Mostrando postagens com marcador Zé Ramalho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Zé Ramalho. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de setembro de 2011

Os Intérpretes do Brasil - 10

Zé Ramalho é conhecido pelo seu vozeirão e também por grandes composições com as quais presenteia a música brasileira, através de suas próprias leituras, ou quando oferece à alguma outra voz, geralmente feminina. Meio incomum em seu repertório é ouví-lo interpretar outros compositores. Mas, mesmo assim, encontramos em sua discografia, interpretações de outros autores, nas quais carimba sua marca.

É o caso por exemplo de canções como Trem das sete, do Raul Seixas, que considero ter dado uma leitura própria e mais interessante que a original. Ou quando grava algum clássico de Gonzaga como foram as canções Asa branca, Qui nem giló, Sabiá, Baião, Xote das meninas, No meu pé de serra, etc.

Aliás, foram essas e outras canções que fizeram Zé lançar a coletânea Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga, que faz parte da série Zé Ramalho canta (Jackson do Pandeiro, Bob Dylan e Beatles). Vale lembrar que já tinha lançado antes o cd/dvd em que explora o repertório do Raul Seixas e também o Cd Estação Brasil, em que canta outros autores como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Djavan, Cazuza e Roberto e Erasmo, entre outros, o que caracteriza o lado intérprete desse grande músico que temos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de dezembro de 2010

CD duetos com o mestre Lua

E amanhã comemoramos mais um aniversário do eterno rei do baião e nosso Blog, de forma singela, o homenageia com esse cd lançado em 2001. Produzido pelo compositor Paulo Debétio, uniu à voz do rei do baião, vários de seus súditos, com arranjos novos e modernos. Algumas dessas faixas foram extraídas de gravações originais realizadas pelo mestre e outras, produzidas póstumas.

A faixa de abertura fica em família, pois temos Gonzagão, Gonzaguinha e Daniel Gonzaga, filho de Gonzaga Jr. Na sequência, temos Súplica cearense (com Jorge Aragão), Procissão (com Chico Buarque), Respeita Januário/Riacho do navio/Forró no escuro (com Fagner), A volta da Asa branca (com Chitãozinho e Xororó), No dia em que eu vim-me embora (com Lenine), Fica mal com Deus (com Zé Ramalho), Farinhada (com Elba Ramalho), Forró n°1 (com Gal Gosta), Depois da derradeira (com Dominguinhos), Luar do sertão (com Milton Nascimento), Paraíba (com Emilinha Borba) e Hora do adeus (com Falamansa).

Gonzaga é a eterna voz do sertão e isso se torna repetitivo quando um nordestino enfatiza essa dádiva. Entretanto, é pouco diante do sucesso que esse homem alcançou cantando as tradições desse lugar, o amor a essa terra, cantando seus detalhes como ninguém e alcançando a todos os moradores, oferecendo um pouco do que é felicidade em termos de músicas. Uma saudade ímpar na minha vida, especificamente que envolve Gonzagão é a lembrança de ver meu avô e seu irmão cantando e tocando aquele repertório inesquecível, representando em parte nessa coletânea!

Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de outubro de 2010

O meu país

E chegamos ao segundo turno das eleições 2010 onde amanhã, dia 31/10, iremos às urnas e decidiremos qual a personalidade irá comandar nosso país nos próximos anos. E, buscando na música brasileira algo referente a esse momento, fui apresentado por minha noiva Juliana a essa belíssima canção interpretada pelo Zé Ramalho e que também já foi gravada pelo Flávio José. Inclusive no Blog O zero e o infinito (http://www.ozeroeoinfinito.blogspot.com/), tem um video bem legal que convido a todos a visitarem sobre esse tema.

Essa canção aponta muitos problemas e desafios a serem enfrentados pelo próximo governante e porque não dizer pelo povo brasileiro. Com certeza, são tantas coisas absurdas que acontecem, desde falta de segurança, educação, fome, e saúde precária, que não parece o país daqueles que se esforçam a cada dia na manhã que levanta cedo, enfrenta lotações e voltam no aperto das mesmas em busca de melhorias como diz a canção:

O meu país
(Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Chaves)

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um forte abraço a todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

CD e DVD Fagner - Amigos e canções

Mais um dos grandes trabalhos do cearense Fagner, o cd duplo e o dvd Amigos e canções. Gravados em 1998 e 1999, respectivamente, o projeto recebe o mesmo nome e capa, embora apresentem sutis diferenças tanto nos convidados quanto no repertório que prezam por grandes sucessos do cearense em seus até então aproximados 25 anos de carreira, alguns em duetos inéditos em sua carreira dele. Ambos os projetos, com a produção de José Milton.

No cd temos as canções Custe o que custar, Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo (com Zé Ramalho), Fracasso (com Fafá de Belém), Espere por mim morena, Retrato marrom (com Ney Matogrosso), Traduzir-se (com Chico Buarque), Noves fora (com Emílio Santiago), Horas azuis, Revelação, Mucuripe (com Djavan), Morro velho (com Milton Nascimento), Retrovisor (com Zezé di Camargo e Luciano), Semente, Saudade (com Joanna), Sangue e pudins (com Luiz Melodia), Monte castelo (com Ângela Maria), Quarto escuro (com Ivan Lins) e Distância.

O dvd saiu no ano seguinte e foi fruto de um show realizado no Canecão para celebrar o cd, com as seguintes canções: Revelação, Noturno, Deslizes, Custe o que custar, Borbulhas de amor, Mucuripe e As rosas não falam (com Dori Caymmi), Lábios de mel (com Ângela Maria), Saudade e Meu primeiro amor (com Joanna), Eternas ondas (com Fábio Jr.), Astro vagabundo e Dois querer (com Zé Ramalho), Gostoso demais e Pedras que cantam (com Dominguinhos). Fica apenas a pergunta: dá pra faltar na coleção de alguém que curte esse tipo de música?

Um forte abraço a todos!

domingo, 15 de agosto de 2010

DVD Roque Santeiro

Todos que me conhecem sabem que desde a infância acompanhei grandes novelas globais e sempre cito ao menos umas dez entre as preferidas. Tieta, Que rei sou eu, Rainha da sucata, Sassaricando, O salvador da Pátria, Mulheres de areia, Lua cheia de amor, Brega e chique, Pedra sobre pedra, enfim, são muitas novelas que fazem parte do meu imaginário de criança e adolescente. Inclusive, sempre gostei dos temas musicais das novelas, destacando isso em uma postagem e, posteriormente as letras de algumas, vez por outra figuram de forma especial se associando a esses inesquecíveis personagens.

Pois bem, agora, podemos ter uma delas em nossa casa. Isso mesmo, Roque Santeiro, sucesso de 1985 está compactada em 16 dvds, vendidos em um box pela Som Livre e encontrados no próprio site e também em lojas como a Livraria Cultura. Dessa forma, podemos ter em nossos lares a trama que tanto nos alegrou e nos emocionou nos anos 80 e entender que boa novela não precisa girar em torno de um vilão e de um mocinho. Viúva Porcina, Roque Santeiro, Sinhozinho Malta, Pe. Hipólito, Sr. Florindo, D. Pombinha, Mocinha, Professor Astromar, Zé das Medalhas e tantos outros estarão em nossos lares nos divertindo.

Foi dessa novela que escutamos grandes hits como De volta pro aconchego com Elba Ramalho, Dona com Roupa Nova, Sem pecado e sem juízo com Baby do Brasil, Isso aqui tá bom demais com Dominguinhos e Chico Buarque, A outra com Simone, Chora coração com Wando, Mistérios da meia-noite com Zé Ramalho, Vitoriosa com Ivan Lins, entre outras que caracterizaram a melhor novela de todos os tempos. "Tô certo, ou tô errado"?

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de junho de 2010

Zé Ramalho ao vivo

Produzido por Zé Ramalho e Robertinho de Recife, lançada em 2005 a gravação de um show do Zé no Olympia/SP, contendo seus maiores sucessos em cd e dvd. O cd contém 15 canções e a faixa-bônus Corações animais. O dvd traz todo o show, com 21 canções, além de making of e entrevista.

Encontramos alguns clássicos do repertório do Zé como Táxi lunar, Eternas ondas, Avôhai, Vila do sossego, Chão de giz, Garoto de aluguel, Admirável gado novo, Batendo na porta do céu, Entre a serpente e a espada, Mistérios da meia-noite e Frevo mulher, junto a outras canções maravilhosas como A dança das borboletas, Banquete dos signos, Canção agalopada e Sinônimos, esta última gravada no mesmo ano com a dupla Chitãozinho e Xororó e aqui apresentada pelo Zé em sua versão solo. Constam apenas no dvd as canções Último pau-de-arara, Bomba de estrelas, Meu nome é Tripizupe, Companheira de alta-luz, Sabiá e Asa branca.

Quem curte a voz única e grave do Zé, com seus arranjos que prezam por solos de violão e outros instrumentos sempre oferecendo uma sonoridade agradável não pode deixar de adquirir esse trabalho que se une ao Antologia acústica de 97 (já comentado aqui no blog) para representar uma das carreiras mais bem sucedidas de um dos artistas mais amados da música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 4 de outubro de 2009

Projeto "O grande encontro"

A música brasileira tem hoje mais um sessentão, a voz inconfundível de Zé Ramalho! Aproveitando seu aniversário, sob dica do grande Vinícius Faustini, abordaremos um projeto grandioso do qual Zé e seus amigos participaram, os cds O grande encontro.

Em um projeto que unia dois cumpadres pernambucanos e dois primos paraibanos, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho sempre possuíram muita afinidade musical, mas apenas em 1996, se uniram a seus violões no palco do Canecão para lançar esse projeto que reunia parte do show que fizeram com destaque para interpretações como Sabiá, Dia branco, O amanhã é distante, Admirável gado novo, O trem das sete, Chão de giz, Veja, Chorando e cantando, Banho de cheiro e Frevo Mulher.

Acredito que o sucesso surpreendeu a todos, inclusive aos artistas que se revezavam no palco, sendo que no início e no final do show, estavam todos lá unidos e interpretando seus clássicos e canções que admiravam em comum. O volume dois foi gravado em estúdio e saiu em 1997. Pena que Alceu, que se desentendeu dos demais já não estava nessa empreitada, que se destaca por interpretações como Disparada, O princípio do prazer, Eternas ondas, Bicho de sete cabeças, Canta coração, Canção da despedida e Ai que saudade d´oce.

O terceiro e último projeto dessa série sai em 2000, volta a ser ao vivo e apresenta, além do cd e do dvd, convidados que deixam esse encontro ainda maior: Belchior, Lenine e Moraes Moreira dividiram o palco respectivamente com Zé, Elba e Geraldo. Destaque para as faixas Táxi lunar, Dona da minha cabeça, Frisson, Você se lembra, Garoto de aluguel, Petrolina-Juazeiro, A terceira lâmina. Em 2006, para matar um pouco a saudade, saiu a coletânea O melhor do grande encontro, com alguns dos clássicos já citados, desse projeto histórico da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de junho de 2009

A terceira lâmina

Zé Ramalho é dos grandes compositores e intérpretes que lançam canções incríveis e algumas vezes com mensagens indiretas sobre determinado assunto. No caso específico do Zé isso se torna mais evidente, sobretudo por seu misticismo característico.

Essa canção foi título de seu terceiro disco, lançado em 1981 e, por isso remete à palavra lâmina, pela qual define o antigo Lp. Também está presente no cd Antologia Acústica de 1997, que tem o acordeão do Dominguinhos, num arranjo lindo e dançante, próprio para essa época. Mas, acima disso está uma letra de interpretação difícil, a começar pelo título: A terceira lâmina, como explicado acima tem a ver com seu terceiro disco lançado.

E de acordo com o encarte do projeto acústico, a letra penetra na solidão e na tristeza "dos que vivem calados, pendurados no tempo", os miseráveis que vivem debaixo de pontes, em guetos, dormem sob jornais ou caixas de papelão. Muita arte por parte dele unir e divulgar seu trabalho como um anunciador de um problema para o qual muitos fecham os olhos. A terceira lâmina, ou seja, seu terceiro disco anuncia isso "na garganta do fosso da voz de um cantador". E como presenciamos em toda parte do nosso planeta essas imagens descritas na letra, não?

A terceira lâmina
(Zé Ramalho)

É aquela que fere
Que virá mais tranqüila
Com a fome do povo
Com pedaços da vida
Como a dura semente
Que se prende no fogo
De toda multidão
Acho bem mais
Do que pedras na mão...

Dos que vivem calados
Pendurados no tempo
Esquecendo os momentos
Na fundura do poço
Na garganta do fosso
Na voz de um cantador...

E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera
Que o começa a devorar
Acho que os anos
Irão se passar

Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a ideia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
Na voz de um cantador...

Um forte abraço a todos!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Encontro musicais em discos...

Nossos artistas sempre nos presentearam com ótimos trabalhos, alguns dos quais destaco semanalmente para todos vocês! Imaginem quando eles se juntam para realizarem um trabalho em comum, tipo compor alguma canção, tocarem juntos, gravarem juntos uma faixa. E o que dizer : gravarem um disco inteirinho juntos?

Foi o que aconteceu por exemplo em 2008, com o cd/dvd Amigo é casa que reuniu duas grandes vozes femininas da melhor qualidade: Simone e Zélia Duncan juntas em um projeto que reuniu grandes hits de sua carreira e traçou um paralelo de como suas obras se encontram, sobretudo pela influência que uma exerceu sob a outra. Destaque para canções como Grávida, Meu ego, Idade do céu, Encontros e despedidas, Jura secreta, Alma e Tô voltando.

Pois é, 2008 foi um ano em que tivemos ao menos três grandes lançamentos nesse formato. Um deles já foi comentado aqui nesse blog no dia 14/12/2008 (é só procurar nos arquivos de dezembro ou no campo "Quero saber sobre"), que é o projeto que reuniu Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim, numa comemoração aos 50 anos de Bossa nova. Destaque para Wave, Inútil paisagem, Por causa de você, Corcovado/Samba do avião e Tereza da praia.

E ainda em 2008, tivemos outro encontro musical em outra praia. O rock brasileiro recebeu de presente a união pra lá de especial das bandas Paralamas do Sucesso e Titãs, juntos e ao vivo, em cd e dvd. Destaque para Marvin, Uma brasileira, A novidade, Comida e Meu erro.

Mas, não é de hoje ou de ontem que nossos artistas se juntam. E isso ocorre nos mais variados estilos: Nos anos 90, por exemplo, as três maiores duplas sertanejas do país gravavam anualmente discos que os uniam em torno de seu especial de final de ano e de seus convidados. Pois é, Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e, tantos outros ilustres participaram de várias edições do projeto Amigos.

Agora, me responda: o que dizer desses dois medalhões ao lado juntos? Pois é, Milton Nascimento e Gilberto Gil já fizeram um disco inteiro juntos em 2000, depois de tanto tempo fazendo música de qualidade, separados. Destaque para Sebastian, Duas sanfonas, Ponta de areia, Palco e Baião da garoa.

Mas, é claro que não podemos parar por aqui. O que falar do Fagner? Fez isso de forma brilhante em dois momentos de sua carreira, um com os dois discos que gravou com Luiz Gonzaga (destacados no post do dia 21/06/2008) e, mais recentemente, no disco que gravou em parceria com Zeca Baleiro. O que dizer dos discos gravados por Ângela Maria e Agnaldo Timóteo? Mas, não podemos esquecer de Chico Buarque e Maria Bethânia ainda na década de 70, ou de Chico e Caetano nos anos 80! Poderíamos também falar do projeto Grande encontro, gravado pelos nordestinos Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Bom, mas isso pode ser temas de posts futuros. E claro, poderíamos citar muitos outros discos em duplas, por artistas que não são duplas convencionalmente, porém, enxergam em sua união um novo formato de trabalho onde os premiados somos todos nós!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Dia do compositor

Hoje é dia do compositor e o Blog Música do Brasil presta sua homenagem a grandes nomes de nossa música brasileira que colaboram com sua arte para um mundo melhor! Seria uma vasta lista, a de grandes nomes em nossa música que atuaram ou atuam de forma fascinante nesse universo!

Compor é uma arte, um privilégio de poucos, dentro do universo da música. Construir partituras, unindo harmonia, melodia e letra e ainda alcançar o público certo não é tarefa fácil. Com acordes simples ou dissonantes, nos mais variados ritmos, levadas, com os assuntos mais diversos, os compositores trabalham sua arte em benefício de uma sociedade mais culta, mais consciente de sua realidade e cultura!

A nossa música se orgulha de apresentar criações fantásticas sobretudo no século passado, em todas as décadas! Como já foi dito, vários nomes podem ser citados como os mais famosos Noel Rosa, Ary Barroso, Pixinguinha, Cartola, Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Erasmo Carlos, Eduardo Lages, Gilberto Gil, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Bosco, Ivan Lins, Djavan, Fagner, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Jorge Aragão, Zé Ramalho, Nando Cordel, etc. até aqueles que só conhecemos nos créditos dos discos como Michael Sullivan, Altay Veloso, Paulo Sérgio Valle, Paulo Debétio, Vital Farias, Petrúcio Amorim, Fernando Brandt, Vítor Martins, Aldir Blanc, Carlos Colla, Isolda, Chico Roque, Peninha, Abel Silva, Fausto Nilo, entre tantos outros, que esquecerei de um grande nome, mas serão relembrados aqui na série Os compositores do Brasil que apresentamos periodicamente e, mais que isso, esses anônimos seres culturais estarão presentes em cada nota das canções que encantam nosso cotidiano!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de setembro de 2008

Eternas ondas

Amigos, a partir de hoje e semanalmente destacarei alguma letra da música brasileira, dessa melhor música do mundo que traz tanta poesia e cor em suas melodias e, também em suas letras que enriquecem nosso aprendizado. Espero contar com os comentários que, sem dúvida, contriuirão de forma positiva com cada simples mensagem em relação à tão rica poesia de qual dispomos. Hoje comentaremos um pouco sobre Eternas ondas, canção clássica do repertório do Zé Ramalho e da música brasileira.

Gravada por artistas como Fagner, Fábio Jr. e pelo próprio Zé Ramalho, Eternas ondas foi feita para o rei Roberto Carlos interpretar, fato esse contado no encarte do cd Antologia Acústica do Zé Ramalho, lançado em 1997. Zé nos relata que teve a honra de passear com o rei em seu iate particular e enviou uma canção para Roberto gravar. Mesclou seu misticismo com a religiosidade de sua majestade musical. Resultado: Uma canção carregada de metáforas que nos conta uma das passagens bíblicas mais antológicas - O Dilúvio.

A canção traz trechos que, ora mostram a natureza em fúria como em "Devastando a sêde desses matagais...", "Derrubando árvores, pensamentos, seguindo a linha...", ora as confronta com momentos de calmaria como em " E se teu amigo vento não te procurar..."! Uma das poesias mais lindas da mpb, segue letra abaixo da canção que o rei infelizmente não gravou, mas Fagner a interpretou muito bem, sobretudo na releitura feita em dueto com Fábio Jr. no cd Amigos e canções de 1998.

Eternas ondas
(Zé Ramalho)

Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram feito gotas em silêncio tão furioso
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais

Devorando árvores, pensamentos, seguindo a linha
do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso.

E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar. (bis)

Um forte abraço a todos!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Dominguinhos & Convidados cantam Luiz Gonzaga!

Ele é tido como o maior discípulo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, do xote, do forró, da sanfona... Mesmo diante de tantos sucessos de sua carreira como Eu só quero um xodó, Abri a porta, De volta pro aconchego, Gostoso demais e tantos outros, sempre há espaço na vida desse artista para relembrar seu mestre, com quem começou tocando e aprendendo! E em 1997, Dominguinhos enfatizou isso em dois discos, volumes 1 e 2, com convidados onde canta a obra de Gonzagão!

Numa homenagem mais que merecida, Dominguinhos passeia pelos clássicos do mestre como Asa branca, A vida de viajante (com Chico Buarque), Paraíba (com Daniela Mercury), Pense n´eu (com Daniel Gonzaga), O xote das meninas (com João Bosco), Olha pro céu (com Nando Cordel), Qui nem jiló (com Tânia Alves), Numa sala de reboco (com Quinteto Violado), No meu pé de serra (com Flávio José), Nem se despediu de mim (com Jorge de Altinho), Súplica cearense (com Guadalupe). Mas, também se remove a canções muito legais do “véio Lula”, porém nem tão relembradas como De Terezina a São Luiz (com Fagner), Estrada de Canindé (com Djavan), Não vendo nem troco (com Zé Ramalho), A volta da asa branca (com Maciel Melo), Assum preto (com Ivan Lins), Forró de Mané Vito (com Gilberto Gil), Cintura fina (com Marinês), Juazeiro (com Jane Duboc), Lorota boa (com Waldonys) e Canta Luiz (com Geraldo Azevedo).

A única faxia solo é Asa Branca que o próprio Dominguinhos quis dividi-la com outro rei, segundo entrevista concedida a jornal na época: “Eu convidei pessoalmente o Roberto que ficou empolgado, porém o pessoal que o circula parece meio difícil, daí não deu pra acontecer o encontro”. Em todas as outras faixas, o disco traz convidados renomados e outros conhecidos apenas na região como o caso do sanfoneiro Waldonys. Algumas surpresas da família do próprio Luiz Gonzaga são Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga (na faixa Tacacá), irmão de Luiz!

Sei que as festas juninas ainda estão distantes, mas esse é daqueles discos de se ouvir sempre e com muita alegria no coração!

Um forte abraço a todos!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Vocês que fazem parte dessa massa...

Eu gosto muito do Zé Ramalho! Uma voz linda! Um grave fantástico! Talvez nem todos saibam que Zé começou tocando músicas de rock, tipo jovem guarda! Mais tarde, com influências de Luiz Gonzaga a Bob Dylan, esse grande compositor, esse músico místico desenvolve seu trabalho com muita classe, defendendo a música de raiz nordestina onde quer que se apresente!

Já compôs para artistas como Fagner, Elba, Alceu, Geraldo, Dominguinhos, Amelinha, Belchior, etc. Suas canções sempre trazem algo mais a se pensar! Admirável gado novo, por exemplo, mexia com a reforma agrária, antes que esse tema se tornasse moda! Falar da prostituição masculina foi algo inédito e arriscado para a época, porém ele conseguiu, com muita classe, descrever sua era pré-musical em Garoto de Aluguel! Zé também conseguiu fundir parentes e criou o Avohai, mescla de avô e pai. Outro tema bastante popular foi Mistérios da meia-noite que fez parte da novela Roque Santeiro da Globo em 1985, como tema do Professor Astromar, o dito lobisomem!


O que falar da mística Eternas ondas, que retrata um dilúvio que o rei não quis gravar, mas o outro Ray, o Coniff quis, além do Fagner? Ou de tantos outros sucessos como Chão de giz, Gemedeira, Frevo mulher, Batendo na porta do céu, Cidadão, Entre a serpente e a estrela, Mary mar, Táxi Lunar, Vila do sossego, Bicho de sete cabeças, O amanhã é distante, e tantas outras interpretadas, às vezes, com seus parceiros mais constantes como Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Alceu Valença, com os quais compôs a trilogia de shows e cds chamada de "O grande encontro", na década de 90.
Esse disco que destaco é o Antologia acústica 20 anos de carreira dele, gravado em 1997, com a participação de grandes músicos como Dominguinhos, Robertinho do Recife e Frejat! Quase todos os sucessos aqui citados estão nesse trabalho arte, como todos que levam o nome Zé Ramalho!
Um forte abraço a todos!