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sábado, 2 de junho de 2012

Qui nem jiló

Mês de junho começando e sempre dedicamos postagens para artistas locais que divulgam a música raiz nordestina para o país e que encantam com seus lançamentos e shows pelo interior, se espalhando e brilhando como fogueiras, sobretudo nas datas dos três principais santos. E este ano é ainda mais especial, pois estamos no clima do centenário de Luiz Gonzaga, nosso rei do baião. Esse mês visitaremos, a cada sábado, algum clássico de tantos de seu belíssimo repertório.

Qui nem jiló está entre as cinco que mais amo de um repertório difícil de escolher como é o de Gonzaga. Já foi gravada por tantos outros intérpretes como Gilberto Gil, Dominguinhos, Elba Ramalho, Gal Costa, etc. Uma letra que une amor e saudade (destacando o lado bom e ruim desse sentimento) de uma forma diferenciada, pois não aponta pra esse sentimento nostálgico com tristeza, mas o soluciona com o canto, com a música, com o laiá, laiá de um povo feliz, mesmo em um momento que sugere tristeza. Pontos para a genialidade "gonzagueana" e para a música brasileira que tem um clássico como este!

Qui nem jiló
(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu

Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim,
Que vivo doido a sofrer

Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2012

DVD Minissérie JK


Essa foi uma das melhores minisséries que a Globo apresentou nos últimos anos, exibida em 2006 e lançada posteriormente em DVD. Baseada na biografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek e escrita por Maria Adelaide Amaral, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, JK mostra o Brasil dos anos 30-70, sobretudo no âmbito político, aliando a isso a histórias paralelas da vida de JK.

Com um elenco que envolve José Wilker, Wagner Moura, Marília Pêra, Débora Falabella, Caco Ciocler, Deborah Evelyn, Dan Stulbach, Letícia Sabatella, Alessandra Negrini, Antônio Calloni, Paulo Betti, Hugo Carvana, Kássia Kiss, Júlia Lemmertz, entre outros, a minissérie é dividida em duas partes onde é mostrada a infânica de JK, avançando para sua dedicação à medicina, já na fase adulta, até seu envolvimento com a política e seu grande desafio de construir Brasília. Mas, o enredo é também marcado pela inclusão de alguns personagens fictícios, o que deu não apenas um tom histórico, mas também folhetinesco à minissérie.

Foi a primeira minissérie a ser lançada em DVD e os últimos trabalhos de Ariclê Perez e Raul Cortez. A trilha sonora ficou a cargo de nomes como Milton Nascimento (Peixe vivo), Gal Costa (Sábado em Copacabana), Zizi Possi (Nunca), Tom Jobim (Chega de saudade), Maria Bethânia e Nelson Gonçalves (Caminhemos), Emílio Santiago (Mulher), A vizinha do lado (Doryval Caymmi), entre outros.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Programa Som Livre Exportação - parte 1

Elis concede entrevista ao programa.
Eu não vi esse programa, nem vivi esse tempo, mas fico pensando como era interessante presenciar algo desse tipo, sobretudo por hoje serem tão raros os programas com essa qualidade e com esse cast. O programa Som Livre Exportação foi exibido entre 1970 e 1971 pela TV Globo, semanalmente, e tendo por objetivo oferecer uma visão panorâmica da música brasileira naquele momento.

Simonal no show do Anhembi.
Apresentado por Ivan Lins e Elis Regina (que trocara a Record pela Globo), o programa contou com a participação de grandes nomes da nossa música como Chico Buarque, Gonzaga Jr., Tim Maia, Toquinho, Vinícius de Moraes, Os Mutantes, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gal Costa, Mário Lago, Wilson Simonal, Roberto Carlos, entre outros. Foram lançados dois disco, em que o primeiro obteve mais êxito, destacando-se as faixas Madalena (com Ivan Lins) e Coração vagabundo (com Caetano e Gal).

Bethânia e Caetano se apresentam.
A ideia inicial era exportar o programa para promover a música brasileira no exterior, mas isso não aconteceu. Entretanto, tivemos edições históricas desse programa até hoje inesquecível, como em 1971 quando Caetano Veloso fez duas apresentações antes de retornar a seu exílio em Londres. Outro momento marcante foi Elis Regina estourar com a canção Madalena, de Ivan Lins, que se tornaria um clássico da nossa música!

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de novembro de 2011

Se todos fossem iguais a você

Essa canção é mais um clássico da nossa música e mais um clássico de Tom e Vinícius. Quase todos os grandes intérpretes desse país já cantaram essa canção que pode ser vista por uma vertente romântica, mas que consegue ir além desse sentimento e exaltar a admiração extrema entre dois seres, ou quem sabe até uma admiração religiosa, uma paisagem florida como essa, etc.

Acredito que por possuir letra, harmonia e melodia belíssimos, Se todos fossem iguais a você já estava destinada a ser inesquecível e pelo fato de poder servir em tantas ocasiões, quando simplesmente seu título já é o bastante, podemos dizer que se trata de uma perfeita canção.

Se todos fossem iguais a você
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Vai tua vida,
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor

Abre os teus braços e canta
A última esperança
A esperança divina
De amar em paz

Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar,
a sorrir, a cantar, a pedir

A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer

Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 2

Ivete, uma das campeãs das premiações.
A briga pela melhor cantora do ano, apresentada no Troféu Imprensa ano a ano sempre se mostrou saudável e acirradíssima. A importância desse prêmio está em que talvez ele seja o único do Brasil ou da televisão brasileira que em seu currículo de prêmios apresenta Elis Regina, Isaurinha Garcia, Gal Costa, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Rita Lee, Elba Ramalho, Marina, Simone, Marisa Monte, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Zizi Possi, Ana Carolina, Maria Rita, Ivete Sangalo.

Quem imagina uma disputa tão acirrada como foi em 1975 entre Clara (a vencedora), Bethânia e Elis? Ou em 81 e 82 com Gal (vencedora de 82), Simone e Rita (vencedora de 81)? Ou em 83, 84 e 85 entre Elba (vencedora de 83), Gal (vencedora de 84 e 85) e Simone? No ranking das cantoras, Elis e Ivete dividem o topo com 5 prêmios; seguidas de Marina e Gal com 4 prêmios; Daniela, Clara e Elizeth com três e Marisa, Rita e Ana com duas premiações cada uma.

Outras categorias relacionadas com a música e quem não apareceram em todos os anos são Conjunto Musical onde os campeões foram Skank e Titãs e, Duplas sertanejas, onde os destaques são Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo e Luciano, com duas premiações, cada dupla. Em poucas edições tivemos categorias como Produtor musical, Compositor, Orquestra, Programa musical, Programa sertanejo e Cantor ou cantora sertanejo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de maio de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 6

E hoje, dia do trabalhador, vamos homenagear mais um trabalhador da arte da interpretação musical: Gal Costa. Sim, seu nome é Gal e ela mostra em sua carreira, com seu repertório, que é uma das intérpretes preferidas dos compositores nacionais, desde a década de 60, quando emplacou seus primeiros sucessos Baby, Meu nome é Gal e Que pena.

Gal é intérprete por natureza e é difícil destacar duas ou três canções de seu repertório. Acredito que ela tenha gravado mais Caetano Veloso que a irmã dele, Maria Bethânia. Li que seu próximo projeto vem com canções inéditas dele e das que já gravou do Caetano destaco Baby que, embora apresente várias versões,  sempre nos remete à marca Gal Costa. E o que dizer de Meu bem meu mal, do mesmo artista? Do Doryval Caymmi, Gal imortalizou Só louco, entre outras.

De Chico Buarque, quem não lembra de Folhetim em sua voz? A Aquarela do Brasil é outra se não for interpretada pela Gal. Sua estupidez de Roberto e Erasmo tem um toque de Gal. Mas, a baiana também é craque em Dia de domingo de Sullivan e Massadas, Chuva de prata de Ed Wilson e Ronaldo Bastos, Alguém me disse de Jair e Evaldo. O que dizer de Nuvem negra do Djavan em sua voz? E Caminhos cruzados de Tom Jobim, ao qual gravou um disco impecável? Dá pra negar que essas e outras mostram que Gal Costa é mesmo preferida entre os compositores e uma das maiores intérpretes dessa nação?

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Só louco

A mais recente novela global Insensato coração teve seu título inspirado nessa canção de Dorival Caymmi. Só louco é talvez  a mais famosa e mais típica canção do Caymmi pois traz consigo todas as característica desse mestre da nossa música: sua simplicidade e sofisticação musical ímpar. Um fato curioso é que essa canção data de 1956 e não fez tanto sucesso com seu autor.

Em 1976 Gal Costa deu a interpretação que imortalizou essa canção, embora tantos outros intérpretes já tenham se arriscado a interpretá-la como Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Jane Duboc, Renato Russo e Nelson Gonçalves. A simplicidade na letra, na volta que ela dá, o charme de estar completa de romantismo, de dizer tudo em poucas palavras é sem dúvida o seu segredo e o que a torna um grande clássico.

Só louco
(Dorival Caymmi)

Só louco!
Amou como eu amei
Só louco!
Quis o bem que eu quis

Ah! insensato coração
Porque me fizeste sofrer
Porque de amor para entender
É preciso amar, porque...

Só louco!...

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de dezembro de 2010

CD duetos com o mestre Lua

E amanhã comemoramos mais um aniversário do eterno rei do baião e nosso Blog, de forma singela, o homenageia com esse cd lançado em 2001. Produzido pelo compositor Paulo Debétio, uniu à voz do rei do baião, vários de seus súditos, com arranjos novos e modernos. Algumas dessas faixas foram extraídas de gravações originais realizadas pelo mestre e outras, produzidas póstumas.

A faixa de abertura fica em família, pois temos Gonzagão, Gonzaguinha e Daniel Gonzaga, filho de Gonzaga Jr. Na sequência, temos Súplica cearense (com Jorge Aragão), Procissão (com Chico Buarque), Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro (com Fagner), A volta da Asa branca (com Chitãozinho e Xororó), No dia em que eu vim-me embora (com Lenine), Fica mal com Deus (com Zé Ramalho), Farinhada (com Elba Ramalho), Forró n°1 (com Gal Gosta), Depois da derradeira (com Dominguinhos), Luar do sertão (com Milton Nascimento), Paraíba (com Emilinha Borba) e Hora do adeus (com Falamansa).

Gonzaga é a eterna voz do sertão e isso se torna repetitivo quando um nordestino enfatiza essa dádiva. Entretanto, é pouco diante do sucesso que esse homem alcançou cantando as tradições desse lugar, o amor a essa terra, cantando seus detalhes como ninguém e alcançando a todos os moradores, oferecendo um pouco do que é felicidade em termos de músicas. Uma saudade ímpar na minha vida, especificamente que envolve Gonzagão é a lembrança de ver meu avô e seu irmão cantando e tocando aquele repertório inesquecível, representando em parte nessa coletânea!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de junho de 2010

Gonzagão - Forró do começo ao fim

Recentemente adquiri essa coletânea de 2007, que só meu deu alegria. Algumas das canções que mais gosto do Luiz Gonzaga, reunidas em um mesmo cd. E o que mais me atrai é que são quase todas gravações da década de 80, de quando eu, criança lá no interior, presenciava os forrós armados nas ruas da periferia onde Gonzaga ditava o sucesso e o título da palhoça.

Aqui encontramos Sanfoninha choradeira, Danado de bom e Farinhada, as três com participação da Elba Ramalho; temos o medley Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro, com Fagner; Forró número um com Gal Costa. Temos Gonzaga em clássicos do forró dos anos 80 como Deixa a tanga voar, De fiá pavi, Pagode russo, Forró de cabo a rabo, Aproveita gente, Nem se despediu de mim e Sanfoneiro macho.

Aqui no Nordeste, as festas juninas nos remetem a três santos principais: João, Antônio e Pedro. Hoje, dia de Santo Antônio, na autêntica música nordestina, os louvores a esses santos são entoados em acordes de sanfonas que exploram os hinos lançados e cantados por Gonzaga durante toda sua vida. Ele é eterno e suas canções não trazem apenas nostalgia de um tempo em que as festas eram mais saudáveis, sem tanta violência, mas despertam em todo nordestino e porque não dizer brasileiro, a alegria de uma cultura raiz de um povo que se aquece em torno da felicidade de presenciar a fogueira queimando, o milho assando e a sanfona tocando.

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de maio de 2010

Olhando as estrelas - 4

A Série aporta hoje na Bahia e de lá apresenta o encontro entre duas das maiores estrelas desse país, duas divas, que tiveram a mesma origem e construíram suas carreiras apoiadas no alicerce da Tropicália. Estamos falando de Gal Costa e Maria Bethânia. Duas Marias (Gal é Maria da Graça), duas baianas, duas divas, duas das maiores intérpretes de Caetano, Gil, Chico, Tom, Roberto, Erasmo, Milton e tantos outros compositores da nossa música.

Gal e Bethânia não tiveram apenas um início em comum. Se encontraram algumas vezes no decorrer de suas carreiras, seja em gravações inesquecíveis como foi o caso de Sonho meu, de Dona Yvonne Lara em 1978 e Oração de mãe menininha, de Dorival Caymmi, ou no show com Pavarotti em 2000, na Bahia. Também gravaram, cada uma a seu estilo, mesmas canções em tempos diferentes, como é o caso de Olha, Tá combinado, Anos dourados, Se todos fossem iguais a você, entre outras.

Além do show dos Doces bárbaros em 1976, que também contava com Gil e Caetano, Gal e Bethânia fizeram parte de mesmos projetos como o Chega de mágoa em 1985 e também do programa Mulher 80, da Rede Globo. Seria interessante termos um show ou um cd gravados por ambas. E um encontro como esse, dispensa qualquer outro comentário pois por si só mostra o que é a grandeza de duas estrelas juntas ou cada uma em seu espaço.

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de maio de 2010

Um dia de domingo

Essa canção da década de 80, da grande dupla de compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas e da grande dupla de intérpretes Gal Costa e Tim Maia deve ter embalado muitos romances e ainda permeia sob os corações apaixonados.

Contrariando alguns que criticam essa época como algo brega, com um som pasteurizado, gosto muito desse tipo de canção e acho até que são as que mais fazem falta às atuais programações de rádios. Um dia de domingo celebra o dia da paixão, do amor, dos enamorados. Em muitas celebrações de casamento já foi e é entoada. Além da Gal e do Tim, Roberta Miranda, Agnaldo Timóteo e Ângela Maria são alguns dos intérpretes que já a incluíram em seus respectivos repertórios. E como é legal imaginar uma vida só de amor, vivenciada em um dia da semana, pelo qual esperamos com ansiedade!

Um dia de domingo
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento

Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia

Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
Te encontrar num sonho lindo

Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo

Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar a voz do coração

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Por causa de você

De vez em quando bate uma saudade do Tom. Aquele piano perfeito, aquelas canções mais que maravilhosas. Essa canção por exemplo, já teve em torno de 60 regravações. Duas das minhas preferidas são com Gal Costa e com Roberto Carlos. Por causa de você apresenta uma sensibilidade à flor da pele, das mesmas flores da janela que sorriam e cantavam. Fico imaginando como era comum toda essa poesia e esses sentimentos tão puros. A sua história de criação mesmo já é surpreendente:
 
Em 1957, Tom apresentou a Dolores uma melodia que levaria para Vinícius por letra. Em três minutos, Dolores pegou um lápis de sombrancelhas e desenvolveu a letra de Por causa de você, uma pérola da nossa música brasileira! Vinícius, como perfeito poeta e cavalheiro atendeu ao pedido da colega que ainda mandou uma definitiva: "Vinícius, outra letra é covardia..."

Por causa de você
(Tom Jobim e Dolores Duran)

Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou

A nossa casa querida
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você

Olhe meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor

Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau te levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de agosto de 2009

Gal Bossa Tropical

Depois de abordarmos Gal Costa canta Tom Jobim, Gal Costa Acústico Mtv e, mais recentemente, sua participação no Dvd do Tom Jobim in concert, apresentamos um dos melhores cds de estúdio da Gal, Bossa Tropical, lançado em 2002. Com a produção de Marco Mazzola e a participação de músicos como Armandinho e Paulo César Barros, o cd reune novos e veteranos compositores na obra da Gal.

É o que podemos ouvir na faixa de abertura e principal hit do disco: Socorro, de Arnaldo Antunes. Os Beatles aparecem em seguida na interpretação de The Fool on the hill. Wander Lee teve um grande impulso em sua carreira após Gal gravar Onde Deus possa me ouvir. O tremendão Erasmo Carlos aparece emprestando a Gal seu clássico Mulher (Sexo frágil).

Parece proposital a alternância entre antigos e novos compositores, pois em seguida é apresentada uma canção do Chico César, considerado mais recente, em Quando eu fecho os olhos. Na sequência, uma canção do Caetano Veloso em Desde que o samba é samba. Os Titãs aparecem em Epitáfio, composição de Sérgio Brito.

Outros clássicos também aparecem com As time goes by, Ovelha negra (Rita Lee), Marcianita, O amor em paz (Tom e Vinícius) e Cada macaco no seu galho. Com um toque pop e considerado inovador, esse é mais um grandioso trabalho de quem não mais precisa provar porque seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tom Jobim in Concert

Tom Jobim e Gal Costa sempre estiveram próximos em diversos trabalhos. Gal foi uma de suas grandes intérpretes, inclusive lançando trabalho em sua homenagem já comentado aqui no blog! Relançado recentemente, Tom Jobim in Concert é uma prova dessa parceria maravilhosa: um show do Tom em Los Angeles, em 1987, com a participação especial da Gal!

Com uma banda formada por grandes músicos como Danilo Caymmi, Paulo Braga, Jacques Morelembaum e Paulo Jobim, entre outros, o repertório passeia pela obra do Tom em versões brasileiras e americanas. Intercalando com solos de flautas, cordas e piano, temos Samba de uma nota só, Desafinado e Água de beber.

Gal é chamada ao palco e interpreta junto com Tom e banda as canções Dindi, Wave, Anos dourados e Gabriela. E Tom continua sua belíssima apresentação com canções pouco conhecidas como Two Kites, Samba do soho e outras mais conhecidas e clássicas como Chega de saudade, Sabiá e Samba do avião.

O show é encerrado com Waters of March, versão em inglês para Águas de março, e Corcovado, esta última com a Gal de volta aos palcos. Vale ressaltar a beleza do coro que acompanha o Tom, além das vozes de Paulo Jobim em Samba do soho e Danilo Caymmi em Samba do avião, caracterizando um show histórico desse maestro soberano da nossa música brasileira, com a participação de uma de suas principais intérpretes.

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de julho de 2009

Nelson Gonçalves Duetos

Uma das grandes vozes brasileiras, Nelson Gonçalves sempre foi generoso com seus colegas e vez por outra, gravou com eles canções memoráveis, algumas delas presentes nessa coletânea: Duetos, lançado em 2006. Antes mesmo desse tipo de projeto se tornar rentável e comum, Nelson já brilhava nessa área, chegando a gravar os discos Nós, Ele e elas Vol. 1 e 2, e Ele e eles, na década de 80.

É o que se pode verificar em Renúncia, fox clássico de seu repertório em dueto com o outro vozeirão Tim Maia. Maria Bethânia, clássico de Capiba na voz do Nelson, fez Caetano não só apontar esse nome à sua maninha, mas também participar dessa releitura histórica junto com o ídolo. Isso mesmo! Nelson é um ídolo para esses colegas, é o que afirma Alcione, que participa da faixa Louco. Fagner diz o mesmo quando empresta sua composição e voz em Mucuripe. E a própria Maria Bethânia aparece em Caminhemos, clássico da obra do Nelson.

Inusitado é Nelson e Gonzagão cantando Asa branca, clássico do rei do baião, e eles deixando claro, na conversa animada que apresentam no final da faixa, que ingressaram na mesma gravadora praticamente juntos. Outros fãs aparecem na sequência, como Chico Buarque em Valsinha, Martinho da Vila em Lembranças, Gal Costa em Dos meus braços tu não sairás e Zizi Possi em Castigo.

Nana Caymmi é recrutada para interpretar um medley do eterno Caymmi em Não tem solução, Só louco e Nem eu. Linda e clássica é a interpretação de O negócio é amar com Fafá de Belém. A coletânea chega ao fim em Perfídia, com Montserrat e Nunca, em dueto póstumo com Ivo Pessoa. Nelson teve outros duetos memoráveis com esses e outros artistas que não dão pra reunir em uma única coletânea. Entretanto, a música brasileira e o público que aprecia esse tipo de projeto e curte a voz inconfundível e memorável do Nelson aplaude esse lançamento e torce para que venham outros que perpetuem ainda mais seu trabalho!

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de março de 2009

Gal Costa Acústico MTV

Hoje abordaremos mais um grande sucesso da série Acústicos da Mtv: Gal Costa. Lançado em 1997, esse acústico teve a produção de Mazzola e arranjos do grande maestro Wagner Tiso que, com sua genialidade, ajudou a criar grandes clássicos do repertório da Gal, além de nos proporcionar duetos memoráveis.

O show começa com um leve baixo e Gal interpretando Baby, do mano Caetano. Em seguida, ainda em clima de Tropicália, agora com Gil, interpreta Barato total. Nessa mesma praia baiana ainda cabe Caymmi em Só louco, onde Gal é uma das intérpretes (se não for a maior) que imortalizou esse clássico da música brasileira. O mano Caetano aparece na maioria das composições como Coração vagabundo, Não identificado, London London (com Wagner Tiso ao piano) e Força estranha, que Gal regravou depois do rei Roberto. Tem Chico Buarque também com Folhetim. As duas últimas presentes apenas no dvd.

O primeiro convidado da noite é Hebert Viana, na época pré-acidente que tirou seus movimentos das pernas, mas não seu talento presente nesse dueto de arrepiar em Lanterna dos afogados, clássico do repertório do Paralamas. Gal ainda revive Teco-teco e O amor (também presente apenas no dvd), para em seguida receber o segundo convidado, Luiz Melodia, autor da canção escolhida, também clássico no repertório da Gal: Pérola Negra. Na sequência, Vaca profana, para em seguida, o próximo convidado: Roberto Frejat e um clássico do repertório do Milton Nascimento composta com Caetano Veloso, a canção Paula e Bebeto.

Gal apresenta as canções Falsa baiana e Camisa amarela, para então chamar o último convidado da noite, o então estreante Zeca Baleiro, que havia composto uma canção inspirado em um clássico da Gal que foi entoado naquele momento : Vapor barato e À flor da pele. O show se encerra com três "cacetadas" do repertório da Gal: Sua estupidez, de Roberto e Erasmo; Você não entende nada, de Caetano e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.

É um trabalho histórico e repetir isso é ecoar o pensamento de todo amante da música brasileira. Entretanto vale ressaltar que é em trabalhos como esses que artistas como Gal Costa mostram todo seu talento e, especificamente, Gal mostra porque seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de novembro de 2008

Nuvem negra

Há dias em que estamos mal humorados, afinal somos seres humanos que enfrentamos estresses, contrariedades cotidianas ou apenas uma noite mal dormida que nos deixa mal naqueles momentos! É o que apresenta essa canção do Djavan, eternizada pela Gal Costa.

Nuvem negra relata um mal humor extremo, exibindo detalhes e atitudes que comprovam esse sentimento. Mas, a canção aponta para uma luz, dias melhores virão! E em nossa vida não é diferente, pois os momentos ruins como os bons também passam como as nuvens carregadas!

Nuvem negra
(Djavan)

Não adianta me ver sorrir
Espelho meu, meu riso é seu
Eu estou ilhado

Hoje não ligo a Tv
Nem mesmo pra ver o Jô
Não vou sair, se ligarem não estou

À manhã que vem
Nem bom-dia eu vou dar
Se chegar alguém
A me pedir um favor eu não sei
Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo!

Passa nuvem negra, larga o dia
E vê se leva o mal que me arrasou
Pra que não faça sofrer mais ninguém

Esse amor que é raro e é preciso
Pra nos levantar me derrubou
Não sabe parar de crescere doer

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de setembro de 2008

Ângela Maria Amigos

Amigos, hoje abordaremos um dos discos mais lindos dos últimos vinte anos e que reuniu alguns dos maiores nomes da nossa música. Esse disco existe? Sim: Ângela Maria - Amigos, lançado em 1996. Com a direção artística de Miguel Plopschi, produção de José Milton, arranjos dos maestros Daniel Salinas, Lincoln Olivetti, Cristóvão Bastos, Luis Cláudio Ramos, Eduardo Souto Neto e Jaime Alem, e duetos com grandes nomes da música brasileira com os clássicos da eterna "sapoti".

O disco começa com Desabafo, clássico do rei em um dueto inédito: Ângela Maria, a rainha da voz e Roberto Carlos, o rei da música brasileira! Arrasador e arrepiante, repetido no especial do rei em 1995 e no progama Som Brasil em homenagem à cantora! Depois do maior artista da música brasileira, veio o maior compositor, Chico Buarque com Gente humilde, clássico enternizado na voz da Ângela, que logo em seguida traz a maior intérprete brasileira: Maria Bethânia, em Orgulho, outro clássico de seu repertório.

Lábios de mel não pode faltar em qualquer show da Ângela, com direito a grandes vocais ao final da canção e não poderia faltar nesse projeto, ao lado do maior cearense Fagner. A maior dupla sertaneja do Brasil cantou um bolero com Ângela: Falhaste Coração trouxe Zezé di Camargo e Luciano, traduzindo um certo eclétismo da sapoti, que em seguida traz o maior intérprete da música brasileira: Emílio Santigado divide os vocais em Escuta de Ivon Curi. A maior sambista desse país aparece em Fósforo Queimado: a marrom Alcione solta a voz ao lado da diva Ângela.

O maior amigo e ex-funcionário Agnaldo Timóteo aparece em Tango pra Tereza. O maior nome da Tropicália aparece em Noite chuvosa, simplesmente um dueto fantástico com Caetano Veloso. O maior clássico de Ângela, Babalu aparece com Ney Matogrosso que, anos antes, presta homenagem com disco em homenagem à sapoti, caracterizando então o maior intérprete de seu repertório, depois dela própria. O maior compositor baiano também aparece: Dorival Caymmi está representado por outra baiana de talento inquestionável, Gal Costa, a voz mais doce da música brasileira, divide os vocais no clássico Nem eu.

O maior Alagoano da música brasileira se faz presente com sua canção preferida do repertório da diva: Djavan e Ângela em Vida de bailarina. A maior gargalhada do país está no talento de Fafá de Belém e no bolero Abandono. A maior voz do país, Milton Nascimento se faz presente em Balada triste! E para encerrar o projeto, Estava escrito que a grande Nana Caymmi não poderia faltar nesse clássico de Lourival Faissal.

Bom, o que falar, um disco onde estão os maiores juntos à maior voz feminina que o Brasil já teve em toda sua história? O disco rendeu especial para globo onde só Gal, Chico e Bethânia estiveram ausentes. E rendeu mais ainda um prêmio para Ângela: o reconhecimento tardio da mídia para seu trabalho feito com muita dedicação e admiração por parte de todos os astros da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gal Costa canta Tom Jobim

Esse é um dos meus cds/dvds favoritos, um dos melhores trabalhos dos últimos 10 anos. A diva Gal Costa interpretando clássicos do maestro soberano Tom Jobim. Lançado em 1999 em cd e dvd, reune clássicos do Tom e seus vários parceiros como Newton Mendonça, Dolores Duran, Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Começamos com a orquestra regida pelo grande maestro Cristóvão Bastos e em seguida um suave violão e a voz doce e inconfundível da Gal em Fotografia. Confesso que é de arrepiar ouví-la cantando: "Eu, você, nós dois, aqui nesse terraço a beira-mar..." Em seguida, na mesma linha romântica, Gal interpreta como ninguém a faixa Por causa de você, que guarda uma história curiosa: Dolores ouviu a música de Tom que Vinícius daria letra e fez antecipadamente a composição que conhecemos hoje e ainda mandou um recado para o poeta - "Vinícius, outra é covardia". O poeta que também teria feito um trabalho excepcional, foi cavalheiro com Dolores e, ganhamos mais esse clássico. Mas, o disco tem outras levadas e a seguir, Gal arrasa com o clássico Garota de Ipanema, numa versão em português e inglês. A língua americana também aparecerá mais a frente com Bonita, interpretada nessa língua.

Gal passeia facilmente entre clássicos do Tom como Wave, Estrada do sol, Brigas nunca mais, Desafinado, Corcovado, Anos dourados, Piano na mangueira, Falando de amor, Lígia e arrasa em interpretações fantásticas de Se todos fossem iguais a você, Chega de saudade (com direito a corinho do público), Samba do avião, Chovendo na roseira e A felicidade. Ainda apresenta canções nem tão exploradas do eterno maestro como Derradeira primavera, Esquecendo você, Tema de amor por Gabriela, Janelas abertas e Frevo. E é nessa cadência que o show cresce a cada instante numa alternância entre um samba-canção, uma bossa nova e um samba da melhor safra Tom Jobim, com direito a bolero em parceria com Chico - Anos dourados e até frevo.

Estrada do sol está presente apenas no cd. Algumas canções já foram interpretadas pela Gal em outros trabalhos, mas a versão nesse projeto é inédita e ao vivo. Nos extras do dvd, Gal afirma que era uma das intérpretes favoritas do Tom, que deixa muita saudade ao visitar sua obra. Realmente, a baiana sempre passeou nessa praia, a exemplo do grande sucesso Desafinado e também Caminhos cruzados, que não entrou nesse trabalho. É simplesmente um projeto lindo, sofisticado que mostra porque o seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!