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sábado, 30 de junho de 2012

Riacho do navio

Ah, esta é também das mais lindas do repertório "gonzagueano". Mesmo terminando esse mês festivo com essa canção, não dá pra parar por aqui com suas canções, pois sempre faltará essa ou aquela canção de sua trajetória musical. Riacho do navio pode ser vista como uma belíssima filosofia de vida, pois se fosse permitido andar contra o rio e voltar do mar até sua nascente, o personagem de sua letra assim o faria. É como se fosse possível voltar na vida até aquele ponto lá na nascente do rio, onde tudo é paz com a fauna e a flora deste lugar.

Não tenho certeza, mas acho que Gonzaga talvez tenha pensado várias vezes nele mesmo, em poder voltar ao passado, à sua terra como sempre desejou durante toda sua carreira. E o mais bonito dessa letra é a parte onde ele descreve como é no Riacho do navio, um verdadeiro paraíso, principalmente para aqueles que gostam de interior, como Gonzaga, como eu e como tantos que se identificam com esse clássico que já recebeu tantas releituras como as de Dominguinhos, Fagner e até Maria Bethânia.

Riacho do navio
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Riacho do navio corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar

Ah! se eu fosse um peixe, ao contrário do rio
Nadava contra as águas e nesse desafio
Saía lá do mar pro riacho do navio
Eu ia direitinho pro riacho do navio

Pra ver o meu brejinho, fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi, andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada.

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de junho de 2012

Forró nº 1

Bom, eu não tenho dúvidas e creio que o Brasil também não tem dúvidas que Luiz Gonzaga fez e faz, também através de seus seguidores, o forró número um desse país. Mesmo depois de tanto tempo de sua partida para a eternidade, são com seus clássicos que essa festa se torna perfeita, sobretudo para nós, nordestinos.

Forró número um foi composta por Cecéu, compositora homenageada essa semana pela série Os compositores do Brasil. É uma canção que destaca também o lado intérprete de Gonzaga que sempre ajudava outros nomes da composição. Foi um dueto inusitado e belíssimo com Gal Costa que também se definiu como fã de Gonzaga e o divulgou na época da Tropicália. Fagner também regravou essa canção anos depois.

Sua letra traz a festa descrita com todas as suas peculiaridades: mesmo com uma sanfona velha, o sanfoneiro dá seu recado e o cavalheiro e a mocinha também, através da dança e do namoro sob o som do mais perfeito forró. Aliás, essa é a mensagem principal da canção, o sanfoneiro, a sanfona, o forró podem ser tidos como velhos, mas sempre serão os pais da alegria em festas juninas!

Forró nº 1
(Cecéu)

Sanfona velha do fole furado só faz fum, só faz fum
mesmo assim o cavalheiro faz um refungado
e o coração da morena faz tum, tum

O sanfoneiro animado puxa o fole
depois de tomar um gole de rum

E haja fum, haja fum, haja fum,
forró com esse fole é forró número 1

Vem gente de todo lado conhecer o sanfoneiro
porque ele é o primeiro a tocar com o fole furado
Com pouco tempo já começa o zum, zum, zum
sanfona véia assim não se vê em canto nenhum

E haja fum, haja fum, fhaja fum,
forró com esse fole é forró número 1

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de junho de 2012

O Xote das meninas


O Xote das meninas é um clássico da música brasileira, pois além de ser imortalizada na voz de seu criador, Luiz Gonzaga, também já foi regravada por grandes nomes, alguns presentes nos marcadores. E acredito que deve passar em todas as listas de canções feitas por algum grande intérprete que deseja gravar Gonzaga.

Sua letra traz a menina caipira apaixonada, que compromete todo seu tempo em pensar no amor, ignorando estudo, trabalho e tudo mais. Na verdade, é uma mudança radical na moça que transforma seu visual, lançando mão da maquiagem e outros adereços que levam seu pai até a pensar em doença, mas que nem o médico resolve, pois é mal de amor. Mais uma genialidade "gonzagueana"

O Xote das meninas
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Mandacaru quando fulora na seca
É o siná que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjôa da boneca
É siná de que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado, não quer mais vestir timão

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado, lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade, que prá tal menina
Não tem um só remédio em toda medicina

Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de maio de 2012

Olhando as estrelas - 25

Tudo começou quando um foi ver o show do outro e se encantou. Depois disso, compuseram, gravaram canções, participaram de shows, lançaram CD e DVD e continuam a parceria, tudo isso fizeram e fazem juntos, por isso abrilhantam hoje a série. Claro que cada um tem sua carreira solo brilhante, mas não podemos negar que quando Fagner e Zeca Baleiro se encontram, podemos aguardar coisas boas!

A parceria entre eles começou tão firme que no CD Fagner de 2001 compuseram três canções que foram Tempestade, Outra era e A tua boca, esta última conta com a participação do Zeca dividindo a gravação da faixa com Fagner. No CD/DVD Raimundo Fagner me leve ao vivo temos a participação do Zeca nas faixas Você só pensa em grana e A tua boca. Em 2003 apontam para o ápice dessa parceria com o CD e DVD Fagner e Zeca Baleiro, em que compuseram e gravaram juntos as faixas, compostas também com outros compositores.

No CD Donos do Brasil 2004 do Fagner, temos mais uma parceria na composição e gravação de Dezembros. Em Fortaleza, CD do cearense de 2007, temos Colando a boca no teu rosto, também com dueto na composição e na gravação. E no mais recente CD do Fagner, Uma canção no rádio, ambos dividem mais uma parceria e a gravação da faixa-título. E imagino, que mais virão por aí, pois Fagner com sua generosidade de tantas parcerias também aprende com Zeca e todos nós só temos a ganhar com essas estrelas juntas!

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de abril de 2012

A Vida do viajante

Esta é das mais lindas do repertório de Gonzaga. Diria até que se contarmos as dez mais, ela vai figurar em 90% das listas que seus fãs se arriscariam a fazer. Interpretada por outros nomes, cada um a sua maneira, como Fagner, José Augusto, Chico Buarque, Dominguinhos, Lenine entre outros, podemos dizer que estamos diante de um clássico do sertão do Brasil.

E parece que Luiz Gonzaga queria mesmo uma canção que pudesse deixar para a posteridade, que sua história, ao se confundir com a de tantos que se identificam com a canção, pudesse ser contada, sobretudo na melhor forma possível, destacando a alegria e a dificuldade de ser artista, mesmo com a chuva ou com o sol escaldante, com a saudade de casa e a felicidade de fazer amigos, a simplicidade da vida que Gonzaga tanto cantou pelo país! O personagem que é o artista, diferente de quem o interpreta, que apresenta sentimentos humanos como a saudade e o cansaço da caminhada, mas se vê orgulhoso disso tudo.

A vida do viajante
(Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil)

Minha vida é andar por esse país
Pra ver se um dia descanso feliz

Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.

Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa sigo o roteiro
Mais uma estação...
E a saudade no coração

Mar e terra, inverno e verão
Mostro um sorriso, mostro alegria
Mas, eu mesmo não...
E a alegria no coração

Um forte abraço a todos!

sábado, 3 de março de 2012

Cartaz

Sempre ouvi alguém dizer que determinado artista tem cartaz ou é um dos maiores cartazes do Brasil. Foi essa ideia que deve ter levado seus compositores a criarem essa que é uma das mais belas canções interpretadas pelo Fagner. Pelo ritmo contagiante e pela letra apaixonada, creio que ela deveria ser mais revisitada em seu repertório. Li que no atual show, ele canta, que bom!

Falo isso porque Cartaz foi gravada em 1984 e, em vários projetos ao vivo que ele lançou, ela nunca constou no repertório. É uma das primeiras canções que me vem à lembrança de infância. Com um la, ra, la, ra contagiante, a letra de Cartaz aborda um amor completo pela presença da pessoa amada que dá ao personagem o cartaz e tudo que ele precisa.

Cartaz
(Francisco Casaverde e Fausto Nilo)

Eu sonhei com você
Eu quero me deitar
Numa tarde assim, namorar
Entre o azul do céu
E o verde do mar
Tanta coisa ainda há

Amanhã tudo pode acontecer
Hoje a nossa vida é pequena
Amanhã tudo pode anoitecer
Se você vem comigo eu não choro mais

O que eu quero dizer
O teu sorriso atrai
Entre as coisas mais lindas
Você me dá prazer
Você me dá cartaz
E tudo que eu preciso

Amanhã tudo pode acontecer
Hoje a nossa vida é pequena
Amanhã tudo pode anoitecer
Se você vem comigo eu não choro mais

Cai o azul do céu
Sobre o verde do mar
Tanta coisa ainda há lá
Você me dá prazer
Você me dá cartaz
Se você vem comigo eu não choro mais

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Som Brasil Ângela Maria 1996 - parte 1

Com Fagner.
Outra grandiosa e justa edição do Som Brasil dos anos 90 foi este em homenagem a Ângela Maria. Apresentado em maio de 1996 foi resultado do lançamento do CD Ângela Maria Amigos (já comentado aqui no Blog), lançado no mesmo ano e que continha duetos com 15 ilustríssimas vozes da nossa música, como bem definiu a Ângela.

Com Zezé di Camargo e Luciano
De todos os convidados do CD, apenas Gal Costa, Maria Bethânia e Chico Buarque não participaram do show, gravado no antigo Metropolitan, hoje Citibank Hall, no Rio de Janeiro/RJ. Sob a direção de Márcio Antonucci, da dupla os Vips, o show contou com 12 duetos e ao final, um depoimento de 1980 de Elis Regina, sobre a "sapoti", a quem afirmou imitar no início da carreira.

Com Milton Nascimento
O show foi tão bom que dividimos em duas postagens. Nessa primeira, lembramos os dois primeiros capítulos em que tivemos Ney Matogrosso (em Babalu), Fagner (em Lábios de mel), Zezé di Camargo e Luciano (em Falhaste coração), Agnaldo Timóteo (em Tango para Teresa), Fafá de Belém (em Abandono) e Milton Nascimento (em Balada triste).

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de novembro de 2011

Manhã de carnaval

Imagina uma canção gravada por Sinatra e Pavarotti, Julio Iglesias e Luis Miguel, Gal e Bethânia, Emílio e Fagner, Caetano e João Gilberto, Maysa e Nara. Tal canção existe e é um clássico nacional e que ultrapassou as fronteiras desse país, tornando-se uma das mais conhecidas internacionalmente: Manhã de Carnaval.

Uma das poucas canções do filme Orfeu Negro que não era de Tom e Vinícius, Manhã de carnaval se popularizou como a canção do filme, interpretada por Agostinho dos Santos. E é nessa hora que a gente entende como surge um clássico, pois com mais de 50 anos, essa canção continua sendo atual e cultuada como uma das mais belas canções da música brasileira.

Curioso é que ela tem três versões de letras diferentes. Dizem que a esposa de Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo, alterou a primeira versão para o filme. Percebi também nos encontros de Pavarotti com Caetano e depois com Gal e Bethânia, que era apresentado uma versão diferente, mais extensa. Segue as versões, todas românticas, desde a mais tradicional até as outras versões com seus primeiros registros:

Manhã de carnaval
(Antônio Maria e Luiz Bonfá)

(Versão tradicional)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso e tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que verás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábio teus

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada pela Maysa

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu no surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois desse dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã
Tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada por Pery Ribeiro

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Em cada flor, o amor
Em cada amor, o bem
O bem do amor faz bem
Ao coração

Então vamos juntos cantar
O azul da manhã que nasceu
O dia já vem
E o seu lindo olhar
Também amanheceu

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de outubro de 2011

Olhando as estrelas - 19

Fagner e Joanna protagonizaram vários encontros maravilhosos que premiaram não apenas seus respectivos fãs, mas toda a música brasileira. Em 1991, se encontraram nos corredores do mesmo estúdio onde gravavam seus respectivos discos quando Joanna comentou que estava gravando uma versão de Lejânia, que viria se tornar Meu primeiro amor. Aceitando o convite, Fagner gravou com ela a faixa que entrou nos discos dos dois e foi sucesso, sendo a versão mais conhecida dessa canção aqui no Brasil.

Mais tarde, em 1998, no cd Amigos e canções do cantor, Joanna divide os vocais com ele na faixa Saudade, que também apareceria no Dvd homônimo que ainda trazia Meu primeiro amor e que você confere nas fotos apresentadas nessa postagem. Em 2003, no projeto acústico da cantora, foi a vez de Fagner ser o convidado na canção Amor alheio, que também apareceria em telão no projeto cd/dvd Ao vivo em Portugal, da cantora em 2006.

Esses são os encontros desses dois grandes cantores da nossa música e que, juntos, fizeram suas estrelas brilharem ainda mais em canções que alcançaram o topo das paradas e embalaram muitos casais românticos país afora! Sem falar que são dois nomes que vez por outra figurarão nessa série, pois sempre aparecem em duetos fantásticos da música brasileira.

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de outubro de 2011

Letras negras

Mais uma belíssima canção do Geraldo Azevedo, em parceria com o grande compositor Fausto Nilo e regravada de forma brilhante pelo Fagner: Letras negras. Uma composição com uma longa letra que descreve um sonho relembrado ao se folhear o jornal. Considero também uma letra de difícil interpretação, pois expõe algumas metáforas, coisas típicas de sonhos que lembramos e que muitas vezes parecem confusos em nossa mente, apresentando elementos sem ligação com o tema central do sonho. Interpretar uma canção como essas é como interpretar um sonho, algo bastante difícil e particular.

Em minha singela opinião fica a ideia de um amor forte, mas que está apenas na lembrança, a ponto de ignorar as letras do jornal ou até buscar nelas a saudade que se sente! É como se houvesse uma comparação entre o que sempre existiu de maravilhoso e o vazio que restou naquelas letras do jornal. E a frase: "O sonho é um sinal que tem fruta madura no quintal do vizinho" chegou a mim como se o autor apontasse que o sonho do retorno será realizado mediante a autorização alheia, da pessoa amada. É um risco que se corre ao expor as interpretações particulares, pois você apenas demonstra humildemente como aquelas frases chegaram a você, sem a certeza que foi essa a vontade do autor, mas é assim que descrevo essa belíssima canção que tanto aprecio:

Letras negras
(Geraldo Azevedo e Fausto Nilo)

Pelo jornal o dia chega
Com as letras negras
Do que está por vir
Pelo meu sonho era tudo bem
Você passava e olhava pra mim

Seu olhar selvagem
Perdido na paisagem
De fumaça e luz
No paraíso amor um dia
Imaginamos cidades azuis

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

Serenai! Serenai! Oh verde mar
A madrugada chegou
Começa o dia e você me incendeia
Amor me incendeia até florescer

E nada mais bonito
Que o grito selvagem
Do subúrbio lado blue
Desconstruindo os muros
Até o sonho amanhecer

Oh, meu amor
Meu grande amor
E agora?

A voz na sacada
Da casa rosada
A solidão da voz
E na varanda branca da alvorada
O tempo cansa de esperar por nós

Será que é preciso imaginar o cosmo pra compreender
que esse bebê no colo tenta resistir
Essa madona quer sobreviver

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

De lá das estrelas
Eles querem ver esse mundo explodir
Lágrimas na rua de verdade
Tudo pode acontecer

Afinal o sonho é um sinal
Que tem fruta madura no quintal do vizinho
Por tanto tempo eu fiquei sozinho
Pelo jornal o mundo acabou

Oh meu amor
Meu grande amor
E agora?

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de agosto de 2011

CD e DVD Raimundo Fagner Me leve ao vivo

Em 2002, sob a co-produção de José Milton, Fagner lançou o CD/DVD Me leve ao vivo, resultado de um show gravado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. A apresentação reune grandes sucessos do cearense, além de alguns outros menos explorados ao logo de sua carreira, provando que Fagner tem noção do repertório de sucesso que sempre dispôs para os fãs apaixonados pelo seu trabalho.

Encontramos clássicos não só do Fagner, mas da música brasileira como é o caso de Mucuripe, Guerreiro menino, Espumas ao vento, Fanatismo, Jura secreta, As rosas não falam, Canteiros, Revelação, Deslizes, Noturno, Borbulhas de amor e Súplica cearense. Outras menos conhecidas de seu repertório que aparecem no show são Festa da natureza, Muito amor, Me leve, Quem me levará sou eu e Ave Maria de Gounod, que Fagner dedica a uma freira que estava na plateia.

O show conta com a participação especial de Zeca Baleiro, que divide os vocais em Você só pensa em grana e A tua boca, que abre o bloco dedicado ao forró, inclusive no cenário, em que Fagner canta Vem viver essa paixão, Lembrança de um beijo, Numa sala de reboco, Pedras que cantam e a deliciosa Quando chega o verão, de Dominguinhos, em que Raimundo Fagner prova que aprendeu direitinho com o eterno mestre Lua, nosso Gonzagão!

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de julho de 2011

As cidades cantadas - 12

É muito legal ver um cantor lembrar-se de suas origens, de sua terra natal. É o que acontece com Orós/CE, que faz aniversário a cada primeiro de setembro, localizada a 402 km de Fortaleza, terra de Raimundo Fagner, que aparece nessa série para homenagear sua cidade natal. Já li que Fagner, além de ser um ilustre daquela cidade, também ajuda sua terra com sua rádio local e com uma fundação para crianças e adolescentes, além da divulgação através de seu canto e dessa canção.

Orós foi a primeira canção em homenagem a sua cidade natal e foi lançada como título do disco de 1977 do Fagner. Essa canção não traz letra, ou seja, trata-se de uma faixa instrumental. Em 1982, Fagner gravou a Orós 2, com letra de João do Vale e que clamava pelos problemas contraditórios da seca e das enchentes em sua região, como percebemos na letra abaixo.

Orós 2
(João do Vale e Oséas Lopes)

Não é só fala de seca
Não tem só seca no sertão
Quase acabava meu mundo
Quando o Orós impanzinô

Se rebentasse matava
Tudo que a gente plantô
Se não é seca é enchente
Ai, ai, como somo sofredô

Eu só queria saber
O que foi que o Norte fez
Pra vivê nesse pená
Todo nortista é devoto

Não se deita sem rezar
Se não é seca, é enchente, dotô
Que explicação me dá ?
Se o sulista se zangá

Dele eu não tiro a razão
Lá vem a mesma cunversa
Ou ajuda teu irmão
É triste um caboclo forte, dotô,
Ter que estender a mão

Não é só falar de seca
Não tem só seca no sertão...

Um forte abraço a todos!

sábado, 25 de junho de 2011

Você endoideceu meu coração

Nando Cordel tem nessa época junina sua obra reverenciada, sobretudo os xotes e forrós que compôs e lançou, também nas vozes de outros grandes nomes da nossa música regional e nacional. Essa é uma das mais lindas canções de seu repertório: Você endoideceu meu coração foi imortalizada pelo Fagner e também pelo próprio Nando, além de posteriormente receber uma leitura da Alcione.

Com uma letra romântica ao extremo, que desperta o amor sem limite entre dois apaixonados e com uma linguagem nordestina, essa canção tocou bastante em muitos forrós e fez muitos apaixonados dançarem e namorarem ao seu som. Então, pra vocês, eis a letra:

Você endoideceu meu coração
(Nando Cordel)

Você endoideceu meu coração, endoideceu
E agora o que é que eu faço sem o teu amor?
Agora o que é que eu faço sem o beijo teu?

Eu nem pensei, já tava te amando
Meu corpo derretia de paixão
Queria tá contigo a todo instante
Te abraçando, te beijando
Te afagando de emoção

Ficar na tua vida eu quero muito
Grudar pra nunca mais eu te perder
Você é como água de cacimba
Limpa, doce e saborosa
Todo mundo quer beber
 
Um forte abraço a todos!

sábado, 11 de junho de 2011

Caboclo sonhador

Essa canção é mais um clássico nordestino, desse grande poeta que é Maciel Melo. Já interpretada por Fagner, Flávio José e pelo próprio autor, Caboclo sonhador descreve em detalhes como se porta um nordestino, forte para o trabalho, valente para os desafios e durezas da vida, atrelado às suas tradições e sensível para o amor!

É daqueles clássicos nordestinos que ao soar as primeiras notas da introdução que, não pode dispensar a tradicional sanfona, é reconhecida por todos que amam esse ritmo. E ao mesmo tempo, dá pra ser tocada na forma tradicional do forró, com sanfona, triângulo e zabumba. Esse clássico não faltará em vários forrós e shows Nordeste afora.

Caboclo sonhador
(Maciel Melo)

Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
Meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza

Coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido no imensidão desse lugar

Ao lembrar-me das bravuras de neném
Perguntar-me a todo instante por Bahia
Mega e Quinha, como vão, tá tudo bem?
Meu canto é tanto, quanta canta o sabiá

Sou devoto de padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso rei do cangaço
Em meu regaço, fulminado em pensamentos
Em meu rebento, sedento eu quero chegar

Deixem que eu cante cantigo de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar no avenida
Num forró fiado tão da bexiga de bom

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de março de 2011

DVD Nelson Gonçalves - Eternamente Nelson

Um dvd indispensável à memória da música brasileira é Eternamente Nelson, lançado em 2008 e que capta o especial Nelson Gonçalves 40 anos, de 1981 para a Rede Globo, além de encontros marcantes ocorridos em programas da emissora como Fantástico e Globo de ouro e depoimentos, onde o rei da voz, recuperado de momentos difíceis em sua vida, comemorava as quatro décadas de estrada ao lado de grandes nomes.

Do show, temos as canções O dono das calçadas (com Nelson Cavaquinho), Carlos Gardel, Mais um ano sem Noel, Meu vício é você, A despedida, Nem às paredes confesso e Negue. Encontros em clipes como Lembranças (com Martinho da Vila), Louco (com Alcione), O negócio é amar (com Fafá de Belém), A última estrofe e Pedestal de lágrimas (com Orlando Silva).

Temos também clipes onde a estrela solitária é o Nelson e sua eterna voz em sucessos como Auto-retrato, Medley (com as canções Fica comigo essa noite/Meu dilema/Escultura/Pensando em ti), Onde anda você, Minha rainha, A volta do boêmio (apresentada pelo Fantástico como seu maior sucesso), Folhas mortas (música com a qual Nelson desejaria ser relembrado) e Deusa do Asfalto.

Seus depoimentos são comoventes sobre sua dificuldade com as drogas, sua recuperação e o companherismo de seu maior parceiro musical Adelino Moreira. Além de tudo, temos aqui um projeto raro e inesquecível não apenas do Nelson, mas de tantos encontros antológicos para a história da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tortura de amor

Em se tratando de amor, a música brasileira deve ser mesmo das mais apaixonadas. Quando os compositores transitam pelas estradas do coração e os intérpretes resolvem descrever isso através de grandes melodias, sai da frente porque o próprio coração transborda com tanta paixão. Eis aqui uma canção muito entoada, sobretudo pelos artistas da noite!

É o caso desse clássico do repertório do Waldick Soriano, cantor que nos deixou a pouco tempo, mas será lembrado por grandes pérolas como essa, gravada também por outros intérpretes como Fafá de Belém, Adilson Ramos, Nelson Gonçalves e Fagner. Um fato curioso é que essa canção causou problemas para o Waldick com a censura em 1974, pelo título, gerando uma situação inusitada já que a primeira gravação data de 1962, com regravação de 1974 pelo próprio.

Tortura de amor
(Osmath Duck)

Hoje que a noite está calma
E que minha alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora

Volta, fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me despreze
A noite é nossa e o meu amor pertence a ti

Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossa vida
Quero viver, por toda vida, pensando em ti

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de dezembro de 2010

CD duetos com o mestre Lua

E amanhã comemoramos mais um aniversário do eterno rei do baião e nosso Blog, de forma singela, o homenageia com esse cd lançado em 2001. Produzido pelo compositor Paulo Debétio, uniu à voz do rei do baião, vários de seus súditos, com arranjos novos e modernos. Algumas dessas faixas foram extraídas de gravações originais realizadas pelo mestre e outras, produzidas póstumas.

A faixa de abertura fica em família, pois temos Gonzagão, Gonzaguinha e Daniel Gonzaga, filho de Gonzaga Jr. Na sequência, temos Súplica cearense (com Jorge Aragão), Procissão (com Chico Buarque), Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro (com Fagner), A volta da Asa branca (com Chitãozinho e Xororó), No dia em que eu vim-me embora (com Lenine), Fica mal com Deus (com Zé Ramalho), Farinhada (com Elba Ramalho), Forró n°1 (com Gal Gosta), Depois da derradeira (com Dominguinhos), Luar do sertão (com Milton Nascimento), Paraíba (com Emilinha Borba) e Hora do adeus (com Falamansa).

Gonzaga é a eterna voz do sertão e isso se torna repetitivo quando um nordestino enfatiza essa dádiva. Entretanto, é pouco diante do sucesso que esse homem alcançou cantando as tradições desse lugar, o amor a essa terra, cantando seus detalhes como ninguém e alcançando a todos os moradores, oferecendo um pouco do que é felicidade em termos de músicas. Uma saudade ímpar na minha vida, especificamente que envolve Gonzagão é a lembrança de ver meu avô e seu irmão cantando e tocando aquele repertório inesquecível, representando em parte nessa coletânea!

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

CD e DVD Fagner - Amigos e canções

Mais um dos grandes trabalhos do cearense Fagner, o cd duplo e o dvd Amigos e canções. Gravados em 1998 e 1999, respectivamente, o projeto recebe o mesmo nome e capa, embora apresentem sutis diferenças tanto nos convidados quanto no repertório que prezam por grandes sucessos do cearense em seus até então aproximados 25 anos de carreira, alguns em duetos inéditos em sua carreira dele. Ambos os projetos, com a produção de José Milton.

No cd temos as canções Custe o que custar, Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo (com Zé Ramalho), Fracasso (com Fafá de Belém), Espere por mim morena, Retrato marrom (com Ney Matogrosso), Traduzir-se (com Chico Buarque), Noves fora (com Emílio Santiago), Horas azuis, Revelação, Mucuripe (com Djavan), Morro velho (com Milton Nascimento), Retrovisor (com Zezé di Camargo e Luciano), Semente, Saudade (com Joanna), Sangue e pudins (com Luiz Melodia), Monte castelo (com Ângela Maria), Quarto escuro (com Ivan Lins) e Distância.

O dvd saiu no ano seguinte e foi fruto de um show realizado no Canecão para celebrar o cd, com as seguintes canções: Revelação, Noturno, Deslizes, Custe o que custar, Borbulhas de amor, Mucuripe e As rosas não falam (com Dori Caymmi), Lábios de mel (com Ângela Maria), Saudade e Meu primeiro amor (com Joanna), Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo e Dois querer (com Zé Ramalho), Gostoso demais e Pedras que cantam (com Dominguinhos). Fica apenas a pergunta: dá pra faltar na coleção de alguém que curte esse tipo de música?

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de junho de 2010

Me dá meu coração

Accioly Neto é outro grande compositor já retratado aqui pela série Os compositores. Um dos meus favoritos e dos mais executados nessa época em clássicos como Espumas ao vento e A natureza das coisas, por tantos grandes nomes já interpretados. Eis aqui uma canção também muito cantada nesses dias de festas em que algumas cidades apresentam 30 dias festivos como é o caso de Caruaru/PE e Campina Grande/PB, entre outras nordestinas.

Conheci essa canção no mais recente cd do Fagner em um arranjo arrasador, coisas típicas do Raimundão. Elba, Trio Nordestino, Santanna e outros cantores locais também já a interpretaram e todos são unânimes em render elogios ao seu autor que tantas pérolas nos deixou e que durante essa época, podemos desfrutar com mais ênfase. Uma canção que  destaca o amor, a ilusão, a saudade: 

Me dá meu coração
(Accioly Neto)

Você dizia que me amava e me queria
Que jamais em sua vida gostou de alguém assim
Que eu era tudo pra você
A luz do bem querer
Que nunca ia poderia viver sem mim

Tanto cuidado, tanto mimo, tanto dengo,
Cada dia mais crescendo, dava gosto de se ver
Como se fosse transmissão de pensamento
Você ligava pra mim eu tava pensando em você

Diga o que foi que eu errei
Aonde vacilei, fiquei de fora
Se foi tudo uma ilusão
Me dá meu coração
Que eu vou embora

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de junho de 2010

Gonzagão - Forró do começo ao fim

Recentemente adquiri essa coletânea de 2007, que só meu deu alegria. Algumas das canções que mais gosto do Luiz Gonzaga, reunidas em um mesmo cd. E o que mais me atrai é que são quase todas gravações da década de 80, de quando eu, criança lá no interior, presenciava os forrós armados nas ruas da periferia onde Gonzaga ditava o sucesso e o título da palhoça.

Aqui encontramos Sanfoninha choradeira, Danado de bom e Farinhada, as três com participação da Elba Ramalho; temos o medley Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro, com Fagner; Forró número um com Gal Costa. Temos Gonzaga em clássicos do forró dos anos 80 como Deixa a tanga voar, De fiá pavi, Pagode russo, Forró de cabo a rabo, Aproveita gente, Nem se despediu de mim e Sanfoneiro macho.

Aqui no Nordeste, as festas juninas nos remetem a três santos principais: João, Antônio e Pedro. Hoje, dia de Santo Antônio, na autêntica música nordestina, os louvores a esses santos são entoados em acordes de sanfonas que exploram os hinos lançados e cantados por Gonzaga durante toda sua vida. Ele é eterno e suas canções não trazem apenas nostalgia de um tempo em que as festas eram mais saudáveis, sem tanta violência, mas despertam em todo nordestino e porque não dizer brasileiro, a alegria de uma cultura raiz de um povo que se aquece em torno da felicidade de presenciar a fogueira queimando, o milho assando e a sanfona tocando.

Um forte abraço a todos!