quarta-feira, 5 de março de 2008

Trilhas sonoras de novelas

As trilhas de novelas, sobretudo globais fazem parte do cotidiano brasileiro. Quem nunca se pegou amando ao som de alguma dessas trilhas? Quem nunca se apaixonou por tal canção após ter ouvido sua execução na novela ? Ou quem não defende que tais trilhas deixam cenas, capítulos ou até novelas inesquecíveis?

A popularização das trilhas sonoras de novelas começou em 1969, quando a gravadora Philips lançou, em parceria com a Rede Globo, o disco de “Véu de Noiva”, de Janete Clair. Em 1971, a emissora criou a Som Livre, selo que passou a ser responsável pela produção das trilhas sonoras. A primeira trilha lançada pela gravadora das Organizações Globo foi “O Cafona”. Discos de vinil de “Selva de Pedra”, “Escalada” e “Pecado Capital” alcançaram grande comercialização, mas não se comparam a “Estúpido Cupido”, de 1976, a primeira trilha de novela a alcançar a marca de um milhão de discos vendidos.

Lançar discos com trilhas de novelas tornou-se algo bastante vantajoso para a gravadora que trabalhava ao menos duas trilhas diferentes: a nacional e a internacional. Com isso, todos os artistas da mpb já tiveram pelo menos um de seus hits reforçado com imagens, que de repente nem tinham inspirado na criação daquele tema, isso quando não são "encomendadas" tais trilhas baseadas na história do personagem ou no tema geral da novela. Alguns artistas chegam a lançar coletânea só com canções que fizeram parte das trilhas sonoras, ao decorrer dos anos como é o caso de Djavan, Rita Lee, Fagner, Caetano Veloso e Gal Costa. A trilha sonora mais vendida da história das novelas é a primeira de “O Rei do Gado”, com a marca de 1,5 milhão de discos, seguida por “Dancin Days” internacional.

Acho a música de novela algo marcante pelo que disse no começo: sempre tem alguma cena ou novela inesquecível associada ao áudio daquele momento! Lembro quando Roque Santeiro, personagem de José Wilker voltou à cidade - até hoje é inesquecível De volta pro aconchego com Elba, em 1985. Ou quando Tieta voltou à sua cidade, com Fafá cantando Coração do Agreste em 1989. Nessa mesma novela vinha a Simone com Uma nova mulher, fascinante! Quem não associa "Brasil, mostra tua cara...", interpretada por Gal Costa com a novela Vale tudo - 1988? Ou quem não lembra da Rosana com o Amor e o poder na novela Mandala - 1987 (Como uma deusa...)? Quem Esquece de Oceano, do Djavan em Top Model - 1989? Enfim, são muitas as lembranças! E você tem alguma música, trilha de novela que lhe remete ao passado?

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de março de 2008

Os ao vivos do Chico...

Chico Buarque tem um repertório e uma discografia fascinante e isso não é novidade aos amantes da boa música brasileira! Destacarei os registros ao vivo feitos por esse que é o melhor compositor da história do país!

Em 1990, gravou o Chico Buarque ao vivo Le Zenith em Paris. Com arranjos do maestro Cristóvão Bastos, Chico passeia por alguns de seus clássicos, dando uma roupagem diferente das versões originais, sem perder a força de intérprete que possui para suas criações. A banda que o acompanha não leva apenas o grande maestro, mas músicos de peso no cenário nacional como o baterista Wilson das Neves e o percussionista Mestre Marçal, este último divide os vocais com Chico nas faixas Sem compromisso e Deixa a menina.

O show começa como Desalento, após apresentar os músicos e penetra a fundo no repertório com sambas como A Rita e Samba do grande amor. Depois passa por Gota d´água e As vitrines. Passeia pela Volta do malandro e Partido alto e encontra o Marçal nas canções já citadas. Inclusive o Chico afirmou que aprendeu Sem compromisso quando se encontrava para compor com o Tom.

Suburbano coração é uma faixa que por si só mereceria um post pois fala em sexo sem perder a elegância, coisa rara nos dias de hoje. Em Palavra de mulher, Chico destaca uma composição que faz no feminino, certamente para alguma das tantas intérpretes que já o visitaram. O romantismo está presente em Todo o sentimento, Joana Francesa, João e Maria e O que será (à flor da pele), esta última uma das mais líricas do nosso cancioneiro. O carnaval, uma das paixões do Chico, está presente em Rio 42 e Não existe pecado ao sul do Equador. O lado político também marca presença em Vai passar e Samba de Orly, que compôs com Toquinho quando este o visitou na Itália, quando estava exilado. As questões sociais estão bastante evidentes em Brejo da cruz, que também merece um tópico só por sua sensibilidade! O show é finalizado com Eu quero um samba...

As pessoas criticam que o Chico não é bom cantor, mas basta observar a precisão de suas interpretações em suas dissonantes criações para comprovarmos que isso é no mínimo um comentário de quem desconhece esse carioca tão importante para a cultura do país! O cd é uma ótima pedida pois recentemente todos os discos do Chico foram remasterizados e como na época não tínhamos dvd, ficamos com o registro auditivo de ótima qualidade e bom gosto como é esse trabalho!


Um abraço a todos!

domingo, 2 de março de 2008

Hoje eu me peguei pensando em você...

Sandra de Sá, o balanço, a voz, o romantismo e o carisma... Quem a descobriu foi a sambisa Leci Brandão, que gravou sua primeira composição "Morenando", em meados de 1977. Destacou-se no festival da Globo de 1980 com a canção Demônio colorido entre as dez melhores, alcançando sucesso nacional.

Na década de 80, estourou nas rádios com um hit atrás do outro, coisas como Retratos e canções, Joga fora, Bye bye tristeza, Solidão, Olhos coloridos, Quem é você, entre tantas outras que tornaram Sandra a rainha da black music nacional, chegando a ser taxada como a Tim Maia de saias. Sandra sempre foi irreverente como o Tim, inclusive brincando com o título mpb que, pra ela significa música preta brasileira! Ao Tim, também dedicou uma homenagem especial - o disco Eu sempre fui sincero, você sabe muito bem de 1998, todo com o repertório formado por sucessos na voz do "Síndico".

Realmente Sandra tem um timbre de voz agradável e uma influência black incomparável, mas não se resume a isso. Além de ser a grande cantora, intérprete e compositora que é, possui adereços que vão das roupas, cabelos, até óculos que a tornam inconfundível no cenário nacional que poderia olhar um pouco mais para artistas como essa, que arrasa em composições próprias ou de outros compositores como Michael Sullivan, Paulo Massadas, Peninha, Nando Reis, Tim Maia, Jorge Ben, Cazuza, Marcos Valle, Carlos Colla, etc.

Para comprovar tudo isso que foi dito e muito mais que podemos oferecer a uma artista dessa grandeza, ficamos com a letra de Retratos e canções, uma das mais lindas do repertório da Sandra:

Retratos e canções
Michael Sullivan/Paulo Massadas

Hoje eu me peguei, pensando em você
Te amo e nem sei como eu amo (Coisas do amor)
Quero não lembrar, que às vezes sem querer
Me apanho falando em você

Lembranças de nós dois, (Retratos e canções)
Um filme de amor, que nunca chega ao fim
Quem sabe se você ainda pensa em mim? (Te amo e nem sei como eu amo)

Dói no coração, às vezes que eu lembrar
Te amo, e não quero te amar...

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de março de 2008

Faz meu gênero ser seu fã número um...

Antes de ser o grande cantor e compositor que é, Guilherme Arantes já era tecladista da banda Moto Perpétuo. Desde que cantou aquela famosa frase "Quando fui ferido, vi tudo mudar..." da canção Meu mundo e nada mais, tema da novela global Anjo Mau em 1976, identificada nos primeiros acordes de seu famoso piano que Arantes despontou e conseguiu algo não muito comum ao ter, de lá pra cá, 25 temas de novelas, além de ter várias canções nos especiais infantis como o Lindo balão azul, que o tornaria famoso nacionalmente.

Pianista na melhor influência e linhagem Tom Jobim, acumulou em seu currículo canções gravadas por Roberto Carlos, Elis Regina, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Chitãozinho & Xororó, Maria Bethânia, Joanna, Zé Ramalho, Zezé di Camargo & Luciano, Fafá de Belém, entre tantos...

Arantes chega a fazer algo em torno de 140 shows pelo Brasil afora, com 20 canções em média nos shows, sempre cantadas em côro com o público. Um fato curioso é que ele tem mais coletâneas que discos de carreira, além de ser também campeão de dvds ao vivo e o único a ter o certificado Steinway, uma éspecie de Iso 9002 dos pianistas mundiais, concedido pela famosa fábrica de pianos.

Guilherme nunca negou sua eclética formação de quem começou tocando chorinho as quatro anos de idade num cavaquinho que ganhou do pai, tendo com isso um trânsito livre pela mpb e rock nacional com seus inesquecíveis sucessos como Amanhã, Brincar de viver, Cheia de charme, Deixa chover, Êxtase, Fã número 1, Meu mundo e nada mais, Brilho estranho, Lendas, Marina no ar, Planeta água, Pedacinhos, Toda vã filosofia, Um dia um adeus... e tantos outros que fazem desse cara um grande nome respeitado e cultuado no mundo musical brasileiro.

Ficamos com a letra da romântica Fã número 1:

Fã número 1
Guilherme Arantes

Você nem desconfia
E o que eu não daria
Por seu amor?

Onde você anda
Nem sei como chamo
A sua atenção

Que eu existo
Aposto que pode dar certo
Esse romance
Aberto dentro de mim

Você nem imagina
Que eu te inundaria
Toda de som

Luz da ribalta
Te quero no palco,
Palco...

Entra em cena faz seu número
Faz meu gênero ser seu fã nº1
Ali no gargarejo jogando beijo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O romantismo internacional de Luis Miguel

Não é de hoje que a música espanhola acontece no Brasil. Sempre escuto cantores relatarem que tiveram influência de antigos tangos e boleros, que escutavam desde a década de 50. Em 1970 nascia no México um menino que faria sucesso nessa praia, sobretudo abordando os lindos boleros que sua língua oferece: Luis Miguel.

Aos 12 anos gravou seu primeiro disco, em 1982 e de lá pra cá vem acumulando êxitos. Em 1991 lançou o álbum Romance, disco que até o momento foi o que mais vendeu na indústria fonográfica latina - 12 milhões. Já recebeu alguns prêmios como a Calçada da fama, o Grammy e a oportunidade de gravar um dueto com Frank Sinatra, incluído no álbum Sinatra Duets II.

Os discos do Luis trazem uma sonoridade fascinante, além de contribuir com o resgate de boleros antigos com sua interpretação ímpar. Tudo isso demontra o esforço e talento desse músico bastante perfeccionista, pois eternos clássicos ganham seu toque musical tendo com a nova roupagem e redescobrimento. É o que se pode ver em canções como La barca, Solamente una vez, La puerta, Sabor a mi, Volver, El dia que me quieras, Sonrie, Voy apagar a luz/Contigo aprendi, Perfídia, Usted, No me platiques mas, El reloj,...

É presença constante nos temas das novelas e, além da coletânea Perfil, lançou recentemente um disco com temas natalinos (Feliz Natal), sempre com sua incontestável qualidade e dedicação o que garante bons trabalhos vindos do mundo latino para o Brasil.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Nada mais é o amor que o encontro das águas...

Jorge Vercilo, compositor e cantor da noite com voz confundida com a do Djavan. Esse artista da mpb vem a cada lançamento se destacando na música atual, sobretudo entre o público jovem que curte sua batida, seu balanço, caracterizando a música moderna.

Em 1989, ainda no início de sua carreira, defendeu o Brasil no Festival Internacional de Trovadores, no Caribe. Mas, foi a partir de 1993, com a gravação de seu primeiro cd Encontro das águas, que Vercilo passou a ser conhecido nacionalmente, sobretudo pela faixa-título que fez parte da novela global Tropicaliente e pela diversidade que seus trabalhos trazem, numa mescla de samba, afoxé e até salsa!

Em 1997, foi indicado ao prêmio Sharp e tido como uma das promessas da mpb. Em 2000, lançou o cd Leve, onde grava com Djavan a faixa Final feliz, um de seus maiores sucessos, se não o maior, regravado por Caetano Veloso e Alexandre Pires! Essa mesma faixa ganhou versão remix e mais simpatizantes à obra do Jorge, que em 2002 se consolidou nas paradas com o cd Elo que traz hits como Homem-aranha, Que nem maré e Fênix (parceria com Flávio Venturini). Sucessos se seguem a partir daí, como a canção Monalisa que também ganhou as paradas e se juntou a outros como Amanheceu, Avesso, Do jeito que for, Em órbita, Leve... E tantos outros sucessos que já lhe renderam alguns Prêmios Tim!

Realmente o timbre de voz do Jorge é semelhante ao Djavan, mas acho algo de mau gosto o taxá-lo de genérico! Ambos tem seu público e não há pecado algum ter influências de artistas talentosos como o alagoano! Ele também afirma ter influências de outros artistas como Caetano, Milton, Chico e Roberto. Conta uma história, não sei se verdadeira, que o filho do Djavan, ao ouvir o sucesso de Que nem maré, ligou para o pai para parabenizá-lo e ficou perplexo quando esse revelou não ser a sua voz, aquela da canção!

Jorge é a certeza que temos novos e ótimos talentos a se descobrirem na noite, nos festivais, na música mais rica do mundo, a brasileira! Basta comprovar isso em sua poesia e em sua musicalidade... Talvez, o exemplo de um artista assim poderia mobilizar mais patrocínios a artistas dessa categoria e movimentos de festivais como os que o revelou!

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Quem pode querer ser feliz se não for por amor?...

Cantor, compositor e violonista (desde os 12 anos) de Minas Gerais, João Bosco é tido como mais um ícone da música brasileira. O iníco de sua carreira começou com uma brilhante parceria com nada mais nada menos que Vinícius de Moraes, em 1967. Em 1970, conhece o poeta Aldir Blanc e estréia uma dupla de compositores das mais famosas e requisitadas do país!

Também teve o privilégio de ser um dos compositores a entrar na obra de Elis Regina, que imortalizou um dos seus maiores sucessos: O bêbado e o equilibrista. Além desse, Elis também emprestou seu talento para Dois pra lá, dois pra cá, bolero que fez a carreira do João deslanchar, e também caiu na graça de Ângela Maria. E o que dizer de Memória da pele, gravada por Maria Bethânia? Simone deu um toque definitivo em Desenho de giz, em 2000, com a participação do próprio João, nos vocais!

Mas, não são apenas os intérpretes que se desfrutam das composições recheadas de dissonantes que esse mineiro faz. Todos são unânimes em afirmar que ninguém interpreta melhor Papel Machê que o próprio, sobretudo na hora dos vocais. Papel machê é também campeã de regravação, seja de cantores consagrados como Zizi Possi, seja de artistas da noite que a definem como imprescindível numa apresentação! São inúmeros os sucessos deste compositor entre seu público que delira ao ouvir Quando o amor acontece, Jade e Corsário, além das já citadas e de tantas outras.

João também se destaca por ter feito o primeiro acústicos mtv em 1992, quando nem era sucesso esse empreendimento musical. Atualmente divulga o cd/dvd Obrigado, gente!, onde faz um apanhado de toda sua carreira com seus grandes sucessos, sua batida de violão e seu eterno carisma seja no samba, seja nas baladas, no sucesso merecido...


Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Projeto Pixinguinha - Uma homenagem ao Músico Brasileiro...

Quem já ouviu esse trecho do choro Carinhoso: "Meu coração, não sei porque bate feliz quando te ver..." talvez não conheça seu autor, sobretudo os mais jovens. Trata-se de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o flautista, saxofonista, compositor, cantor, arranjador e regente brasileiro Pixinguinha. Seu choro mais famoso foi feito em parceria com João de Barro.

Projeto Pixinguinha é o nome de um evento cultural que tem por objetivo difundir a música popular brasileira em todo o país. Criado em 1977 pela Funarte em parceira com as Secretarias de Cultura Municipais e Estaduais. Interrompido desde 1997 por falta de verba, foi retomado em 2004 e atualmente é favorecido pela Lei Rouanet, sendo a multinacional Petrobrás a maior patrocinadora.

Por onde passaram, as caravanas do Projeto levaram ao conhecimento do púbico talentos consagrados e revelaram novos: Simone, Jane Duboc, Sueli Costa, etc. O Projeto Pixinguinha foi responsável pelo lançamento nacional de artistas com o Djavan, Zé Ramalho, Zeca Pagodinho, Adriana Calcanhoto, Zizi Possi entre outros.

Assisti ontem, 22/02 na Praça do Arsenal em Recife, uma das edições do projeto com apresentações do pianista André Mehmari e do já consagrado Ivan Lins! O André é um grande pianista e já tem discos na praça, o que torna o Projeto Pixinguinha ainda mais precioso por apresentar músicos desse quilate ao público. Iniciou o show e em seguida, chamou ao palco o grande músico, cantor e compositor Ivan Lins, que presenteou o público com seus clássicos Bandeira do divino, Lembra de mim, Passarelas no ar, Vieste, Bilhete, Lua soberana, Iluminados, Vitoriosa, dentre outras.

Acho muito legal esse tipo de acontecimento, pois shows de artistas como o Ivan estão cada vez mais difíceis e inacessíveis para o grande povão! Os patrocínios estão cada vez mais escassos e, quando acontecem shows de artistas mais consagrados, geralmente se reduzem a locais mais elitizados!

Sem falar que além de promover outros artistas não tão conhecidos, considero iniciativas como essa, uma homenagem ao músico! Além da grande voz do Ivan e do talento do André, os músicos da banda não ficavam ofuscados! Um saxofonista, que nem sei o nome, deu um show e prova que o músico do Brasil é de primeira...

O Brasil tem grandes músicos, gente de peso envolvida com a música, maestros, produtores, instrumentistas, famosos ou anônimos, todos são maravilhosos e de um talento indiscutível o que torna a música brasileira, a melhor do planeta! Isso é uma certeza não apenas minha, mas do Ivan e de tantos que a formam! Tenho certeza absoluta que lá fora também temos grandiosos músicos mas, quem acha que aqui não temos pessoas capacitadas é porque não conhece o assunto!

E vamos ficando por aqui, com o Coração mais famoso do país, uma canção composta entre 1916 e 1917 e que até hoje e sempre embalará os corações apaixonados desse país afora:

Carinhoso
Pixinguinha/João de Barro

Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo

Mas mesmo assim
Foges de mim...

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus à procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz...

Meu coração...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Eu tô voltando...

Simone Bittencourt de Oliveira, nascida na Bahia em 25/12/1949 por pouco não se dedicou a outra arte, o esporte, pois foi jogadora de basquete, chegando a ser convocada para a seleção, mas as distorções que sofreu e também a falta de reconhecimento fizeram abandonar o esporte e dedicar-se exclusivamente à música, em meados dos anos 70.

Já comentei sobre ela em um dos primeiros posts, no mês de dezembro sobre discos de Natal, destacando um de seus trabalhos! Hoje, gostaria de abordar um pouco mais sobre essa grande intérprete que a música brasileira ganhou e que os faz com que os compositores lapidem suas obras, quando viajam nessa direção!

Na década de 80, Simone vendeu muitos discos o que chegou a ser taxada de o Roberto de saias. Isso porque, além dessas vendagens, ela sempre usou branco e tinha alguns gestos interpretativos que lembravam o rei, um de seus ídolos maiores e de seus compositores preferidos, além de Milton, Caetano, Chico, Ivan, Martinho, Gil, Tom, dentre tantos, o que sempre garante um trabalho de elevada qualidade, pois ela capricha em tudo, desde a produção, requisitando os melhores músicos, até a parte gráfica!

Além do cd de Natal, Simone se engajou em outros projetos como o disco Café com leite de 1996, onde interpreta Martinho da Vila e Loca de 1998, álbum em espanhol onde presta homenagem a canções interpretadas por Julio Iglesias. Em 2004, fez um disco só com composições de Ivan Lins, o cd/dvd Baiana da gema!

Sempre esteve presente nas rádios com seus lindas canções como À distância, Brigas, Caçador de mim, Canta canta minha gente, Cigarra, Codinome Beija-flor, Uma nova mulher, Separação, É festa, Então é Natal, Fica comigo esta noite, Então me diz, Jura secreta, Iolanda, Sob medida, O amanhã, O que será, Outra vez, Será, Seu corpo, Tô voltando, Cofre de sêda, Lenha, etc.

Os discos mais recentes da Simone continuam um primor, mas sem a devida atenção por parte da mídia! Por exemplo, em 2000 lançou um disco belíssimo com alguns boleros como Fica comigo essa noite e Que queres tu de mim, além de composições de artistas mais contemporâneo como Zeca baleiro (Lenha) e Lenine (Paciência). O mesmo aconteceu em 2001, com Seda pura, onde o único sucesso que aconteceu foi Cofre de Seda de Samuel Rosa.

Atualmente, segue fazendo shows e divulgando o dvd Simone ao vivo - 2005, que conta com sucessos de sua carreira e participações de artistas que sempre foram importantes em sua arte, como o Ivan, a Zélia e o Milton.

Para Simone, a gente só pode deixar o som preparado, aquela boa companhia e um bom vinho, porque ela sempre estará voltando com um trabalho beirando a perfeição para nós e para a música brasileira!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A legião de Renato Russo!

A história da música brasileira, de certa forma está atrelada à história do país! Em meados de 1982, com o início da abertura política, surgia uma banda que iria incendiar o cenário do pop rock, diretamente de Brasília, onde a política também fervia: O Legião Urbana! Composta por três rapazes Renato Russo (vocalista e baixista), Marcelo Bonfá (baterista) e Dado Villa-Lobos (guitarrista que assumiu o Legião em 1983).

Renato é o líder e sempre foi visto como o Chico Buarque do mundo do rock, pois é dos melhores compositores desse ramo e criou coisas que incentiva a alta reflexão. Dificilmente suas canções eram simples e de fácil interpretações, embora falasse de coisas simples como o medo, a família, o amor, a paz, tristeza, união, relação humana, etc. Ele ainda teve trabalhos solos paralelos ao Legião, que durou até 1996, com algumas gravações em italiano e participações, como na canção A Carta, no disco do Erasmo Carlos de 1992 e A cruz e a espada com Paulo Ricardo, além de participar de outros duetos com Leila Pinheiro, Hebert Viana e 14 bis.

Curioso é que com a morte do líder, Renato, a banda se desfez e mesmo assim, prosseguiu fazendo sucesso e vendendo muitos discos. Muitos começam a ouvir as músicas da banda após a morte de Renato, aclamado como herói, embora sem feito heróico, mas perpetuado como sábio e portador de uma visão crítica e realista. Sobretudo os jovens aprenderam canções que se eternizaram: Faroeste caboclo, Pais e filhos, Hoje a noite não tem luar, Será, Ainda é cedo, Eduardo e Mônica, Que país é este, Mais uma vez, Vento no litoral, Monte Castelo e tantas outras são ouvidas sempre!

Legião e Renato também foram gravados por outros artistas como Ângela Maria, Cássia Eller, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Laura Pausini, etc. e toda sua carreira só mostra que o rock tem suas riquezas harmônicas e poesias concretas!

Um forte abraço a todos!