domingo, 31 de julho de 2011

CD Roberto Carlos 1998

Capa do CD 1998.
Esse cd foi mais aguardado que o anterior por retomar a linha de canções inéditas e em português. Só soube de seus detalhes no programa do Faustão, com um link que este fez para o ensaio onde Roberto estava preparando o especial de fim de ano, com canções votadas naquele ano no programa. Roberto parecia triste e as notícias meio truncadas que saíam nas revistas e jornais se confirmavam: sua esposa estava doente e sua dedicação a esse momento difícil o impossibilitou de concluir o novo trabalho, resultando em um disco que viria com quatro canções inéditas e seis regravações. Ali, Roberto cantou as faixas inéditas, com direito a pagode e forró.

Na semana seguinte, com cortes, Roberto se apresenta no programa do Fausto e fala sobre o disco que atrasou mais que nos outros anos. Essa apresentação na íntegra só seria vista em janeiro do ano seguinte. As quatro faixas inéditas eram Meu menino Jesus (dedicada ao Natal), O baile da fazenda (um xote, com direito a Dominguinhos na sanfona), Eu te amo tanto (dedicada à Maria Rita) e Vê se volta pra mim (um pagode de Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle). As outras faixas eu só conhecera quando adquiri o cd, que também não chegou no dia de seu lançamento em Limoeiro.

Contra-capa do CD 1998.
Aquela distribuição uniforme que ocorria em todos os locais ficaria no passado. Fui buscar na cidade vizinha e o preço estava mais em conta que no ano anterior. Pensava que as regravações seriam feitas em estúdio e faixas mais clássicas de seu repertório. Percebi que eram canções ao vivo retiradas aleatoriamente do atual show que ele apresentava e que eu não tinha visto ainda, o show Romântico, que ficou pouco tempo em cartaz. Lamentei então não ter vindo o show completo, pois até então só tínhamos um disco ao vivo dele. Não tivemos fotos internas, o que acho que poderia ter vindo alguma retratando algum momento do show.

Das inéditas, gostava mais de Vê se volta pra mim, um pagode estilizado, como dizia o radialista da época. Das regravações, gostei mais das versões de De tanto amor e Falando sério. As outras faixas eram Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, Amada amante e Nossa canção (com um extenso texto sobre a Jovem Guarda). Segundo o maestro e produtor desse cd, Eduardo Lages, esse disco foi difícil de ser concluído pela dificuldade do momento pelo qual o rei passava e por isso compreendemos ainda mais a dimensão desse profissional que se esforçou muito e garantiu mais uma vez nosso presente de Natal.

Com essa postagem, encerro essa série que falou dos lançamentos dos anos 90 do rei e de minhas aventuras em busca deles. Eu, como muitas crianças, não conheci Papai Noel, nem ganhei presentes natalinos, mas encontrei nesses lançamentos anuais a solução dessa lacuna. A importância de cada trabalho desses é de que, além de conterem músicas marcantes em minha vida, estão presentes na história de minha juventude e trazem de volta o tempo em que morava em Limoeiro/PE e que ainda não tinha internet, mas que era delicioso saber e contemplar cada momento descrito nessa série. Não sei se conseguiria agradecer ao Roberto um dia, se eu o encontrasse, tantas lembranças maravilhosas que ele me proporcionou com esses momentos. E como o próprio Roberto diz em uma das faixas desse disco: “uma fruta que a gente prova e jamais esquece seu gosto...”

Um forte abraço a todos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa série foi encerrada de uma maneira simplesmente linda, assim como começou.
Tivemos acesso não só aos CD's e suas faixas (que comprovaram a riqueza produtiva do Roberto na década de 90), como também aos momentos vivenciados pelo próprio artista e os seus fãs durante o lançamento dos trabalhos.
Os teus sentimentos em relação ao Roberto traduzem a sinceridade e a emoção que todos os fãs sentem e sentiram ao longo de todos esses anos.

Beijos!