domingo, 4 de setembro de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 10

Zé Ramalho é conhecido pelo seu vozeirão e também por grandes composições com as quais presenteia a música brasileira, através de suas próprias leituras, ou quando oferece à alguma outra voz, geralmente feminina. Meio incomum em seu repertório é ouví-lo interpretar outros compositores. Mas, mesmo assim, encontramos em sua discografia, interpretações de outros autores, nas quais carimba sua marca.

É o caso por exemplo de canções como Trem das sete, do Raul Seixas, que considero ter dado uma leitura própria e mais interessante que a original. Ou quando grava algum clássico de Gonzaga como foram as canções Asa branca, Qui nem giló, Sabiá, Baião, Xote das meninas, No meu pé de serra, etc.

Aliás, foram essas e outras canções que fizeram Zé lançar a coletânea Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga, que faz parte da série Zé Ramalho canta (Jackson do Pandeiro, Bob Dylan e Beatles). Vale lembrar que já tinha lançado antes o cd/dvd em que explora o repertório do Raul Seixas e também o Cd Estação Brasil, em que canta outros autores como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Djavan, Cazuza e Roberto e Erasmo, entre outros, o que caracteriza o lado intérprete desse grande músico que temos!

Um forte abraço a todos!

sábado, 3 de setembro de 2011

Metade

Mais uma belíssima canção romântica da Adriana Calcanhoto. Metade é um clássico de seu repertório e daquelas canções imprescindíveis em seus shows, daquelas que os fãs acompanham em côro. Também uma das preferidas e mais populares entre os cantores da noite, sobretudo por possuir acordes fáceis e agradáveis para violão ou piano.

Metade relata um amor despedaçado a começar pelo título, alguém que estava numericamente inteira e ficou pela metade com a ausência de seu amor. E essa solidão, essa sensação de falta a leva a atitudes de descontroles, fruto de uma tristeza imensurável, comum a muitos casos de amor que estão aos cacos, como diz a letra:

Metade
(Adriana Calcanhoto)

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala

Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio

Onde será
Que você está agora?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

E na hora cantou um passarinho...

Este é Rolando Boldrin. Natural de São Joaquim da Barra/SP, seu nome é facilmente associado a programas matinais dominicais que apresentam o sertanejo raiz, como foi o Som Brasil da Rede Globo nos anos 80 e é o Sr Brasil da TV Cultura. Boldrin aprendeu a tocar viola com sete anos e, com doze, formou dupla com um de seus irmãos: a dupla Boy e Formiga.

Sempre com um causo para contar nos programas que apresenta, Boldrin é uma figura associada à cultura interiorana, que conhece como poucos e sempre promoveu isso em sua arte, seja como cantor, poeta ou nesses mesmos causos com os quais descreve essa terra e seus personagens.

Entre as canções mais marcantes de seu repertório, temos Chico boateiro, Vide vida marvada, Rancho da serra, Eu a viola e Deus, A flor do maracujá, Cabocla Teresa, Amanheceu peguei a viola, Chico mineiro, Tristeza do Jeca, Uma pra mim uma pra tu, Trenzinho caipira, Marvada pinga, Violeiro triste, Vaca estrela boi fubá, entre tantas que tornam Rolando Boldrin um nome sempre associado à boa cultura raiz dessa nação!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os compositores do Brasil - 40

Um dos compositores mais renomados desse país e um dos parceiros mais constantes de outro grande compositor já comentado aqui, o Carlos Colla: Maurício Duboc. Natural do Rio de Janeiro, Duboc tem vários sucessos nas vozes de vários artistas nacionais, mas foi através das gravações realizadas por Roberto Carlos que obteve mais êxito.

Entre as tantas criações de seu repertório, temos A namorada, A partir desse instante, Comentários, As mesmas coisas, Da boca pra fora, Me conta sua história, Doce loucura, Eu sem você, Existe algo errado, Falando sério, Ingênuo e sonhador, Mais uma vez, Negra, Passatempo, Quantos momentos bonitos e Sonho lindo, só do repertório do rei Roberto.

Além dele, Maurício já foi gravado por nomes como Simone, Paulo Ricardo, Maria Bethânia, Nelson Gonçalves, Chitãozinho & Xororó, Emílio Santiago, Joanna, Cláudia Leite, Cauby Peixoto, entre tantos, o que só reforça a afirmação de que se trata de um dos mais requisitados e talentosos compositores desse país.

Um forte abraço a todos!

domingo, 28 de agosto de 2011

Olhando as estrelas - 17

Em recente show beneficente.
Mais um grande encontro que nossa música brasileira proporciona entre dois artistas que tanto se admiram e se respeitam. Um cresceu tendo o outro como um de seus grandes ídolos. O outro assumiu ser fã do primeiro. Estou falando de Djavan e Caetano Veloso, dois grandes astros que preenchem a série hoje com alguns de seus encontros.

Caetano já gravou música de Djavan e a recíproca se verifica. Conste que isso é algo incomum já que se tratam de dois grandes compositores e que, geralmente em seus discos constam suas criações, sobrando pouco espaço para interpretações de outros autores. Caetano gravou Oceano e Sina, onde originalmente consta o verbo Caetanear que, trocou por Djavanear, retribuindo a gentileza. Caetano também seria citado em Eu te devoro. Djavan, em seu disco mais recente gravou Oração ao tempo e Luz e mistério, do baiano.

Na década de 80 no Chico&Caetano.
E ambos brindam essa admiração através de uma canção composta pelos dois e gravada pelo Djavan em 92 e depois pelo Caetano no CD/DVD Prenda minha, que foi a belíssima canção Linha do equador. Ambos ainda compuseram a canção Invisível, que foi gravada apenas por Maria Bethânia. É com essas e outras, que podemos perceber que esses dois astros têm um brilho imensurável, que só reluz ainda mais, quando se encontram!

Um forte abraço a todos!

sábado, 27 de agosto de 2011

Amor bandido

As canções de Michael Sullivan e Paulo Massadas fizeram muito sucesso principalmente na década de 80. Vendo uma recente apresentação da Joanna, uma das intépretes mais constantes da dupla, presenciei a intepretação de um de seus maiores sucessos que também foi presente deles: a canção Amor bandido, tema da novela global Bebê a bordo. Gravada originalmente em 1988 e depois em vários cds ao vivo da Joanna, Amor bandido apresenta aquele amor prisioneiro, mas que faz bem ao corpo e à alma apaixonada.

Percebi que gosto demais das canções da dupla, pois sempre me remeto a algum sucesso deles, entre tantos intérpretes. E percebi também que Joanna tem, entre seus grandes sucessos, muitos creditados à dupla. E Amor bandido traz de volta aquela levada romântica que só os anos 80 trouxeram para nós, embora alguns preferem torcer o nariz pra isso, eis uma grande canção:

Amor bandido
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Fale quem quiser falar
Desse jeito não dá pra ficar
Vou dar um tempo
Tudo o que eu podia eu fiz

Vou tentar de novo ser feliz
Vou dar um tempo
Mas eu quero te deixar e não consigo

Bate forte o coração
E começa a minha indecisão
Uma parte quer viver
Outra parte diz que sem você

Não vale a pena
Penso em tudo que ficou
Tanta coisa a gente já passou

Valeu a pena
Como posso te deixar amor bandido
Eu me acostumei demais
Nosso amor ninguém na vida faz

Pode o mundo se acabar
Que vontade de te dar
O meu amor que eu guardei pra gente

Pode o mundo se acabar
Que vontade de te dar
Meu coração que quer ver você
Pra sempre, pra sempre, pra sempre

Sempre que eu tentar tirar
Você de mim eu vou perder
Essa tua inspiração

Que me dá forças pra viver
Só você pra seduzir
E me matar de emoção

Eu me acostumei demais
Nosso amor ninguém na vida faz
Pode o mundo se acabar
Que vontade de te dar
O meu amor que eu guardei pra gente

Pode o mundo se acabar
Que vontade de te dar
Meu coração que quer ver você
Pra sempre, pra sempre, pra sempre

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Risque meu nome do seu caderno...

Recentemente falamos de Dircinha Batista e agora, sua irmã Linda Batista, ou melhor Florinda Grandino de Oliveira. Natural de São Paulo, Linda começou tocando com sua irmã e um dia teve que substitui-la em um programa de rádio. Daí em diante, depois de pouco tempo já estava consagrada como cantora, recebendo vários prêmios na era de ouro do rádio nacional.

E entre os sucessos de seu repertório, podemos citar Nêga maluca, Calúnia, Vingança, Ô abre alas, Risque, Volta, Quem gosta de passado é museu, Criado com vó, Chico Viola, Quem sabe da minha vida sou eu, entre outros, além de muitos filmes entre as décadas de 30 e 60.

Linda nos deixou em 1988, mas seu trabalho é sempre relembrado sobretudo quando alguém deseja visitar a época de ouro do rádio nacional e encontra em nomes como o seu e o de sua irmã Dircinha, ícones dessa época e que muito contribuíram para os nossos tempos!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Os Músicos do Brasil - 24

Este é Antônio César Camargo Mariano, pianista e arranjador brasileiro de grande renome internacional. Natural de São Paulo/SP, é o pai de Pedro Mariano e de Maria Rita, filhos que teve de seu casamento com Elis Regina. Seu pai era professor de música e começou a tocar sozinho, brilhando já aos 14 anos. Na década de 60 montou vários grupos e grava seus primeiros discos.

Além de firmar uma parceria com Elis, não só em sua vida pessoal, mas também profissional, trabalhou com outros artistas como Chico Buarque, Maria Bethânia, Jorge Benjor, Nana Caymmi, Lenny Andrade, Pedro Mariano, Tom Jobim, Gal Costa, Simone, Rita Lee, João Bosco, Emílio Santiago, Ivan Lins, etc.

É por seu trabalho como músico, produtor ou compositor que apresenta um currículo desses e com um trabalho marcante no exterior, César é merecidamente considerado um dos melhores do mundo, o que nos deixa muito gratificantes em saber que temos um músico como este para reverenciarmos, por seu talento e sua competência.

Um forte abraço a todos!

domingo, 21 de agosto de 2011

CD e DVD Raimundo Fagner Me leve ao vivo

Em 2002, sob a co-produção de José Milton, Fagner lançou o CD/DVD Me leve ao vivo, resultado de um show gravado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. A apresentação reune grandes sucessos do cearense, além de alguns outros menos explorados ao logo de sua carreira, provando que Fagner tem noção do repertório de sucesso que sempre dispôs para os fãs apaixonados pelo seu trabalho.

Encontramos clássicos não só do Fagner, mas da música brasileira como é o caso de Mucuripe, Guerreiro menino, Espumas ao vento, Fanatismo, Jura secreta, As rosas não falam, Canteiros, Revelação, Deslizes, Noturno, Borbulhas de amor e Súplica cearense. Outras menos conhecidas de seu repertório que aparecem no show são Festa da natureza, Muito amor, Me leve, Quem me levará sou eu e Ave Maria de Gounod, que Fagner dedica a uma freira que estava na plateia.

O show conta com a participação especial de Zeca Baleiro, que divide os vocais em Você só pensa em grana e A tua boca, que abre o bloco dedicado ao forró, inclusive no cenário, em que Fagner canta Vem viver essa paixão, Lembrança de um beijo, Numa sala de reboco, Pedras que cantam e a deliciosa Quando chega o verão, de Dominguinhos, em que Raimundo Fagner prova que aprendeu direitinho com o eterno mestre Lua, nosso Gonzagão!

Um forte abraço a todos!

sábado, 20 de agosto de 2011

Ainda lembro

Pra quem curte o trabalho da Marisa Monte fica uma dúvida cruel em qual sua melhor canção, interpretação, performance, etc. Ao menos posso citar Ainda lembro como uma das preferidas de muitos e creio que está entre as cinco mais clássicas dela. Gravada em dueto com Ed Motta e depois em versão ao vivo só com a Marisa, é também muito interpretada pelos cantores da noite.

Além de ter uma belíssima melodia, Ainda lembro expõe a lembrança daquele amor inesquecível, descrevendo detalhes particulares, mas que se identificam com várias relações que cultuam essa canção. Sem falar que a letra destaca alguns diálogos, algo meio incomum e talvez mais difícil de se realizar em canções, digamos cantadas e não declamadas. Enfim, tudo que foi dito é pouco diante de uma belíssima canção como essa:

Ainda lembro
(Marisa Monte e Nando Reis)

Ainda lembro o que passou
Eu, você, em qualquer lugar
Dizendo: - Aonde você for eu vou

E quando eu perguntei ouvi você dizer
Que eu era tudo o que você sempre quis
Mesmo triste, eu tava feliz
E acabei acreditando em ilusões

Eu nem pensava em ter que esquecer você
Agora vem você dizer: - Amor, eu errei com você
E só assim pude entender
Que o grande mal que eu fiz foi a mim mesmo

Vem você dizer: - Amor, eu não pude evitar
E eu te dizendo: - Liga o som e apaga a luz

Ainda lembro o que passou
Ainda lembro como era bom
Ainda lembro inda lembro
Ainda lembro, inda lembro...
 
Um forte abraço a todos!