domingo, 6 de junho de 2010

Zé Ramalho ao vivo

Produzido por Zé Ramalho e Robertinho de Recife, lançada em 2005 a gravação de um show do Zé no Olympia/SP, contendo seus maiores sucessos em cd e dvd. O cd contém 15 canções e a faixa-bônus Corações animais. O dvd traz todo o show, com 21 canções, além de making of e entrevista.

Encontramos alguns clássicos do repertório do Zé como Táxi lunar, Eternas ondas, Avôhai, Vila do sossego, Chão de giz, Garoto de aluguel, Admirável gado novo, Batendo na porta do céu, Entre a serpente e a espada, Mistérios da meia-noite e Frevo mulher, junto a outras canções maravilhosas como A dança das borboletas, Banquete dos signos, Canção agalopada e Sinônimos, esta última gravada no mesmo ano com a dupla Chitãozinho e Xororó e aqui apresentada pelo Zé em sua versão solo. Constam apenas no dvd as canções Último pau-de-arara, Bomba de estrelas, Meu nome é Tripizupe, Companheira de alta-luz, Sabiá e Asa branca.

Quem curte a voz única e grave do Zé, com seus arranjos que prezam por solos de violão e outros instrumentos sempre oferecendo uma sonoridade agradável não pode deixar de adquirir esse trabalho que se une ao Antologia acústica de 97 (já comentado aqui no blog) para representar uma das carreiras mais bem sucedidas de um dos artistas mais amados da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de junho de 2010

O ano passado

Essa canção foi composta por Roberto e Erasmo em 1979 e de tão atual é apresentada hoje pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data até esquecida por alguns. A ecologia vem sido debatida já há algumas décadas. O ser humano finalmente acordou para as coisas que faz e suas consequências.  E embora modestas, as atitudes positivas têm sido tomadas em prol da mudança que necessitamos em nossa consciência ambiental.

O ano passado é sempre atual pois denuncia coisas que esquecemos ou que consideramos menores como a poluição, a matança de baleias, as crianças, os animais extintos, o habitat natural dos seres, o mundo ambiental enfim. Erasmo Carlos inclusive é o aniversariante do dia, motivo talvez pelo qual já nos presenteou com tantas pérolas desse tema como é o caso de Panorama ecológico, As baleias, Amazônia e o Progresso, todas ao lado do rei. Wanderléa também sopra velinhas hoje, então parabéns para essa dupla maravilhosa e consciência para todos!

O ano passado
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

O ouro no ano passado subiu sem parar
Os gritos na bolsa falaram de outros valores
Corpos estranhos no ar, silenciosos voadores
Quem sabe olhando o futuro do ano passado

O mar quase morre de sede no ano passado
Os rios ficaram doentes com tanto veneno
Diante da economia, quem pensa em ecologia?
Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais?

Quantas baleias queriam nadar como antes
Quem inventou o fuzil de matar elefantes?
Quem padeceu de insônia com a sorte da Amazônia
Na lei do machado, o mais forte do ano passado

Não adianta soprar a fumaça do ar
As chaminés do progresso não podem parar
Quem sabe um museu no futuro
Vai guardar em lugar seguro
Um pouco de ar puro reliquia do ano passado

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais?

Os campos risonhos um dia tiveram mais flores
E os bosques tiveram mais vida e até mais amores
Quem briga com a natureza, envenena a própria mesa
Contra a força de Deus não existe defesa

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

E nem o tempo fez eu te esquecer...

Recentemente falamos da mãe e agora, a filha, Cláudia Telles de Mello Mattos, natural do Rio de Janeiro. Filha de pai violonista e de Sylvinha Telles, Cláudia começou sua carreira ainda muito cedo quando subiu ao palco com sua mãe para cantar a canção Arrastão. No começo da década de 70 fazia côro em gravações e shows de diversos artistas até que surgiu uma oportunidade para cantar no Trio esperança e assim tornar-se conhecida no meio como uma revelação.

Seu primeiro disco foi lançado em 1976 já com um sucesso estrondoso: Fim de tarde. E entre outros sucessos de sua carreira temos Dindi, Eu preciso te esquecer, Aprenda a amar, Não quero ver você triste, Por causa de você, Eu e a brisa, Foi como um sonho, Se todos fossem iguais a você, A felicidade, etc.

Talvez nem todos conheçam seu trabalho, mas aqueles que já disfrutaram de seus sucessos reconhecem nela um grande talento que reverencia a cada dia a eterna Bossa nova e a música romântica, através de releituras e shows que faz por todo Brasil reencontrando seu público cativo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Cadê você que nunca mais apareceu aqui...

Natural de Morrinhos/GO, esse é Odair José de Araújo, um dos maiores cantores românticos da década de 70. Alheio ao rótulo de brega, Odair é dono de grandes sucessos nas paradas musicais até hoje, tendo inclusive canção censurada, sua primeira e  famosíssima Uma vida só, mais conhecida como "Pare de tomar a pílula". Na canção Eu vou tirar você desse lugar, recebeu elogios de colegas que diziam: "Foi quem melhor definiu a prostituta, com o respeito que ela merece..."

Aos 10 anos começou a tocar violão, gaita e piano. No final da década de 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, se apresentando em boates e circos, buscando seu sucesso. Conhecido como o "terror das empregadas", entre tantos êxitos, podemos citar Eu você e a praça, Cadê você, Deixe essa vergonha de lado, Ninguém liga pra mim, Uma lágrima, A noite mais linda do mundo, Amantes, etc.

Odair vem de um tempo em que fazer música simples também atraía preconceitos, mas ao contrário dos dias atuais, essas canções, embora carregassem uma mensagem direta e melodias fáceis, apresentavam arranjos bem trabalhados por grandes orquestras e talvez seja esse o referencial para que até hoje, mesmo diante de uma mídia cruel, as pessoas reconheçam seu trabalho e lotem seus shows país afora!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de maio de 2010

Olhando as estrelas - 4

A Série aporta hoje na Bahia e de lá apresenta o encontro entre duas das maiores estrelas desse país, duas divas, que tiveram a mesma origem e construíram suas carreiras apoiadas no alicerce da Tropicália. Estamos falando de Gal Costa e Maria Bethânia. Duas Marias (Gal é Maria da Graça), duas baianas, duas divas, duas das maiores intérpretes de Caetano, Gil, Chico, Tom, Roberto, Erasmo, Milton e tantos outros compositores da nossa música.

Gal e Bethânia não tiveram apenas um início em comum. Se encontraram algumas vezes no decorrer de suas carreiras, seja em gravações inesquecíveis como foi o caso de Sonho meu, de Dona Yvonne Lara em 1978 e Oração de mãe menininha, de Dorival Caymmi, ou no show com Pavarotti em 2000, na Bahia. Também gravaram, cada uma a seu estilo, mesmas canções em tempos diferentes, como é o caso de Olha, Tá combinado, Anos dourados, Se todos fossem iguais a você, entre outras.

Além do show dos Doces bárbaros em 1976, que também contava com Gil e Caetano, Gal e Bethânia fizeram parte de mesmos projetos como o Chega de mágoa em 1985 e também do programa Mulher 80, da Rede Globo. Seria interessante termos um show ou um cd gravados por ambas. E um encontro como esse, dispensa qualquer outro comentário pois por si só mostra o que é a grandeza de duas estrelas juntas ou cada uma em seu espaço.

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de maio de 2010

Casinha branca

Não é sempre que nos identificamos com alguma canção. Existe aquela ou muitas que dizem exatamente o que queremos dizer, expressam o que sentimos. E quando essa identificação se dá com várias pessoas é que chegamos a conclusão que trata-se de um grande sucesso. Pensando assim, me pergunto se vários, sobretudo, tantos brasileiros que adoram o campo, suas paisagens e sua calma não se identificam com Casinha branca, um dos maiores clássicos bucólicos que a música brasileira dispõe.

Canção já interpretada por Maria Bethânia (de uma forma linda, no show Maricotinha), José Augusto, Altemar Dutra, Neguinho da Beija-flor,  e outros nomes, Casinha branca foi sugerida pelo leitor e amigo Láercio Oliveira, do Rio Grande do Norte, terra de um dos autores da canção, o Gilson. Trata-se de uma linda poesia dos anos 70 que é sempre atual e eterna, que nos remete a cantá-la, ouvi-la e viajar nas belíssimas paisagens que descreve e nas reflexões profundas que desperta em nossa sensibilidade.

Casinha Branca
(Gilson e Joran)

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que nem vejo a minha frente
Nada que me dê prazer

Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Às vezes saio a caminhar pela cidade
À procura de amizades
Vou seguindo a multidão

Mas eu me retraio olhando em cada rosto
Cada um tem seu mistério
Seu sofrer, sua ilusão

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Os Músicos do Brasil - 10

Um dos grandes talentos desse país, um músico que dá muito orgulho a quem presta seu talentosíssimo trabalho, um conterrâneo que honra sua terra com seu profissionalismo reconhecido por grandes nomes da nossa música: o guitarrista Robertinho de Recife.

Em seu currículo, constam trabalhos para discos e shows dos artistas mais variados como Cauby Peixoto, Fagner, Jane Duboc, Emilinha Borba, Phil Collin, Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Roberto Carlos, Dominguinhos, Elba Ramalho, Lenine, Luiz Melodia, Nelson Gonçalves, Zeca Pagodinho, Lulu Santos, Martinho da Vila, José Augusto, Gal Costa, Marisa Monte, dentre outros tantos.

Carlos Roberto Cavalcanti, natural do Recife é considerado por muitos o mais versátil guitarrista brasileiro. Atualmente também trabalha em seu estúdio e não poderia passar imune dessas singelas homenagens que fazemos, quando abordamos, nessa série, músicos talentosíssimos que o Brasil possui e que ele representa um deles, de forma tão genial!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os compositores do Brasil - 27

Carlos Eduardo Carneiro de Albuquerque Falcão, natural de Recife/PE, este é o nome completo de Dudu Falcão, que também é cantor e reside atualmente no Rio de Janeiro. Seu primeiro registro como compositor aconteceu em 1988, com Nana Caymmi nas canções Deixa eu cantar e Era tudo verdade. Com mais de 200 canções gravadas pelos mais variados intérpretes, Dudu lançou ano passado um cd onde mostra o lado intérprete de suas criações.

Entre as pessoas que já gravaram Dudu, estão nomes como Ana Carolina (de quem também é parceiro em várias canções), Maria Bethânia, José Augusto, Milton Nascimento, Simone, Lenine (com quem também divide grandes parcerias), Gal Costa, Maria Rita, Daniela Mercury, Roupa Nova, Alexandre Pires, Alcione, Fábio Jr., Ivete Sangalo, Jorge Vercilo, Elba Ramalho, Ivan Lins, Sandy, Luiza Possi, Emílio Santiago, entre outros.

E com tantos maravilhosos intérpretes en seu currículo, só se poderia somar a isso grandes canções que tanto conhecemos como A medida da paixão, Caminhos do mar, Nem o sol nem a lua nem eu, Entre o céu e o mar, O silêncio das estrelas, Paciência, Limites da paixão, Um segredo e um amor, Tudo por acaso, Somente eu e você, Quem de nós dois, É o que me interessa,  entre tantos sucessos que nos fazem vir aqui e reconhecer o talento desse extraordinário criador de qual a música brasileira desfruta!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de maio de 2010

Ângela Maria - Pela saudade que me invade

Esse ano pudemos conhecer um pouco mais sobre Dalva de Oliveira, na minissérie Dalva & Herivelto. Aqui no blog, já havíamos falado sobre a Dalva e abordamos o Herivelto e posteriormente, o Pery. Agora, temos esse tributo que a maior fã da Dalva, Ângela Maria a rendeu, em 1997, no cd Pela saudade que me invade, onde a sapoti explora os maiores sucessos da outra rainha do rádio, junto a alguns convidados.

Produzido por José Milton e direção artística de Miguel Plopschi, temos já na primeira faixa o clássico Que será com Ângela e Fagner. Clássicos é que não faltam como Olhos verdes, Ave Maria no morro (com Agnaldo Rayol), Mentira de amor, Estrela do mar, Tudo acabado (com Simone), Calúnia, Kalú, Palhaço (com Martinho da Vila), Segredo, Ave Maria (com Pery Ribeiro), Lencinho querido, Fim de comédia, Errei sim e Bandeira branca (numa montagem com Dalva de Oliveira).

É uma rainha rendendo graças a outra rainha então o que dizer? Que é de arrepiar ouvir os primeiros acordes do cd e Ângela e Fagner em Que será? Não, acho que isso todos imaginam! Dizer que o cd tem arranjos de grandes maestros como Cristóvão Bastos, Daniel Salinas, Eduardo Souto Neto, Lincoln Olivetti e Sivuca só reforça o desejo do leitor em buscar esse trabalho histórico que ainda nos presenteia com o dueto póstumo de Ângela, a intérprete do trabalho, e Dalva, a homenageada do cd.

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de maio de 2010

Papel machê

Um dos boleros mais lindos, uma das canções mais lindas do João Bosco, também gravada por Zizi Possi, Papel machê é também uma das canções mais executadas pelos cantores da noite. A interpretação do João especificamente deixa a canção imortalizada, sobretudo pelas alternâncias nos tons que ela apresenta, além dos jogos vocais, típicos desse extraordinário mineiro.

A letra é outro show a parte: romantismo à flor da pele, incomum em atuais sucessos. "Dormir no teu colo é tornar a nascer..." escutar uma canção como essa é mesmo ser feliz, é compreender que graças a Deus, temos o prazer de contemplar essa arte que tanto amamos no melhor estilo: ouvindo um compositor e um intérprete como João em um de seus maiores clássicos.

Papel machê
(João Bosco e Capinam)

Cores do mar, festa do sol
Vida é fazer todo o sonho brilhar
Ser feliz, no teu colo dormir
E depois acordar
Sendo o seu colorido
Brinquedo de papel machê

Dormir no teu colo é tornar a nascer
Violeta e azul, outro ser, luz do querer...

Não vai desbotar, lilás cor do mar
Seda cor de batom, arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de papel machê...

Um forte abraço a todos!