Ah, esta é também das mais lindas do repertório "gonzagueano". Mesmo terminando esse mês festivo com essa canção, não dá pra parar por aqui com suas canções, pois sempre faltará essa ou aquela canção de sua trajetória musical. Riacho do navio pode ser vista como uma belíssima filosofia de vida, pois se fosse permitido andar contra o rio e voltar do mar até sua nascente, o personagem de sua letra assim o faria. É como se fosse possível voltar na vida até aquele ponto lá na nascente do rio, onde tudo é paz com a fauna e a flora deste lugar.
Não tenho certeza, mas acho que Gonzaga talvez tenha pensado várias vezes nele mesmo, em poder voltar ao passado, à sua terra como sempre desejou durante toda sua carreira. E o mais bonito dessa letra é a parte onde ele descreve como é no Riacho do navio, um verdadeiro paraíso, principalmente para aqueles que gostam de interior, como Gonzaga, como eu e como tantos que se identificam com esse clássico que já recebeu tantas releituras como as de Dominguinhos, Fagner e até Maria Bethânia.
Riacho do navio
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
Riacho do navio corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar
Ah! se eu fosse um peixe, ao contrário do rio
Nadava contra as águas e nesse desafio
Saía lá do mar pro riacho do navio
Eu ia direitinho pro riacho do navio
Pra ver o meu brejinho, fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi, andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada.
Um forte abraço a todos!
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