domingo, 6 de março de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 3

E no domingo de carnaval, vamos relembrar aquele que foi referência, sobretudo nessa época em grandes interpretações de sambas inesquecíveis: José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido por Jamelão. Natural do Rio de Janeiro, Jamelão é figura facilmente associada à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, por ser seu mais tradicional intérprete.

Mas, engana-se quem pensa que Jamelão foi apenas intérprete de escola de samba. Entre outras interpretações de seus discos temos os sucessos: Fechei a porta, Leviana, Folha morta, Não põe a mão, Matriz ou filial, Exaltação à Mangueira, Eu agora sou feliz, Ai que saudade da Amélia, Nunca, Ronda, Vingança, A voz do morro, Castigo, Nervos de aço, Esses moços, etc.

Esse cara foi Intérprete por excelência e não só o samba, mas a música brasileira deve muito a seu jeito ímpar de interpretar e de se apropriar da música, ficando difícil alguém se arriscar a dar uma versão àquela canção depois dele. Como intérprete da Mangueira, foi ativo de 1949 até 2006, partindo para a eternidade em 2008.

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de março de 2011

Hino do Galo da Madrugada

Esse é o maior bloco carnavalesco do mundo. Acontece hoje, sábado de Zé Pereira, pelas ruas centrais do Recife e atrai uma multidão incansável que se diverte nesse chamado início oficial de carnaval em terras pernambucanas. Fundado em 1978 por Enéas Freire, esse bloco consta no Guinness como o maior do mundo.

Apesar de não acontecer mais de madrugada como seu nome sugere, o bloco começa pela manhã e dura o dia inteiro com suas freviocas, seus carros alegóricos e seus trios elétricos que divulgam nossa cultura, sobretudo através de frevos inesquecíveis. Composto em 1979, o Hino dedicado a esse bloco tornou-se um verdadeiro clássico, pois cumpriu seu papel exato de atrair e contagiar os foliões, atravessando o tempo e estando sempre presente. Já foi interpretado por Alceu Valença e tantos outros artistas locais:

Hino do Galo da Madrugada
(José Mário Chaves)

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada,
Já está na rua, saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

O Galo também é de briga,
As esporas afiadas e a crista é coral
E o Galo da Madrugada
Já está na rua saudando o Carnaval

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Leva esse pranto pra bem longe de nós dois...

No país do samba, entre tantos grandes sambistas faltava ainda falar de um nome como o dele: Montgomery Ferreira Nunis que, com certeza uma minoria conhece com esse nome, mas que muitos reconhecem quando nos referimos a seu nome artístico, Sombrinha. Natural de São Vicente/SP, aprendeu a tocar violão com apenas nove anos.

Iniciou sua carreira em casas noturnas paulistas até participar do grupo Os originais do samba, quando mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tornou-se um dos fundadores do grupo Fundo de quintal. Sua primeira composição, Marcar no leito, foi gravada por Alcione em 1981. Além dela, teve canções gravadas por Beth Carvalho, Chico Buarque, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Jorge Aragão, Dona Yvonne Lara, entre outros.

Entre sucessos de seu repertório estão Ainda é tempo pra ser feliz, Só pra contrariar, O show tem que continuar, Alto lá, Desalinho, É sempre assim, Fogo de saudade, etc. Seja em rodas de samba, seja em shows, em programas de televisão, no rádio, Sombrinha é nome indispensável quando se fala de samba dos últimos 30 anos.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de março de 2011

Como isso é bom...

Ele é cantor, violonista, ator, dançarino, natural de Recife/PE, o multiartista Antônio Carlos Nóbrega ou simplesmente Antônio Nóbrega. Apesar de estudar canto lírico e aprender violino, dedicou-se à música popular, desde o início de sua carreira. Com essa formação clássica, iniciou sua carreira em Orquestra da Paraíba no final dos anos 60.

Já na década de 70, depois de participar do Quinteto Amorial, a convite de Ariano Suassuna, adquire um estilo próprio, fundindo música, dança e artes cênicas. E, embora desconhecido das rádios e da mídia televisiva, seus shows tomaram forma de grandes espetáculos por unirem sua arte em torno dos instrumentos que toca e também de suas danças.

Sempre divulgando sua cultura raiz, Nóbrega é figura fácil no carnaval pernambucano, além de ser um dos poucos que dividiu parcerias com o mestre Ariano Suassuna. Capaz de tocar vários instrumentos ao mesmo tempo, já interpretou canções como Vassourinhas, Madeira que cupim não rói, Estrela D´alva, A morte do touro mão de pau , O rei e o palhaço, Romance da filha do Imperador do Brasil, Vinde vinde moços e velhos, etc.

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Olhando as estrelas - 12

Em recente show do Gil em 2010.
Hoje abordaremos o encontro entre um medalhão da música brasileira e uma banda também fantástica. Dois mundos donos de um vasto e valioso repertório que se uniram em alguns momentos: Gilberto Gil e a banda Paralamas do Sucesso. Na canção A novidade, temos talvez o ponto alto dessa união, pois foi composta a oito mãos, por João Barone, Bi Ribeiro, Herbert Vianna e Gilberto Gil.

Gravada pela banda e pelo Gil em diferentes versões, A novidade é um hino de protesto para esse país. Gil também gravou no disco do Paralamas a canção Alagados, da banda. Recentemente em show no Rio do Gil, esse encontro pode acontecer mais uma vez, onde as vozes se combinaram na canção Indigo blue e que sairá no próximo cd/dvd do Gil.

Hebert condecorado pelo ministro Gil e por Lula.
Quando Gil foi ministro do governo Lula, este presidente condecorou Hebert Vianna, em 2003, emocionando a todos os presentes nessa cerimônia, inclusive o próprio Gil. É um encontro que retrata a união de duas gerações em torno da boa música brasileira: Gil é fã declarado dos Paralamas e com certeza faz parte das raízes dessa grande banda da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Me segura se não eu caio...

Com a proximidade do carnaval, aqui em Recife, Olinda, toda Região Metropolitana e por que não dizer, todo Estado de Pernambuco se voltam para essa festa que tem no frevo seu ápice musical. E entre os intérpretes desse evento popular, destaca-se, como ressaltado em outros anos, Alceu Valença e seus clássicos que não param de tocar, sobretudo nas ladeiras de Olinda.

E o mais curioso é que em apenas duas estrofes, essa canção descreve bem o que acontece com a maioria dos foliões que escolhem Olinda para frevar até a quarta-feira, algo evidente já no início da letra, quando cita os Quatro cantos, bairro dessa cidade que abraça o frevo e os foliões que por aqui passam e plantam suas saudades nas danças, comidas, bonecos e em todas as manifestações culturais desse espaço!

Me segura se não eu caio
J. Michilles

Nos quatro cantos cheguei
E todo mundo chegou
Descendo ladeira, fazendo poeira
Atiçando o calor

E na mistura colorida da massa
Fui bater na praça a todo vapor
Descambei passando pelos bares
Cheirei a menina e voei pelos ares
No pique do frevo caí como um raio

Me segura que senão eu caio
Me segura que senão eu caio...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A estrada dessa vida tá difícil sem você...

Já comentamos que por diversos momentos em nossa música, alguns artistas surgem, alcançam o sucesso e de repente não aparecem mais na mídia. Alguns porque não tinham conteúdo suficiente para se manterem com sucesso, outros por falta de novas oportunidades para reafirmarem seu trabalho bem sucedido. Por um motivo ou outro, não presenciamos outros sucessos da Eliana de Lima.

Li em poucos textos que encontrei na internet a seu respeito que ela já foi puxadora de Escola de Samba, inclusive realizando dueto com Jamelão. E foi com o grande sucesso de Desejo de amar e seu famoso "derêrê", que Eliana conquistou o país, canção regravada posteriormente pela dupla João Paulo e Daniel. Teve em sua carreira outros sucessos como Volta pra ela, Abandonada, Volte amanhã, Ainda posso ser feliz, Como eu quero, Tô fazendo falta, etc.

E apesar de não ter tanto espaço quanto merecia, Eliana continua a entoar seus sambas românticos, que conquistam seu público fiel a cada dia, com seu vozeirão ímpar. Seus shows acontecem país afora. São coisas que às vezes não se explicam: como é que uma artista como essa não tem o espaço merecido, quando estamos tão carentes de bons talentos populares, como ela foi nos anos 90!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os Músicos do Brasil - 18

Ele é uma referência no mundo do samba, o grande maestro, produtor, gaitista, violonista, compositor Rildo Alexandre Barretto da Hora, ou simplesmente Rido Hora. Natural de Caruaru/PE, Rildo teve música no sangue, já que sua mãe foi sua primeira professora de teoria musical e piano. Mudou-se para o Rio de Janeiro ainda nos anos 50, onde foi estudando e crescendo na música até se transformar no atual requisitado músico que esse país oferece.

No currículo do Rildo, já passaram nomes como Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Tito Madi, Silvia Telles, Elizeth Cardoso, Cauby Peixoto, Altemar Dutra, Erasmo Carlos, Wilson Simonal, Gilberto Gil, Gal Costa, Alcione, Fagner, Moacyr Franco, Roberto Carlos, Miltinho, Luiz Gonzaga, Jair Rodrigues, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo, João Bosco, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Clara Nunes, Joanna, Chico Buarque, Dona Yvonne Lara, Simone, Caetano Veloso, Djavan, Jamelão, Dudu Nobre, entre tantos.

Depois de um currículo como esses, percebemos que esse cara não é um maestro restrito ao mundo do samba, embora seus trabalhos mais representativos e atuais tendem para esse estilo. Rildo tem história na música brasileira e na vida dos maiores astros da nossa música e isso é ressaltado de forma singela nessa postagem onde reconhecemos seu talento incomparável!

Um forte abraço a todos!  

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Coleção de cd´s de Chico Buarque

A Abril Coleções lançou nas bancas de revistas e jornais os 20 cds mais representativos da discografia do Chico Buarque. Em forma de livretos, os títulos que, em sua maioria estão fora de catálogo nas lojas, podem ser adquiridos semanalmente ao preço de R$ 14,90, sendo que o volume 1, que é o cd de 1978, é ofertado ao preço promocional de R$ 7,90.

Constam na coleção todos os títulos apresentados na imagem acima que vão desde o primeiro álbum lançado pelo artista em 1966 até Carioca, de 2006. Constam também em cada cd um livreto de 44 páginas com a história do disco e de cada faixa, bem como os créditos originais, além de uma caixa para comportar toda a coleção.

Box - Volume 4
E por falar em Chico Buarque, semana passada, minha noiva e eu estivemos nas Lojas Americanas e presenciamos uma promoção que mexe com o bolso dos apaixonados pela música brasileira e pela obra do Chico: cada box de dvds (são 4, contendo três dvds cada um, num total de 12 dvds para toda coleção) ao preço promocional de R$ 19,99. Isso mesmo, o preço que geralmente está sendo cobrado por um dvd, que já custou quase R$ 60,00 está sendo cobrado por um box completo. Embora creia que tenha sido apenas uma promoção relâmpago, é bom ficar de olho porque, muitas vezes isso se repete frequentemente.

Portanto, acredito que com essas dicas, quem deseja conhecer ou explorar a obra do Chico tem condições financeiras interessantes para começar esse projeto, pois para àqueles que admiram o gênio da mpb sabem que isso é um caminho muito bem sucedido!

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tortura de amor

Em se tratando de amor, a música brasileira deve ser mesmo das mais apaixonadas. Quando os compositores transitam pelas estradas do coração e os intérpretes resolvem descrever isso através de grandes melodias, sai da frente porque o próprio coração transborda com tanta paixão. Eis aqui uma canção muito entoada, sobretudo pelos artistas da noite!

É o caso desse clássico do repertório do Waldick Soriano, cantor que nos deixou a pouco tempo, mas será lembrado por grandes pérolas como essa, gravada também por outros intérpretes como Fafá de Belém, Adilson Ramos, Nelson Gonçalves e Fagner. Um fato curioso é que essa canção causou problemas para o Waldick com a censura em 1974, pelo título, gerando uma situação inusitada já que a primeira gravação data de 1962, com regravação de 1974 pelo próprio.

Tortura de amor
(Osmath Duck)

Hoje que a noite está calma
E que minha alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora

Volta, fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me despreze
A noite é nossa e o meu amor pertence a ti

Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossa vida
Quero viver, por toda vida, pensando em ti

Um forte abraço a todos!