domingo, 12 de agosto de 2012

Olhando as estrelas - 27

Aproveitando a data de hoje, resolvi abordar na série Olhando as estrelas, dois grandes astros da nossa música que são pai e filho: Gonzagão e Gonzaguinha. Curiosamente, no dia dos pais do ano passado, falamos de Gonzaga e de Seu Januário, que pode ser conferido nesse link. É de pai pra filho que essa família escreve na música brasileira, pois como foi dito, Sr. Januário passou o oficio para Gonzaga e este teve em Gonzaguinha sua continuação.

É fato que houve um tempo em que esses dois não se entenderam por completo, mas foi no momento em que se uniram que escreveram grandes momentos de suas vidas, de suas carreiras e da música brasileira que podemos conferir em vários vídeos onde os dois cantam algum sucesso de Gonzaga ou algo que Gonzaguinha fez e Gonzagão gravou como as canções Festa, Mariana e Não vendo nem troco.

Já cintamos por exemplo uma coletânea da dupla, CD Gonzagão & Gonzaguinha juntos, com alguns dos duetos da dupla e entre esses, destaco Não vendo nem troco, A vida de viajante e Pense n´eu. Destaco também a belíssima versão de Noites brasileiras que ambos gravaram com Fagner. E hoje, por ser Dia dos Pais, presenciamos nessa série que pai e filho foram protagonistas de lindas páginas na música brasileira, das quais nos orgulhamos sempre, com muita saudade, mas também admiração!

Um forte abraço a todos!

sábado, 11 de agosto de 2012

Resposta

Gosto muito do Skank e esta é uma das minhas preferidas. Clássica do repertório da banda, indispensável em seus shows, mereceu uma lapidação dada por Milton Nascimento e Lô Borges em seu CD Crooner. Uma grande parceria entre o Samuel e o ex-titã Nando Reis que também a interpreta em seus shows. É daquelas canções cheias de lindas filosofias e que até podem atrapalhar a interpretação de quem não a entende bem, mas vou deixar as impressões que ela me causou.

A letra de Resposta, como o próprio título sugere, é a demonstração de como estão as coisas após o fim de um relacionamento, com direito a boas recordações contidas em escritos, versos, uma visita ao caderno onde se escreveu o romance entre os protagonistas da canção. Sem perspectiva de retomada, os dois seguem seus caminhos e ficam pra trás os versos que um dia os uniram, aguardando, quem sabe, uma resposta a eles:

Resposta
(Samuel Rosa e Nando Reis)

Bem mais que o tempo que nós perdemos
Ficou prá trás também o que nos juntou
Ainda lembro que eu estava lendo
Só prá saber o que você achou
Dos versos que eu fiz e ainda espero resposta

Desfaz o vento o que há por dentro
Desse lugar que ninguém mais pisou
Você está vendo o que está acontecendo
Nesse caderno sei que ainda estão

Os versos seus, tão meus que peço
Nos versos meus, tão seus que esperem
Que os aceite
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Não sou mais uma das tais...

Uma das mais recentes revelações da música brasileira é Thais Gulin. Natural de Curitiba/PR e conhecida na mídia por suas parcerias (pessoais e profissionais) com Chico Buarque, já que regravou e também contou com ele em seu disco, Thaís é uma das boas promessas da música brasileira contemporânea e desde criança gostava de cantar clássicos infantis, estudando canto e violão no conservatório de sua cidade natal.

Lançou seu primeiro trabalho em 2007, sendo sucesso de crítica e trazendo entre outras, as canções Cinema incompleto, Garoto de aluguel, 78 rotações, De boteco em boteco e Cisco. Em 2011, lança seu segundo trabalho onde consta o dueto com Chico na canção Se eu soubesse, além das canções Frevinho e Cinema americano, entre outras.

Se Thaís se firmará como novo talento, só o tempo vai dizer, mas ao que tudo indica, seguindo a crítica e os elogios de colegas consagrados, tudo indica que temos um novo nome na música brasileira e torcermos para que a cada dia surjam novos talentos como este.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ai que saudade tenho dos bailes de outrora...

Vamos viajar no tempo e relembrar um grande cantor esquecido atualmente, mas muito festejado no passado, oriundo da época do rádio: Francisco Petrone, conhecido por Francisco Petrônio. Natural de São Paulo/SP, foi considerado a voz de veludo do Brasil, em um tempo em que os artistas ganhavam rótulos para diferenciarem uns dos outros.

Era taxista e gostava de cantar durante suas corridas, até que um passageiro, também cantor, o levou para fazer testes na rádio e daí pra frente começou sua carreira de cantor, lançando seus sucessos como Baile da saudade, Agora, Não me falem dela, Tão longe de mim distante, O amor mais puro, Em algum lugar do passado, Valsa da saudade, etc.

O eterno rei do baile da saudade partiu para a eternidade em 2007, mas continua presente na lembrança daquelas pessoas que seguiram seus sucessos, dançaram seus boleros e cantaram suas canções românticas que animavam aqueles bailes e influenciaram tantos outros artistas contemporâneos.

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de agosto de 2012

Os Intérpretes do Brasil - 19

Além de grande compositor, Fábio Jr. é um excepcional intérprete e essa vertente tem tomado frente em sua carreira nos últimos anos, o que podemos verificar em seus mais recentes lançamentos, como foi o caso do CD Fábio Jr. Íntimo, que já comentamos anteriormente. Destacar apenas três interpretações de seu repertório é realmente tarefa difícil, mas vamos tentar, pois esse é o espírito dessa série.

Desde muito tempo que Fábio é um excelente intérprete, mesmo quando seu lado compositor estava mais presente em sua carreira. Em 1989, por exemplo, deu uma interpretação fantástica à Romaria, sucesso de Renato Teixeira que Elis Regina já havia imortalizado antes, portanto, uma tarefa difícil que Fábio soube levar uma boa, com seu talento. Na década de 90, Fábio também se destacou em várias canções e entre elas, gosto muito da interpretação definitiva, a meu ver, para Impossível acreditar que perdi você, de Márcio Greyck.

E viajando no tempo quem não se emocionou quando ele soltou a voz para reviver Volta, clássico de Lupicínio Rodrigues, que já havia recebido versão de Gal Costa no passado? Bom, poderíamos citar mais tantas outras que não seriam incoerentes nessa postagem como Só você, Alma gêmea, Pareço um menino, Esquinas, Transas, Esqueça, Ai que saude d´ocê, etc. Mas, vamos parar por aqui para respeitar o tópico, porém o grande intérprete continua, ainda bem!

Um forte abraço a todos!

sábado, 4 de agosto de 2012

À primeira vista

Essa canção é belíssima e lembro quando foi lançada, em 1996, como tema da novela global O rei do gado. Daniela Mercury explodia com esse sucesso, abrindo espaço para um dos melhores compositores lançados naquele momento: Chico César, que depois interpetou também a canção que se tornaria clássico de seu repertório e presença constante em seus shows.

À primeira vista apresenta uma letra que fala do amor como um momento mágico, um piscar de olhos. Um show à parte foi o arranjo que Daniela apresentou em sua leitura que fazia a música crescer com suas frases de guitarras, até o momento que o sentimento finalmente era revelado e o motivo principal de tudo existir, inclusive a própria canção que embalou muitos apaixonados naquele ano e por que não hoje?

À primeira vista
(Chico César)

Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei

Quando chegou carta abri
Quando ouvi Prince dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei

Quando chegou carta abri
Quando ouvi Salif Keita dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mexe comigo de um jeito tão raro...

Já falamos do patriarca da família Wilson Simonal e também de um de seus filhos Wilson Simoninha. Completamos a família com Maximiliano Simonal Pugliese de Castro, ou Max de Castro, como é conhecido no meio artístico. Natural do Rio de Janeiro/RJ, além de cantor, Max é instrumentista (guitarrista), compositor, arranjador e produtor musical.

Iniciou sua carreira como integrante de uma banda, da qual também fazia parte Pedro Mariano. Como produtor ou instrumentista já trabalhou com nomes como Lobão, Frejat, Kid abelha, Pedro Mariano, Luciana Mello, Jairzinho Oliveira e seu irmão Simoninha, entre outros. Como compositor, já dividiu parcerias com nomes como Nelson Motta, Erasmo Carlos, Seu Jorge e Lulu Santos.

Entre seus sucessos, estão, Samba raro, Silêncio no Brooklin, Sempre aos domingos, Depois da festa, A história da morena nua que abalou as estruturas do esplendor do carnaval (essa tem um dos maiores títulos da música brasileira), Sonho de verão, Ela disse assim, O nêgo do cabelo bom, No balanço das horas, Afrosamba, Iluminismo, etc. É tido como um dos grandes nomes da nova geração e integra um grupo de artistas, nos quais se incluem Pedro Mariano, Jairzinho, Luciana, Simoninha e outros, sempre preocupados em fazerem boas músicas.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Forró no escuro

Essa é uma postagem que mexe muito com minha emoção, pois demorei bastante pra falar sobre isso. Meu avô, Manoel Inácio de Albuquerque, nasceu em 31 de julho de 1920 e hoje faz aniversário, o primeiro fisicamente longe de nós, já que partiu para a eternidade no último 10/09/2011, deixando uma saudade imensurável em nossa estrada. Tenho saudades de seu sítio quando o visitava em minha infância. Preocupado com minha alegria, ele fazia um brinquedo pra eu me divertir: uma lata de doce em uma ponta de uma vareta, que eu andava a empurrar pelo sítio, todo feliz!

Mas, não tô falando dele apenas por ser uma das maiores saudades que tenho. Ele me ensinou a rezar e também gostava de tocar flautas. Quando jovem, tocava em uma banda de pífanos, junto com seu irmão Pedro, canções de Luiz Gonzaga. Nos domingos em que íamos ao sítio, ele revivia isso, tocando com Tio Pedro e era muito legal, embora eu não vivenciasse tanto música quanto hoje. Considero então meu avô como a gênese de minha paixão por música e essa é sua melhor herança deixada pra mim, além da bondade que esse homem pregou em meu e em tantos corações!

Por isso eu precisei de tempo pra contar essas coisas sem lágrimas, mas com alegria, com a felicidade de ter tido um homem dessa grandeza tão perto de mim, em mim e me mostrar feliz, como ele sempre dizia: "Seja feliz"! E uma das canções que mais tocava era Forró no escuro, de Gonzaga. Uma canção belíssima que destaca a genialidade de Sr. Luiz, quando diz que todo mundo cochilou, mas a sanfona e o forró continuaram. Uma ideia de continuidade que meu avô soube deixar pra mim também, pois mesmo doente, não parava de repetir pra que eu fosse feliz e curiosamente no dia de seu enterro, essa canção estava tocando na rua, assim que me direcionei a esse evento. Não sei se a internet tem esse poder de atravessar barreiras, mas se sim, espero que meu avô, onde estiver, entenda que ser feliz é lembrar dele hoje e sempre, com todas as coisas lindas que ele nos deixou e são por homens assim que agradecemos todos os dias a Deus pela vida! E de presente para todos nós, a canção de Gonzaga:

Forró no escuro
(Luiz Gonzaga)

O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou

Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho

Se você for, seu nêgo chora
Seu nêgo chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho

Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão
Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de julho de 2012

CD Roberto Carlos 1989

Capa do CD Roberto Carlos 1989
Com este trabalho terminamos a série dos anos 80 dos discos de sua majestade que chegou ao final da década, em 15 de dezembro de 1989, com este lançamento que todos se referem como o disco de Amazônia. Prestei atenção a este disco anos depois, quando me tornei fã em definitivo do Roberto e passei a colecionar sua obra. Antes, pensava que se tratava de um disco todo de mensagens ecológicas, pela força com a qual a faixa Amazônia chegava em mim e acreditava que Águia dourada (que é do disco de 1987) também constava nesse disco, junto com Pássaro ferido, que só conhecia o refrão, que me levou a pensar assim.

Foto interna do CD RC 1989
Defino esse disco em um adjetivo: impactante! Isso porque, como já falei, Amazônia é um rock que traz impacto nas reflexões dos habitantes de nosso planeta e de nosso país, o que mostra que de alienado, Roberto nunca teve nada! Aqueles que tanto criticam sua obra, poderiam prestar mais atenção em seus ensinamentos e gritos de alerta tão comuns a todos nós. Quando ouvi pela primeira vez Pássaro ferido, fiquei bobo, apaixonado por essa canção, por sua letra. A capa do disco em si é impactante: Roberto sério, parecendo triste pelos problemas pessoais que o acompanharam naquele ano e com uma pena na orelha em um país machista como é o nosso e isso me faz crer que ele tem muita personalidade. Na parte interna do disco tínhamos apenas as letras e nada de créditos dos músicos ou técnicos participantes. Acredito que se fosse hoje, talvez esse disco não tivesse sido lançado, pois sua versão em espanhol é infinitamente melhor em termos de qualidade sonora e repertório, já que ele teve mais tempo pra lapidar essa obra, inclusive trazendo dez faixas e não apenas nove, como aconteceu com esse lançamento nacional. O perfeccionismo do rei me faz pensar assim e creio que naquele ano, ele sofreu com as pressões de ter que lançar seu disco de fim de ano, que considero um trabalho bom.

Contracapa do CD RC 1989
No disco de vinil, tinhamos a faixa O tolo no início, que depois passou a ser no CD a segunda faixa. Gosto dessa canção onde Roberto canta seu momento atual e quem dera, ele voltasse a cantar essa canção que deu uma interpretação profunda de sua alma. O tempo e o vento traz uma poesia belíssima e pouco valorizada por alguns. Só você não sabe trata da mesma dor, mas com o alento de um delicioso samba. Seu lado internacional está presente em Se você me esqueceu, versão de Se me vas al olvidar de Roberto Livi e, Sonrie, versão de Smille (clássico de Chaplin), além da regravação de Nem às paredes confesso, em uma alusão ao povo português que sempre o abraçou de forma calorosa. Completa a obra a canção Se você pretende, de um disco melancólico e com uma sonoridade não tão boa quanto os anteriores, mas que caracteriza um rei ferido, que encontrava na música a melhor forma de sarar essa dor e ainda força pra gritar pela dor do verde de nosso planeta! Ano que vem tem mais: os discos dos anos 70, que muitos consideram a melhor fase de sua majestade musical que sempre nos presenteou com essas pérolas em todos esses anos.

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de julho de 2012

Final feliz

Quando Jorge Vercillo surgiu, muitos confundiram sua voz com a de Djavan, de quem Jorge afirmou ter fortes influências, sobretudo quando cantava na noite. E um dia, os dois se encontraram na gravação desse sucesso que foi e é Final feliz, revivido anos mais tarde com Caetano Veloso e Alexandre Pires. Pois é, uma canção que já recebeu a leitura desses grandes nomes da nossa música só poderia mesmo ser classificada como sucesso.

Final feliz traz uma letra que aponta o amor como o desejo maior, como um bom final de novela, por exemplo. Um sentimento que não deve mais ser resguardado, escondido ou contido, pelo contrário, deve explodir proporcionalmente à sua grandeza, sem medo, acreditando sempre que dará certo, afinal, o amor é um sentimento lindo e nobre demais pra viver escondido e Jorge falou isso muito bem nessa canção!

Final feliz
(Jorge Vercillo)

Chega de fingir
Eu não tenho nada a esconder
Agora é pra valer, haja o que houver

Não tô nem aí
Eu não tô nem aqui pro que dizem
Eu quero é ser feliz, e viver pra ti

Pode me abraçar sem medo
Pode encostar tua mão na minha

Meu amor,
Deixa o tempo se arrastar sem fim
Meu amor,
Não há mal nenhum gostar assim
Oh, meu bem,
Acredite no final feliz
Meu amor, meu amor

Um forte abraço a todos!