sábado, 7 de março de 2009

Sérgio Reis - Nossas Canções

Em 2001, Sérgio Reis bebeu da fonte do rei da música brasileira: gravou canções que remetem ao repertório de sua majestade, mas que não são composições suas! Resultado, um disco muito bonito que une seu tom caipira inconfundível ao repertório romântico do maior artista da música brasileira de todos os tempos.

A produção ficou a cargo de Tony Campello, outro nome da jovem guarda, movimento esse que fez surgir o Sérgio Reis no cenário nacional e o qual o inspirou para esse projeto. Dessa época e do finalzinho dela, temos O tempo vai apagar, Com muito amor e carinho, Eu daria a minha vida, Nossa canção, Custe o que custar e Não precisa chorar.

Mas, engana-se quem pensa que Sérgio se resumiu à época do rock e das baladas: encontramos temas de outras décadas como Outra vez, Como vai você, A namorada, Vivendo por viver, Abandono e Se eu partir, dos anos 70; De coração pra coração, anos 80 e O homem bom, dos anos 90.

Mesmo em épocas que o rei anda mais restrito quanto à liberação de sua obra, Sérgio mostrou um trabalho autêntico e valioso, interpretando composições marcantes na voz do Roberto, sem deixar de lado sua interpretação suave e ímpar. E não deixa de ser impressionante um artista, cantor e compositor como o Roberto, do qual se pode homenagear cantando composições que não são suas, mas que têm a sua marca e foi isso que o Sérgio fez de forma brilhante nesse maravilhoso trabalho!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um coração de mel de melão...

Joyce Silveira Moreno, ou simplesmente Joyce é mais uma grande cantora, compositora e instrumentista brasileira, também natural do Rio de Janeiro. Atualmente usa o nome artístico mais completo como Joyce Moreno. Sob forte influência da Bossa Nova, Joyce teve sua estréia musical em 1964, participando no disco do grupo Sambacana, a convite de Roberto Menescal.

Cursou Jornalismo na PUC do Rio, enquanto evoluia no estudo autodidata do violão. Participou de Festivais e trocou o jornalismo pela música em definitivo a partir de 1968 (embora conclua seu curso em 1970), quando grava seu primeiro disco, com arranjos de Dori Caymmi e texto de apresentação de Vinícius de Moraes. Precisava de um melhor pontapé?

Seu segundo disco teve como estreante na produção Nelson Motta e já partiu para excursão internacional com Edu Lobo. Outras turnês importantes contaram com parceiros de peso, como Vinícius de Moraes e nos anos 70, Joyce começou a ser regravada por outros intérpretes como Maria Bethânia, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, entre outros e vários sucessos se sucederam como Acorda amor, Aos pés da Santa Cruz, Monsieur Binot, Essa mulher, Da cor brasileira, Delicadeza, Feminina, Mistérios, Clareana, Mulheres do Brasil, etc.

Joyce é pouco conhecida entre as novas gerações e aparece pouco na mídia sendo tida como uma cantora mais "refinada" e "elitizada", tipicamente da Bossa Nova. Entretanto seu talento e sua musicalidade são incontestáveis e se faz necessário contar um pouco de grandes artistas como essa que só enriquecem nossa música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de março de 2009

Festa da música tupiniquim...

Gabriel Contino, mais conhecido como Gabriel, o pensador é o mais famoso cantor e compositor de rap da música brasileira. Natural do Rio de Janeiro, dedica-se a criar letras de crítica social e moral, usando o rap como estilo para sua arte.

Cursou Comunicação Social na PUC do Rio e sua primeira composição foi Tô feliz (matei o presidente) em alusão ao recente impeachment do então presidente Fernando Collor. Foi contratado pela Sony, apesar da música ter sido censurada e conseguiu lançar seu primeiro disco em 1993, que continha os hits radiofônicos Lôraburra (que foi tida inicialmente com um preconceito contra as louras, depois entendida como uma alusão às mulheres inteligentes), Retrato de um playboy e Lavagem cerebral. Em 1995 lançou seu segundo álbum, mas não alcançou o mesmo êxito do primeiro.

Foi em 1997, com o disco Quebra-cabeça, que Gabriel alcançou notoriedade com as faixas 2345meia78, Cachimbo da paz e Festa da música (que reunia vários trechos de canções dos mais variados artistas da música brasileira). Outros sucessos seguiram como Tô vazando, Astronauta, Nádegas a declarar, Não dá pra ser feliz, Se liga aí, Até quando, Tem alguém aí, Brasa, Mandei avisar, Cara feia, Palavras repetidas, etc.

Gabriel levantou a bandeira do rap e enfrentou barreiras e preconceitos com esse ritmo, geralmente incompreendido, que denuncia aos quatro cantos os mais variados problemas sociais. Falando a linguagem atual da juventude, consegue apresentar com irreverência e inteligência seu trabalho, divulgando esse estilo musical que muito tem a dizer sobre as camadas mais populares desse país!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de março de 2009

As cidades cantadas - 2

Hoje é aniversário do Rio de Janeiro, dessa cidade abençoada, que tantos, no qual me incluo, desejam um dia visitar. O Rio é, sem sombra de dúvidas, uma das cidades mais cantadas do mundo. Referência do Samba e da Bossa Nova, foram diversos intérpretes e compositores que já dedicaram em seu repertório uma homenagem à Cidade maravilhosa!

O Rio com suas paisagens é reverenciado pela música brasileira, seja em Copacabana (princesinha do mar) de João de Barro, ou Sábado em Copacabana do baiano Caymmi, ou a Lua do Leblon de Fagner. Chico Buarque defende que o Rio será uma cidade submersa para Futuros amantes. O Rio de Janeiro continua lindo e Gilberto Gil manda Aquele abraço! E Tom Jobim cantou sua terra amada, cantou o Corcovado e fez um Samba do avião que aponta muitas outras paisagens, sendo a escolhida para essa homenagem, embora tantas outras canções reverenciem a Cidade maravilhosa do compositor André Filho!

Samba do avião
(Tom Jobim)

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito prá mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar

Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Martinho da Vila - 3.0 Turbinado ao vivo

Produzido pelo maestro do samba, o grande Rildo Hora e lançado em 1998, Martinho 3.0 Turbinado é o resultado de um grande show do Martinho da Vila, com seus maiores sucessos e alguns inéditos, numa comemoração por 30 anos de carreira.

Gravado no Rio de Janeiro, esse show retrata uma simples rodada de samba com grandes sucessos indispensáveis, a começar pelos medleys Batuque na cozinha/Patrão prenda o seu gado/Pelo Telefone e Quem é do mar não enjoa/Não chora, meu amor/Segure tudo. Numa boa roda de samba também não pode faltar Na aba, nem as inéditas, gravadas em estúdioVem chegando chega mais, Quem foi que disse, Pra poder te amar e Makezu, todas presentes no repertório.

Mas, é o clima de roda de samba, com pandeiro e côro de público que sentimos a proposta desse show onde Martinho desfila seus grandes clássicos como Se eu sorrir tu não podes chorar, Disritmia/Ex-amor, Menina moça, Aquarela brasileira, Calango longo, Meu off Rio e Mulheres/Minha e tua. Martinho também navega por outras praias ao interpretar Cama e Mesa (Roberto e Erasmo) e Valsinha (Chico e Vinícius), afimando que esta última gostaria de ser seu compositor. Pra encerrar, outros dois medleys que também não podem faltar em uma roda de samba da melhor qualidade: Canta canta minha gente/O pequeno burguês/Pra que dinheiro?/Casa de bamba e, por fim temos Devagar devagarinho/Madalena do Jucu.

É um registro histórico para os fãs do Martinho curtirem seus grandes sucessos ao vivo e para todos aqueles que gostam de uma boa roda de samba com aquelas canções que contam boas histórias que só sambistas como Martinho da Vila sabem contar para nós!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eu fiz tudo pra você gostar de mim...

Vamos recordar uma das mais famosas e populares artistas que esse país já conheceu e que completou cem anos recentemente: Maria do Carmo Miranda da Cunha, ou simplesmente Carmem Miranda, "a pequena notável", natural de Portugal, mais um presente que recebemos dessa terra que tanto amamos! Pouco depois de seu nascimento, seus pais migraram para o Brasil. Entre as décadas de 30 e 50, sua carreira transcorreu entre Brasil e Estados Unidos, unindo essas terras em torno de sua cultura.

Curioso é que seu sucesso começou em 1930, justamente com a marcha Pra você gostar de mim (Taí) e ao final daquele ano já era apontada como a maior cantora do país. Ali começou sua carreira no rádio e sua turnê internacional, começando por Buenos Aires, passando por toda América Latina até chegar aos Estados Unidos, onde tornou-se uma das artistas mais conhecidas até hoje em terras americanas. Atuou como atriz de rádio e do cinema, com bastante êxito.

Carmem tornou-se inesquecível não apenas por usar uma "penca" de frutas na cabeça, mas por unir dois povos tão diferentes em torno de sua cultura, seja no cinema ou em canções como As cinco estações do ano, Alô alô..., Aquarela do Brasil, Balancê, Cantoras do rádio, Chica-chica-bum-chick, Mamãe eu quero, Me dá me dá, Na baixa do sapateiro, No tabuleiro da baiana, O que é que a baiana tem, South American Way, Tico tico no fubá, entre outras que só contribuíram para aclamarmos eternamente a primeira grande artista do Brasil a ser reconhecida em todo o mundo!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Os compositores do Brasil - 12

Lourenço da Fonseca Barbosa é o Capiba, o mais conhecido compositor de frevos do Brasil. Um dos pernambucanos ilustres do século passado, Capiba é natural de Surubim, mesma terra de Chacrinha. Filho de músico, aos oito anos já tocava trombone, incentivado pelo pai, que era maestro da banda municipal de Surubim/PE. Mudou-se para a Paraíba e posteriormente, Recife, já aos 26 anos. Aos 20 anos gravou seu primeiro disco. Foi funcionário do Banco do Brasil e formou-se em Direito, nunca exercendo a profissão!

Foi na composição e em especial no frevo que Capiba encontrou seu berço, escrevendo mais de 200 canções que ficaram imortalizadas nas festas carnavalescas de Pernambuco e do país afora. Seja em blocos carnavalescos, nas ladeiras de Olinda, em algum trio elétrico, nas rádios, no Galo da madrugada, enfim, nessa época do ano sempre escutamos coisas do Capiba como É de amargar, Oh! Bela, A mesma rosa amarela, De chapéu de sol aberto, É hora de frevo, Madeira que cupim não rói, Olinda cidade eterna, Manda embora essa tristeza, Casinha pequena, Juventude dourada, Só pensa naquilo, Quem vai pro farol é o bonde de Olinda, entre outras.

Capiba também compôs outros gêneros e suas canções obtiveram êxito, como é o caso da canção Maria Bethânia, sendo gravado por diversos intérpretes nacionais como Mário Reis, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, entre outros, além do mais constante e amigo Claudionor Germano. Tricolor confesso, compôs uma canção que seria um hino para o Santa Cruz, O mais querido. Participou de diversos festivais, além de musicar poemas e peças teatrais em parceria com gênios como Vinícius de Moraes e Ariano Suassuna, respectivamente. Capiba foi ao andar de cima em 1997, mas deixou como herança a alegria de tantos foliões que, por essa época e por tantas outras, repetem seus versos com alegria no rosto!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Turbilhão

A canção escolhida para esse domingo de carnaval é de Moacir Franco, já retratado aqui no post do dia 18/09/2008 (é só procurar nos arquivos ou na seção "Quero saber sobre", digitando seu nome e clicando em buscar). Trata-se de Turbilhão, uma das mais executadas nessa época e que reproduz bem o carnaval até bem pouco tempo, quando o tema central da festa era alegria, fantasia e festa.

Nos dias atuais, a festa fica mais centrada em bagunça e violência, o que é uma pena, para uma festa tão popular e tão festejada em nosso calendário. Graças a Deus ainda existem alguns pólos para a família brasileira se divertir, como o Marco Zero, aqui no Recife! Não sou contra a diversidade, mas é preciso ter cuidado com a preservação de algumas tradições que só fizeram bem! E quanto à violência, seria muito bom que nem aparecesse, embora seja sempre penetra para acabar com a festa. Mas, recordar é legal, então vamos de Turbilhão:

Turbilhão
(Moacir Franco)

A nossa vida é um carnaval
A gente brinca escondendo a dor
E a fantasia do meu ideal
É você, meu amor

Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusão
Dos Pierrots e Arlequins

Vê colombinas azuis a sorrir laiá
Vê serpentinas na luz reluzir
Vê os confetes do pranto no olhar
Desses palhaços dançando no ar

Vê multidão colorida a gritar lará
Vê turbilhão dessa vida passar
Vê os delírios dos gritos de amor
Nessa orgia de som e de dor
La lalaia lalaia lalaia...

Um forte abraço a todos e um ótimo carnaval!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Zeca Pagodinho Acústico Mtv

Hoje abordaremos um dos melhores Acústicos da Mtv de todos os tempos: Zeca Pagodinho. Lançado em 2003, sob a produção do maestro Rildo Hora, esse cd/dvd foi um sucesso tão grande que o sambista teve o feito inédito de lançar um outro Acústico Mtv em 2006, abordando os sambas de gafieiras. Entretanto é com o primeiro que Zeca obteve um maior êxito e o abordaremos com mais ênfase!

O show é recheado de clássicos da obra do Zeca, com direito a todos aqueles sambas deliciosos que estamos acostumados a ouvir e cantarmos juntos, quando não sambarmos também! Estão lá Quando eu contar, Brincadeira tem hora, Patota do Cosme, Lama nas ruas e Maneiras, numa mescla de sucessos do início de sua carreira com coisas mais recentes!

O que dizer da irreverente O penetra, que foi direto para as rádios e lá ficou? Temos também Lá vai marola, Comunidade carente, Chico não vai na corimba (presente apenas no dvd), Faixa amarela(apenas no dvd), Maneco telecoteco e Vacilão, essa última, uma das mais lindas letras que Zeca já cantou e interpretou com sua forma ímpar e sua marca inconfundível.

Nesse dvd e em toda roda de samba não falta Não sou mais disso, além de Saudade louca(apenas no dvd), Corri pra ver(apenas no dvd), O sonho não acabou(apenas no dvd), Vai vadiar e Coração em desalinho, essas duas últimas com direito à participação da Velha Guarda da Portela em um côro irresistível e fascinante. Mas, não paramos por aí, pois pela frente só clássicos: Alto lá, Pago pra ver, Jura, Seu balancê, Posso até me apaixonar, Caviar, Samba pras moças, Verdade e Deixa a vida me levar.

O segundo projeto foi dedicado à gafieira, como mencionado acima com destaque para as canções Beija-me, Tive sim e Judia de mim, além de um repeteco em Coração em desalinho, Verdade e Deixa a vida me levar. São projetos para quem curte o Zeca e curte um bom samba, de altíssima qualidade e produção levados especialmente para aqueles que gostam de repetir a frase "Deixa a vida me levar, vida leva eu..."

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Faz assim que eu posso até me apaixonar...

Entrando nas comemorações carnavalescas, hoje apresentamos um sambista recente da melhor safra: João Eduardo de Salles Nobre, ou simplesmente Dudu Nobre. Aos seis anos começou a aprender piano clássico e, aos nove, ganhou um instrumento que se tornaria inseparável: seu cavaquinho.

Dudu sempre esteve perto de músicos da mais alta categoria, como é o caso do baterista Wilson das Neves, Beth Carvalho, Almir Guineto e Zeca Pagodinho, este útimo, considerado seu padrinho musical, com quem tocou aproximadamente seis anos. Em 1999, lança seu primeiro disco, com a produção do grande Rildo Hora, mestre na produção dos maiores sambistas do país!

Como intérprete ou compositor de destaque, Dudu Nobre já lançou grandes hits, como A grande família (presente na trilha desse programa semanal), Água da minha sede, A família aumentou, No mexe mexe no bole bole, Posso até me apaixonar, Goiabada cascão, Vou botar teu nome na macumba, entre outras que não podem faltar em uma boa roda de samba, que conta com mais esse nome contemporâneo no mundo do samba.

Um forte abraço a todos!