domingo, 26 de março de 2017

♫Se eu não te amasse tanto assim♫

Essa é uma das canções mais lindas dos últimos anos. Gravada e imortalizada por Ivete Sangalo, até hoje a considero sua melhor música. Gravada também por Roberto Carlos, em dueto com Ivete em seu especial de 2004, Fábio Jr. e também pelos Paralamas do Sucesso, já que Herbert Viana é um de seus autores, juntamente com Paulo Sérgio Valle, tornou-se um dos hits mais executados dos anos 2000.

Pudera, afinal a letra e a melodia desta canção, juntamente com seu arranjo são fascinantes. Aquele piano, aquele amor arrebatador, imenso, maior, único, verdadeiro e existente, mesmo com tantas dúvidas alheias. A certeza de que amar alguém é possível e perfeitamente explicável em poesias cantadas e sussurradas assim.

Se eu não te amasse tanto assim
Herbert Viana e Paulo Sérgio Valle

Meu coração, sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar

E as estrelas
Que hoje eu descobri no seu olhar
As estrelas vão me guiar

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

Hoje eu sei, eu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais, muito além
Do tempo do vendaval

Nos desejos, num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 22 de março de 2017

CD Zizi Possi Passione

Este álbum pode ser considerado um volume dois dos chamados discos italianos da Zizi, já que um ano antes ela lançara com enorme êxito Per amore, já comentado anteriormente. Lançado em 1998 e chamado de Passione, este projeto explora mais uma vez a veia napolitana desta grande intérprete.

Aqui temos canções belíssimas, conhecidas nossas como Canzone per te (do repertório de Roberto Carlos), L´Aurora (do Eros Ramazzoti) e Grande grande grande (do repertório do Julio Iglesias). Além deles, temos também Gelsomina, Anema core, Cu´mme, Chella llá, Io mammeta e tu, Io que amo solo te, Torna a surriento, Passione, Malafemmena, Core´ngrato e Canto della Buranella.

Com Zizi nos ensinando o italiano, com seu canto doce e preciso, lamento não termos mais projetos assim, com outros clássicos que ganhariam mais personalidade com a interpretação ímpar dessa que é uma das nossas grandes divas.

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de março de 2017

♫Somos todos iguais nesta noite♫

Esta belíssima canção do Ivan Lins mostra, a meu ver, um pouco mais da sua genialidade em criar grandes obras, juntamente com seu grande parceiro, o Vitor Martins. Composta ainda na década de 70, época tida como bastante fértil entre nossos grandes gênios, sugere um ritmo duplo que ora nos remete a grande orquestra como se fosse um big band, ora nos remete aos mais perfeitos boleros, como a letra sugere em alguns trechos. 

Em alguns momentos, a letra me faz pensar em algo romântico, um casal que dança ao viver a felicidade. Em outros momentos, parece falar do povo em geral, naquela opressão dos anos 70 e que hoje parece ser retomada, embora com um pouco de maquiagem por partes de alguns opressores modernos. Como curto o romantismo, prefiro pensar como a primeira ideia de interpretação desse clássico da obra do Ivan.

Somos todos iguais nesta noite
Ivan Lins e Vítor Martins

Somos todos iguais nesta noite
Na frieza de um riso pintado
Na certeza de um sonho acabado
É o circo de novo

Nós vivemos debaixo do pano
Entre espadas e rodas de fogo
Entre luzes e a dança das cores
Onde estão os atores

Pede a banda
Pra tocar um dobrado
Olha nós outra vez no picadeiro
Pede a banda
Pra tocar um dobrado
Vamos dançar mais uma vez

Somos todos iguais nesta noite
Pelo ensaio diário de um drama
Pelo medo da chuva e da lama
É o circo de novo

Nós vivemos debaixo do pano
Pelo truque malfeito dos magos
Pelo chicote dos domadores
E o rufar dos tambores

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 15 de março de 2017

CD e DVD Caetano Veloso e Gilberto Gil - Dois amigos, um século de música

Este foi um dos melhores trabalhos realizados em 2015, o CD e DVD que reuniu um século de música, pois matematicamente temos 50 anos de cada lado destes dois gênios da nossa canção: Caetano Veloso e Gilberto Gil  fizeram um show baseado em grandes sucessos de ambos os repertórios, acompanhados apenas por seus também geniais violões.

Cantados geralmente em duetos ou alguns números solos, tendo o outro como admirador, o repertório passa por Back in Bahia, Coração vagabundo, Tropicália, Marginália II, É um luxo só, É de manhã, As camélias do Quilombo do Leblon (única inédita composta para este projeto), Sampa, Terra, Nine out of ten, Odeio, Tonada da luna llena, Eu vim da Bahia, Super homem (a canção), Come prima, Esotérico, Tres palabras, Drão, Não tenho medo da morte, Expresso 2222, Toda menina baiana, São João Xangô menino, Nossa gente (avisa lá), Andar com fé, Filhos de Gandhi, Desde que o samba é samba, Domingo no parque e A luz de Tieta.

Com a dupla cantando em português, espanhol, italiano, inglês e, sobretudo, revivendo seus grandes sucessos, alguns em momentos solos, outros em duetos inéditos, temos aqui um trabalho para guardarmos por mais uns cinquenta anos, sempre contemplando como se fosse a primeira vez e estivéssemos diante de dois ícones que tanto contribuíram para nossa canção com essas carreiras brilhantes.

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de março de 2017

♫O relógio♫

A música brasileira, muitas vezes, se alimenta de versões e é bem sucedida em muitos casos. Os boleros, de nossos irmãos hispânicos, são campeões neste sentido. E aqui temos um grande exemplo e, seu maior intérprete, a meu ver: o bolero clássico El reloj, com Adilson Ramos cantando para nós, este que já é nosso relógio.

Digo isto porque imagino que a maioria das pessoas que desejariam que o tempo passasse com menos pressa em determinados momentos devem cantar as primeiras frases deste clássico. Canção predominante no repertório de seus shows, lembra alguém que deseja que o tempo pare e que neste instante só o amor seja contemplado. Como o tempo é senhor de si, e em determinados instantes queremos que ele passe logo ou pare, ao menos se não podemos pará-lo ou diminuir seu compasso em bons momentos, podemos curtir grandes canções assim em vários destes bons momentos.

O relógio (El reloj)
Roberto Cantoral e Nely B. Pinto

Porque não paras relógio, 
não me faças padecer
Ela irá para sempre, 
breve o sol vai nascer

Não vês só tenho esta noite
para viver nosso amor
Teu badalar me recorda
que sentirei tanta dor

Detém as horas relógio
pois minha vida se apaga
Ela é a luz que ilumina meu ser,
sem seu amor não sou nada

Detém o tempo eu te peço
Faz esta noite perpétua
Pra que meu bem não se afaste de mim
Para que não amanheça.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 8 de março de 2017

Os compositores do Brasil - 95

Com a Portela vencendo o último desfile do Rio de Janeiro, me veio à mente a figura de um grande Portelense e também renomado compositor do samba nacional, o senhor Hildemar Diniz, mais conhecido como Monarco. Natural do Rio de Janeiro, conviveu com os bambas da Portela, sendo facilmente associado à Escola campeã.

Já trabalhou ou teve grandes nomes interpretando seus sucessos como é o caso de Zeca Pagodinho, Maria Rita, Paulinho da Viola, João Nogueira, Martinho da Vila, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Beth Carvalho, Marisa Monte, Leci Brandão, entre tantos.

Nome associado à Velha Guarda da Portela, com quem se apresenta, Monarco é dono de grandes sucessos como Coração em desalinho, Falsa alegria, Lenço, Amor de malandro, Serei seu ioiô, Tudo menos amor, Vai vadiar, entre tantas, deste nobre ser do samba nacional.

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de março de 2017

♫Grilos♫

Atualmente curto bastante o repertório do Erasmo Carlos. Na verdade, acabo descobrindo muita coisa que não conhecia do tremendão, como é o caso desta canção que só conheci quando Erasmo lançou Meus lados b. Ainda da fase áurea da dupla e gravada por outros nomes como Marina Machado, em dueto com Samuel Rosa, tenho aqui uma agradável surpresa.

A letra de Grilos fala de uma discussão entre duas pessoas, onde alguém garante que para resolverem seus problemas basta deixar a poeira baixar, descansar um pouco, baixar a tensão e se convencer que, esquecidos tais grilos e amanhecendo com sua companhia, as coisas vão se resolver. Que coisa tão comum onde a tensão chega a níveis altos e que, de repente, pouco a pouco, a solução vai pintando, não é mesmo?

Grilos
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Se você passar daquela porta
Você vai ver como é que são as coisas
Como é que estão as coisas

Sei que o mundo pesa muitos quilos
Não me leve a mal se eu lhe pedir
Para cortar os grilos
Pra guardar os grilos
Pra cortar os grilos
Pra guardar os grilos

Aí, então, você vai se convencer
Que se o mundo pesa
Não vai ser de reza
Que você vai viver

Descanse um pouco
E amanheça aqui comigo
Sou seu amigo, você vai ver
Sou seu amigo, você vai ver

Um forte abraço a todos!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

♫Vai passar♫

E neste domingo de carnaval chegamos com um samba moderno, dos mais geniais, do Sr. Chico Buarque, em parceria com o Sr. Francis Hime, lá de 1984, Vai passar. Tão atual quanto a situação caótica que o país passa e parece que o tempo mesmo é que não passou porque a letra se identifica exatamente com os tempos atuais, mesmo citando acontecimentos da época da ditadura.

Como um desfile de escola de samba, Vai passar cita passagens da história do país num enredo não muito luxuoso, mas autêntico. São citadas coisas grandiosas como grandes sambas, ancestrais, uma pátria adormecida, o exílio, a volta, o carnaval. Saudando o fim da ditadura e a esperança que pairava naquele tempo, sinto que hoje precisamos de uma renovação nessa esperança. Precisamos beber deste sentimento que saudou um novo tempo que parece que ainda não chegou. Hoje, se nosso país entrasse na avenida, com toda essa politicagem e o povo sendo enganando, a bateria não seria tão afinada, o enredo seria triste e nosso carnaval acabaria antes da quarta de cinzas.

Vai passar
Chico Buarque e Francis Hime

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações

Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais

E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval

(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Vamos abrir a roda...

Uma das pioneiras da axé music chama-se Sarajane de Mendonça Tude, conhecida apenas como Sarajane. Natural de Salvador/BA, foi descoberta por Chacrinha que a viu cantar no interior da Bahia, despontando nacionalmente em 1986 com o sucesso A roda.

Emplacou outros sucessos como Ela sabe mexer, Venha me amar, Vale, entre outras. Foi responsável pelo lançamento de outras musas como Margareth Menezes e é creditada a ela o estouro que o axé obteve no final dos anos 80, tornando-se uma febre dos anos 90 em diante.

Continua fazendo shows, embora não muito presente nessa mídia meio injusta. Chegou a implicar com seu grande sucesso, A roda, de tanto pedirem pra cantar, mas  nunca deixa de cantar a canção que fez sem levar muito a sério e tornou-se sua referência e também deste ritmo baiano.

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de fevereiro de 2017

♫Volta por cima♫

Este samba já foi gravado por nomes como Jorge Aragão e Maria Bethânia. Mais recentemente ouvi na voz de Beth Carvalho, mas penso que a voz que o imortalizou foi a de Noite Ilustrada. Clássico do repertório do compositor Paulo Vanzolini, ultrapassa os limites de apenas uma canção de amor sofrido.

Sua letra, sobretudo no trecho "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" garante toda essa imortalidade, pois foi canção que originou ditado que crava na alma deste povo brasileiro que tem samba e garra pulsando onde esta canção e este trecho brota, no coração do país tupiniquim.

Volta por cima
Paulo Vanzolini

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava

Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava

Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Lhe venha dar a mão

Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CD O melhor de Alceu Valença

Alceu Valença é uma boa pedida, sobretudo nesta época carnavalesca. Um bom álbum a se curtir é esta coletânea, que reúne alguns de seus valiosos sucessos. Estão aqui alguns que não podem faltar em seus shows como é o caso de Anunciação, Tropicana, Coração bobo, Como dois animais, Pelas ruas que andei e Solidão.

Coletânea lançada em 1999, trouxe também algumas outras canções menos conhecidas de seu repertório como Na primeira manhã, Cavalo de pau, Cambalhotas, Rouge Carmin, Guerreiro, Dia branco e Cabelo no pente, além de Vem morena, do repertório de Gonzaga. Senti falta de outros sucessos dele como La belle de jour ou Girassol, mas isso é típico de coletâneas.

Também poderiam ter explorado algum dos tantos sucessos de Alceu tocados por esta época como Diabo louro, Me segura se não eu caio, Bicho maluco beleza, Roda e avisa, dentre tantas, mas pra quem curte um bom som deste grande pernambucano, tá aqui uma boa pedida.

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

♫Ai que saudades da Amélia♫

A mulher tem conquistado cada vez mais seu merecido espaço numa sociedade que ainda é muito machista. E alguns taxam de "Amélia" aquela mulher cada vez mais rara nos dias atuais, dona do lar, que cozinha e passa, lava e costura e nunca reclama do que lhe falta. Tudo isso por causa deste clássico de dois grandes gênios que este país conheceu em termos de composição: Mário Lago e Ataulfo Alves.

Mas, segundo li, Ataulfo não defendia a submissão de uma mulher, e sim contemplava seu companheirismo, sua aptidão de estar ali ao lado de seu marido, enfrentando todas as dificuldades com muita bravura. Sob esta ótica, podemos dizer que ainda existem muitas Amélias por aí, inesquecíveis, como este eterno samba da nossa canção.

Ai que saudades da Amélia
Mário Lago e Ataulfo Alves 

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Da lama ao caos, do caos à lama...

Formação com Chico Science nos anos 90
Lá se vão 20 anos sem Chico Science e, penso que podemos afirmar que seu maior legado ficou na banda pernambucana de pop rock Nação Zumbi, de qual fez parte e a fundou e, juntamente com outra banda, a Mundo Livre S/A, foram responsáveis pelo movimento Manguebeat. O objetivo principal da banda era lutar pelas diferenças entre classes sociais com sua produção, não apenas no Recife, onde surgiu, mas em todo país.

Em 1994 lançou seu primeiro disco, Da lama ao caos, obtendo sucesso de crítica e reconhecimentos de vários colegas. A formação da banda contou com vários integrantes que, como em todas as bandas, entram e saem dela. Além do Chico, já contou com Jorge du Peixe, Lúcio Maia, Dengue, Gilmar bola 8, Toca Ogan, Canhoto, Pupilo, Gira, Gustavo da lua, Ramon Lira e Tom Rocha.

Como uma espécie de antena parabólica da lama, onde surgem caranguejos e que, segundo a banda, alguns destes pensam e emitem opiniões através deste trabalho, temos aqui uma banda que segue e enfatiza o legado do Chico e muito influenciou outros conterrâneos e até veteranos que se deixaram seduzir pelas ideias geniais dos "caranguejos que pensam".

Um forte abraço a todos!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

♫Pelo telefone♫

Muitos defendem que é este o primeiro samba nacional, a raiz deste ritmo tão brasileiro, difundido pelo mundo. É bom saber que pela cultura, nosso país é visto com bons olhos e talvez aí resida nossa maior riqueza, em nossa forma de expressar nossa arte sempre verdadeira.

E a letra de Pelo telefone cumpre bem esse pioneirismo pois aborda uma historinha de forma bastante pura e envolvente, levando a muitos que a escutam a obedecer uma espécie de chamado a ser levado pelo ritmo tupiniquim, já interpretado por tantos nomes e que, a meu ver, tem em Martinho da Vila a leitura moderna definitiva.

Pelo telefone
Donga e Mauro Almeida

O chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar
Que na Carioca tem uma roleta para se jogar
Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai, fica triste se é capaz, e verás.

Tomara que tu apanhes
Pra nunca mais fazer isso
Roubar o amor dos outros
E depois fazer feitiço.

Ai, a rolinha Sinhô, Sinhô
Se embaraçou Sinhô, Sinhô
Caiu no laço Sinhô, Sinhô
Do nosso amor Sinhô, Sinhô

Porque esse samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba Sinhô, Sinhô
Me faz gozar, Sinhô, Sinhô

O "Peru" me disse
Se o "Morcego" visse
Eu fazer tolice,
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse que não disse.

Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai, fica triste se é capaz, e verás.

Queres ou não Sinhô, Sinhô,
Vir pro cordão Sinhô, Sinhô
Ser folião Sinhô, Sinhô
De coração Sinhô, Sinhô

Porque este samba Sinhô, Sinhô
É de arrepiar Sinhô, Sinhô
Põe a perna bamba Sinhô, Sinhô
Mas faz gozar Sinhô, Sinhô.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

CD Zeca Pagodinho Multishow ao vivo - Vida que segue

Começamos o mês de fevereiro com um bamba do samba, talvez o maior da atualidade: Zeca Pagodinho que lançou em 2013 o CD/DVD Multishow ao vivo - Vida que segue, onde apresenta um show comemorando seus 30 anos de carreira, juntamente com alguns convidados e um repertório diferente do que apresenta habitualmente.

Abrindo o show com os clássicos Atire a primeira pedra/Volta por cima, Aquarela brasileira, Abre a janela, Opinião, Zeca traz logo alguns convidados como Yamandú Costa e Hamilton de Holanda em Gosto que me enrosco, que se juntam à Marisa Monte em Preciso me encontrar e, Rildo Hora, Rogério Caetano e Zé Menezes que participam das faixas Mascarada, O sol nascerá, Se eu errei/Eu agora sou feliz, Diz que fui por aí, Escurinha/Escurinho, Madame, Trem das onze.

Paulinho da Viola é também outro ilustre convidado, com quem Zeca divide o clássico Foi um rio que passou em minha vida. Temos ainda as canções Só o ôme, Barracão/Lata d´água, Batuque na cozinha (com a participação de Leandro Sapucahy), Pimenta no vatapá, Vem chegando a madrugada/Está chegando a hora, além do dueto com Xuxa em É vida que segue. Uma ótima pedida para quem deseja curtir o carnaval numa boa, com um bom som que representa este ritmo centenário e só nosso chamado samba.

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de janeiro de 2017

♫No Ceará é assim♫

Nunca fui à nenhuma cidade do Ceará, mas gosto bastante desta canção do repertório do Fagner, gravada em 1991 e regravada de forma definitiva, a meu ver, em seu mais recente trabalho, o CD Pássaros urbanos, já comentado anteriormente. 

Para quem ainda não foi ao Ceará, a canção nos leva a passear, a sentir toda essa bela paisagem que Fagner canta tão bem. Acho muito interessante esse saudosismo de alguns artistas por suas terras, o que mostra que nosso país é bom e abençoado com paisagens que sempre vão fascinar a todos!

No Ceará é assim
Carlos Barroso

Eu só queria
Que você fosse um dia
Ver as praias bonitas do meu Ceará

Tenho certeza
Que você gostaria
Dos mares bravios
Das praias de lá

Onde o coqueiro
Tem palma bem verde
Balançando ao vento
Pertinho do céu
E lá nasceu a virgem do poema
A linda Iracema dos lábios de mel

Oh! Quanta saudade
Que eu tenho de lá
Oh! Quanta saudade

A jangadinha vai no mar deslizando
O pescador o peixe vai pescando
O verde mar ...
Que não tem fim
No Ceará é assim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O trapalhão nas minas do rei Salomão

Abordando mais uma vez os trapalhões, já deveria ter falado deste título que é o mais visto do cinema nacional, do quarteto. Lançado em 1977, sob direção de J. B. Tanko, o filme traz Renato Aragão (Pilo), Dedé Santana (Duka) e Mussum (Fumaça). Ainda não tínhamos Zacarias nas telas do cinema para completar o quarteto.

Pilo e Duka ganham a vida simulando brigas numa praça pública enquanto Fumaça recolhe apostas, o que faz Glória (Monique Lafond) pensar que são corajosos e os contrata para salvar seu pai Aristóbulo (Carlos Kurt) que está preso nas minas do rei salomão, em troca do tesouro ainda desconhecido, mas que ela tem pistas.

Com a ajuda de outro expedicionário Alberto (Francisco di Franco) e contra a bruxa (Vera Setta), se desenvolve esta aventura que ainda conta com o auxílio do cachorro Lupa, que aparece duas vezes em filmes dos trapalhões (o outro é nos Saltimbancos).  Considero o melhor filme da década de 70 deles e como ainda desejo falar de outros títulos, em julho volto a comentar outros que ainda não citei.

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2017

♫Nada será como antes♫

Elis Regina, Milton Nascimento, Roupa Nova. Três grandes vozes que tornaram essa canção um verdadeiro clássico da nossa música. Seu título também foi emprestado para uma recente minissérie. Curioso é que em algumas versões desses artistas, o trecho "alvoroço em meu coração" não é cantado, substituído por "sei que nada será como está", como na segunda parte da letra apresentada aqui.

Como o vento que passa ou como as ondas que vem e vão, nada será igual. Uma canção que fala de uma partida, uma despedida, algumas saudades, esperança de momentos melhores, a resistência em ficar, a necessidade de partir, genialidade de artistas que emprestam a alma para compor e interpretar sentimentos tão comuns e sensíveis à alma humana.

Nada será como antes
Milton Nascimento e Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DVD Escolinha do Professor Raimundo (nova versão)

Não podemos ficar apenas no passado, mas o passado também nos traz boas lembranças. Realmente momentos inesquecíveis permeados pela genialidade de Chico Anysio. E para reviver esses momentos de alegria, temos agora uma nova versão da Escolinha do Professor Raimundo, atualmente exibida aos domingos e também lançada nesse DVD duplo, em 2015, que contém cenas da primeira temporada.

Com Ângelo Antônio, Betty Gofman, Dani Calabresa, Ellen Roche, Evandro Mesquita, Fabiana Karla, Fernanda Freitas, Fernanda Souza, Kiko Mascarenhas, Lúcio Mário Filho, Marcelo Adnet, Marcium Mellem, Marco Ricca, Marcos Caruso, Maria Clara Gueiros, Mateus Solano, Otaviano Costa, Otávio Muller, Rodrigo Sant´anna, além de Bruno Mazzeo como o Professor Raimundo, temos a chance de reviver as alegrias da sala de aula mais famosa da televisão brasileira.

Quem nunca riu com alguma tirada de Sr. Boneco ou com os sustos de D. Bela? Com as história de Ademar Vigário ou com as enrolações de Sr. Rolando Lero? Com as saídas de Sr. Armando Volta ou com as invenções de Sr. Peru? Curiosamente, um fato que me faz rir bastante com essa versão é o fato deles serem grandes atores, embora novos, pois conseguem reproduzir exatamente o personagem, chegando até a fazer melhor que as versões antigas. Com Zé bonitinho arrasando com as mulheres ou com as tiradas de Joselino Barbacena, só mesmo Sr. Ptolomeu pra fazer valer o salário do professor que ainda tem que aguentar as histórias de Sr. Baltazar da Rocha ou enfrentar os desafios de Sr. Pedro pedreira. O sucesso é tanto que torcemos para que venham mais DVDs com as temporadas seguintes, exibidas atualmente em nossas tardes de domingo e também no Canal Viva.

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de janeiro de 2017

♫Corcovado♫

Cantar uma cidade, com suas belezas e nuances já não é tarefa muito fácil. Agora, cantar um ponto desta cidade e obter êxito com isto talvez seja tarefa mais difícil ainda. Isso se não estivéssemos falando do Rio de Janeiro, uma das cidades mais importantes do mundo, com seu Corcovado, morro que se tornou um  símbolo maior desta cidade, e de Tom Jobim, também um dos melhores do planeta.

Tom conseguiu, com sua sensibilidade ímpar, enfatizar a natureza e sua beleza na canção que dedicou ao morro e ao monumento carioca. E essa conexão entre o romantismo e a natureza que ele fazia tão bem é, sem sombra de dúvidas, um de seus melhores segredos. E é por essas e outras que temos aqui um clássico cantado por tanta gente e, cada uma à sua maneira, deixou seu carimbo no melhor cartão postal do país.

Corcovado
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DVD O casamento dos trapalhões

Nos filmes dos trapalhões, apesar das inúmeras risadas, havia um pequeno momento de tristeza. É que na maioria dos títulos, Didi se apaixonava por alguém e no final terminava sem esse alguém, às vezes com outro par, às vezes não. Não sei se pensaram nessa lacuna, mas houve um desses títulos em que isso foi resolvido: em 1988 o quarteto lançou o filme O casamento dos trapalhões em que, não apenas Didi, mas vários personagens se divertem e se casam.

Com as participações de Gugu Liberato, Grupo Dominó, Luciana Vendramini, José de Abreu, Zezé Macedo, entre outros, o enredo se passa em uma fazenda no interior de São Paulo onde vivem os irmãos trapalhões. A irmã deles é mãe do quarteto Dominó, que se apresentará na cidade e que deseja passar as férias na fazenda dos tios, segundo carta dela.

Ao irem todos para a cidade presenciar a apresentação e depois pegar o grupo, conhecem namoradas, com as quais depois se casam. O enredo também se desenvolve com algumas confusões com playboy´s dessa cidade que entram para a briga. No final, todos se casam e Didi, que é o mais velho, além de terminar com seu amor, ainda ganha uma filha. Com músicas de Michael Sullivan e Paulo Massadas, Milionário e Zé Rico, Roberta Miranda e do grupo Dominó, temos aqui mais um título do quarteto campeão de bilheteria!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de janeiro de 2017

♫Tudo diferente♫

Do repertório da Maria Gadú, vem esta que é a minha preferida. Uma valsinha como aquelas que aconteciam há um tempo atrás, com uma belíssima melodia que dá vontade de sair por aí assobiando. A começar pelo título, todos querem começar algo bem diferente e é o que a canção oferece: um amor vivenciado de forma diferente ao que sempre estamos habituados a ouvir e ver.

Cheia de antíteses, a letra destaca personagens opostos que, de repente, se completam e vivenciam este amor, mesmo parecendo que apenas um busca mais o sentimento e a presença do outro. E por que não pensar que o amor é assim mesmo, não tem nada de exatamente igual, um mais, outro menos e os dois juntos completam o sentimento que refaz este amor.

Tudo diferente
André Carvalho

Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade

A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta

Você passa, eu paro
Você faz, eu falo
Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem
Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate

Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade

A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

DVD Irmã Dulce

Janeiro é o mês das férias de muita gente e isso também é associado a filmes, pipoca, diversão. E como em todos os anos, vamos indicar alguns títulos interessantes, neste mês. Um filme nacional que me fez chorar, mas de uma forma muito positiva e emocionante foi esse que conta a história do Anjo bom da Bahia, a freirinha conhecida simplesmente como Irmã Dulce.

Lançado em 2014 e com atrizes como Bianca Comparato, Regina Braga, Zezé Mota, Zezé Polessa, Gracindo Jr., Irene Ravache e Glória Pires, é a história biográfica da religiosa, desde sua infância, sempre ligada às causas sociais, o que produz uma vida dedicada ao próximo, mesmo que para isso tivesse que romper com algumas cláusulas das instituições que, por tantas vezes parecem tão rígidas e até distantes dos deveres sociais que ela tanto abraçou.

Sabe aquela pessoa que, de repente, vemos como um verdadeiro exemplo vivo no meio de nós, que faz coisas tão simples que sabemos que todos deveríamos fazer, mas por um motivo ou outro não alcançamos tamanha façanha, é o que essa Irmã Dulce fez enquanto existiu na Bahia, sobretudo para as crianças e para os pobres daquele lugar. O filme emociona por retratar algumas passagens dessa brilhante atuação que foi sua existência aqui entre nós!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 1 de janeiro de 2017

♫Feliz 2017♫

Em 2017 estaremos por aqui com eles e com o que de melhor cada um tem a oferecer para este ano que se inicia! Todos os gêneros e ritmos juntos em mais um ciclo que começa e que ele seja bastante produtivo para nossos ouvidos, para nossa música! A todos, um brinde pela música brasileira, a melhor de todo planeta!

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Roberto Carlos especial 2016

Roberto Carlos especial 2016
Roberto Carlos apresentou no último dia 23 um dos melhores especiais dos últimos dez anos. Cantou com grandes nomes da nossa música nacional e também com uma estrela internacional. Além de uma mexida no repertório apresentado repetidamente em alguns anos, promoveu encontros memoráveis com convidados de peso, embora nenhum que ainda não tivesse a experiência de se apresentar no programa que, há mais de 40 anos brinda o Natal da família brasileira.

Caetano, Gil e Roberto, encontro histórico.
Após começar com Emoções e Como vai você, algo que já não parecia tão novo e/ou inédito, chama ao palco a revelação do The Voice Kids deste ano, a cantora mirim Rafa Gomes, com quem cantou Ben, do Michael Jackson e Todos estão surdos. Houve também o dueto em A história de uma gata, de Chico Buarque para o musical Os saltimbancos, que foi exibido apenas na internet, pelo site do globo play. Também lá constam as interpretações de El dia que me quieras e Outra vez, além de todo o show que promoveu o clipe da canção Chegaste, gravado em dueto com Jennifer Lopez, para o próximo trabalho da diva internacional. Após uma interpretação magistral da canção Olha, com a participação mais que luxuosa de Milton Guedes na gaita, chama ao palco dois monstros da música brasileira, Caetano Veloso e Gilberto Gil com quem canta Coração vagabundo, número presente no atual show dos dois baianos. Em seguida, este encontro histórico promove mais um nome, Doryval Caymmi e a sua clássica Marina, cantada pelo trio. Só por aí, o especial já seria o máximo, mas da coroa real ainda temos outras surpresas. 

Marisa Monte e Roberto Carlos
Ele provou que está superando o TOC a cada dia e canta, após inúmeros pedidos o clássico Quero que vá tudo pro inferno, arrancando aplausos do país. Outra diva, outra vez penetra o palco do especial e dá seu show, Marisa Monte aparece cantando com o rei a canção De que vale tudo isso e, de seu repertório, Ainda bem, sendo uma das poucas em todas as edições dos especiais que também dançou com Roberto. 

Zeca Pagodinho e Roberto Carlos
E após interpretar Amada amante, Roberto chama seu último convidado da noite, o cara do samba, Zeca Pagodinho, com quem comemora os cem anos deste ritmo , cantando o medley Com que roupa/Se acaso você chegasse/O sol nascerá e, na sequência Caviar, do repertório do sambista, com quem faz um número muito alegre e divertido. Gostei do especial, pois neste ano não tivemos atrizes no palco (que me perdoem, mas acho que são melhores interpretando ou declamando poesias), nem imposição de convidados de atual sucesso (mas, que não empolgam muito nos duetos). Um repertório diferente embora sempre vai faltar esta ou aquela canção ou a hora que serão cantadas as novas canções que já não temos mais (Chegaste é linda, mas é pouco pra quem espera tanto por novas canções). Faltou um pouco mais de alusão ao Natal, um coral talvez, mas aí já reclamaríamos de mesmice, por isso, tão tradicional quanto o especial são as reclamações e, sendo assim, fico feliz pelo especial ter essa dimensão de alegria e emoção já há tanto tempo.

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de dezembro de 2016

♫Festas♫

Ivan Lins também compôs canções de Natal, numa levada bem brasileira. Com o auxílio de outro grande compositor, o Aldir Blanc, Ivan lançou mão de sua sempre genialidade para descrever a alegria do povo brasileiro, batalhador e que supera suas dificuldades na hora que se encontra com uma festa, seja Carnaval, São João ou no Natal.

É o que diz a letra e a levada da canção Festas, que destaca nossa luta, nossa alegria, esperança e que converge para aquela mesma ideia dita em tantas canções com este tema: Todo dia é dia de Natal. Por isso, um Feliz e abençoado Natal a todos os amigos do Blog Música do Brasil!

Festas
Ivan Lins e Aldir Blanc

Quando agente veste a alegria
Se entregando ao som do Carnaval
Vemos que os sonhos são os mesmos
Na Páscoa, São João ou no Natal

Quando desejamos Boas Festas
Na verdade, a festa somos nós
Brasileiros, somos assim mesmo
Na Páscoa, São João ou no Natal

Esse dom do sonho e da esperança
Que na gente é quase um ritual
Nos ensina que em nosso coração
Todo dia é dia de Natal

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Livro 101 canções que tocaram o Brasil - Nelson Motta

Tenho a sensação que, em termos de música, este é o Natal mais dos livros que dos CD´s e DVD´s, pois tivemos lançamentos mais expressivos deste segmento que dos demais. Rita Lee foi uma que lançou uma biografia. E tivemos mais um bom lançamento de Nelson Motta, o livro 101 canções que tocaram o Brasil, pela editora Estação Brasil.

Com Tom Jobim e Vinícius de Moraes brindando na capa, Nelson elenca o que chama 101 canções mais importantes dos anos 1900, chegando à década de 2000. Começando com Abre alas, de Chiquinha Gonzaga em 1899, passando pelo samba, bossa nova, festivais, anos 70, rock dos anos 80, até À procura da batida perfeita de Macelo D2 em 2003, Nelson cita o que existiu de melhor, sem deixar de reforçar que outras poderiam estar ali e até alguns autores que não tiveram alguma obra citada.

Algumas lembradas e comentadas são Carinhoso, Aquarela do Brasil, Asa branca, Marina, Chega de saudade, Eu sei que vou te amar, Garota de Ipanema, Trem das onze, Domingo no parque, Travessia, Wave, Detalhes, Ouro de tolo, Construção, As rosas não falam, Como nossos pais, Romaria, Sampa, Mania de você, Emoções, Mania de você, Coração de estudante, Futuros amantes, entre tantas citadas e contextualizadas, que representam o que de melhor existe no cancioneiro nacional, segundo o grande crítico Nelson Motta, nesta literatura musical mais que indicada aos amantes que desejam passear pela boa música nacional.

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de dezembro de 2016

♫Jesus Cristo♫

Fábio Jr. também lançou e cantou canções que nos remete à esta época. À sua maneira de pensar e explorando sua espiritualidade, fugiu um pouco das canções tradicionais e compôs algumas que, de repente, nem se tornaram clássicos, mas representam sua forma autêntica de pensar em termos de religião e espiritualidade.

Esta canção foi a mais tocada no seu trabalho de 1999, com estes temas. Aborda a figura de Jesus como um profeta que, de repente, parece que não foi muito levado a sério, pois muitos afirmam serem seus seguidores, mas distorcem seus ensinamentos com palavras e atitudes divergentes daquilo que Ele propôs. Então é mais uma canção de protesto pelas mudanças que o ser humano parece conhecer bem, mas teima em não realizar.

Jesus Cristo
Fábio Jr.

Jesus, Jesus, Jesus
Fico sempre imaginando o que você sentiu
Jesus, Jesus, Jesus
Você falou, falou, falou ninguém ouviu

Até hoje o ser humano continua
Se destruindo e destruindo a própria casa
A nossa casa a terra está ficando nua
Que judiação teu coração queimando em brasas

Teus seguidores distorceram a tua palavra
E promoveram em nosso meio a incompreensão
Nos meus temores fico sem saber de nada
Pra construir não é preciso tanta destruição

Eu sei que tenho muita fé eu acredito
Que um dia tudo vai ser muito diferente
O nosso mundo vai ser muito mais bonito
É o teu amor a luz que vai guiar a gente
Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

CD Marisa Monte Coleção

Infelizmente para este final de ano não tenho muitas sugestões de presentes de Natal. Foi um ano em que se lançaram poucos trabalhos inéditos, algumas coletâneas e outras gravações de shows, nada muito expressivo. Como em outros anos, nada de lançamento de Roberto Carlos ou Fábio Jr., ou Simone, ou qualquer outro grande artista da nossa música que, habitualmente lançava algo em novembro ou dezembro. 

Marisa Monte, por exemplo não lançou canções inéditas, mas veio com este trabalho que reúne canções lançadas de forma avulsa e que, agora estão juntas nesta coletânea. Nela, encontramos Nu com a minha música, Cama, É doce morrer no mar (com Cesaria Evora), Carinhoso (com Paulinho da Viola), Alta noite (com Arnaldo Antunes), A primeira pedra (com Gustavo Santaolalla), Dizem que o amor (com Argemiro Patrocínio), Ilusão (com Julieta Venegas), Esqueça, Chuva no mar (com Carminho), Fumando espero, Volta meu amor (com Velha guarda da Portela) e Waters of  March (com David Byrne).

Um CD quase de duetos e a voz sempre agradável da Marisa em uma coletânea com um trabalho gráfico muito interessante e que não pode faltar na lista de todo bom colecionador de música brasileira. Jorge Vercilo foi outro artista que lançou um belo trabalho este ano, digno de sugestão para presente de Natal e que comentaremos em breve.

Um forte abraço a todos!

domingo, 11 de dezembro de 2016

♫Estou aqui♫

Durante muitos anos, Roberto Carlos lançou discos nesta época, cumprindo uma espécie de ritual que garantia a trilha sonora dos Natais em terras tupiniquins. É pena que há mais de uma década, ele já não lança um trabalho com esse propósito, e durante este tempo, apenas alguns discos ao vivos e, neste ano, nem isso.

Mas, isso não apaga a contribuição que ele deu à música brasileira e às festas natalinas, sobretudo nas décadas de 70 e, com mais ênfase nos anos 80 e 90, quando em seus discos constavam uma canção com temática religiosa que, por si, já garantia mais um som em homenagem ao aniversariante do mês. Foi o caso de Estou aqui, lançada em 1983, uma das mensagens mais lindas de amor por Jesus, que Roberto e, seu parceiro, Erasmo fizeram. A letra de Estou aqui é uma belíssima oração em forma de canção que aponta para a solução de tudo: estar diante de Cristo e lhe suplicar por Sua Luz em nossos caminhos, Luz esta que se renova e sua chama se fortalece a cada Natal.

Estou aqui
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Estou aqui 
Outra vez em busca desse abrigo
Do conforto desse olhar amigo
Luz do meu caminho, a direção

Estou aqui
Por tantas angústias e conflitos
Como tantos outros tão aflitos
Sabem que você é a solução

Estou aqui à procura do caminho certo
Como quem precisa num deserto
Por milagre a fonte, a salvação

Estou aqui
Venho iluminar meus pensamentos
E aliviar meus sofrimentos
Só você eu sei é a solução

Por isto meu amigo
Cada vez mais forte é a minha fé e a minha crença
Em toda parte encontro o seu olhar, sua presença
E elevo o pensamento em oração

Cristo meu amigo
Sua luz me mostra a direção a ser seguida
Você é a verdade é tudo é o caminho a vida
Só você, eu sei, é a solução

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Blog Música do Brasil - 9º aniversário!!!

E o Blog Música do Brasil chega ao nono aniversário no próximo dia 09/12. Nove, no dia nove, com um bolo de música em forma de nove. Nove rima com inove e isso é uma tarefa difícil para um simples espaço virtual que descreve meus pequenos pensamentos a respeito dessa arte suprema que é a música, especialmente a do Brasil, com todas essas estrelas que passam por aqui.

Neste ano, os acessos cresceram gradativamente e uma das maiores emoções foi ter a postagem com Isolda, na série Partituras musicais. Sem dúvidas, um momento nobre e muita generosidade da parte dela. Destaco um ponto negativo: tive uma postagem retirada do ar, sem entender o porquê. Nunca postei canção, vídeo, muito menos disco para download, mas recebi notificação da Sony music que pediu a retirada da postagem CD Roberto Carlos Mujer Pequeña. Logo ele, que é a base das postagens daqui, rsrsrs. Bom isso nunca entendi, nem me explicaram muito, mas a postagem está em formato de rascunho e não a postarei mais.

No mais, os mesmos agradecimentos a todos que por aqui passaram e prometo mais postagens para 2017 e tomara que, se eu infringir algo, alguém ao menos me diga o que fiz de errado, pois o que tenho feito é comentar em CD´s, DVD´s, livros, canções e artistas, um pouco da arte, sem procurar feri-la, muito menos seus autores. Um pedaço desse virtual bolo e um brinde à Música do Brasil, para todos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de dezembro de 2016

♫O Natal existe♫

Aí chega dezembro e passeamos por clássicos natalinos. Quando penso que, de repente, esse tema já se esgotou, aparecem mais e mais canções para mexer com a nossa nostalgia, já que atualmente quase já não temos canções, o que dizer com este tema?

Lembro da minha infância que, assim como hoje, sempre tivemos vários comerciais com canções, nesta época. E essa canção tocava enquanto um garoto corria para chegar a tempo à sua apresentação em um coral e chegou a tempo de dizer o último "pra você"! E esta é uma das mensagens do Natal, a persistência de que chegaremos a tempo de cumprir nossos compromissos com a felicidade.

O Natal existe
Edson Borges

Quero ver você não chorar
não olhar pra trás
nem se arrepender do que faz

Quero ver o amor vencer
mas se a dor nascer
você resistir e sorrir

Se você pode ser assim
tão enorme assim eu vou crer

Que o Natal existe
que ninguém é triste
e no mundo há sempre amor

Bom Natal um Feliz Natal
muito Amor e Paz pra Você
pra você....

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Os Intérpretes do Brasil - 52

E encerramos o mês de novembro com mais um grande nome nesta série. Hoje, com toques de sertanejo raiz, ritmo que representa tão bem nosso interior. E o grande nome deste ritmo é Sérgio Reis que, com o passar do tempo, tornou-se um grande intérprete neste assunto. Basta ouvir seu repertório, no decorrer de toda sua carreira para percebermos esta tona.

Tanto Boiadeiro errante, quanto O menino da porteira são clássicos associados à sua voz, do compositor Teddy Vieira. E, embora não goste muito da letra da segunda, não posso negar que, quando a escuto, a associo imediatamente à voz do Serjão, mesmo que se trate de alguma regravação, por outra voz.

Gosto também quando Sérgio empresta seu canto manso e suave para interpretar nomes que não são necessariamente associados ao ritmo sertanejo ao qual está habituado navegar. Nesse sentido, ele manda bem tanto em Todas as manhãs, de Roberto e Erasmo, quanto em O Cio da terra, de Chico e Milton. Mas, como também estamos tratando de um intérprete nato, é facilmente possível infringirmos as regras dessa postagem e citar mais que três grandes canções de seu repertório que constam como preferidas de alguém, afinal, o próprio Sérgio já cantou que panela velha...

Um forte abraço a todos!

domingo, 27 de novembro de 2016

♫Do Leme ao Pontal♫

Tim Maia é mais que nunca o síndico deste prédio chamado Brasil. Mas, um síndico que cuida bem de tudo e que, se realmente assim fosse, mesmo com todos os defeitos que o Tim poderia ter, tenho certeza que o país estaria um pouco melhor. E muito melhor, se pensássemos em termos musicais, em termos de alegria contagiante.

Tim possuía o dom e isso é suficiente quando se faz uma canção que, de repente, traz uma letra tão simples, tão ínfima, mas que junto com a melodia, com os arranjos que brotavam de sua cabeça genial faziam essa diferença toda que provoca essa canção, com todas aquelas frases de metais e com a letra que mistura praias do Rio de Janeiro com sua dieta nada light.

Do Leme ao Pontal
Tim Maia

Do Leme ao Pontal
Não há nada igual!

Olha o breque!

Sem contar com Calabouço
Flamengo, Botafogo
Urca, Praia Vermelha

Tomo guaraná, suco de caju
Goiabada para sobremesa

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os cem anos do samba

O samba é o ritmo do Brasil, lembrado em toda parte do planeta. Até a Bossa Nova, que também é muito associada e conhecida em outras partes do planeta, está associada a uma "evolução" do samba, com uma cadência mais leve e notas mais dissonantes. Neste mês de novembro comemoramos os cem anos do samba.

Mas, há controvérsias, como diria um famoso personagem da Escolinha do Professor Raimundo, pois há quem diga que o samba surgiu antes. O local de origem também é polêmico, pois rivalizam aí a Bahia e o Rio de Janeiro. Credita-se a Donga, o primeiro samba registrado em 1916, Pelo telefone. Polêmicas a parte, a verdade é que comemorar esse ritmo é mais que necessário.

Tudo se torna menor, até a tristeza, quando pensamos na alegria que uma roda de samba, com grandes ou pequenos sambas podem nos proporcionar. O pai da alegria nos deu grandes Martinhos, Zecas, Jorges, Paulinhos, Beths, Alciones, Chicos, Claras, Pixinguinhas, Arys, Joãos, Cartolas, Yvones, Lecis, Noel´s, Caymmis, Agepês, Bezerras, Dicrós, Adoniran´s, Candeias, Ismael´s, Ataulfos, Nelson´s, Mários, tantos grupos, cantores e cantoras que levantam essa bandeira e não deixam o samba morrer.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

CD Fábio Jr. Desejos

Um dos grandes discos de carreira de Fábio Jr. é este aqui, Desejos, lançado em 1993. Nele, nosso grande intérprete apresenta algumas composições e também navega pelo repertório de outros compositores como Nando Cordel, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Michael Sullivan e Paulo Massadas, Paulo Sérgio Valle, além de resgatar um clássico da Jovem Guarda, que também tornou-se um clássico de seu repertório, por sua primorosa interpretação.

Exatamente, este disco é o que contém a faixa Esqueça, do repertório de Roberto Carlos, e que foi tema da novela global A viagem. Além dela, temos a faixa de abertura e carro chefe Desejos, Tudo bem, Queria ser, O resto fica pra depois, Trato de amor, Fábios, Ah como eu queria, Mel e aveloz, Meu lado sonhador, Minha namorada e Muito prazer.

Um belo disco de uma época em que ainda eram lançados grandes discos e que acabavam frutificando grandes sucessos radiofônicos, lembrados até hoje. Naquele ano, por esta época, tínhamos os lançamentos do Fábio. Hoje em dia, quase não temos lançamentos, nem do Fábio, nem de ninguém!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de novembro de 2016

♫Sentimentos complicados♫

Essa é pra quem diz que nossos gênios já não criam, eles continuam criando grandes pérolas sim! Esta canção poderia figurar na série Olhando as estrelas e destacarmos os quatro punhos abençoados que a compuseram: Caetano Veloso e Erasmo Carlos. Eles já gravaram juntos, cantaram juntos, mas ainda não haviam composto juntos, até recentemente quando no disco Gigante gentil, do tremendão, veio a primeira parceria.

Uma letra bastante romântica que destaca um amor distante e suas consequências para quem o vivencia. Então encontramos aqui elementos como saudade, existência, natureza e solução completada a dois, tudo feito e refeito pelo amor, coisa que esses dois sabem cantar e compor tão bem!

Sentimentos complicados
Erasmo Carlos e Caetano Veloso

E o que vai restar de mim
Se você me olhar de longe
Amor, sem me dizer se me viu
Eu sei, serei quem nunca existiu

Quando o mar fugir do céu
E o luar fugir do monte
A dor que o mundo sempre sentiu
Será uma visão infantil

Toda solidão que forma a terra
Se concentra lá no sol em mim
Sentimentos complicados
Fazem cantar assim

Se você me olhasse e visse
Mudava o sol, mudava o mar

Eu existiria então
Sob a bênção dos seus olhos
Amor, céu multimar e luar
A flor teimando sempre em brotar

Toda a exuberância que há na terra
Chega em mim por seu olhar assim
Tudo quanto alegra a natureza
Vai achando seu lugar em mim

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Os compositores do Brasil - 94

Evandro Ribeiro, que também adotou o pseudônimo de Eduardo Ribeiro, é o compositor homenageado desta série hoje. Uma das figuras mais importantes da história do disco neste país, presente no currículo de vários artistas, sobretudo os que gravaram pela antiga CBS, hoje Sony, nas décadas de 60, 70 e 80.

Dono de grandes canções gravadas por Roberto Carlos, foi o produtor de seus discos de 1963 até 1983 e também compôs em parceria com outros nomes, sucessos inesquecíveis como Quando o sol nascer, Nosso amor, Preciso de você, Coisas que não se esquece, Eu me vi tão só e Voltei ao passado. Muitos fãs do rei creditam à presença dele, a fase mais produtiva e atraente nas composições, arranjos, enfim, em tudo que leva o nome Roberto Carlos. 

E é certo que "seu Evandro", como era conhecido, vai muito além de algumas canções que nem se tornaram clássicos, mas que habitam algumas das coisas mais lindas que o rei gravou e também não se pode esquecer que, ele não foi apenas mais um compositor do Roberto, mas o grande produtor de seus discos e dos trabalhos de outros grandes nomes como Raul Seixas, Jerry Adriani, entre outros. E acho absurdo se encontrar tão pouco na internet sobre um nome tão importante para a música como é o seu!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de outubro de 2016

As cidades cantadas - 17

Fazia tempo que não abordávamos esta série onde associamos as cidades do nosso país com suas respectivas homenagens musicais. E quando a gente pensa na capital do Brasil, só vem à mente os políticos que lá trabalham e, de certa forma, acabam "manchando" a ideia de uma boa cidade. Mas, protestos a parte, Brasília é a única cidade projetada de nosso país, com todos os seus encantos.

Oscar Niemeyer desenhou, com seus mágicos traços, belíssimas paisagens que representam uma cidade que, dizem ter sido prevista por alguns profetas. Ao menos este pensamento nos faz acreditar em dias melhores. Imaginava que até existia canção em homenagem à cidade, mas que esta estaria ligada ao pensamento político, com o qual iniciei esta postagem. Felizmente, Guilherme Arantes me apresentou em seu repertório esta canção que descreve toda a beleza e imponência daquele lugar.

Brasília
Guilherme Arantes
Uh! Brasília

Loucos profetas previram a tua existência milênio atrás
e nos seus mapas marcaram o centro do mundo e nele tu estás
todas as lendas que cercam teu nome jamais lograrão te explicar
nem a política, nem o teu preço que foi tão penoso pagar

Uh! Brasília

Tuas cidades satélites mostram o quanto és uma aberração
vivem à margem da tua luxúria onde corre o poder da nação
seitas estranhas proclamam que o teu destino ainda não se cumpriu
rezam a vinda dos anjos de estrelas cadentes no céu do Brasil

Uh! Brasília

És a vitrine imponente e ostensiva de um povo que vive a sonhar
com seu império futuro, tesouro, presente que Deus vai mandar

Uh! Brasília

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

CD Gal Costa Aquele frevo axé

Lançado em 1998 e com o título de Aquele frevo axé, este é mais um CD com interpretações inéditas da obra da diva Gal Costa. Com composições que vão desde Tim Maia, o sempre Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto, Luiz Gonzaga, Jorge Benjor, Herbert Viana, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, gente com quem Gal já gravou e também vem gravando durante toda sua carreira.

Com isso, Gal empresta sua voz para dourar canções como Imunização racional, A voz do tambor (com a participação de Milton Nascimento), Aquele frevo axé, Esquadros, Assum branco, Amor de juventud (com a participação de Pedro Aznar), Aguarte agora, Qui nem jiló (Com trecho incidental de Expresso 2222), Você, Você não gosta de mim, Habib, Quase um segundo, Calling you/Girl from Ipanema e Sertão.

Escutar a voz suave da Gal, junto a grandes interpretações é uma boa pedida para qualquer amante da música brasileira. Aqui temos um trabalho que mescla tudo isso a ritmos, com canções gravadas em sua maioria em português, mas que também apresenta o espanhol e o inglês em duas faixas, o que mostra um pouco deste extraordinário potencial que se chama Gal Costa.

Um forte abraço a todos! 

domingo, 23 de outubro de 2016

♫Sereia♫

Verão e o "sol batendo". Nada como uma boa praia para "pegar um bronze". Ao menos assim as pessoas pensavam antigamente. Hoje em dia existe uma preocupação maior com a pele e o brasileiro também percebeu que sol não deixa ninguém com a pele mais bronzeada de forma permanente. Mas, o ambiente de praia é sempre atrativo, sobretudo pela bela paisagem e também por alguns ou algumas que podem completar essa paisagem.

Ao menos é isso que a letra de Nelson Motta e Lulu Santos, campeões nesse tema, explora. Uma sereia, como chamam, que completa qualquer paisagem e a deixa mais que perfeita, com todo seu brilho, sua luz. E quem, ao ouvir Sereia, ou Como uma onda, ou De repente Califórnia, ambas naquela "levada Havaí" que Lulu sabe fazer tão bem com seus violões e guitarras, não sente vontade de tornar-se um rio que ruma ao mar?

Sereia
Lulu Santos e Nelson Motta

Clara como a luz do sol
Clareira luminosa nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente nesses mares do sul
Clareira azul no céu na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério

Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo

Luz do divinal querer
Seria uma sereia, ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será um sonho de criança
Sob o sol da manhã

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CD Emílio Santiago 1997

Saudades dessa grande voz, de nosso maior intérprete Emílio Santiago. Aqui um de seus grandes trabalhos, lançado em 1997 e que faz um passeio versátil pela obra de Caetano Veloso, Dona Ivone Lara e Hermínio Bello de Carvalho, Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Lulu Santos, Altamiro Carrilho, Gilberto Gil, Armando Manzanero, Paulo Diniz, Jorge Aragão, João Nogueira e tudo o mais que representa o ótimo gosto musical deste excelente músico.

Produzido por Mazzola, o repertório contempla belíssimas leituras de Nossa gente (Avisa lá), Meu sol, Pingos de amor, Alguém me disse, Aviso aos navegantes, Meu sonho é você, O ciúme, Mas quem disse que eu te esqueço, Estrela, Si me faltas tu, Malandro, Misty, Chinelo novo e Estão voltando as flores que abrange os idiomas português, espanhol e inglês.

Na capa, a foto do crooner, o verdadeiro e imenso intérprete que este país aprendeu a cultuar desde suas primeiras aparições em festivais na década de 70. Uma voz que polia qualquer joia musical a tornando ainda mais rara e reluzente, transformando seu repertório em um verdadeiro desfile de aquarelas musicais.

Um forte abraço a todos!