quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os cem anos do samba

O samba é o ritmo do Brasil, lembrado em toda parte do planeta. Até a Bossa Nova, que também é muito associada e conhecida em outras partes do planeta, está associada a uma "evolução" do samba, com uma cadência mais leve e notas mais dissonantes. Neste mês de novembro comemoramos os cem anos do samba.

Mas, há controvérsias, como diria um famoso personagem da Escolinha do Professor Raimundo, pois há quem diga que o samba surgiu antes. O local de origem também é polêmico, pois rivalizam aí a Bahia e o Rio de Janeiro. Credita-se a Donga, o primeiro samba registrado em 1916, Pelo telefone. Polêmicas a parte, a verdade é que comemorar esse ritmo é mais que necessário.

Tudo se torna menor, até a tristeza, quando pensamos na alegria que uma roda de samba, com grandes ou pequenos sambas podem nos proporcionar. O pai da alegria nos deu grandes Martinhos, Zecas, Jorges, Paulinhos, Beths, Alciones, Chicos, Claras, Pixinguinhas, Arys, Joãos, Cartolas, Yvones, Lecis, Noel´s, Caymmis, Agepês, Bezerras, Dicrós, Adoniran´s, Candeias, Ismael´s, Ataulfos, Nelson´s, Mários, tantos grupos, cantores e cantoras que levantam essa bandeira e não deixam o samba morrer.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

CD Fábio Jr. Desejos

Um dos grandes discos de carreira de Fábio Jr. é este aqui, Desejos, lançado em 1993. Nele, nosso grande intérprete apresenta algumas composições e também navega pelo repertório de outros compositores como Nando Cordel, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Michael Sullivan e Paulo Massadas, Paulo Sérgio Valle, além de resgatar um clássico da Jovem Guarda, que também tornou-se um clássico de seu repertório, por sua primorosa interpretação.

Exatamente, este disco é o que contém a faixa Esqueça, do repertório de Roberto Carlos, e que foi tema da novela global A viagem. Além dela, temos a faixa de abertura e carro chefe Desejos, Tudo bem, Queria ser, O resto fica pra depois, Trato de amor, Fábios, Ah como eu queria, Mel e aveloz, Meu lado sonhador, Minha namorada e Muito prazer.

Um belo disco de uma época em que ainda eram lançados grandes discos e que acabavam frutificando grandes sucessos radiofônicos, lembrados até hoje. Naquele ano, por esta época, tínhamos os lançamentos do Fábio. Hoje em dia, quase não temos lançamentos, nem do Fábio, nem de ninguém!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de novembro de 2016

♫Sentimentos complicados♫

Essa é pra quem diz que nossos gênios já não criam, eles continuam criando grandes pérolas sim! Esta canção poderia figurar na série Olhando as estrelas e destacarmos os quatro punhos abençoados que a compuseram: Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Eles já gravaram juntos, cantaram juntos, mas ainda não haviam composto juntos, até recentemente quando no disco Gigante gentil, do tremendão, veio a primeira parceria.

Uma letra bastante romântica que destaca um amor distante e suas consequências para quem o vivencia. Então encontramos aqui elementos como saudade, existência, natureza e solução completada a dois, tudo feito e refeito pelo amor, coisa que esses dois sabem cantar e compor tão bem!

Sentimentos complicados
Erasmo Carlos e Caetano Veloso

E o que vai restar de mim
Se você me olhar de longe
Amor, sem me dizer se me viu
Eu sei, serei quem nunca existiu

Quando o mar fugir do céu
E o luar fugir do monte
A dor que o mundo sempre sentiu
Será uma visão infantil

Toda solidão que forma a terra
Se concentra lá no sol em mim
Sentimentos complicados
Fazem cantar assim

Se você me olhasse e visse
Mudava o sol, mudava o mar

Eu existiria então
Sob a bênção dos seus olhos
Amor, céu multimar e luar
A flor teimando sempre em brotar

Toda a exuberância que há na terra
Chega em mim por seu olhar assim
Tudo quanto alegra a natureza
Vai achando seu lugar em mim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Os compositores do Brasil - 94

Evandro Ribeiro, que também adotou o pseudônimo de Eduardo Ribeiro, é o compositor homenageado desta série hoje. Uma das figuras mais importantes da história do disco neste país, presente no currículo de vários artistas, sobretudo os que gravaram pela antiga CBS, hoje Sony, nas décadas de 60, 70 e 80.

Dono de grandes canções gravadas por Roberto Carlos, foi o produtor de seus discos de 1963 até 1983 e também compôs em parceria com outros nomes, sucessos inesquecíveis como Quando o sol nascer, Nosso amor, Preciso de você, Coisas que não se esquece, Eu me vi tão só e Voltei ao passado. Muitos fãs do rei creditam à presença dele, a fase mais produtiva e atraente nas composições, arranjos, enfim, em tudo que leva o nome Roberto Carlos. 

E é certo que "seu Evandro", como era conhecido, vai muito além de algumas canções que nem se tornaram clássicos, mas que habitam algumas das coisas mais lindas que o rei gravou e também não se pode esquecer que, ele não foi apenas mais um compositor do Roberto, mas o grande produtor de seus discos e dos trabalhos de outros grandes nomes como Raul Seixas, Jerry Adriani, entre outros. E acho absurdo se encontrar tão pouco na internet sobre um nome tão importante para a música como é o seu!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de outubro de 2016

As cidades cantadas - 17

Fazia tempo que não abordávamos esta série onde associamos as cidades do nosso país com suas respectivas homenagens musicais. E quando a gente pensa na capital do Brasil, só vem à mente os políticos que lá trabalham e, de certa forma, acabam "manchando" a ideia de uma boa cidade. Mas, protestos a parte, Brasília é a única cidade projetada de nosso país, com todos os seus encantos.

Oscar Niemeyer desenhou, com seus mágicos traços, belíssimas paisagens que representam uma cidade que, dizem ter sido prevista por alguns profetas. Ao menos este pensamento nos faz acreditar em dias melhores. Imaginava que até existia canção em homenagem à cidade, mas que esta estaria ligada ao pensamento político, com o qual iniciei esta postagem. Felizmente, Guilherme Arantes me apresentou em seu repertório esta canção que descreve toda a beleza e imponência daquele lugar.

Brasília
Guilherme Arantes
Uh! Brasília

Loucos profetas previram a tua existência milênio atrás
e nos seus mapas marcaram o centro do mundo e nele tu estás
todas as lendas que cercam teu nome jamais lograrão te explicar
nem a política, nem o teu preço que foi tão penoso pagar

Uh! Brasília

Tuas cidades satélites mostram o quanto és uma aberração
vivem à margem da tua luxúria onde corre o poder da nação
seitas estranhas proclamam que o teu destino ainda não se cumpriu
rezam a vinda dos anjos de estrelas cadentes no céu do Brasil

Uh! Brasília

És a vitrine imponente e ostensiva de um povo que vive a sonhar
com seu império futuro, tesouro, presente que Deus vai mandar

Uh! Brasília

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CD Gal Costa Aquele frevo axé

Lançado em 1998 e com o título de Aquele frevo axé, este é mais um CD com interpretações inéditas da obra da diva Gal Costa. Com composições que vão desde Tim Maia, o sempre Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto, Luiz Gonzaga, Jorge Benjor, Herbert Viana, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, gente com quem Gal já gravou e também vem gravando durante toda sua carreira.

Com isso, Gal empresta sua voz para dourar canções como Imunização racional, A voz do tambor (com a participação de Milton Nascimento), Aquele frevo axé, Esquadros, Assum branco, Amor de juventud (com a participação de Pedro Aznar), Aguarte agora, Qui nem jiló (Com trecho incidental de Expresso 2222), Você, Você não gosta de mim, Habib, Quase um segundo, Calling you/Girl from Ipanema e Sertão.

Escutar a voz suave da Gal, junto a grandes interpretações é uma boa pedida para qualquer amante da música brasileira. Aqui temos um trabalho que mescla tudo isso a ritmos, com canções gravadas em sua maioria em português, mas que também apresenta o espanhol e o inglês em duas faixas, o que mostra um pouco deste extraordinário potencial que se chama Gal Costa.

Um forte abraço a todos! 

domingo, 23 de outubro de 2016

♫Sereia♫

Verão e o "sol batendo". Nada como uma boa praia para "pegar um bronze". Ao menos assim as pessoas pensavam antigamente. Hoje em dia existe uma preocupação maior com a pele e o brasileiro também percebeu que sol não deixa ninguém com a pele mais bronzeada de forma permanente. Mas, o ambiente de praia é sempre atrativo, sobretudo pela bela paisagem e também por alguns ou algumas que podem completar essa paisagem.

Ao menos é isso que a letra de Nelson Motta e Lulu Santos, campeões nesse tema, explora. Uma sereia, como chamam, que completa qualquer paisagem e a deixa mais que perfeita, com todo seu brilho, sua luz. E quem, ao ouvir Sereia, ou Como uma onda, ou De repente Califórnia, ambas naquela "levada Havaí" que Lulu sabe fazer tão bem com seus violões e guitarras, não sente vontade de tornar-se um rio que ruma ao mar?

Sereia
Lulu Santos e Nelson Motta

Clara como a luz do sol
Clareira luminosa nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente nesses mares do sul
Clareira azul no céu na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério

Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo

Luz do divinal querer
Seria uma sereia, ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será um sonho de criança
Sob o sol da manhã

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CD Emílio Santiago 1997

Saudades dessa grande voz, de nosso maior intérprete Emílio Santiago. Aqui um de seus grandes trabalhos, lançado em 1997 e que faz um passeio versátil pela obra de Caetano Veloso, Dona Ivone Lara e Hermínio Bello de Carvalho, Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Lulu Santos, Altamiro Carrilho, Gilberto Gil, Armando Manzanero, Paulo Diniz, Jorge Aragão, João Nogueira e tudo o mais que representa o ótimo gosto musical deste excelente músico.

Produzido por Mazzola, o repertório contempla belíssimas leituras de Nossa gente (Avisa lá), Meu sol, Pingos de amor, Alguém me disse, Aviso aos navegantes, Meu sonho é você, O ciúme, Mas quem disse que eu te esqueço, Estrela, Si me faltas tu, Malandro, Misty, Chinelo novo e Estão voltando as flores que abrange os idiomas português, espanhol e inglês.

Na capa, a foto do crooner, o verdadeiro e imenso intérprete que este país aprendeu a cultuar desde suas primeiras aparições em festivais na década de 70. Uma voz que polia qualquer joia musical a tornando ainda mais rara e reluzente, transformando seu repertório em um verdadeiro desfile de aquarelas musicais.

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de outubro de 2016

♫Acontecência♫

Acontecência, evento que acontece com regularidade, mesmo que de forma desorganizada. E ainda dizem que as boas canções, com seus bons sentimentos e ensinamentos já não existem. Graças a Deus e a grandes instrumentos da nossa música brasileira, como o grande Jorge Vercillo, ainda ouvimos coisas lindas e fascinantes como esta que nos deixam mais felizes e leves.

Uma letra que exalta o amor, como sentimento supremo, sem preconceitos e que só traz felicidade com todas as suas regularidades. Uma letra longa, mas que não cansa, que dá vontade de cantar junto e ser feliz nessa levada, pois elegante é dizer que tudo isso é apenas uma questão de acontecência. Desculpem, mas fico bobo, acho simplesmente bárbaro algo tão genial assim que ainda nos emociona!

Acontecência
Jorge Vercillo e Júnior Meirelles

Não importa a hora que terei de acordar amanhã
Tudo é ver seu respirar, acelerar, desenfreado
Seu discurso em meu ouvido
vai arrebatar qualquer eleição
Um segundo do seu beijo pode transformar o eterno

É do amor, e eu já nem peço mais pra ser feliz
Ser feliz é uma questão de acontecência
Sou do amor, de foto a foto, mar a mar eu vou
Vou que vou, e vem que vem
no vai e vem contigo eu vou

Heiki, Yoga, meditação
Que louco eu quis ficar ileso a paixão
Vejo a liberdade sem fim
Que a natureza toda goza na diversidade
Mas meus dias são esperar
cada mensagem nova sua chegar
E eu era tão dono de mim
Agora já não sei de nada, barbaridade

Não importa a hora que terei de acordar amanhã
Tudo é ver seu respirar, acelerar, desenfreado
Seu discurso em meu ouvido
vai arrebatar qualquer eleição
Um segundo do seu beijo pode transformar o eterno

É do amor, e eu já nem peço mais pra ser feliz
ser feliz é uma questão de acontência
sou do amor, de foto a foto, mar a mar eu vou
vou que vou e vem que vem, no vai e vem
contigo eu vou

O Amor é amizade, paixão
o amor é tudo ao mesmo tempo na velocidade da luz
Une até o sim a um não
Se expande a todos universos, a mundos e sóis
Tantos se curvam ao amor
No monastério, ao woodstock, no rock ou no blues
Na cama ou na beira de um cais, Cicciolina
Dalai lama, de Lennon a Jesus

É do amor, e eu já nem peço mais pra ser feliz
ser feliz é uma questão de acontecência
sou do amor, de foto a foto, mar a mar eu vou
vou que vou e vem que vem contigo eu vou.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ainda encontramos lojas de CD´s/DVD´s?

Sinto que está cada vez mais escassa a possibilidade de encontrarmos uma boa loja que ofereça as mídias CD´s e DVD´s dos principais artistas nacionais e internacionais. Andando pelas ruas do centro do Recife e até nos principais shoppings, percebo que elas simplesmente desapareceram com o passar dos anos. Mudanças no rumo da nossa economia, associada à pirataria e à "prática moderna" de baixar músicas de forma legal, ou não, são as principais causas da escassez de lojas desse ramo.

Lembro que já existiram redes especializadas no assunto (vendiam apenas CD´s e DVD´s) e mesmo quando o vinil (que está novamente na moda) tornou-se obsoleto, em cada cidade do interior e também nas capitais, ao menos encontrávamos uma loja que ofertasse este produto. Dessa forma, era possível encontrarmos álbuns dos nossos principais artistas, lançamentos e também os títulos que compunham sua carreira discográfica. A pirataria (que oferece preços que não dá pra competir), associada a mudanças de ritmos e culturas musicais geram um desinteresse de público, fazendo com que os comerciantes do ramo migrem para outros setores, em busca de sobrevivência. Há também nos grandes magazines a diminuição drástica de espaços dedicados a este produto, pois como muitos já não tocam nas principais rádios, não atraem consumidor e, os que tocam e são mais populares tem seu material disperso em download desenfreado pela internet. Para competir com o download proibido, surge os sites especializado em download permitido. Entretanto, aí não dispomos mais do CD físico que trazia fotos e artes em seu encarte, além de oferecer informações técnicas das letras das canções, seus compositores, músicos que participaram do projeto, tudo isto que justificava ainda mais o porquê da frase "Disco é cultura".

Atualmente, para encontrar algum CD ou DVD (sim, existem aqueles que ainda primam pela mídia física), só em algumas livrarias ou shoppings e mesmo assim, percebo que o espaço dedicado a este produto está cada vez menor. Vivo um dilema pois quando era mais jovem e aspirava ter os discos e depois os CD´s dos artistas que sempre apreciei, não tinha condições financeiras de comprá-los e hoje não tenho condições de encontrá-los, pois tais produtos ou se encontram fora de catálogo ou no máximo, estão encaixotados em boxes e, mesmo assim, não desfruto mais do prazer de entrar em um espaço como este da foto e passar horas garimpando por um ou outro grande título da nossa música. E olha que também desconheço algum museu deste ramo, restando no máximo algumas praças de sebos país afora ou alguma loja relíquia que ainda sobreviva levantando esta bandeira da cultura.

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de outubro de 2016

Olhando as estrelas - 62

A série Olhando as estrelas aporta hoje em Minas Gerais, mais precisamente no chamado Clube da esquina que traz dois grandes parceiros de longa data: Milton Nascimento e Lô Borges. Foram muitos os encontros musicais desses dois astros, seja em palcos ou em composições.

Só pra citar algumas canções, das quais, alguns verdadeiros clássicos nacionais, temos Clube da esquina n° 2, Para Lennon e McCartney, composta pelos dois. Curioso é que Milton compôs mais com Márcio, mas cantou mais com Lô, de quem gravou Quem sabe isso quer dizer amor, Tudo que você podia ser e com quem também já gravou Nada será como antes.

No DVD dos 50 anos do Milton, Lô divide com ele algumas faixas, além de cantar a sua Trem azul. Essas e outras tantas histórias desses dois que já dividiram até capa e repertório de disco, o famoso Clube da esquina, de 1972, refletem o que temos de melhor em nossa música, no trem e na cabeça desses dois gênios!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de outubro de 2016

♫Esquecimento♫

Ninguém pode afirmar que não temos boas músicas atualmente. Apesar de mais raras, ainda podemos encontrar pérolas como esta, feita por quatro geniais mãos: Nando Reis e Samuel Rosa e gravada pelo Skank em seu mais recente trabalho!

A letra de Esquecimento ressalta o lamento de qual se trata essa canção: alguém que se sente só, abandonado, esquecido e vive na ansiedade de que outro alguém se lembre e sinalize um recomeço que pode ser um reencontro, conversas jogadas fora, uma relação retomada, etc. E tudo sem muita dor de cotovelo, mas com uma sonoridade melódica que deixa a canção perfeita.

Esquecimento
Samuel Rosa e Nando Reis

Enquanto você para e espera
Eu ando, invado
Eu abro a porta e entro

Enquanto você cala quieta
Eu brigo, eu falo
Eu berro, eu enfrento

No canto dessa sala emperra
Eu ligo, acerto
Eu erro e eu tento

Enquanto você fala: "Espera"
Aflito eu fico
E digo: "Eu não entendo."

Não sei porque você
Insiste em demorar
Eu quero que você
Diga já

Que seja no Japão
Jamaica ou Jalapão
No Jaraguá ou na Guiné
De charrete ou caminhão
De carro ou caminhando a pé
Eu vou

No banco sem guitarra elétrica
Com violão
Escrevo esse lamento

Pois como molha a água a pedra
Meu canto encerra
O seu esquecimento

Não sei porque você
Insiste em demorar
Eu quero que você
Diga já

Que seja no Japão
Jamaica ou Jalapão
No Jaraguá ou na Guiné
De charrete ou caminhão
De carro ou caminhando a pé
Eu vou

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

CD Julio Iglesias Libra

Um dos discos mais conhecidos do Julio Iglesias lançado aqui no Brasil foi este, de 1985. Lançado numa época em que Julio ampliava suas fronteiras mundo afora e também em nossas terras, esse trabalho, intitulado como Libra, trouxe cinco canções totalmente versionadas para o português, além de outras em espanhol e inglês.

Em português, temos a faixa de abertura Quando te sinto mulher, Tu e eu, Direi, Essa covardia e a mais famosa Coração apaixonado que, segundo me consta foi feita em nossa língua e só gravada neste idioma. Ainda em português, numa mescla com seu espanhol, temos a faixa Abril en Portugal. Totalmente em espanhol temos Ni tu gato gris ni tu perro fiel, Todo y nada e Felicidades (Dueto com Pedro Vargas). Em inglês, temos o clássico de Sinatra I´ve got you under my skin, numa brilhante releitura.

Julio é, sem sombra de dúvidas, o mais brasileiro dos cantores estrangeiros e Coração apaixonado é um de seus clássicos aqui em nossas terras. Com certeza, pra quem curte a música romântica dos anos 70/80 e 90, reconhecem nele uma contribuição imensurável, pois muitos casais se apaixonaram sob sua trilha sonora, representada aqui por este grande título.

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de setembro de 2016

♫Só você♫

Escutando o mais recente lançamento do José Augusto, Duetos, já comentado aqui anteriormente, houve uma faixa que me despertou para uma belíssima canção de seu repertório. Incrível é que eu já havia ouvido antes, já que se trata de uma regravação, mas talvez com esta nova releitura, que a meu ver está definitiva, a canção me tocou mais profundamente e percebi quão bela é ela.

Trata-se da canção Só você, originalmente gravada em 1989 e que Zé Augusto resgata este ano em um belíssimo dueto com Aviões do forró. Uma canção que nos remete à uma época em que ainda se faziam boas canções, românticas, tocantes, que expressavam em si todo o sentimento nutrido em uma alma apaixonada.

Só você
José Augusto e Paulo Sérgio Valle

Difícil entender
O mundo sem você
Não dá nem pra tentar

A gente se encontrou
Se amou e se gostou
Não dá pra separar

No jeito de pensar
Nos gestos mais banais
Nós somos quase iguais

No sonho mais comum
Nós dois viramos um
Somos uma vida só

Eu acho que esse amor
Já fez de nós sol e verão
A rima mais perfeita da canção

A vida é mais bonita
Com você perto de mim
E o coração pequeno
Pra um amor tão grande assim

Eu quero só você
Nos momentos de ternura
Quero só você
Nos desejos, nas loucuras
Quero só você
Não arranque do meu peito esse amor
Que é todo seu

Não posso te perder
Que sentido tem o mundo inteiro
Sem você
Eu não quero me enganar
Vivendo por viver
Eu preciso tanto ter você
Pra sempre em minha vida

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

CD e DVD Cássia Eller acústico MTV

Um dos Acústicos MTV (que saudades de produtos musicais com qualidades ímpares, como os desta série) com mais sucesso foi este da saudosa Cássia Eller, lançado em 2001 e, por uma infeliz coincidência, foi o último álbum de carreira da cantora, que partiu para a eternidade no mesmo ano. Com uma sonoridade muito legal, agradou a um público variado, sobretudo aos mais jovens.

Como grande intérprete, Cássia passeou pelo repertório de Chico Buarque, Gilberto Gil, Cazuza, Frejat, Marisa Monte, Renato Russo, Lennon e McCartney e, sempre Nando Reis, que também dirigiu o projeto bastante exitoso, que ofereceu grandes sucessos como Malandragem, E.C.T., Todo amor que houver nessa vida, Por enquanto, Relicário, Partido alto, Queremos saber, Quando a maré encher e O segundo sol.

Com a participação especial de Nando Reis, Nação Zumbi e Rapper Xis, completam o repertório Non je ne regrette rien, Vá morar com o diabo, 1º de julho, Luz dos olhos, Nós, De esquina, Sgt. Pepper´s lonely hearts club band e Top top. Um álbum histórico, sobretudo para o rock nacional e para àqueles que sentem em Cássia Eller toda a potência vocal e de musicista que ela nos apresenta!

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de setembro de 2016

♫Simples assim♫

Do álbum mais recente do Lenine, já comentado aqui, destaco esta pérola como a melhor do CD, a meu ver. É possível que alguns fãs mais fervorosos do meu conterrâneo destaquem outra, afinal, o trabalho é um primor, como já foi dito. Mas, destaco Simples assim por muitos fatores, sobretudo pela música fazer o estilo que mais gosto no Lenine que é inteligência na hora do compor letras e acordes, tudo dito em seus insuperáveis violão e voz. E isso me faz lembrar o conjunto de sentimentos ruins que habitam a lembrança de um onze de setembro, depois do atentado de 2001 e como eles poderiam ser opostos se vivenciássemos coisas assim.

A letra da canção, parceria com Dudu Falcão, fala de simplicidade, da necessidade de ver e vivenciar as coisas sem complicação, com mais fé (apesar de tantas adversidades, pelas quais cada história nossa trilha), com mais vontade de plantar e colher união entre todos. Seria muito interessante se pudéssemos gritar aos quatro cantos que filosofias musicais como esta ainda existem, graças a Deus, porque tudo pode mesmo seguir simples assim:

Simples assim
Lenine e Dudu Falcão

Do alto da arrogância qualquer homem
Se imagina muito mais do que consegue ser
É que vendo lá de cima, ilusão que lhe domina
Diz que pode muito antes de querer
Querer não é questão, não justifica o fim
Pra quê complicação, é simples assim

Focado no seu mundo qualquer homem
Imagina muito menos do que pode ver
No escuro do seu quarto ignoro o céu lá fora
E fica claro que ele não quer perceber
Viver é uma questão de inicio, meio e fim
Pra quê a solidão, é simples assim

É, eu ando em busca dessa tal simplicidade
É, não deve ser tão complicado assim
É, se eu acredito, é minha verdade
É simples assim

E a vida continua surpreendentemente bela
Mesmo quando nada nos sorri
E a gente ainda insiste em ter alguma confiança
Num futuro que ainda está por vir
Viver é uma paixão do inicio, meio ao fim
Pra quê complicação, é simples assim

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de setembro de 2016

♫Avião♫

Djavan é mesmo o máximo. É como um grande avião, que muitos embarcam e que todos admiram e querem voar na sua obra e encontrar horizontes cada vez mais fascinantes. Ele faz parte de um grupo seleto de artistas que, vira e mexe, quando voamos rumo ao seu repertório, descobrimos coisas cada vez mais interessantes. É o caso dessa canção, que talvez não figure entre as dez ou quinze mais clássicas de seu repertório de shows, mas que está entre as dez melhores, a meu ver.

Avião tem uma letra que grita a dor de alguém que quer se libertar de alguém, de um amor que aprisiona e impõe uma vida que representa pouco e o personagem se cansa dessa vida e prefere a liberdade. Tudo dito com muita classe e com aquela pegada clássica que caracteriza sua obra.

Avião
Djavan

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você 
fazer o mesmo show 

Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, 
seu muito pra mim é pouco

Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou louco, sou não
Eu me cansei de ser seu avião, não vou voar não, dessa vez...

Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor
Não vou mais me prender a você 
fazer o mesmo show 

Vou bater na porta da vida, receber e pagar
Sem ter que me entregar a ninguém, 
Nem me conformar com pouco

Eu quero a paz e viver solto
Vai dizer que sou louco, sou não
Eu me cansei de ser seu avião, não vou voar não, dessa vez...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

♪Partituras musicais dos fãs - 31 - Jéfferson Carlos♪

Este é nosso amigo Jéfferson Carlos. Natural de Serra talhada, sertão de Pernambuco, Jéfferson é mais um dos grandes fãs do Roberto Carlos e também da música brasileira. Conheci Jéfferson através do facebook e para sabermos um pouco mais sobre o que esse grande ser da terra natal de Lampião pensa sobre música e sobre o rei, temos hoje o prazer de contar com sua presença nesta série, respondendo às nossas perguntas:

1 - Uma música?

♪Você é minha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1992).

2 - Um momento musical inesquecível?

♪Por meus pais serem comerciantes, desde muito pequeno frequento a lanchonete deles. Na correria do dia-a-dia, todos trabalhando, havia uma mesa onde ficavam os pratos para o self-service e eu ficava embaixo dela, com um cabo de vassoura e cantando o trecho "mulher de 40 eu só quero ser o seu namorado". Era engraçado e quando eu terminava todos aplaudiam. Tinha até uns clientes que diziam: "cadê o Roberto Carlos? Só vim por causa dele" kkkkkkk.

3 - Qual show do Roberto gostaria de ter visto e não pode ver?

♪O show que ele fez no Recife em um ano recente, onde a Tv Asa branca deu a chance de alguns fãs irem ao espetáculo e conhecer o Roberto.

4 - Você coleciona algo em termos de música?

♪Sim. Meu acervo é voltado para a obra do Roberto Carlos. Atualmente, só tenho DVDs. Mas pretendo expandir muito essa coleção. Quero aproveitar o presente momento, isto é, se você me permitir, para agradescer a alguns amigos como João Francisco, Alinaldo Mota, Pedro de Salgueiro, Adriano Thales... Mas em especial, gostaria de agradecer a "meu amigo de fé, irmão camarada" Edilson Garcia. Este cara é quem me acompanhou e me ajudou desde o início. Quero deixar claro que não vendo e nem troco dvds, pois estes foram presentes desses nomes citados acima. Caso alguém queira entrar em contato comigo: jefferson6063@hotmail.com

5 – Toca algum instrumento e/ou canta?

♪Não toco. Só canto quando ninguém está em casa kkkkk.

6 – Você também é fã do Eduardo Lages?

♪Sou um grande admirador do trabalho desse ilustre artista. Dentre algumas canções de sua autoria, destaco "Vê se volta pra mim", em parceria com Paulo Sérgio Valle, canção presente no disco Roberto Carlos 1998.

7 – O que gostaria que o maestro gravasse em futuros projetos?

♪O que o maestro gravar será bem aceito. É um cara que tudo o que faz é com qualidade, amor e dedicação.

8 - Um compositor brasileiro?

♪Tirando Roberto e Erasmo, meu voto vai para Michael Sullivan. Esse é um grande nome na música brasileira. Compositor de músicas como: "Amor perfeito", "Estranha loucura", dentre outras mais.

9 - Um músico brasileiro?

♪Eduardo Lages.

10 - O arranjo que mais aprecia em alguma canção nacional?

♪Os arranjos das músicas "Vê se volta pra mim" e "Apocalipse" são perfeitos.

11 - Cite três discos que escuta sem pular nenhuma faixa. (pode ser do rei ou de outros artistas também)

♪Roberto Carlos 1984, 1985 e 1990.

12 - O que gostaria de ouvir Roberto cantar em seus shows?

♪Eu vou sempre amar você, Vê se volta pra mim, Só vou se você for, Você é minha, Todo mundo está falando (versão), Águia dourada.

13 - Seu especial de fim de ano favorito?

♪Gosto de todos! Mas tenho um carinho especial pelos de 1992 e 1994.

14 - Um dueto inesquecível desses especiais?

♪Todas as manhãs, com Chitãozinho e Xororó, em 1992.

15 - Quem ainda merecia ser convidado para o especial de fim de ano?
♪Amado Batista

16 - Qual dueto em disco gostaria de ver com Roberto?
♪Eduardo costa. Seria uma junção de vozes incríveis.

17 - Além do rei, quais outros artistas aprecia na música brasileira?
♪Meu gosto musical é variado. Mas citando alguns nomes: Tom Cléber, José Augusto, Amado Batista, dentre outros.

18 - Um trecho de uma canção?

♪"E se alguém me perguntar 
Se é possível se medir o meu amor, eu vou falar: 
Que é o mesmo que contar com um conta-gotas 
Quantas gotas tem o azul do mar. 

Mas se você quer saber 
O tamanho desse amor que é tão bonito 
Eu não sei o que dizer, 
Pois não sei qual o tamanho do infinito."

(Quando digo que te amo, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1996).

19 - Como define Roberto Carlos?

♪Indefinível! Não há como definir o talento e a pessoa dele.

20 - Quem você sugere para entrevistarmos nesta série?

♪Edilson Garcia. Sem dúvida um grande fã do "REIBERTO". Rsrs

Jéfferson, muito obrigado por dispor de seu tempo e mostrar um pouco do que você pensa sobre música e sobre o maior artista da música brasileira de todos os tempos. Um bom menino do sertão, só mostra a nós que o bom gosto pela música não tem idade nem distâncias geográficas e isso só fortalece a ideia de que Roberto reina na música, em todos os lugares deste país tupiniquim. 

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CD e DVD Fagner & Zé Ramalho

Pensei que já havia citado este grande encontro. E o citei, mas foi na série Olhando as estrelas. Como projeto de CD e DVD ainda não comentei sobre esta grande pérola, indispensável na coleção de quem ama música brasileira: o encontro entre estes dois grandes nomes que resolveram unir suas carreiras neste projeto ao vivo, gravado no Rio de Janeiro.

Guiado apenas por seus violões, num projeto inicialmente acústico e depois acompanhado pela banda, o repertório passeia por clássicos de ambos: Dois querer, Asa partida, Pelo vinho e pelo pão, Mucuripe, Noturno, Chão de giz, Romance no deserto, A terceira lâmina, Jura secreta/Revelação, Fanatismo, Garoto de aluguel, Eternas ondas, Kamikaze, Pedras que cantam e Admirável gado novo com novos arranjos e duetos inéditos.

A belíssima Canção da floresta é a melhor faixa, a meu ver, do projeto que reúne estes dois astros que já haviam gravado um ao outro, um no disco do outro e vice-versa e finalmente resolveram nos presentear com este belíssimo projeto ao vivo. Acho que cabia uma homenagem a Gonzaga, figura ilustre que é raiz de ambos, a meu ver, mas não posso deixar de enfatizar que temos aqui um dos melhores projetos da carreira de ambos.

Um forte abraço a todos! 

domingo, 21 de agosto de 2016

♫Corsário♫

Esta é mais uma daquelas belas canções que a gente tem que parar pra ouvir, refletir e buscar entender o que ela tem para nos dizer e deixar em nós contínuas reflexões. Gravada por Elis, Ney e principalmente por seu criador, João Bosco, não vou entrar no mérito de interpretar aquilo que imagino que a letra vem nos dizer, verso a verso, mas apenas o que ela deixou em mim.

Há quem diga que a letra fala dos tempos difíceis, na época da ditadura e que nas entrelinhas há muito mais a se dizer, sobretudo pelo título, corsário, que remete a comandantes autorizados a atacar outros navios. Mas, observo um lado avassalador e também romântico ao citar as garrafas que vão por entre os mares, como antigamente, que levam as mensagens de um coração preso, coberto por neve, mas que ferve na vontade de atingir o caminho desejado que leva a algo ou, a meu ver, a alguém.

Corsário
João Bosco e Aldir Blanc

Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais

Roserais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar, procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Domingo de sol...

Um grande sambista relembrado hoje pelo Blog Música do Brasil, este é Carlos Roberto de Oliveira, que todos conhecem apenas como Dicró. Natural de Mesquita/RJ, seus sambas bem humorados ganharam fama assim como os dos colegas Bezerra da Silva e Moreira da Silva.

Sua primeira canção foi gravada em 1976: Samba do sofá e a partir daí, outros sucessos vieram como Barra pesada, Botei minha nêga no seguro, Praia de Ramos, O falso barão, O genro, Funeral do Ricardão, Tá lotado, A cara do pai, Festa de caçador, Os sabores da mulher, Pega ladrão, Olha a rima, O sogro, Chatuba, O barrigudo, etc.

Dicró partiu para a eternidade em 2012, mas seus sambas, bem como os de seus contemporâneos estão aí para explicar um pouco do bom humor e das nuances que o povo brasileiro apresenta neste ritmo que retrata uma nação como nenhum outro e no qual Dicró foi e sempre será referência!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de agosto de 2016

Filhos musicais

E hoje dia dos pais e o Blog presta uma homenagem aos pais da música brasileira, cujos filhos também enveredaram pelo mesmo caminho e se tornaram cantores, músicos ou compositores. E muitos são os bons exemplos dentro da nossa canção e é provável que me esqueça de vários.

Mas, como não citar Gonzagão e Gonzaguinha, já comentados em homenagens anteriores? Ou os filhos de Elis: João, Pedro e Maria Rita, sendo o primeiro, filho de Ronaldo e os dois últimos, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os dois filhos de Roberto também tentam algo com a música: Rafael já gravou disco, sem muito êxito e Dudu é baterista da banda RC na veia. Preta também enveredou pelo caminho do pai Gil, com sucesso. Os filhos de Xororó, Sandy e Júnior formaram uma das duplas mais conceituadas. Wanessa Camargo também não decepcionou Zezé, assim como os filhos de Leandro e Leonardo, Tiago e Pedro, respectivamente.

No samba, temos Mart´nália como descendente musical de Martinho da Vila, e Diogo, filho de João Nogueira. Mas não podemos esquecer de Paulo Jobim, músico filho de Tom e Daniel, o neto do maestro soberano. Fiuk também dá os primeiros passos, assim como seu pai Fábio. E os filhos de Caymmi; Dori, Nana e Danilo? Enfim, com uma lista como esta, mesmo esquecendo algum ou alguns nomes, fica a reflexão se ser artista não é mesmo um dom que corre nas veias genéticas?

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

CD José Augusto duetos

Saindo do forno esta ótima pedida para o dia dos pais, sobretudo os pais mais românticos. Meu pai, que está no céu, apreciava bastante este artista. Em 2016, José Augusto lançou este trabalho primoroso que conta com a participação de grandes nomes da nossa música e também alguns novos nomes para reviver alguns de seus grandes sucessos.

Com isso temos Sorriso maroto na faixa Fica combinado assim, Zezé di Camargo e Luciano na faixa Sábado e Aviões do forró na faixa Só você. Do CD anterior, Quantas luas, temos Victor e Léo na faixa Eu vou lembrar você e Luan Santana na faixa Chuvas de verão. De outro disco ao vivo, vem os encontros com Alcione na faixa O que eu faço amanhã?, Chitãozinho e Xororó na faixa Evidências e Roupa nova na faixa Eu e você. Completam os duetos, a rainha dos baixinhos Xuxa, na faixa Querer é poder.

Como bônus, temos as inéditas Me diz quem e Una sola vez, ambas sem participação de nenhum outro artista em dueto. Senti falta de um encarte com mais fotos e letras das canções, além da ficha técnica com os músicos participantes, mas temos aqui um belo trabalho, com novos arranjos em alguns clássicos e aquela suave voz que traz o doce romantismo desse artista com mais de 40 anos de carreira nos encantando cada vez mais!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de agosto de 2016

♫Canção da despedida♫

Uma das interpretações mais lindas de Elba Ramalho, a meu ver, é nesta canção da dupla de Geraldos, Azevedo e Vandré. Canção da despedida foi composta em 1968, censurada e passou muitos anos oculta, até ser gravada por Azevedo em 1985. E no projeto O grande encontro (que está pra ser retomado, sem a participação de Zé Ramalho), Elba deu aquilo que chamo de interpretação definitiva para esta pérola.

A letra de Canção da despedida traz uma tona romântica, cobrindo o que chamaram de crítica à ditadura vigente na época em que foi composta. O rei mau, citado na letra, seria o presidente militar que não agradava aos que optaram ou foram obrigados a abraçarem o exílio. E como acreditava que o reinado teria prazo de validade, a volta também era saudada na letra.

Canção da despedida
(Geraldo Azevedo e Geraldo Vandré)

Já vou embora, mas sei que vou voltar
Amor não chora, se eu volto é pra ficar
Amor não chora, que a hora é de deixar
O amor de agora, pra sempre ele ficar

Eu quis ficar aqui, mas não podia
O meu caminho a ti, não conduzia
Um rei mal coroado, não queria
O amor em seu reinado

Pois sabia, não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria

Perdido em seu reinado, sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia...

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

♪Partituras musicais dos fãs - 30 - Isolda Bourdot♪

Um momento nobre deste Blog e uma das postagens mais importantes que já fiz nesses quase nove anos em que escrevo sobre música. Hoje esta série poderia se chamar "Partituras musicais do ídolo", pois tenho certeza que todos os que são fãs do rei Roberto Carlos, todos os que apreciam a boa música, conhecem e amam as composições da Isolda, algumas em parceria com seu irmão, o saudoso Milton Carlos. E hoje, generosamente, Isolda aceitou participar desta série e contar pra nós um pouco sobre sua marcante carreira, pois "Só assim sentimos ela bem perto de nós, outra vez". E vamos à entrevista:

1 - Quando e como você descobriu que era compositora?

♪Quando criança, por volta dos meus 9 e 10 anos eu brincava de teatro com meu único irmão - Milton Carlos. Era teatro musical e eu era responsável pela "trilha". Foram muitas histórias infantis onde minhas bonecas eram as atrizes.

2 - Qual a sua reação quando ouviu pela primeira vez um sucesso seu tocar nas rádios e qual foi este sucesso?

♪Foi a música Samba Quadrado - gravação do meu irmão - Foi meio irreal, mas apaixonante.

3 - Quando percebeu que este era seu ofício, o de compor, quem sonharia que gravasse uma canção sua naquele momento?

♪Nunca imaginei que esse era meu ofício. Eu estudava para fazer jornalismo, na época em que fazendo vários festivais da canção, alguns cantores começaram a nos pedir música. Tranquei a faculdade e não voltei mais, até hoje. Tanto eu como meu parceiro, meu irmão, sonhávamos um dia gravar com o rei, mas achávamos esse sonho impossível. Éramos jovens demais.

4 - Seu irmão, o saudoso Milton Carlos, foi sua primeira e maior ligação com a música?

♪Sim, meu parceiro maior, meu melhor amigo.

5 – E quando ouviram a canção Amigos, amigos gravada pelo Roberto, qual a sensação?

♪Quando soubemos da gravação, eu estava casada, passando férias em Curitiba. Milton me contou por telefone e eu tremendo de emoção, nem acreditei e voltei correndo pra São Paulo. Foi uma imensa alegria.

6 – Sinto e já te disse isso: Outra vez é a canção mais parecida com o Roberto, que não é da autoria dele. Você a fez pensando nele, digo em sua interpretação? 

♪Eu fiz essa canção num momento bem "divisor de águas da minha vida". Fazia alguns meses que eu tinha perdido meu irmão num acidente, acabava de me separar do maior amor da minha vida e reiniciava minha vida em São Paulo (morava em Curitiba, com meu marido). Não, não pensei nem que essa canção seria gravada. Fiz como um desabafo pessoal. Quando enviei ao Roberto no meio de outras canções (ainda em parceria com meu irmão) e depois soube que ela tinha sido escolhida, imaginei que Roberto teria gravado justamente essa, só em meu nome, por esse conhecido comportamento dele, em ajudar os amigos. Na minha opinião essa canção não tinha nada para ser sucesso. Era muito pessoal. 

7 – Houve ou houveram canções que, quando você estava compondo pensava: essa é para a voz de tal cantor (a)?

♪Sim, a música "O pior é que eu gosto" por exemplo, imaginei Alcione cantando. E foi o que aconteceu.

8 - Gosto muito de Tente esquecer e Um jeito estúpido de te amar. Acho que a primeira, por exemplo, merecia uma releitura, um resgate com uma boa intérprete, tipo com Nana Caymmi. Você tem essa sensação com alguma de suas canções?

♪Tenho sim e é interessante você colocar justamente essas duas canções super importantes emocionalmente pra mim. Gosto muito da interpretação de Bethânia para a canção "Um jeito estúpido de te amar". Aliás essa canção entrou recentemente como trilha de um filme brasileiro que foi premiado. (na interpretação dela)

9 - Roberto Carlos, Emílio Santiago, Gal Costa, Maria Bethânia, Simone e tantos outros grandes intérpretes em seu currículo. Isolda, aqui no Brasil, quem você ainda queria ouvir gravando algo de sua autoria?

♪Gostaria de ouvir Roberto cantando uma nova canção minha. Não adianta... Ele continua sendo meu rei.

10 - Quando ouvi pela primeira vez Alcione cantando O pior é que eu gosto e constatei ser de sua autoria (já no disco ao vivo dela, em 2003), senti saudades de grandes canções com uma verdade de sentimentos tão bem cantados. Como vê a cena atual para os compositores que aí estão?

♪Com raríssimas exceções, estou bastante triste ao ver tanta mediocridade musical, uma vez que a música brasileira sempre foi conhecida por seu bom gosto. Hoje em dia não existe mais "o compositor" simplesmente. É preciso que ele seja também o intérprete das suas canções, se quiser sobreviver. O pior é que se supõe que o público brasileiro não tem cultura suficiente para um bom trabalho. Daí as piores opções. Mas tenho esperanças de que tudo isso seja apenas uma fase, de que o talento volte a ter o seu lugar na música.

11 - Cita uma ou algumas canções que gostaria de ter feito, de outros compositores nacionais?

♪Ah, gostaria de ter feito várias: "Eu sei que vou te amar" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), "O silencio das estrelas"(Lenine e Dudu Falcão), "Olha" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)...

12 - Um compositor brasileiro?

♪Antônio Carlos Jobim

13 - Um músico brasileiro?

♪Ah, são vários....

14 - O arranjo que mais aprecia em alguma canção nacional?

♪Cada canção tem um arranjo peculiar. Não sei qual eu mais gosto.

15 - O que você gosta de ouvir quando está em casa?

♪Gosto de ouvir músicas de Cole Porter, Gershwin, repertório de Sinatra ou mesmo antes dele. Gosto do que se fazia em música, cinema, moda nos anos 40, 50...

16 - Sei que é difícil, mas você me diria quem é, a seu ver, o grande intérprete deste país? E a grande intérprete?

♪São vários. Mas meus preferidos: Roberto Carlos, sem dúvida e Simone.

17 - Outra vez foi a sua canção mais regravada. Você disse que queria ouvi-la em francês?

♪Sim, ela foi regravada em inglês, espanhol, italiano, mas nunca em francês. Venho de família francesa/italiana. Já fui casada com um francês, gosto do país e no entanto, justamente na França essa canção não foi gravada. Quem sabe, um dia?

18 - Um trecho de uma canção?

♪"Tente esquecer de você, que um dia me amou..."

19 - Já pensou em escrever um livro contando sobre seu processo de criação, sobretudo desses grandes sucessos?

♪Escrevi e lancei um livro que se não me engano, está esgotado: "Você também faz músicas?" Estou agora escrevendo minha biografia, mas com todo o cuidado para não esbarrar em escândalos (como costumam fazer), sem oportunismos. Um livro para deixar para meus netos. Com todo carinho e sinceridade.

20 - Deixa uma mensagem para aqueles amigos que vão adorar ler mais sobre você, em tudo isso que você nos contou?

♪Ame, ame muito, ame sempre. A vida só tem sentido, quando a gente sente.

Isolda, um obrigado é algo pequeno diante de tamanha generosidade em nos proporcionar este prazer de lhe conhecer melhor e também saber o que você pensa sobre música. Você que sempre a tornou algo melhor, mais rico, mais agradável e mais sensível aos nossos ouvidos, com certeza entenderá que neste momento, nosso obrigado é apenas um facho de luz, diante dessa estrada iluminada que você percorre e que através de seu ofício enaltece "as voltas em que a vida envolveu cada um".

Um forte abraço a todos!

domingo, 31 de julho de 2016

CD Roberto Carlos (La guerra de los niños)

Encerramos esta série com o CD lançado em 1981, referente ao trabalho lançado aqui no Brasil em 1980. Com o mesmo encarte e praticamente as mesmas canções versionadas para o espanhol, com exceção da canção Eu me vi tão só, que nunca foi versionada para o espanhol, este disco representa o que aconteceu na obra do rei, que desde 1971 até 1993 mantinha esta prática de lançar dois trabalhos anuais, um em português e outro em espanhol.

Aqui estão as canções La guerra de los niños (versão de A guerra dos meninos), El sabor de todo (versão de O gosto de tudo), La isla (versão de A ilha), Pasatiempo (versão de Passatempo), No te apartes de mi (versão de Não se afaste de mim), Se busca (versão de Procura-se), Amante a la antigua (versão de Amante à moda antiga), Y tengo que seguir (versão de Tentativa) e Confesión (versão de Confissão).

A parte inédita fica por conta do bolero de Armando Manzanero, Me vuelves loco, presente apenas neste álbum e que aqui no Brasil existe a versão em português cantada por Elis Regina e posteriormente por sua filha, Maria Rita. Os demais trabalhos de sua majestade não apresentadas nesta série trazem as mesmas canções versionadas para a língua hispânica, com uma ou outra variação na posição da ordem das canções.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 27 de julho de 2016

CD Roberto Carlos Volver

Até 1986, Roberto Carlos lançava seus discos em português e os versionava por completo no ano seguinte, lançando o resultado em espanhol. Este é um trabalho que tornou-se diferenciado pois a partir de 1988, passou a incluir algumas canções feitas originalmente naquela língua para seus lançamentos por lá, compostos por Roberto Livi que, também produzia algumas faixas, quando não o disco por completo.

Este trabalho rendeu ao rei o Grammy como melhor cantor, muito antes de criarem a versão Grammy Latina. Do disco de 1987 lançado no Brasil, temos Telepatia (versão de Tô chutando lata), Antiguamente era así (versão de Antigamente era assim), Ingenuo y soñador (versão de Ingênuo e sonhador), La vida te ofrece otras cosas (versão de O careta e banida dos lançamentos posteriores), Aventuras (em espanhol) e Cosas del corazón (versão de Coisas do coração).

As canções Volver e Si el amor se va foram lançadas no disco do Brasil do final daquele ano, sendo que a segunda foi versionada e apresentada como Se o amor se vai. Presente apenas neste trabalho temos a inédita Tristes momentos. As fotos de capa e contracapa foram as mesmas do lançamento do Brasil em 1987.

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de julho de 2016

CD Roberto Carlos Sonrie

O CD Sonrie foi lançado em 1989 e teve como base o trabalho lançado em português em 1988, inclusive com as fotos de capa e contracapas, que são as mesmas, havendo apenas um rodízio em suas posições. Entretanto, este CD veio apenas com 9 canções, incluindo a faixa Águila dorada (versão de Águia dourada, do CD lançado no Brasil em 1987).

Do disco de 1988, temos Se divierte y ya no piensa en mi (versão de Se diverte e já não pensa em mim), Si me dices que ya no me amas (versão de Se você disser que não me ama), Todo el mundo es alguién (versão de Todo mundo é alguém), Que es lo que hago (versão de O que é que eu faço) e Vivir sin ti (versão de Eu sem você). 

As canções Si me vas a olvidar e Sonrie (versão em espanhol de Smille, de Charles Chaplin) seriam lançadas no disco do Brasil no final do ano, sendo que a primeira foi versionada e apresentada como Se você me esqueceu. E inédita encontrada apenas neste trabalho temos a belíssima Abre las ventanas a el amor, outra bela canção que poderia diversificar mais o repertório de shows lá fora de sua majestade.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 20 de julho de 2016

CD Roberto Carlos Pajaro Herido

O CD Pajaro herido é também um dos meus preferidos em espanhol. Lançado em 1990, refere-se ao CD lançado no Brasil em  1989, com a maioria de suas canções convertidas para a língua hispânica, inclusive com as mesmas fotos de capa e contracapa. Mas, os retoques nos arranjos e algumas inclusões inéditas o classificam como superior ao de 1989, a meu ver.

Do ano anterior, temos Pajaro herido (versão de Pássaro ferido), Amazônia (em espanhol), El tonto (versão de O tolo), El tiempo y el viento (versão de O tempo e o vento) e Só você não sabe (que, mesmo em português, apresenta retoques em seu arranjo). As inéditas que só conheceríamos em anos posteriores ficam por conta de Mujer (lançada no disco do Brasil naquele final de ano), Oh oh oh oh (lançada no disco do Brasil em 1991) e Tengo que olvidar (que só conheceríamos no CD duplo 30 grandes canciones, lançado em 2000).

E as canções inéditas mais bonitas e presentes apenas nesse trabalho são Poquito a poco e Me has hechado al olvido que, a meu ver, já valem todo projeto, pela beleza que apresentam tanto nos arranjos, quanto em suas respectivas interpretações. Pena que são daquelas canções belas que habitam o esquecimento na obra do rei da música brasileira e hispânica.

Um forte abraço a todos!

domingo, 17 de julho de 2016

CD Roberto Carlos (Por ella)

CD Roberto Carlos (Por ella)
Este trabalho traz em sua maior parte canções que foram lançadas originalmente no CD 1990 de Roberto Carlos aqui no Brasil. Lançado em 1991, aqui houve uma inversão na ordem, pois as fotos deste álbum serviram de base de contracapa e encarte para o lançamento anual do álbum do final do ano no Brasil.

Dessa forma, encontramos neste trabalho as canções Super heróe (versão de Super herói), Estos celos (versão de Meu ciúme), Quiero paz (versão de Quero paz), Por ella (versão de Por ela), El sexo y mi corazón (versão de Porque a gente se ama), Pobre de quien quiera amarme después de ti (versão de Pobre de quem me quiser depois de você).

Contracapa do CD RC 1991
E além dessas, temos canções inéditas em português, gravadas originalmente para este disco como é o caso de Adonde andarás Paloma, Una casita blanca, Una en un millón (que foi lançada aqui no Brasil no CD 1992) e Si piensas...si quieres (que foi versionada e lançada aqui no final naquele ano com Fafá de Belém), num dueto com Rocio Durcal. Mais caprichos, que no lançamento do Brasil, nos arranjos e na capa deste belíssimo trabalho.

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de junho de 2016

♫Ela nem olhou pra mim♫

Clássico do repertório de Petrúcio Amorim, sucesso na voz de Jorge de Altinho e depois com Alcymar Monteiro, encerra o mês de junho, quando dedicamos às canções locais que, juntamente com as bandeiras, as comidas de milho, as tradições nordestinas embelezam essa terra onde o forró é o pai da alegria.

Mas, a letra de Ela nem olhou pra mim contradiz um pouco dessa alegria, embora cantada em um ritmo alegre. Trata-se de um grito de decepção por alguém que caprichou no visual, alugou o espelho e nem se quer chamou a atenção daquela paquera tão desejada. Com quantos isso não aconteceu?

Ela nem olhou pra mim
Petrúcio Amorim

Ela nem olhou pra mim, ela nem ohou pra mim
passei horas no espelho me arrumando o dia inteiro
e ela nem olhou pra mim

Como quem guarda lembrança abracei a esperança
confiei num grande amor
Esperei o dia inteiro tomei até banho de cheiro
parecendo um sonhador

Quando a vi na euforia coração de alegria
vibrou mais que bandolim
chegou feito uma princesa coroada de beleza
nem se quer olhou pra mim

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de junho de 2016

♫De mala e cuia♫

O repertório do Flávio José sempre será apropriado para esta e qualquer época em que se deseje ouvir, cantar e/ou dançar um bom forró, xote ou baião nordestino. Este é um daqueles sucessos que não pode faltar no repertório de seus shows que, neste mês deve estar com uma agenda apertada e concorrida.

A letra de Mala e cuia descreve, a partir desse ditado (Que vai de mala e cuia), em que caracteriza uma ida por completo, um amor que causou o maior espaço vazio já verificado, se não estiver presente. Solução disso é essa ida, esse grude definitivo, sem se preocupar com o que disserem. Uma belíssima canção pra se cantar, ouvir e dançar.

De mala e cuia
Flávio Leandro

Na minha casa tá sobrando espaço
Guardei de mim um pedaço e reservei só pra você
Na minha casa tá sobrando rede
Sobra torno na parede, amor pra dar e vender

Na minha casa toda hora é hora
A gente ri, a gente chora, a gente se diverte
E nesse flerte você botando as unhas de fora
Nosso amor não demora e logo acontece

Pode vir de mala e cuia, amor
Que eu não vou tá nem aí pro povo
Nosso amor tá cobiçado
E não vai ser maltratado
Por ninguém de novo

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

CD São João do Gilberto Gil

Em 2001 Gilberto Gil mostrou neste trabalho porque sempre bebeu da fonte Luiz Gonzaga. Depois do sucesso de Esperando na janela, no ano anterior, que fez parte do filme Eu tu eles, lançou este trabalho onde revive alguns sucessos de Gonzaga, sempre visitado durante sua carreira, aproveitando também para lançar algumas coisas novas em sua voz.

Resultado disso é este apropriado título para qualquer noite de São João ou qualquer momento em que se queira cantar e dançar sucessos como Olha pro céu, Oia eu aqui de novo, Asa branca, Baião da Penha, Qui nem jiló, Baião/De onde vem o baião, Lamento sertanejo, Cajuína/Refazenda, Pau de arara, Respeita Januário, O Xote das meninas, Eu só quero um xodó, Vem morena, Esperando na janela, Último pau de arara, Madalena, Toda menina baiana, Na casa dela, Esperando na janela (Bônus, com uma versão acústica).

Pra quem acompanha a carreira e tem todos os discos do Gil, talvez esse trabalho seja dispensável e desnecessário, por apresentar releituras repetidas. Mas, para muitos, se torna uma obra prima, sobretudo para novas gerações que não podem esquecer do legado de gênios como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, aqui representado por outro gênio chamado Gilberto Gil.

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de junho de 2016

♫Minha doce estrela♫

Nando Cordel é sempre uma boa pedida para canções de paz, amor e também quando o assunto é ritmo junino nordestino. Juntando tudo isso, temos essa belíssima canção, interpretada pelo próprio autor e também em outra versão em dueto com Fagner. Aliás, o Nando é sempre craque na hora de fazer algo simples, com apenas duas estrofes, mas certeiro.

É o que acontece com essa belíssima canção, apropriada para este dia dos namorados e para todos os dias onde se pretende uma declaração simples, mas com todos os requintes que o sentimento oferece. Uma estrela da manhã, algo raro de ser ver, um cara que quer ser o dia dessa estrela, uma dedicação também rara hoje em dia. Assim é o amor, como essa canção, raro, mas sempre fascinante!

Minha doce estrela
Nando cordel

Meu coração é teu
Quer se perder
Quer ter você agora

O que é que eu vou fazer
Pra não sofrer
Se você for embora

Estrela da manhã
Nasci para ser seu dia
Viver no teu amor
É tudo que eu queria

Ai, coração
Ai, coração...

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de junho de 2016

♫Tamborete de forró♫

Essa canção me surpreendeu porque a conheci na voz de Santanna, o cantador. E ela tornou-se um dos maiores clássicos de seu repertório. E a minha surpresa se deu pelo fato de saber que essa canção também foi gravada por Luiz Gonzaga. Portanto, foi um atrevimento musical e bem sucedido do Santanna, ter revivido um sucesso de Gonzaga com tanto êxito, a ponto das novas gerações associarem o famoso "tamborete de forró" ao cantador.

A letra desse clássico brinca com o tamanho físico da mulher, com o contraste  da sua beleza e de sua "brabeza", com a paquera pura que ainda existe nessas festas. Um cara que está tocando sua sanfona e paquerando a pequena que pode tornar-se a mãe de seus "tamboretinhos."

Tamborete de forró
Artúlio Reis

Ela era miudinha
Botei seu nome  tamborete de forró
Mas quando ela me deu uma olhada
Senti logo uma flechada
Meu coração foi logo dando um nó

Ela dançando e balançando os cachos
Que meus cento e vinte baixos
Quase viram um pé-de-bode
Do lado dela um sujeito sem jeito
E eu aqui com dor no peito
Mas como é que pode

Tava tocando um baião cheio de dedo
Quando dei fé tava tocando Chopin
Menina você vai me dando asa
Que eu levo você pra casa
E a gente faz um monte de tamboretim

E ela dançando ali me deu ciúme
Por que dizem que perfume
Que é pequeno cheira mais
E ela brilhando no forró inteiro
Apagaram o candeeiro
E derramaram o gás

Ai que vontade que chegasse um sanfoneiro
Para tomar este fole aqui de mim
Menina você vai me dando asa
Que eu levo você pra casa
E a gente faz um monte de tamboretim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

CD Alceu Valença - Forró de todos os tempos

Um dos grandes nomes do forró autêntico nordestino é este "cabra da peste" chamado Alceu Valença que em 1998 voltou às suas raízes com este valioso trabalho onde apresentou grandes sucessos, alguns inéditos em sua voz e outros constando como uma valiosa homenagem a seus ídolos musicais como é o caso de Luiz Gonzaga que, segundo Alceu, juntamente com Elvis Presley, está em sua gênese musical.

Resultado disso é este trabalho que consta também com releituras de sucessos de outros compositores nordestinos como Alcymar Monteiro, Jackson do Pandeiro, João do Vale e Jorge de Altinho, além de composições do próprio Alceu. Um repertório valioso que tocaria em qualquer forró de alguma festa junina do interior do Nordeste ou em qualquer grandioso palco desta mesma festa.

Nisso, temos as canções Eu quero ver você dizer que sou ruim, O tempo e o vento, Forró de Olinda, Forró calangueado, Vou pra Campinas, Pout-pourri Luiz Gonzaga (Vem morena, O canto da Ema), O Xote das meninas, Essa menina, Arrepiando, Rima com rima, Petrolina Juazeiro, Cantiga do sapo, Coco do rala coco, que juntas podem garantir qualquer festa junina nos arredores do interior deste país!

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de maio de 2016

♫Meu primeiro amor♫

Essa canção tornou-se um clássico da nossa música, desde quando foi entoada pela dupla Cascatinha e Inhana, no passado. Uma das versões mais bonitas, a meu ver, foi realizada por Fagner e Joanna, em 1991. Maria Bethânia também a gravou na década de 90 e mais recentemente regravou, figurando como tema de novela.

A letra da canção remete ao fato de que para muitos o primeiro amor é o mais marcante. Mesmo sabendo que nem sempre é assim, essa canção narra a saudade que ficou em seu lugar, junto à lamentação de que não haverá reencontro. E com todo esse drama, não a considero uma canção extremamente triste e talvez a levada guarânia seja uma característica que enfatize esse ponto.

Meu primeiro amor
H. Gimenez, José Fortuna e Pinheirinho Júnior

Saudade palavra triste
Quando se perde um grande amor
Na estrada longa da vida
Eu vou chorando a minha dor

Igual uma borboleta
Vagando triste por sobre a flor
Seu nome sempre em meus lábios
Irei chamando por onde for

Você nem sequer se lembra
De ouvir a voz desse sofredor
Que implora por seu carinho
Só um pouquinho do teu amor

Meu primeiro amor
Tão cedo acabou
Só a dor deixou
Nesse peito meu

Meu primeiro amor
Foi como uma flor
Que desabrochou
E logo morreu

Nesta solidão
Sem ter alegria
O que me alivia
São meus tristes ais

São prantos de dor
Que dos olhos caem
É porque bem sei
Quem eu tanto amei
Não verei jamais.

Um forte abraço a todos!