Caetano Veloso
Não sei o que esperam pra lançar o resultado desse show em DVD. Já vi o making of fantástico desse projeto, onde Ângela descrevia cada encontro que teve em seu disco e com depoimentos de alguns artistas envolvidos no show e no CD. E, embora Ângela tenha lançado trabalhos belíssimos, posteriores a este e com vários outros duetos, não sei porque ainda não pensaram em um Amigos 2 e quem sabe um segundo Som Brasil desse porte.

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de novembro de 2011

Manhã de carnaval

Imagina uma canção gravada por Sinatra e Pavarotti, Julio Iglesias e Luis Miguel, Gal e Bethânia, Emílio e Fagner, Caetano e João Gilberto, Maysa e Nara. Tal canção existe e é um clássico nacional e que ultrapassou as fronteiras desse país, tornando-se uma das mais conhecidas internacionalmente: Manhã de Carnaval.

Uma das poucas canções do filme Orfeu Negro que não era de Tom e Vinícius, Manhã de carnaval se popularizou como a canção do filme, interpretada por Agostinho dos Santos. E é nessa hora que a gente entende como surge um clássico, pois com mais de 50 anos, essa canção continua sendo atual e cultuada como uma das mais belas canções da música brasileira.

Curioso é que ela tem três versões de letras diferentes. Dizem que a esposa de Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo, alterou a primeira versão para o filme. Percebi também nos encontros de Pavarotti com Caetano e depois com Gal e Bethânia, que era apresentado uma versão diferente, mais extensa. Segue as versões, todas românticas, desde a mais tradicional até as outras versões com seus primeiros registros:

Manhã de carnaval
(Antônio Maria e Luiz Bonfá)

(Versão tradicional)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso e tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que verás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábio teus

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada pela Maysa

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu no surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois desse dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã
Tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada por Pery Ribeiro

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Em cada flor, o amor
Em cada amor, o bem
O bem do amor faz bem
Ao coração

Então vamos juntos cantar
O azul da manhã que nasceu
O dia já vem
E o seu lindo olhar
Também amanheceu

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de agosto de 2011

Olhando as estrelas - 17

Em recente show beneficente.
Mais um grande encontro que nossa música brasileira proporciona entre dois artistas que tanto se admiram e se respeitam. Um cresceu tendo o outro como um de seus grandes ídolos. O outro assumiu ser fã do primeiro. Estou falando de Djavan e Caetano Veloso, dois grandes astros que preenchem a série hoje com alguns de seus encontros.

Caetano já gravou música de Djavan e a recíproca se verifica. Conste que isso é algo incomum já que se tratam de dois grandes compositores e que, geralmente em seus discos constam suas criações, sobrando pouco espaço para interpretações de outros autores. Caetano gravou Oceano e Sina, onde originalmente consta o verbo Caetanear que, trocou por Djavanear, retribuindo a gentileza. Caetano também seria citado em Eu te devoro. Djavan, em seu disco mais recente gravou Oração ao tempo e Luz e mistério, do baiano.

Na década de 80 no Chico&Caetano.
E ambos brindam essa admiração através de uma canção composta pelos dois e gravada pelo Djavan em 92 e depois pelo Caetano no CD/DVD Prenda minha, que foi a belíssima canção Linha do equador. Ambos ainda compuseram a canção Invisível, que foi gravada apenas por Maria Bethânia. É com essas e outras, que podemos perceber que esses dois astros têm um brilho imensurável, que só reluz ainda mais, quando se encontram!

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 3

Roberto vai ao programa do Silvio em 1997.
E hoje chegamos ao final dessa série que essa semana lembrou um pouco sobre a história desse Troféu que destaca em algumas categorias nossa música. O melhor cantor do ano sempre foi aguardado com muita ansiedade por mim, durante toda a década de 90, quando comecei a acompanhar a premiação e torcer pelo Roberto que sempre venceu naquela década. Para os fãs do Roberto, duas festas: a votação e a entrega do troféu, quando o rei foi duas vezes nessa década receber seus prêmios no programa do Silvio Santos.

Nessa premiação, Roberto também é rei, pois foi o vencedor no ranking da categoria canção e também o cantor mais premiado na história do troféu com 19 premiações. Sua primeira indicação foi em 65, mas perdeu para Agnaldo Rayol. Em 67 perdeu para Jair Rodrigues e em 68 para Wilson Simonal. Em 69, numa disputa acirrada com Jair, Rayol e Simonal, não obtiveram votação suficiente para receberem o prêmio. Em 71, venceu com Chico Buarque, mas como ambos não foram receber o prêmio, decidiram que o vencedor seria o terceiro colocado que foi o Altemar Dutra.

Roberto recebe seu troféu na década de 70.
Roberto também perdeu em 74 para o Chico Buarque, em 75 para Benito di Paula, em 82 para o Djavan, em 83 para o Ritchie e em 85 para o Tim Maia. Depois, em todas as indicações das quais participou, venceu, inclusive da mais recente, sendo um dos mais premiados, somando todas as categorias. Depois do Roberto temos o Zeca Pagodinho com três prêmios e Jair Rodrigues, Seu Jorge, Tim Maia, Djavan e Caetano, ambos com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!