terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos...

Quem ouviu essa canção, já na introdução saudando o mês que se inicia hoje talvez não conheça seu criador: Alberto de Castro Guedes ou simplesmente Beto Guedes. Natural do Rio de Janeiro, cresceu em Montes Claros/MG, onde desde adolescente participava de bandas e já aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com a canção Feira moderna, em parceria com Fernando Brant. Tomou projeção nacional por fazer parte do Clube da Esquina com seus parceiros mineiros Milton, Lô e Márcio, Fernando, entre outros.

Após participar de gravações do Milton e lançar um disco em parceria com Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta, apresenta em 1977 seu primeiro disco solo. Amor de índio, talvez seu maior sucesso surge em 1978 e Sol de primavera vem no ano seguinte, com o terceiro trabalho e arranjo de Wagner Tiso e letra de Ronaldo Bastos, antigos parceiros do Clube.

Suas canções já foram interpretadas por vários outros colegas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Simone, Cauby Peixoto, entre outros. Entre seus grandes sucessos, além dos já comentados, podemos citar Luz e mistério, Clareana, Quando te vi, O sal da terra, Paisagem na janela, As vitrines, Maria solitária, Nascente, etc.

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de agosto de 2009

Gal Bossa Tropical

Depois de abordarmos Gal Costa canta Tom Jobim, Gal Costa Acústico Mtv e, mais recentemente, sua participação no Dvd do Tom Jobim in concert, apresentamos um dos melhores cds de estúdio da Gal, Bossa Tropical, lançado em 2002. Com a produção de Marco Mazzola e a participação de músicos como Armandinho e Paulo César Barros, o cd reune novos e veteranos compositores na obra da Gal.

É o que podemos ouvir na faixa de abertura e principal hit do disco: Socorro, de Arnaldo Antunes. Os Beatles aparecem em seguida na interpretação de The Fool on the hill. Wander Lee teve um grande impulso em sua carreira após Gal gravar Onde Deus possa me ouvir. O tremendão Erasmo Carlos aparece emprestando a Gal seu clássico Mulher (Sexo frágil).

Parece proposital a alternância entre antigos e novos compositores, pois em seguida é apresentada uma canção do Chico César, considerado mais recente, em Quando eu fecho os olhos. Na sequência, uma canção do Caetano Veloso em Desde que o samba é samba. Os Titãs aparecem em Epitáfio, composição de Sérgio Brito.

Outros clássicos também aparecem com As time goes by, Ovelha negra (Rita Lee), Marcianita, O amor em paz (Tom e Vinícius) e Cada macaco no seu galho. Com um toque pop e considerado inovador, esse é mais um grandioso trabalho de quem não mais precisa provar porque seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de agosto de 2009

Amar é tudo

Gosto muito do Djavan. Seu romantismo, sua forma de compor, seus hits apaixonados que encantam e embalam tantos casais país afora! Essa canção é um exemplo disso: uma letra curta, uma declaração de amor que termina afirmando algo que ninguém duvida: o amor é tudo!

Djavan figura entre os grandes nomes da nossa música e, mais que isso, está presente no repertório de um público cada vez mais forte e fiel, o que é bastante significativo para um astro de sua grandeza! Amar é tudo é simplesmente uma das mais belas de seu repertório, embora não se destaque como um clássico, gravada no cd duplo ao vivo de 1999:

Amar é tudo
(Djavan)

Meu amor
Eu nem sei te dizer quanta dor
Mesmo a noite não sabia
O que o amor escondia

Minha vida
Que fazer com minha alma perdida
Foi um raio de ilusão
Bem no meu coração

E veio com tudo
Dissabor e tudo
Veio com tudo
Dissabor e tudo

Eu sei,
Eu não sei viver sem ela
Assim, um simples talvez me desespera

Ninguém pode querer bem sem ralar
Na há nada o que fazer
Amar é tudo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Você vai entender a força de um pensamento...

Na música brasileira encontramos todos os ritmos e todas as influências. O reggae, vez por outra explorado por Gilberto Gil tem na banda Cidade Negra um de seus maiores afluentes nacionais. Formada no início dos anos 80 por Toni Garrido (voz), Bino (baixo), Da Gama (guitarra) e Lazão (percussão), a banda é classificada como pop, embora vá do reggae de Bob Marley até o soul de Tim Maia entre diversas influências.

O primeiro disco da banda só veio em 1991 com Lute para viver, já com a participação de Jimmy Cliff e ainda com o vocalista Rás Bernardo que, em seguida deixou a banda sendo substituído por Toni, que ao entrar deixou a banda mais pop e emplacou o primeiro sucesso Onde você mora. Vários sucessos emplacados na música brasileira como Sábado à noite, Firmamento, Girassol, O Erê, Pensamento, Perto de Deus, A cor do sol, A estrada, Onde você mora?, etc.

Atualmente a banda conta com Alexandre Massau, que ficou no lugar de Toni Garrido quando este saiu para seguir carreira solo em 2008. Em 2002 foi lançado o Acústico mtv e em 2008 o Perfil do grupo, ambos com grande vendagem. Na foto acima, a clássica formação do grupo com o Toni que segue carreira solo com seu sempre sucesso, e o mesmo pode-se dizer da banda Cidade Negra com o atual vocalista Alexandre!

Um forte abraço a todos

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Os compositores do Brasil - 18

Natural de Porto Alegre, Lupicínio Rodrigues sempre foi tido como um grande nome da composição romântica, além de ser responsável pelo hino do Grêmio, seu time de coração. Desde menino compunha marchinhas carnavalescas e quando serviu ao exército fez parte de um conjunto musical de soldados. Considerado um boêmio nato, perdeu um grande amor na juventude por conta dessa característica, o que culminou em grandes composições contando essa dor.

Já no Rio de Janeiro, nos anos 40 conheceu grandes nomes da boemia como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Francisco Alves, que seria um de seus maiores intérpretes. Ainda nos anos 30 conseguiu seu primeiro sucesso com Se acaso você chegasse. Daí pra frente, várias canções foram sucessos, algumas se tornando clássicos da música brasileira como é o caso de Volta, Nunca, Esses moços (pobres moços), Nervos de aço, Felicidade, Vingança, Cadeira vazia, Loucura, Quem há de dizer, Um favor, entre outras tantas.

Lupicínio é tido como um compositor dor-de-cotovelo, letras típicas de um amor amargurado, mas alheios a esse rótulo vários artistas da nossa música brasileira gravaram e continuam gravando suas composições. Basta citar Joanna que fez um disco todo em sua homenagem! Ou Fábio Jr. que resgatou o sucesso Volta, gravado anteriormente por Gal Costa. O próprio Fábio já havia gravado Esses moços, sucesso também de Emílio Santiago e Nelson Gonçalves, entre outros. Caetano Veloso foi de Felicidade e Simone já mandou Nervos de aço, além de Leonardo também já ter gravado essa canção. Zizi Possi e Fagner já gravaram Nunca. Elis Regina, Paulinho da Viola, Nana Caymmi e Jamelão também já visitaram seu repertório, o que caracteriza a diversidade maior de intérpretes que navegam no mar desse grande compositor!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de agosto de 2009

Roberto Carlos 2005

Em 2005 Roberto Carlos lançou um de seus trabalhos mais ecléticos. O projeto surgiu ainda em meados de 2000, quando o rei pensou em gravar um cd todo com repertório neo-sertanejo. Ano a ano decidia retomar e sempre adiava, até que em 2005 emplacou, com algumas reformulações e resultou nesse belíssimo disco.

Roberto resgatou Promessa que ficou bárbara! Uma de suas antigas composições com Erasmo que nunca havia gravado, corrigiu isso e deu uma belíssima interpretação. O mesmo pode-se dizer de A volta, que fez parte da trilha sonora da novela América, da Rede Globo e mais que isso, tornou-se um clássico na obra do rei. No disco amor sem limite, Roberto gravou uma canção que a reformulou, apresentando nesse projeto com solos e frases distintas da outra versão.

Roberto também realizou um antigo sonho da dupla Chitãozinho e Xororó gravando um dueto com eles na guarânia Arrasta uma cadeira. Também intimou Dominguinhos e sua sanfona para dar uma versão mais "saloon" para o Baile da fazenda, sucesso de 1998. Uma das releituras mais lindas desse projeto está em Coração sertanejo em que o rei tem dá uma suave interpretação a esse belíssimo clássico sertanejo. Outro clássico resgatado por sua majestade foi Índia, também tema de novela, Alma gêmea. Roberto foi fundo na interiorização do país, buscando suas raízes e dando uma versão bem country para Meu pequeno cachoeiro. E para encerrar, o rei do rock, também adepto a countrys, Elvis aparece na releitura de Loving you.

Esse foi um disco em que muitas canções foram cogitadas e algumas, de repente o rei nem sequer as gravou! Só pra citar algumas, "teríamos" Pense em mim, É o amor, Evidências, Não aprendi dizer adeus, Meu grito, Todas as manhãs, Caminhoneiro, entre outras que foram cogitadas para esse disco que veio apenas com nove canções, mas que serviu para o rei mostrar porque plantou em fãs, como esse que vos escreve, a ideia lúcida de que apreciar a música neo-sertaneja não é nenhuma falta de bom senso e, acima de preconceito e discriminações, mostrou através de gravações com levadas sertanejas que também é rei nesse e em todos os ritmos! O que justifica sua bem sucedida participação hoje na Festa de Barretos, Roberto ensina a todos porque é rei, pois está acima de qualquer julgamento e sabe mostrar seu bom gosto sempre com sua elegância ímpar!

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de agosto de 2009

Hoje eu quero sair só

Eu gosto muito do Lenine, de sua batida, de seus acordes dissonantes, de sua musicalidade com várias influências, de suas letras, algumas vezes longas e sempre inteligentes! Essa canção, por exemplo, é um de seus clássicos! Explora o desejo de solidão que, vez por outra, alguns de nós temos!

A solidão é vista como algo a ser evitado, uma dor. Mas, em determinados momentos, são nesses instantes que nos encontramos com nós mesmos! É quando dá vontade de sair só e quem sabe, meditar ao som de Lenine:

Hoje eu quero sair só
(Lenine)

Se você quer me seguir não é seguro
Você não quer me trancar num quarto escuro
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...

Você não vai me acertar à queima-roupa
Vem cá, me deixa fugir, me beija a boca
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...

Não demora eu tô de volta
Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar

A lua me chama, eu tenho que ir prá rua
A lua me chama, eu tenho que ir prá rua
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos...

Amélia Cláudia Garcia Colares Bucaretchi é uma das grandes cantoras desse país. Mas, todos a conhecem simplesmente por Amelinha! Narural de Fortaleza, iniciou sua carreira na década de 70 com outros grandes nomes como Fagner, Belchior e Ednardo. Em 1980, venceu o Festival da Rede Globo, o Mpb - 80 com a canção Foi Deus que fez você, talvez seu maior sucesso.

Outros sucessos de sua carreira viriam com Depende, Flor da paisagem, Frevo mulher, Dia branco, Gemedeira, Valsinha, Pisa na fulô, A vida de viajante, Pressentimento, Espumas ao vento e aquele que é considerado seu maior sucesso: Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor, de Zé Ramalho. Essa canção foi um grande sucesso, além de ser uma das canções com títulos mais longos da música brasileira.

Amelinha anda meio afastada dessa ingrata mídia, mas continua fazendo seus shows com seus suscessos inesquecíveis que conquistaram milhares de fãs que compraram seus milhões de discos e não esquecem de repetir seus versos e assobiar suas melodias!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Hoje os nossos sonhos serão verdades...

Mais um dos grandes nomes da nossa música brasileira, Marcos Kostenbader Valle é um dos nomes da Bossa nova e da composição nacional, ao lado de seu irmão Paulo Sérgio Valle, já retratado na série Os compositores do Brasil. Natural do Rio de Janeiro, estudou piano clássico já aos seis anos de idade. A primeira composição da dupla foi Sonho de Maria em 1963.

Começou tocando no trio formado por ele, Edu Lobo e Dori Caymmi. Grava seu primeiro disco em 1962. Em 1964 compôs seu maior sucesso: Samba de verão que possui mais de oitenta regravações só nos Estados Unidos. Aqui no Brasil foi regravada por grandes nomes como Caetano Veloso, por exemplo. Já nos anos 70 compôs o jingle natalino mais famoso do país: Hoje é um novo dia (Um novo tempo), o jingle da Rede Globo, repetido ano a ano, sempre com novos clipes e versões! Em 2007, compôs também o tema da árvore de natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, além de vários temas de novelas globais.

Outras canções famosas de seu repertório são Preciso aprender a ser só, Viola enluarada, Terra de ninguém, A resposta, Ao amigo Tom, Como as ondas do mar, Paixão antiga, Tanta solidão, Deus brasileiro, entre outras que caracterizam esse grande músico que destacamos estar presente também no repertório de artistas como Maria Bethânia, Roberto Carlos, Gilberto Gil e Elis Regina.

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de agosto de 2009

As cidades cantadas - 7

E a série As cidades cantadas volta hoje para homenagear mais uma representante nordestina: a aniversariante do dia, Teresina/PI. Confesso que quando iniciei essa série, algumas cidades e homenagens me vieram à mente, mas Teresina não foi uma delas e isso porque conhecia pouco sobre essa belíssima capital. Mas, eu apenas esquecera que o James me daria a dica. O James, ou melhor, Zé Jeimis como o chamo, é um garoto esperto criador do site RCBraga, presente em meus favoritos, ao lado! O site tem sido campeão na divulgação dos passos e da obra do rei!

Teresina é cantada no repertório de Gonzaga, De Teresina a São Luiz, numa belíssima viagem realizada pelo rei do baião! Mas, é imortalizada na canção do Caetano, Cajuína! Não conheço pessoalmente, mas pelas fotos que encontrei trata-se de uma belíssima cidade do Nordeste brasileiro! Então Zé Jeimis, eis aqui sua cidade, sua Cajuína e nossa singela homenagem a você também, ilustre morador e amigo nosso sempre!

Cajuína
(Caetano Veloso)

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina

Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Um forte abraço a todos!