Mostrando postagens com marcador Chico Buarque. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Chico Buarque. Mostrar todas as postagens

sábado, 29 de junho de 2013

Isso aqui tá bom demais

Com essa canção encerramos as comemorações do mês junino, com esse clássico de Dominguinhos e Nando Cordel, gravado por ambos, em parceria com Chico Buarque, que serviu como tema para a novela Roque Santeiro e regravada posteriormente por outros nomes como Elba Ramalho. É uma canção que retrata exatamente como é visto o forró e a festa junina para aquele que a aprecia.

Com apenas duas estrofes, seus autores conseguiram sintetizar toda a festa junina, com sua animação, romantismo e ritmo quente de quem abraça a alegria e não solta durante toda a noite. Hoje, noite de São Pedro, com certeza, esse e outros clássicos são entoados nas boas festas Nordeste afora, afinal é mais uma noite para curtirmos essa tradição só nossa!

Isso aqui tá bom demais
(Dominguinhos e Nando Cordel)

Olha, isso aqui tá muito bom
Isso aqui tá bom demais
Olha, quem ta fora qué entra
Mas quem ta dentro não sai

Vou perder me afogar no teu amor
Vou desfrutar me lambuzar deste calor
Te agarrar pra descontar minha paixão
Aproveitar o gosto dessa animação

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de março de 2013

Os ao vivos do Chico - 4

Essa série foi criada há alguns anos para debatermos os discos ao vivo do Chico Buarque. Sei que o leitor pode pensar que disco ao vivo é tudo igual, mas no caso do Chico, como estamos já na quarta edição, percebemos que ele é uma exceção à regra, pois percebe-se uma preocupação, de uma turnê para a outra, em reformular quase que totalmente o repertório, que no caso do Chico, dono de grandes clássicos, isso não é tarefa difícil. E como também demora cerca de 5 anos pra lançar um trabalho inédito, seus discos ao vivos tem também levado esse tempo para serem lançados, já que têm como base justamente esses trabalhos inéditos.

Chico Buarque Na carreira, CD duplo e DVD, foi lançado em 2012, fruto do show que promovia o CD Chico, lançado em 2011. Logo aí, de cara, já temos as dez faixas deste, presentes no show e que já conta como um diferencial dos demais projetos desse tipo. São elas: Querido diário, Rubato, Essa pequena, Tipo um baião, Se eu soubesse (com a participação de Thaís Gulin), Sem você nº 2, Nina, Barafunda, Sinhá (aqui, sem João Bosco, que participou do CD 2011, e Sou eu que traz dueto com seu baterista Wilson das Neves, que também divide os vocais no clássico Tereza da praia.

Temos clássicos que já ouvimos em outros CD´s ao vivo, mas com novas leituras como Desalento, Injuriado, Todo o sentimento, O meu amor, Teresinha, Na carreira, Sob medida e Futuros amantes. Temos clássicos nunca lançados ao vivo como O velho Francisco, De volta ao samba, Choro bandido, Bastidores, Ana de Amsterdam, Anos dourados, Valsa brasileira, Geni e o Zepelim, A violeira, Baioque e Rap de cálice! Com todo esse repertório, Chico mostra que tem condições de fazer uns 15 shows diferentes e emocionantes, então creio que esta série voltará a qualquer momento.

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de dezembro de 2012

Olhando as estrelas - 31

Essa semana tivemos o Especial de Roberto Carlos e com alguns duetos como vimos e também publicamos aqui. De todos os duetos que o rei realizou em quase 40 anos de especial, um que eu ainda sonho que se repita é com Chico Buarque. Esse aconteceu em 1993 e ao apresentar Chico, após trecho de Carolina cantada pelo rei, este diz: um dos maiores se não o maior compositor de todos os tempos do Brasil! 

Chico e Roberto se conheceram ainda na década de 60 e sempre houve uma admiração mútua entre os dois. Ao contrário de alguns artistas que nutriam preconceito pela Jovem Guarda e pelo trabalho do Roberto, Chico conquistou a admiração e simpatia do rei por sua postura diferenciada e sempre sábia de ver as coisas sem preconceitos! Na década de 70, Chico tentou que Roberto gravasse Cálice e na década de 80, compôs especialmente para o rei a música Tantas palavras, parceria com Dominguinhos.

E embora, o rei não o tenha gravado em disco, em 1993, Chico homenageou Roberto na faixa Paratodos, onde descreve sua genealogia musical! Convidado ao especial daquele ano, Roberto e Chico cantaram juntos O que será (à flor da pele), emocionando seus fãs! Por pouco, a homenagem a Tom Jobim que aconteceu com Roberto e Caetano, não foi com Roberto e Chico. Em 2007, Chico gravou com Erasmo a faixa Olha, da dupla. E quem sabe ainda temos algum encontro desses dois em algum momento que suas estrelas se encontrarem e produzirem esse brilho imensurável!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de setembro de 2012

Olhando as estrelas - 28

Duas das estrelas de maior brilho da música brasileira em todos os tempos: Chico Buarque e Tom Jobim. E foi graças a outra estrela, Vinícius de Moraes, que os dois se conheceram e escreveram páginas belíssimas em nossa música. Desde Retrato em branco e preto, em 1968, até Piano na Mangueira, em 1993, surgiram alguns outros clássicos e uma amizade rara na música brasileira.

Foram duras batalhas vivenciadas juntos, como no Festival em que apresentaram a canção Sabiá e foram vaiados, sem qualquer explicação, apenas pelo desejo de protestar! A valsa Imagina, que Tom criou em 1947 só ganhou letra com Chico, anos depois. E outras canções se sucederam da dupla como Anos dourados, Eu te amo, Carta do Tom, Olha Maria, Pois é, etc. Chico também gravou canções do maestro em sua carreira, como Lígia e Sem você.

Na canção Paratodos, Tom é o primeiro a ser citado por Chico que também dedicou o DVD Anos dourados à essa amizade musical que existia entre eles. No programa Chico & Caetano, apresentado na Globo nos anos 80, Tom participou tocando e cantando Sabiá com Chico. E no especial de 1993 exibido pela Band, do Chico, tivemos uma das últimas aparições do maestro soberano que teve no compositor de olhos verdes, um de seus maiores pupilos e parceiro ao mesmo tempo!

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de maio de 2012

CD Chico Buarque Para Todos

Sei que muitos fãs da música brasileira e em especial do Chico Buarque preferem seus trabalhos mais antigos, do início de sua carreira até meados dos anos 80. Não vou dizer que este é meu CD preferido, mas é dos mais preferidos e não apenas para esses simples blogueiro, pois já li que Edu Lobo também cultua este trabalho. E pudera, qual outro CD reúne nomes como Chico Buarque, Tom Jobim, Gal Costa, Francis Hime, Edu Lobo, Dominguinhos, Miguel Plopschi, Rildo Hora, Luis Cláudio Ramos, Wilson das Neves e tantos outros grandes nomes em um trabalho histórico como este?

Em plena década de 90 que muitos definem como improdutiva e já decadente para nossa música, mais precisamente em 1993, temos o lançamento desse trabalho e de clássicos como Para todos, Choro bandido, Sobre todas as coisas, Futuros amantes, Romance, Piano na mangueira e Pivete, além de Tempo e artista, De volta ao samba, Outra noite, Biscate e A foto da capa.

Grandes canções, dueto de Chico com Gal em Biscate, parcerias com Francis e Edu e com Tom, que tem uma de suas últimas gravações em Piano da Mangueira, uma capa criativa e pertinente que escancara a identidade de Chico com o povo nesse trabalho que foi feito para todos e que os futuros amantes com certeza se amarão sem saber do amor que um dia houve em projetos como este.

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de abril de 2012

A Vida do viajante

Esta é das mais lindas do repertório de Gonzaga. Diria até que se contarmos as dez mais, ela vai figurar em 90% das listas que seus fãs se arriscariam a fazer. Interpretada por outros nomes, cada um a sua maneira, como Fagner, José Augusto, Chico Buarque, Dominguinhos, Lenine entre outros, podemos dizer que estamos diante de um clássico do sertão do Brasil.

E parece que Luiz Gonzaga queria mesmo uma canção que pudesse deixar para a posteridade, que sua história, ao se confundir com a de tantos que se identificam com a canção, pudesse ser contada, sobretudo na melhor forma possível, destacando a alegria e a dificuldade de ser artista, mesmo com a chuva ou com o sol escaldante, com a saudade de casa e a felicidade de fazer amigos, a simplicidade da vida que Gonzaga tanto cantou pelo país! O personagem que é o artista, diferente de quem o interpreta, que apresenta sentimentos humanos como a saudade e o cansaço da caminhada, mas se vê orgulhoso disso tudo.

A vida do viajante
(Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil)

Minha vida é andar por esse país
Pra ver se um dia descanso feliz

Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.

Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa sigo o roteiro
Mais uma estação...
E a saudade no coração

Mar e terra, inverno e verão
Mostro um sorriso, mostro alegria
Mas, eu mesmo não...
E a alegria no coração

Um forte abraço a todos!

sábado, 31 de março de 2012

Bastidores

Essa música é a cara do Cauby. Não sei se tem tudo a ver com o Cauby, mas é como se ela descrevesse direitinho este personagem da nossa música, quando ele interpreta essa canção. A força é tanta que ele incorpora o personagem da música e ninguém consegue imaginar alguém diferente do Cauby sofrendo o que a letra do Chico diz, mesmo quando o autor ou outro intérprete se arrisque a cantá-la.

Bastidores foi feita para a irmã do Chico, Cristina Buarque, e fala do amor sofrido, desesperado e que busca força no canto, na música para ressurgir das cinzas com a glória do aplauso. Tornou-se praticamente uma tatuagem do Cauby que chora com sua interpretação. Uma genialidade do Chico colocar em confronto a atuação da estrela com o sentimento oculto nos bastidores que o acompanha ao palco em seus pensamentos. Com cenas que remetem ao teatro, Bastidores é um dos clássicos da música brasileira que põe seu imortal intérprete no topo dos grandes talentos que esse país oferece em sua música.

Bastidores
(Chico Buarque)

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei o calmante, o excitante
E um bocado de gim

Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei

Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão
Te vi pelo salão
A caçoar de mim

Não me troquei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar
Vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo o cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim

Mas não bisei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que nunca mais vais voltar

Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bêbados e febris
A se rasgar por mim

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Programa Som Livre Exportação - parte 1

Elis concede entrevista ao programa.
Eu não vi esse programa, nem vivi esse tempo, mas fico pensando como era interessante presenciar algo desse tipo, sobretudo por hoje serem tão raros os programas com essa qualidade e com esse cast. O programa Som Livre Exportação foi exibido entre 1970 e 1971 pela TV Globo, semanalmente, e tendo por objetivo oferecer uma visão panorâmica da música brasileira naquele momento.

Simonal no show do Anhembi.
Apresentado por Ivan Lins e Elis Regina (que trocara a Record pela Globo), o programa contou com a participação de grandes nomes da nossa música como Chico Buarque, Gonzaga Jr., Tim Maia, Toquinho, Vinícius de Moraes, Os Mutantes, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gal Costa, Mário Lago, Wilson Simonal, Roberto Carlos, entre outros. Foram lançados dois disco, em que o primeiro obteve mais êxito, destacando-se as faixas Madalena (com Ivan Lins) e Coração vagabundo (com Caetano e Gal).

Bethânia e Caetano se apresentam.
A ideia inicial era exportar o programa para promover a música brasileira no exterior, mas isso não aconteceu. Entretanto, tivemos edições históricas desse programa até hoje inesquecível, como em 1971 quando Caetano Veloso fez duas apresentações antes de retornar a seu exílio em Londres. Outro momento marcante foi Elis Regina estourar com a canção Madalena, de Ivan Lins, que se tornaria um clássico da nossa música!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Homenagem ao malandro

Feriado do dia da Proclamação da República e fui buscar o significado de República no dicionário, encontrando o seguinte, de acordo com o Houaiss: "forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos". E aí me pergunto: além de estarem curtindo o merecido descanso, embora haja quem pense que temos feriados demais, será que o brasileiro reflete sobre isso? Será que nossos governantes estão mesmo dedicados à soberania popular?

Com uma classe política tão desacreditada, por tantos arranhões que recebemos no decorrer de nossa história antiga e recente, tornam-se opacas as pessoas sérias que se envolvem nesse meio. Sinto que o país está nas mãos de um grupo só, cada vez sem oposição e sem muito direcionamento para essa soberania popular, numa espécie de malandragem, como conta essa canção do Chico, em que foi procurar aquele conhecido malandro e se surpreendeu com a modernização dessa classe que, em nada tem haver com a tradicional figura social que ele conhecia, parecidíssimo com alguns políticos atuais dessa nossa República:

Homenagem ao malandro
(Chico Buarque)

Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais

Agora já não é normal, o que dá de malandro regular profissional,
malandro, com o aparato de malandro oficial,
malandro, candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.

Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O caderno

Dia do estudante e trago para os amigos do Blog um clássico da música brasileira, imortalizada por seu autor Toquinho e também interpretada por Chico Buarque. E confesso, como professor, que ouvir e cantar uma canção como essa emociona bastante. Faz a gente esquecer das dificuldades que são tão grandes, porque maior é a dedicação que temos por esse ofício de ensinar.

E dia do estudante serve também para acalentarmos ainda mais nossos sonhos de acreditarmos que essas pessoas vão continuar o que chamamos de bem, que vão se formar grandes seres capazes de mudar as coisas para melhor, simplesmente com seus trabalhos honestos! Por enquanto, ficamos com a ideia do caderno que Toquinho traz pra nós: a alegria de ser um instrumento inseparável no crescimento de todos os estudantes, afinal somos eternos estudantes da vida!

O caderno
(Toquinho e Mutinho)

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer

Um forte abraço a todos!

sábado, 9 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 3

Roberto vai ao programa do Silvio em 1997.
E hoje chegamos ao final dessa série que essa semana lembrou um pouco sobre a história desse Troféu que destaca em algumas categorias nossa música. O melhor cantor do ano sempre foi aguardado com muita ansiedade por mim, durante toda a década de 90, quando comecei a acompanhar a premiação e torcer pelo Roberto que sempre venceu naquela década. Para os fãs do Roberto, duas festas: a votação e a entrega do troféu, quando o rei foi duas vezes nessa década receber seus prêmios no programa do Silvio Santos.

Nessa premiação, Roberto também é rei, pois foi o vencedor no ranking da categoria canção e também o cantor mais premiado na história do troféu com 19 premiações. Sua primeira indicação foi em 65, mas perdeu para Agnaldo Rayol. Em 67 perdeu para Jair Rodrigues e em 68 para Wilson Simonal. Em 69, numa disputa acirrada com Jair, Rayol e Simonal, não obtiveram votação suficiente para receberem o prêmio. Em 71, venceu com Chico Buarque, mas como ambos não foram receber o prêmio, decidiram que o vencedor seria o terceiro colocado que foi o Altemar Dutra.

Roberto recebe seu troféu na década de 70.
Roberto também perdeu em 74 para o Chico Buarque, em 75 para Benito di Paula, em 82 para o Djavan, em 83 para o Ritchie e em 85 para o Tim Maia. Depois, em todas as indicações das quais participou, venceu, inclusive da mais recente, sendo um dos mais premiados, somando todas as categorias. Depois do Roberto temos o Zeca Pagodinho com três prêmios e Jair Rodrigues, Seu Jorge, Tim Maia, Djavan e Caetano, ambos com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

sábado, 2 de abril de 2011

Futuros amantes

Olha, essa é das minhas preferidas não apenas do Chico, mas da música brasileira. Futuros amantes é das mais valiosas pérolas que possuímos. Romântica ao extremo, desperta em nós um novo atrevimento em tentar desvendar os segredos do Chico Buarque compositor. Lançada em 1993 e também no cd ao vivo As cidades, de 1998, foi também gravada por Gal Costa.

Futuros amantes é um retrato de um amor vivido que sugere se eternizar no Rio de Janeiro, mas ao contrário da maioria das canções de amores eternos que se alicerçam no passado ou no presente, como o próprio título sugere, esse amor brilhará no futuro e a contemplação máxima se dará não mais pelos protagonistas dele, mas pela certeza que alguém vasculhará um Rio de Janeiro submerso (geograficamente isso é possível e até provável há milhares de anos a frente), surpreso ao se deparar com um amor atemporal dessa magnitude! Coisas de gênios!

Futuros amantes
(Chico Buarque)

Não se afobe, não, que nada é pra já
O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário, na posta-restante
Milênios, milênios no ar

E quem sabe, então o Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos

Sábios em vão tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não, que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia deixei pra você

Um forte abraço a todos!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Coleção de cd´s de Chico Buarque

A Abril Coleções lançou nas bancas de revistas e jornais os 20 cds mais representativos da discografia do Chico Buarque. Em forma de livretos, os títulos que, em sua maioria estão fora de catálogo nas lojas, podem ser adquiridos semanalmente ao preço de R$ 14,90, sendo que o volume 1, que é o cd de 1978, é ofertado ao preço promocional de R$ 7,90.

Constam na coleção todos os títulos apresentados na imagem acima que vão desde o primeiro álbum lançado pelo artista em 1966 até Carioca, de 2006. Constam também em cada cd um livreto de 44 páginas com a história do disco e de cada faixa, bem como os créditos originais, além de uma caixa para comportar toda a coleção.

Box - Volume 4
E por falar em Chico Buarque, semana passada, minha noiva e eu estivemos nas Lojas Americanas e presenciamos uma promoção que mexe com o bolso dos apaixonados pela música brasileira e pela obra do Chico: cada box de dvds (são 4, contendo três dvds cada um, num total de 12 dvds para toda coleção) ao preço promocional de R$ 19,99. Isso mesmo, o preço que geralmente está sendo cobrado por um dvd, que já custou quase R$ 60,00 está sendo cobrado por um box completo. Embora creia que tenha sido apenas uma promoção relâmpago, é bom ficar de olho porque, muitas vezes isso se repete frequentemente.

Portanto, acredito que com essas dicas, quem deseja conhecer ou explorar a obra do Chico tem condições financeiras interessantes para começar esse projeto, pois para àqueles que admiram o gênio da mpb sabem que isso é um caminho muito bem sucedido!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dvd Uma noite em 67

E com essa postagem encerramos não apenas a semana dedicada ao Terceiro Festival da Música Popular Brasileira, mas também ao mês de janeiro, quando dedicamos postagens a filmes que se destacam no cenário nacional e que possuem alguma ligação com a música brasileira. Lançado em 2010, o documentário apresenta as cinco canções mais bem colocadas, retratadas em postagem dessa semana.

Junto a elas estão depoimentos inéditos de seus intérpretes sobre aquele e outros momentos que marcaram o ano de 67. Sérgio Ricardo, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, MPB - 4, Gilberto Gil e Edu Lobo comentam sobre suas atuações e sobre os acontecimentos que envolveram suas apresentações e o que ficou disso tudo. Outros artistas jurados ou produtores do evento como Nelson Motta, Zuza Homem de Mello, Sérgio Cabral, Chico Anísio e Paulo Machado de Carvalho também prestam suas impressões em depoimentos que enriquecem o documentário.

Nos extras, as outras canções do Festival e seus intérpretes: Jair Rodrigues, Dory Caymmi, Nana Caymmi, além de causos contados também por Maria Medalha, Ferreira Gullar e Johny Alf. Com direção de Ricardo Calil e Renato Terra, além das canções apresentadas, temos entrevistas de bastidores da época complementando um trabalho histórico que também oferece imagens raras da então passeata da música brasileira contra as guitarras de 1967 que reuiniu alguns dos nomes do Festival contra o rock da época, nos extras.

Aquele Festival, aquele ano foi decisivo para a música brasileira e para esses e outros artistas que beberam dessa fonte. É claro que outros acontecimentos sucederam esse momento nas carreiras de nossos astros, mas é fantástico imaginar um trabalho desses que representa uma constelação, pois poucos foram os momentos em que tivemos tantas estrelas juntas!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Terceiro Festival da Música Popular Brasileira - 1967 - Parte 02

5º lugar:  Maria, Carnaval e Cinzas
Continuando com o Festival que foi um marco na música brasileira, apresentaremos hoje as cinco mais bem colocadas: em quinto lugar temos Maria, canaval e cinzas, do compositor Luiz Carlos Paraná, defendida pelo Roberto Carlos. Sob vaias, presenciamos um artista que faria justiça ao título de rei, pois mesmo diante das adversidades do preconceito apresentado pela maior parte do público e até por colegas, o rei exibiu uma performance invejável, ao interpretar um samba que não era muito sua praia, nem se tornou algo tão significante em seu repertório.

4º lugar: Alegria, alegria
O quarto lugar veio com Caetano Veloso e sua Alegria, alegria, canção que marcaria a obra deste compositor, o acompanhando até hoje como um de seus maiores hits e também tornou-se um hino de protesto contra a ditadura que emergia em nossa política. Creio que foi uma das canções que ficaram desse movimento e também o estopim para acabar com a besteira de que a música brasileira deveria repudiar a guitarra elétrica, típica do rock nacional e internacional.

3ºlugar: Roda viva
Em terceiro lugar, tivemos Chico Buarque e o MPB - 4 com Roda viva. Em um arranjo vocal que era um espetáculo a parte do grupo MPB - 4, essa canção foi bastante aclamada, embora hoje figure no repertório mais esquecido do Chico, que lançou muitas outras canções que se tornariam clássicos em seu repertório e na música brasileira e que ofuscariam Roda viva na lista das grandes canções desse grande compositor.

2º lugar: Domingo no parque
A medalha de prata ficou com Gilberto Gil e Os Mutantes, que juntos defenderam Domingo no parque, do Gil. Vale a mesma observação para a canção do Caetano: a guitarra foi o diferencial, embora aqui a letra, a harmonia, toda a criação seja um espetáculo. Nascia a Tropicália e, talvez por isso, as duas canções, a de Caetano e a de Gil, são as mais lembradas desse evento. Destaque também para a Rita Lee que fazia parte do grupo Os Mutantes, que acompanharam Gil na interpretação.

1º lugar: Ponteio.
O primeiro lugar ficou com Edu Logo e Maria Medalha, que defenderam Ponteio, do Edu. E, embora essa canção tenha sido a vencedora e tenha rendido grandes oportunidades ao Edu, hoje pouco se sabe, pouco se lembra de Ponteio, canção esquecida no repertório dos grandes clássicos brasileiros, até por seu criador. Outras canções do Festival e seus respectivos intérpretes foram O cantador (Elis Regina), A estrada e o violeiro (Nara Leão), Bom dia (Nana Caymmi), Gabriela (MPB - 4) e Samba de Maria (Jair Rodrigues).

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terceiro Festival da Música Popular Brasileira - 1967 - Parte 01

Em virtude do lançamento do Dvd Uma noite em 67, vamos comentar durante as postagens de hoje até domingo sobre esse Festival que mudou a história da música brasileira, sem desmerecer os demais. O terceiro Festival da Música Popular Brasileira é hoje lembrado simplesmente como Festival da Record de 1967 ou mais sucintamente como o Festival de 67.

É claro que esse tema não se trata como algo sucinto, pela grandiosidade que foi esse evento. Mas, vamos tentar lembrar um pouco o que foi um marco na carreira de muitos artistas envolvidos e dos rumos que a música brasileira tomava naquele instante, diante de tantos acontecimentos que envolvia o país há mais de 40 anos atrás!

De um modo geral, os Festivais foram importantes porque deles surgiram grandes intérpretes que aí estão e fazem escola, sendo tais acontecimentos portas para o acontecimento nacional de vários artistas, como é o caso de Milton Nascimento, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Djavan, Sandra de Sá, Guilherme Arantes, Emílio Santiago, etc. Movimentos musicais também fincaram suas raízes nesses eventos, como é o caso da Tropicália.

Sérgio Ricardo quebra e lança o violão à platéia, sob vaias.
Mas, creio que a importância do Festival de 67 se dá pelo motivo de solidificar o evento como algo importantíssimo dentro da música brasileira e ao mesmo tempo reunir tantos grandes nomes emergentes ou não em um só palco. Sem falar do público que virou um espetáculo a parte com suas vaias e suas surpresas, como o episódio em que Sérgio Ricardo, já descontente com tanta vaia e desrespeito por não conseguir apresentar seu número Beto bom de bola, quebrou o violão, o arremessando à platéia, em uma imagem histórica não só dos Festivais, mas para a Televisão Brasileira!

Na próxima quinta: as cinco canções mais bem colocadas no Terceiro Festival da Música Popular Brasileira, que aconteceu na noite do dia 21 de outubro de 1967, no Teatro Paramount em São Paulo, apresentado pela Tv Record e que reuniu em um mesmo palco nomes como Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Roberto Carlos, além de Elis Regina, Nara Leão, Dori Caymmi, Rita Lee, Nana Caymmi, Jair Rodrigues, Martinho da Vila e o grupo MPB - 4, entre outros.

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de dezembro de 2010

CD duetos com o mestre Lua

E amanhã comemoramos mais um aniversário do eterno rei do baião e nosso Blog, de forma singela, o homenageia com esse cd lançado em 2001. Produzido pelo compositor Paulo Debétio, uniu à voz do rei do baião, vários de seus súditos, com arranjos novos e modernos. Algumas dessas faixas foram extraídas de gravações originais realizadas pelo mestre e outras, produzidas póstumas.

A faixa de abertura fica em família, pois temos Gonzagão, Gonzaguinha e Daniel Gonzaga, filho de Gonzaga Jr. Na sequência, temos Súplica cearense (com Jorge Aragão), Procissão (com Chico Buarque), Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro (com Fagner), A volta da Asa branca (com Chitãozinho e Xororó), No dia em que eu vim-me embora (com Lenine), Fica mal com Deus (com Zé Ramalho), Farinhada (com Elba Ramalho), Forró n°1 (com Gal Gosta), Depois da derradeira (com Dominguinhos), Luar do sertão (com Milton Nascimento), Paraíba (com Emilinha Borba) e Hora do adeus (com Falamansa).

Gonzaga é a eterna voz do sertão e isso se torna repetitivo quando um nordestino enfatiza essa dádiva. Entretanto, é pouco diante do sucesso que esse homem alcançou cantando as tradições desse lugar, o amor a essa terra, cantando seus detalhes como ninguém e alcançando a todos os moradores, oferecendo um pouco do que é felicidade em termos de músicas. Uma saudade ímpar na minha vida, especificamente que envolve Gonzagão é a lembrança de ver meu avô e seu irmão cantando e tocando aquele repertório inesquecível, representando em parte nessa coletânea!

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

CD e DVD Fagner - Amigos e canções

Mais um dos grandes trabalhos do cearense Fagner, o cd duplo e o dvd Amigos e canções. Gravados em 1998 e 1999, respectivamente, o projeto recebe o mesmo nome e capa, embora apresentem sutis diferenças tanto nos convidados quanto no repertório que prezam por grandes sucessos do cearense em seus até então aproximados 25 anos de carreira, alguns em duetos inéditos em sua carreira dele. Ambos os projetos, com a produção de José Milton.

No cd temos as canções Custe o que custar, Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo (com Zé Ramalho), Fracasso (com Fafá de Belém), Espere por mim morena, Retrato marrom (com Ney Matogrosso), Traduzir-se (com Chico Buarque), Noves fora (com Emílio Santiago), Horas azuis, Revelação, Mucuripe (com Djavan), Morro velho (com Milton Nascimento), Retrovisor (com Zezé di Camargo e Luciano), Semente, Saudade (com Joanna), Sangue e pudins (com Luiz Melodia), Monte castelo (com Ângela Maria), Quarto escuro (com Ivan Lins) e Distância.

O dvd saiu no ano seguinte e foi fruto de um show realizado no Canecão para celebrar o cd, com as seguintes canções: Revelação, Noturno, Deslizes, Custe o que custar, Borbulhas de amor, Mucuripe e As rosas não falam (com Dori Caymmi), Lábios de mel (com Ângela Maria), Saudade e Meu primeiro amor (com Joanna), Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo e Dois querer (com Zé Ramalho), Gostoso demais e Pedras que cantam (com Dominguinhos). Fica apenas a pergunta: dá pra faltar na coleção de alguém que curte esse tipo de música?

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de agosto de 2010

DVD Roque Santeiro

Todos que me conhecem sabem que desde a infância acompanhei grandes novelas globais e sempre cito ao menos umas dez entre as preferidas. Tieta, Que rei sou eu, Rainha da sucata, Sassaricando, O salvador da Pátria, Mulheres de areia, Lua cheia de amor, Brega e chique, Pedra sobre pedra, enfim, são muitas novelas que fazem parte do meu imaginário de criança e adolescente. Inclusive, sempre gostei dos temas musicais das novelas, destacando isso em uma postagem e, posteriormente as letras de algumas, vez por outra figuram de forma especial se associando a esses inesquecíveis personagens.

Pois bem, agora, podemos ter uma delas em nossa casa. Isso mesmo, Roque Santeiro, sucesso de 1985 está compactada em 16 dvds, vendidos em um box pela Som Livre e encontrados no próprio site e também em lojas como a Livraria Cultura. Dessa forma, podemos ter em nossos lares a trama que tanto nos alegrou e nos emocionou nos anos 80 e entender que boa novela não precisa girar em torno de um vilão e de um mocinho. Viúva Porcina, Roque Santeiro, Sinhozinho Malta, Pe. Hipólito, Sr. Florindo, D. Pombinha, Mocinha, Professor Astromar, Zé das Medalhas e tantos outros estarão em nossos lares nos divertindo.

Foi dessa novela que escutamos grandes hits como De volta pro aconchego com Elba Ramalho, Dona com Roupa Nova, Sem pecado e sem juízo com Baby do Brasil, Isso aqui tá bom demais com Dominguinhos e Chico Buarque, A outra com Simone, Chora coração com Wando, Mistérios da meia-noite com Zé Ramalho, Vitoriosa com Ivan Lins, entre outras que caracterizaram a melhor novela de todos os tempos. "Tô certo, ou tô errado"?

Um forte abraço a todos!