Mostrando postagens com marcador Maria Bethânia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Maria Bethânia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Os Músicos do Brasil - 36

Ele é o maestro que trabalha com Maria Bethânia. Seu nome é Jaime Alem. Instrumentista, compositor, arranjador, natural de Franca/SP, desde 1982 que atua na direção dos shows da Bethânia e também produzindo seus discos. Como compositor, teve canções gravadas por Bethânia, Elba Ramalho e Nair Cândia.

Tocando viola de dez cordas, já lançou disco instrumental com suas composições. Na década de 70, compôs trilha para teatro e lançou discos também junto com Nair Cândio. E é com Bethânia, sua referência maior de trabalho, afinal, com uma intérprete daquelas, com todo aquele perfeccionismo, só mesmo um grande profissional como este.

E é de músicos como ele que o país se orgulha, músicos competentes que fazem do seu trabalho, sua vida, com todo seu profissionalismo que devem servir de eixo para novas gerações. Jaime Alem está neste patamar e mesmo não sendo tão reconhecido, não deixamos de reconhecê-lo em cada show dessa diva nacional que é a Maria Bethânia.

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de setembro de 2012

Tenha calma

Maria Bethânia já gravou algumas canções marcantes do Djavan, inclusive, um de seus discos mais conhecidos tem título de uma canção dele, Álibi. Mas, a meu ver, a canção mais linda que interpretou foi Tenha calma, tema da novela global Tieta em 1989 e que também foi gravada pelo próprio Djavan em 1996.

Mas, me atendo à gravação da Bethânia, além de sua voz, que dispensa comentários em termos de emoção e perfeição, Tenha calma traz um arranjo belíssimo que parece em alguns momentos fazer sua voz duelar ora com o trumpete, ora com as cordas, ora com os dois. Sua letra é cortante, um pedido de paciência que o personagem clama para que um dia possa, depois dos esforços, enfim ser como seu amor deseja.

Tenha calma
(Djavan)

Quer me deixar
Não sei porque
Deixa eu pensar
Pra sei lá, ver
O que fazer
Pra você ficar

Sem seu amor
A vida passa em vão
Se você for
O que é de vidro quebra no meu coração

Seu olhar é lindo
Ver você sorrindo é demais
Por favor não faz
Me dizer adeus, vai me botar a perder

Tenha calma, não se vá, meu popstar, tenha fé
Te prometo vir a ser do jeito que você quer
Um amor de mulher

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CD Roberto Carlos 1982

Capa do CD Roberto Carlos 1982
Bom, esse disco traz algumas tonas em sua carreira: é o primeiro dueto da discografia do Roberto, nele temos um country e poderíamos enumerar muito mais coisas que não se esquecem, pois quantos momentos bonitos vivemos ao refletir sobre tantos pensamentos e recordações e finalmente perceber que o rei escancara seu coração de fera ferida para seu público. Quando ele diz que se mostra nas canções, com Fera ferida temos um perfeito exemplo. Dizem que ela começou a ser composta antes, em fins dos anos 70, o que comprova também sua busca pelo perfeccionismo sempre. E o Brasil ganhou mais esse clássico interpretado posteriormente por Caetano Veloso e Maria Bethânia.

Foto interna
Lançado em 05/12/1982, esse trabalho apresenta a continuidade de um reinado absoluto verificado em clássicos de seu repertório e da música brasileira, como é o caso de Fera ferida e Pensamentos. Um encontro histórico com Maria Bethânia na canção Amiga. Um rei preocupado com a paz e com a união de seus súditos, união essa pregada em Pensamentos. Um Roberto família cultuando o Fim de semana e cantando com suas crianças tudo isso. Quer mais atual que isso: em termos de estresse precisamos voltar a valorizar o lazer do domingo, não acham? E um fato curioso do rei é que canções suas compostas há quase trinta anos são e sempre serão atuais, descobrindo assim um dos segredos de seu reinado.

Contracapa do CD RC 1982
Roberto se mostra diversificado ao interpretar seu amor pelas novelas em Meus amores da televisão e continua o mesmo romântico arrebatador de corações ao interpretar canções como Recordações, Quantos momentos bonitos, Coisas que não se esquece, Como é possível e Como foi. A parte interna do disco não traz as letras, mas não foi por isso que seus fãs não aprenderam a cantar essas inesquecíveis canções. Gosto muito desse disco, principalmente de Recordações, Quantos momentos bonitos, Como foi e Pensamentos que, como já comentamos anteriormente, é uma mensagem de paz que dá uma lição nos preconceitos e diferenças entre os seres!

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de junho de 2012

Riacho do navio

Ah, esta é também das mais lindas do repertório "gonzagueano". Mesmo terminando esse mês festivo com essa canção, não dá pra parar por aqui com suas canções, pois sempre faltará essa ou aquela canção de sua trajetória musical. Riacho do navio pode ser vista como uma belíssima filosofia de vida, pois se fosse permitido andar contra o rio e voltar do mar até sua nascente, o personagem de sua letra assim o faria. É como se fosse possível voltar na vida até aquele ponto lá na nascente do rio, onde tudo é paz com a fauna e a flora deste lugar.

Não tenho certeza, mas acho que Gonzaga talvez tenha pensado várias vezes nele mesmo, em poder voltar ao passado, à sua terra como sempre desejou durante toda sua carreira. E o mais bonito dessa letra é a parte onde ele descreve como é no Riacho do navio, um verdadeiro paraíso, principalmente para aqueles que gostam de interior, como Gonzaga, como eu e como tantos que se identificam com esse clássico que já recebeu tantas releituras como as de Dominguinhos, Fagner e até Maria Bethânia.

Riacho do navio
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Riacho do navio corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar

Ah! se eu fosse um peixe, ao contrário do rio
Nadava contra as águas e nesse desafio
Saía lá do mar pro riacho do navio
Eu ia direitinho pro riacho do navio

Pra ver o meu brejinho, fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi, andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada.

Um forte abraço a todos!

sábado, 19 de maio de 2012

Depois de ter você (Cantada)

Essa canção guarda uma história curiosa entre duas grandes cantoras da nossa música: Adriana Calcanhoto e Maria Bethânia. Adriana fez a música e a mandou para Bethânia ouvir, pensando que talvez a baiana não a gravasse e preferiu mandar sem título pois sabia que Bethânia tem a fama de mudar nomes de músicas inéditas que grava.

E para Adriana, que também a gravaria em seu CD, a canção se chamaria Cantada. Porém, era tarde, pois Bethânia já a havia gravado com o título de Depois de ter você. Com um ou outro título, a verdade é que a canção é lindíssima e figura entre uma das mais românticas dos últimos quinze anos apresentadas na música brasileira. Se você já tem um amor como esse, o que mais te falta, é essa a indagação que a canção traz pra nós! Pra que amendoeiras, que são lindas como estas da foto, se já temos a beleza da pessoa amada para cultuar? Simples e ao mesmo tempo completo e perfeito tudo isso!

Depois de ter você
(Adriana Calcanhoto)

Depois de ter você
pra quê querer saber que horas são?
Se é noite ou faz calor, se estamos no verão,
se o sol virá ou não, ou pra que é que serve uma canção como essa?

Depois de ter você, poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas, pra que amendoeiras pelas ruas?
Para quê servem as ruas? depois de ter você

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de março de 2012

Brincar de viver

Guilherme Arantes sempre foi presença constante nesse espaço, sobretudo com suas belíssimas e marcantes canções, como esta que, tomou formato imortal após a interpretação de Maria Bethânia em 1983 e depois pelo próprio autor. Diria que, apesar de ser uma canção triste, é uma das mais belas do repertório da Bethânia e considero esta esquecida por ela, que nunca a regravou em tantos projetos ao vivos que já lançou.

Constitui um dos clássicos do Guilherme, geralmente presente em seus shows. Fala de um amor partido, mas o(a) protagonista descreve a força que restou para retomar sua caminhada e refazer sua vida, talvez junto a outro amor menos confuso e mais sério. É como um renascer, um novo dia, com o sol sempre brilhando e iluminando o novo caminho.

Brincar de viver
(Guilherme Arantes e Jon Lucien)

Quem me chamou?
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar

Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"

A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz "não"

Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver

Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde "sim"

A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz "não"

E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho

Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo

Vem!
Agora é brincar de viver...

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de janeiro de 2012

DVD Minissérie JK


Essa foi uma das melhores minisséries que a Globo apresentou nos últimos anos, exibida em 2006 e lançada posteriormente em DVD. Baseada na biografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek e escrita por Maria Adelaide Amaral, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, JK mostra o Brasil dos anos 30-70, sobretudo no âmbito político, aliando a isso a histórias paralelas da vida de JK.

Com um elenco que envolve José Wilker, Wagner Moura, Marília Pêra, Débora Falabella, Caco Ciocler, Deborah Evelyn, Dan Stulbach, Letícia Sabatella, Alessandra Negrini, Antônio Calloni, Paulo Betti, Hugo Carvana, Kássia Kiss, Júlia Lemmertz, entre outros, a minissérie é dividida em duas partes onde é mostrada a infânica de JK, avançando para sua dedicação à medicina, já na fase adulta, até seu envolvimento com a política e seu grande desafio de construir Brasília. Mas, o enredo é também marcado pela inclusão de alguns personagens fictícios, o que deu não apenas um tom histórico, mas também folhetinesco à minissérie.

Foi a primeira minissérie a ser lançada em DVD e os últimos trabalhos de Ariclê Perez e Raul Cortez. A trilha sonora ficou a cargo de nomes como Milton Nascimento (Peixe vivo), Gal Costa (Sábado em Copacabana), Zizi Possi (Nunca), Tom Jobim (Chega de saudade), Maria Bethânia e Nelson Gonçalves (Caminhemos), Emílio Santiago (Mulher), A vizinha do lado (Doryval Caymmi), entre outros.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Programa Som Livre Exportação - parte 1

Elis concede entrevista ao programa.
Eu não vi esse programa, nem vivi esse tempo, mas fico pensando como era interessante presenciar algo desse tipo, sobretudo por hoje serem tão raros os programas com essa qualidade e com esse cast. O programa Som Livre Exportação foi exibido entre 1970 e 1971 pela TV Globo, semanalmente, e tendo por objetivo oferecer uma visão panorâmica da música brasileira naquele momento.

Simonal no show do Anhembi.
Apresentado por Ivan Lins e Elis Regina (que trocara a Record pela Globo), o programa contou com a participação de grandes nomes da nossa música como Chico Buarque, Gonzaga Jr., Tim Maia, Toquinho, Vinícius de Moraes, Os Mutantes, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gal Costa, Mário Lago, Wilson Simonal, Roberto Carlos, entre outros. Foram lançados dois disco, em que o primeiro obteve mais êxito, destacando-se as faixas Madalena (com Ivan Lins) e Coração vagabundo (com Caetano e Gal).

Bethânia e Caetano se apresentam.
A ideia inicial era exportar o programa para promover a música brasileira no exterior, mas isso não aconteceu. Entretanto, tivemos edições históricas desse programa até hoje inesquecível, como em 1971 quando Caetano Veloso fez duas apresentações antes de retornar a seu exílio em Londres. Outro momento marcante foi Elis Regina estourar com a canção Madalena, de Ivan Lins, que se tornaria um clássico da nossa música!

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Jesus Cristo

Esse é um clássico da música brasileira, uma canção da fase soul de Roberto Carlos, que abriu caminhos para a música gospel nacional, segmento hoje tão divulgado e explorado por vários músicos. Lançada em 1970, Jesus Cristo foi a primeira canção com a qual o rei da música brasileira cantou sua fé compondo a trilha sonora dos Natais dos brasileiros durante vários anos, desde então.

Também regravada por Bethânia, ainda na década de 70 e, posteriormente por Simone (em seu CD natalino), Victor e Léo, Rosana e por Eduardo Lages (em versão instrumental), Jesus Cristo traz no título e na letra toda a devoção pelo aniversariante do mês, conclamando um coro universal em torno de seu poderoso nome, como sempre vemos nessa festa tão santa que Deus nos concede a cada ano!

Jesus Cristo
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui
Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui

Olho no céu e vejo uma nuvem branca que vai passando
Olho na terra e vejo uma multidão que vai caminhando
Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai
Quem poderá dizer o caminho certo é você meu Pai

Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui
Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui

Toda essa multidão tem no peito amor e procura a paz
E apesar de tudo a esperança não se desfaz
Olhando a flor que nasce no chão daquele que tem amor
Olho no céu e sinto crescer a fé no meu Salvador

Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui
Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui

Em cada esquina vejo o olhar perdido de um irmão
Em busca do mesmo bem nessa direção caminhando vem
É meu desejo ver aumentando sempre essa procissão
Para que todos cantem na mesma voz essa oração

Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui
Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Jesus Cristo, eu estou aqui

Um forte abraço a todos!

sábado, 26 de novembro de 2011

Se todos fossem iguais a você

Essa canção é mais um clássico da nossa música e mais um clássico de Tom e Vinícius. Quase todos os grandes intérpretes desse país já cantaram essa canção que pode ser vista por uma vertente romântica, mas que consegue ir além desse sentimento e exaltar a admiração extrema entre dois seres, ou quem sabe até uma admiração religiosa, uma paisagem florida como essa, etc.

Acredito que por possuir letra, harmonia e melodia belíssimos, Se todos fossem iguais a você já estava destinada a ser inesquecível e pelo fato de poder servir em tantas ocasiões, quando simplesmente seu título já é o bastante, podemos dizer que se trata de uma perfeita canção.

Se todos fossem iguais a você
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Vai tua vida,
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor

Abre os teus braços e canta
A última esperança
A esperança divina
De amar em paz

Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar,
a sorrir, a cantar, a pedir

A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer

Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de novembro de 2011

Manhã de carnaval

Imagina uma canção gravada por Sinatra e Pavarotti, Julio Iglesias e Luis Miguel, Gal e Bethânia, Emílio e Fagner, Caetano e João Gilberto, Maysa e Nara. Tal canção existe e é um clássico nacional e que ultrapassou as fronteiras desse país, tornando-se uma das mais conhecidas internacionalmente: Manhã de Carnaval.

Uma das poucas canções do filme Orfeu Negro que não era de Tom e Vinícius, Manhã de carnaval se popularizou como a canção do filme, interpretada por Agostinho dos Santos. E é nessa hora que a gente entende como surge um clássico, pois com mais de 50 anos, essa canção continua sendo atual e cultuada como uma das mais belas canções da música brasileira.

Curioso é que ela tem três versões de letras diferentes. Dizem que a esposa de Luiz Bonfá, Maria Helena Toledo, alterou a primeira versão para o filme. Percebi também nos encontros de Pavarotti com Caetano e depois com Gal e Bethânia, que era apresentado uma versão diferente, mais extensa. Segue as versões, todas românticas, desde a mais tradicional até as outras versões com seus primeiros registros:

Manhã de carnaval
(Antônio Maria e Luiz Bonfá)

(Versão tradicional)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso e tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que verás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábio teus

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada pela Maysa

Manhã, tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu no surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois desse dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã
Tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Versão gravada por Pery Ribeiro

Manhã, tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Em cada flor, o amor
Em cada amor, o bem
O bem do amor faz bem
Ao coração

Então vamos juntos cantar
O azul da manhã que nasceu
O dia já vem
E o seu lindo olhar
Também amanheceu

Canta o meu coração,
Alegria voltou
Tão feliz a manhã desse amor

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Romaria

Amanhã, dia 12 é dia das crianças e também dia da Padroeira do Brasil e nós, católicos, veneramos a Virgem Mãe de Nosso Senhor, principalmente em dias como este, dedicado à Nossa Senhora Aparecida. Uma canção clássica para esta data é Romaria, do Renato Teixeira, que já foi intepretada por tantos nomes como Elis, Bethânia, Sérgio, Fábio e várias duplas sertanejas.

O Santuário de Nossa Senhora, em Guaratinguetá/SP, recebe hoje fiéis do mundo inteiro. E a música brasileira se orgulha de ter um clássico como esse que representa o autêntico sertanejo, peão, sobre seu cavalo e devoto da Virgem, que, mesmo sem elevado grau de instrução, apresenta elevado grau de sentimento e religiosidade ao refletir sobre sua sorte, pedir e agradecer à Mãe do Nosso Salvador.

Romaria
(Renato Teixeira)

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De jibeira o jiló
Dessa vida
Cumprida a só

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão
Minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte
Eu não sei, nunca vi

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos

Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar
Meu olhar

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de setembro de 2011

Começaria tudo outra vez

Considero esse um dos boleros mais perfeitos composto por um artista brasileiro, além de se tratar de um clássico do Gonzaguinha e da música brasileira, interpretada também por Cauby Peixoto,  Maria Bethânia, Emílio Santiago, Ângela Maria, entre outros bons cantores nacionais e até internacionais, como foi o caso do pianista Richard Clayderman.

Com uma paixão avassaladora e uma mescla de outros bons sentimentos como o otimismo, típicos de canções do Gonzaguinha, essa canção enaltece um relacionamento tão perfeito que se fosse possível, o intérprete voltaria e viveria tudo exatamente do mesmo jeito. E quantas vezes desejamos reviver tudo como foi? Talvez por isso e por tantas interpretações geniais, além da beleza da música é que essa canção pode ser classificada como clássica do nosso cancioneiro popular.

Começaria tudo outra vez
(Gonzaga Jr.)

Começaria tudo outra vez
Se preciso fosse, meu amor
A chama em meu peito ainda queima saiba
Nada foi em vão

A cuba-libre dá coragem em minhas mãos
A dama de lilás me machucando o coração
A sede de querer teu corpo inteiro
Coladinho ao meu

Então eu cantaria a noite inteira
Como já cantei e cantarei
As coisas todas que eu tive e tenho
E um dia terei

A fé no que virá
E a alegria de poder olhar pra trás
E, ver que voltaria com você
De novo viver neste imenso salão

Ao som deste bolero! vida vamos nós
E não estamos sós
Veja, meu bem
A orquestra nos espera
Por favor mais uma vez, recomeçar

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de agosto de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 9

Essa é para muitos a Intéprete número um desse país. Vários compositores ainda sonham em ter alguma canção em sua voz e outros muitos já foram premiados com esse presente. Falar em interpretação no Brasil em termos de vozes femininas é não esquecer de Maria Bethânia, afinal seria uma longa discussão sobre qual sua melhor interpretação, de tantas que já fez.

Bethânia é, sem sombra de dúvidas, daquelas artistas que quando resolvem gravar algo, pode ter certeza que a obra estará ainda mais lapidada. Esse é seu ofício, lapidar pérolas com sua voz e interpretação ímpares. Quem interpretou Gonzaguinha melhor que ela em canções como Grito de alerta, Começaria tudo outra vez e principalmente em Explode coração, que imortalizou? E ao esnobar o preconceito contra o mundo sertanejo e nos apunhalar com as interpretações de Romaria, É o amor e Tocando em frente?

Mas, ela não para por aí. Quem se atreve a gravar Roberto Carlos e deixar tão bom quanto o rei? Ela fez isso e basta ouvir todo o CD As canções que você fez pra mim e se deliciar com pérolas como Palavras e Você. Ela poderia ser a preferida de Chico, do mano Caetano, de Guilherme, de Tom e Vinícius, de Rita, de Nando, de Djavan e de tantos outros, pois comprovaríamos isso ao ouvir Olhos nos olhos, Reconvexo, Brincar de viver, Eu não existo sem você, Baila comigo, Gosto demais, Álibi, etc. Mas, ela navega por todas as faixas e diversidades como em outros clássicos que imortalizou como Sonho meu, Negue, Ronda, Depois de ter você, e tantos outros que não caberiam aqui mas que têm igual dedicação de sua arte inigualável.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 2

Ivete, uma das campeãs das premiações.
A briga pela melhor cantora do ano, apresentada no Troféu Imprensa ano a ano sempre se mostrou saudável e acirradíssima. A importância desse prêmio está em que talvez ele seja o único do Brasil ou da televisão brasileira que em seu currículo de prêmios apresenta Elis Regina, Isaurinha Garcia, Gal Costa, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Rita Lee, Elba Ramalho, Marina, Simone, Marisa Monte, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Zizi Possi, Ana Carolina, Maria Rita, Ivete Sangalo.

Quem imagina uma disputa tão acirrada como foi em 1975 entre Clara (a vencedora), Bethânia e Elis? Ou em 81 e 82 com Gal (vencedora de 82), Simone e Rita (vencedora de 81)? Ou em 83, 84 e 85 entre Elba (vencedora de 83), Gal (vencedora de 84 e 85) e Simone? No ranking das cantoras, Elis e Ivete dividem o topo com 5 prêmios; seguidas de Marina e Gal com 4 prêmios; Daniela, Clara e Elizeth com três e Marisa, Rita e Ana com duas premiações cada uma.

Outras categorias relacionadas com a música e quem não apareceram em todos os anos são Conjunto Musical onde os campeões foram Skank e Titãs e, Duplas sertanejas, onde os destaques são Chitãozinho e Xororó e Zezé di Camargo e Luciano, com duas premiações, cada dupla. Em poucas edições tivemos categorias como Produtor musical, Compositor, Orquestra, Programa musical, Programa sertanejo e Cantor ou cantora sertanejo.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Troféu Imprensa - parte 1

Sinto que aqui no Brasil sempre tivemos uma carência quanto à premiação de nossos artistas. Antigamente, coisa de mais ou menos 50 anos atrás, eles eram mais reconhecidos. Mas, tais premiações não seguiam durante muitos anos. Uma premiação da televisão brasileira que tem em algumas categorias a música e os cantores, e que já existe há mais de 60 anos é o Troféu Imprensa, criado em 1958 por Plácido Manaia Nunes e apresentado, desde 1970 por Silvio Santos, na Globo, Tupi, Record e finalmente SBT.

Gostaria de destacar três categorias que se relacionam à nossa música: a melhor música, a melhor cantora e o melhor cantor. Pesquisando em sites na internet sobre históricos do prêmio, presenciamos na música as transformações que esta sofreu durante todo esse tempo. Categoria criada a partir de 1971, percebemos ano a ano, década a década, as mudanças nos estilos e gostos populares, já que é o povo quem vota até chegarem a conclusão das três mais votadas e julgadas pelos jurados presentes no programa.

Silvio Santos apresenta a premiação desde 1970.
Em 71, por exemplo tivemos uma briga acirrada entre Construção, do Chico Buarque com De tanto amor e Amada amante (a vencedora) do Roberto, que ainda venceria com a melhor canção em 72 com Por amor, em 73 com O show já terminou e em 74 com Proposta (que era de 73). Roberto ainda teve outras indicações de suas composições como em 1980 com Sentado à beira do caminho (que perdeu para Lança perfume da Rita Lee), A guerra dos meninos em 1981 (que perdeu para Homem com H, do repertório do Ney Matogrosso), em 1984 com Caminhoneiro (que perdeu para Chuva de prata, do repertório da Gal Costa) e em 1999 com Nossa Senhora (gravação coletiva, que perdeu para Sozinho, do repertório do Caetano Veloso).

Outras canções que venceram o Troféu na categoria e que merecem destaque são Olhos nos olhos (Maria Bethânia, composição do Chico Buarque) - 1976, Samurai (Djavan) - 1982, Me dê motivo (Tim Maia, em composição de Sullivan e Massadas) - 1983, Um dia de domingo (Gal e Tim, composição de Sullivan e Massadas) - 1985,  Oceano (Djavan) - 1989, etc. No ranking dos intérpretes das canções premiadas, Roberto reina com quatro premiações, seguido de Leandro e Leonardo, Skank, Daniela Mercury, Djavan, Gal Costa e Tim Maia, cada um com duas premiações.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Olhando as estrelas - 11

Na gravação do dvd da marrom em 2003.
Essa série nasceu esse ano, retratando encontro entre grandes nomes, estrelas, divas, astros da nossa música. E finalizamos com a décima primeira edição onde resgatamos os encontros entre Maria Bethânia e Alcione. Uma, diva da música brasileira, outra, diva do samba nacional, já se encontraram em alguns momentos de suas carreiras em shows e discos.

Em discos, por exemplo, estão os melhores momentos desses encontros como nos duetos das canções O meu amor, de Chico Buarque, no cd Álibi da Bethânia em 1978, ou Ternura Antiga, de Dolores Duran, mais recentemente no Dvd Alcione ao vivo 2, de 2003. Temos ainda outros duetos em discos como Linda flor em 1998, no cd Celebração da Alcione e Roda ciranda, no cd Da cor do Brasil de 1984, da mesma.

Em 2009, na festa de D. Canô.
Segundo relatos que encontramos sobre esses encontros na internet, Bethânia gravar com Alcione foi muito importante para quebrar algumas cadeias de preconceitos existentes em relação a sambistas como ela. Bethânia sempre soube das coisas e a Marrom é mesmo aquela estrela de voz inconfundível, então a música brasileira só tem a ganhar com a grandeza dessas duas em suas respectivas carreiras e também em momentos ímpares, quando estiveram juntas, nos premiando com isso!

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de julho de 2010

O quereres

Essa canção foi interpretada por Caetano e Chico no programa e Chico errou algumas vezes a entrada da canção. Entretanto, a produção deixou bem natural sem cortes na edição, porque ficou muito espontâneo e o Chico ainda tirava uma de: "Não sei porque ainda insisto nesse negócio de cantar... Eu estou dando tudo de mim", e a platéia caia na gargalhada juntamente com Caetano que pedia: Não exagere!

O quereres foi lançada no disco Totalmente demais do Caetano de 1986 e também tem uma interpretação magnífica da Maria Bethânia no cd/dvd Maricotinha de 2001. É daquelas canções do Caetano que você passa horas ou um bom tempo para entender de que se trata. A meu ver tem um tom muito forte de rebeldia, de contrariedade em relação à pessoa a quem se dirige! É como se fosse uma pedra de gelo emitindo fogo, como essa imagem aqui apresentada, totalmente adversa! Coisas do Caetano que lembramos aqui nessa semana que dedicamos às lembranças do programa Chico & Caetano:

O quereres
(Caetano Veloso)

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não

E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão

Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher

Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor

Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor...

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio

Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim

Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Amanhã, finalizaremos essa nossa Série que lembra o programa Chico & Caetano!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de maio de 2010

Olhando as estrelas - 4

A Série aporta hoje na Bahia e de lá apresenta o encontro entre duas das maiores estrelas desse país, duas divas, que tiveram a mesma origem e construíram suas carreiras apoiadas no alicerce da Tropicália. Estamos falando de Gal Costa e Maria Bethânia. Duas Marias (Gal é Maria da Graça), duas baianas, duas divas, duas das maiores intérpretes de Caetano, Gil, Chico, Tom, Roberto, Erasmo, Milton e tantos outros compositores da nossa música.

Gal e Bethânia não tiveram apenas um início em comum. Se encontraram algumas vezes no decorrer de suas carreiras, seja em gravações inesquecíveis como foi o caso de Sonho meu, de Dona Yvonne Lara em 1978 e Oração de mãe menininha, de Dorival Caymmi, ou no show com Pavarotti em 2000, na Bahia. Também gravaram, cada uma a seu estilo, mesmas canções em tempos diferentes, como é o caso de Olha, Tá combinado, Anos dourados, Se todos fossem iguais a você, entre outras.

Além do show dos Doces bárbaros em 1976, que também contava com Gil e Caetano, Gal e Bethânia fizeram parte de mesmos projetos como o Chega de mágoa em 1985 e também do programa Mulher 80, da Rede Globo. Seria interessante termos um show ou um cd gravados por ambas. E um encontro como esse, dispensa qualquer outro comentário pois por si só mostra o que é a grandeza de duas estrelas juntas ou cada uma em seu espaço.

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de maio de 2010

Casinha branca

Não é sempre que nos identificamos com alguma canção. Existe aquela ou muitas que dizem exatamente o que queremos dizer, expressam o que sentimos. E quando essa identificação se dá com várias pessoas é que chegamos a conclusão que trata-se de um grande sucesso. Pensando assim, me pergunto se vários, sobretudo, tantos brasileiros que adoram o campo, suas paisagens e sua calma não se identificam com Casinha branca, um dos maiores clássicos bucólicos que a música brasileira dispõe.

Canção já interpretada por Maria Bethânia (de uma forma linda, no show Maricotinha), José Augusto, Altemar Dutra, Neguinho da Beija-flor,  e outros nomes, Casinha branca foi sugerida pelo leitor e amigo Láercio Oliveira, do Rio Grande do Norte, terra de um dos autores da canção, o Gilson. Trata-se de uma linda poesia dos anos 70 que é sempre atual e eterna, que nos remete a cantá-la, ouvi-la e viajar nas belíssimas paisagens que descreve e nas reflexões profundas que desperta em nossa sensibilidade.

Casinha Branca
(Gilson e Joran)

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que nem vejo a minha frente
Nada que me dê prazer

Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Às vezes saio a caminhar pela cidade
À procura de amizades
Vou seguindo a multidão

Mas eu me retraio olhando em cada rosto
Cada um tem seu mistério
Seu sofrer, sua ilusão

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Um forte abraço a todos!