domingo, 13 de julho de 2008

Marisa Monte é mais, muito +++

Em 1991 Marisa Monte lançou o álbum Mais, o segundo de sua carreira. Produzido por Arto Lindsay, Marisa que já se destacara como cantora, agora mostra seu lado compositora ao lado de parceiros como Nando Reis e Arnaldo Antunes, o que já se pode confirmar na faixa de abertura - Beija eu, parceira com Arnaldo e Arto, que viria a se tornar um clássico na obra da Marisa. A segunda faixa é de Arnaldo, Volte para o seu lar revela o eterno lado Titãs desse grande compositor e músico.

A terceira canção tornou-se mais um clássico imprescindível nos shows da Marisa: Ainda lembro é uma das canções mais lindas da música brasiliera, explorada ao máximo pelos cantores da noite e aqui, Marisa divide os vocais com os arranjos mais que sofisticados do Ed Motta. O disco segue com De noite na cama, canção de Caetano Veloso que o Tremendão Erasmo Carlos importalizou décadas atrás.

Marisa também explora seu lado de intérprete com Rosa, clássico de Pixinguinha. É a hora de alguém dizer: "Mas, como é ousada essa moça"! Mas, é mesmo e com muito êxito, como podemos observar no resgate do folclore nordestino Borboleta, com a participação dos violões de Robertinho do Recife. E mais um clássico de Cartola - Ensaboa, também é interpretado com classe por essa diva. Os ares Titãs também aparecem em Eu não sou da sua rua, parceria de Arnaldo com Branco Melo. E nessa onda Titãs, encontramos mais um clássico da Marisa em Diariamente de Nando Reis, uma letra incrível, recomendações para o cotidiano brasileiro.

Um disco cheio de clássicos, canções do repertório da Marisa que ficaram na memória do brasileiro como Eu sei (Na mira), da autoria da cantora, para reafirmar a grande intérprete e agora também grande compositora. O disco se encerra com Tudo pela metade e Mustapha, parcerias com Nando Reis. Eu não só poderia dizer que é esse um dos melhores trabalhos da Marisa como fiz quando falei de Memórias, crônicas e declarações em 23/12/2007, porque acabo me convencendo que todos os trabalhos da Marisa são melhores, divinos, perfeitos e nós somos abençoados com essas canções e interpretações sublimes...

Um forte abraço a todos!

sábado, 12 de julho de 2008

O Reino Encantado de Daniel

Hoje estamos diante de uma das pessoas mais humildes da música brasileira, o romântico Daniel. Nascido no interior de São Paulo, na cidadezinha de Brotas, José Daniel Camillo é hoje um dos grandes nomes do cenário nacional. Desde os cinco anos, já ensaiava seus primeiros acordes de violão e mais tarde chegou a tocar com seu pai e maior influenciador, Sr. Camillo nos bares e praças de sua cidade.

Anos depois, já particiopando dos festivais locais, conhece José Henrique dos Reis, o João Paulo, com quem fez uma bem sucedida dupla sertaneja. Os dois trilharam circos, festas e festivais e gravaram seu primeiro disco em 1985. Com muito trabalho e divulgação, a dupla tornou-se conhecida no Brasil inteiro com sucessos como Estou apaixonado, Eu me amarrei, Te amo cada vez mais, Que dure para sempre, entre outros.

Até que em 1997, o destino separou a dupla e levou João Paulo para outro plano. Daniel, mesmo muito triste, continuou seu caminho com o apoio de seus amigos e sobretudo de seus fãs, espalhados pelo país inteiro. Uma carreira solo bem sucedida, discos, projetos e sucessos rodearam o menino de Brotas. São sucessos inesquecíveis Adoro amar você, Declaração de amor, Dengo, Pra falar a verdade, Nossa Senhora, Canção da América, Os amantes, Quando o coração da gente se apaixona, Só seu amor não vai embora, Vai dar samba, etc.

Daniel não é apenas mais um cantor neo-sertanejo como muitos adoram discriminar. Ele une o romântico ao sertanejo moderno sem esquecer as raízes desse movimento como podemos observar no projeto Meu Reino Encantado, onde interpreta só clássicos sertanejos como Tocando em frente e Moreninha Linda, por exemplo. Destacou-se na interpretação de Chão de estrelas no show da música do século em 1999 e já gravou com artistas como Julio Iglesias, Chitãozinho e Xororó, Almir Sater e Tinoco, entre outros. É um exemplo a seguir como ser humano com projetos beneficentes de se tirar o chapéu. Sem dúvida, entre Daniel e seus fãs É difícil não falar de amor, como diz seu mais recente trabalho!


Um forte abraço a todos!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

É, eu também canto!!!

Amigos, hoje estou completando 28 anos e quero dividir com vocês essa alegria, com um post especial, onde concedo uma entrevista ao grande jornalista e grande amigo Vinícius Faustini. E, com esse post, quero homenagear a todos os cantores locais, anônimos, que animam os eventos, festas, shopping ou bares noturnos, muitas vezes passando despercebidos e nem recebendo o que é mais gratificante: a segunda voz da platéia em côro e o aplauso. O Brasil é rico em cantores da noite! Muitos dos artistas que conhecemos hoje, tiveram a noite como a melhor escola.

Conversamos sobre Música, Roberto Carlos e sobre o Blog Música do Brasil! Acima, uma foto de uma das minhas singelas apresentações em um evento na escola, onde ensino. É tudo muito simples, mas vale o registro de um momento lindo com o qual sempre sonhei! A todos, muito obrigado por compartilhar comigo essas emoções nesse espaço onde tanto aprendo!

A Entrevista

Vinícius Faustini - Qual a primeira lembrança musical que você se recorda de ter?
Everaldo Farias - Bom, a primeira lembrança que tenho é de ver meu pai ouvindo o disco do Roberto Carlos que tem a canção "Caminhoneiro” (lançada no LP de 1984). Eu tinha 4 anos e decorei toda a letra. Ficava cantando e imaginando meu pai dirigindo o caminhão, pois ele era caminhoneiro na época. A música é a melhor herança que meu pai me ensina a abraçar!

Vinícius Faustini - Após esta primeira "audição" você passou a gostar bastante da obra de Roberto Carlos. E a ligação com a música dele também se estendeu às suas preferências musicais? De gostar mais do cancioneiro romântico, por exemplo.
Everaldo Farias- Sim, eu ainda era criança, mas a cada ano eu gostava de alguma canção do Roberto. Eu me apaixonava pelas meninas da escola e para cada uma, eu pensava numa canção do Roberto. Aos 11 anos, eu me defini como fã. Na época eu só gostava dele, depois fui gostando dos outros artistas, observando sobretudo os convidados dos especiais de final de ano da Globo.

Vinícius Faustini - E quando você, mesmo sob o "disfarce" de professor, decidiu expor suas opiniões musicais num blogue? E por que especificamente sobre Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Olha, a idéia do blogue surgiu logo após o (site dedicado a Roberto Carlos) Portal Clube do Rei. Eu sempre escrevi la. Adiei um pouco a idéia do blogue por receio do que faria, se gostariam... Mas, optei por falar da música brasileira porque é uma paixão que tenho e não queria deixar específico ao Roberto, que ja temos outros blogues referências para ele. Mas, foi algo que nem eu mesmo sabia como fazer e que dimensões tomaria.

Vinícius Faustini - E que dimensões você acha que tomou?
Everaldo Farias - Não sei bem definir, Vinícius. Eu gosto de pensar algo sobre música e escrever. Sobre os artistas que tanto aprecio. Alguns artistas nem aprecio tanto, mas reconheço a importância de todos e isso me faz pesquisar e deixar uma pequena contribuição para eles. Escrevo também sobre os discos que escuto e que gosto e que desejo recomendar para alguns que, de repente, nem conhecem tal obra. Minha pretensão é compartilhar opiniões e colher outras, não apenas expor a minha.

Vinícius Faustini - Na apresentação de seu blogue, há uma foto sua ao lado de uma estátua em homenagem a Luiz Gonzaga. Você acredita que ele seja um referencial para a Música Popular Brasileira?
Everaldo Farias - Sem dúvida alguma. Eu gosto muito do Luiz Gonzaga. Ele não teve formação musical acadêmica, mas é muito inteligente. Seu repertório prova isso. Aprendeu com a vida, cantou sua terra. Emociona todo ano, durante as festas juninas, quando todos os artistas o reverenciarem, cantando seu repertório. Ele, como o Roberto, conquistou o prazer de ser inesquecível e isso não é legal? Uma vez um amigo me perguntou porque ao invés da estátua do Luiz Gonzaga, não estava lá a do Chico Buarque, eu respondi: porque não encontrei a estátua do Chico. Mas, é claro que é brincadeira, porque gosto muito do Gonzagão.

Vinícius Faustini - É, daí vai a questão do gosto pessoal. Aliás, seu blogue abre espaço a vários estilos da música brasileira - da "sigla" MPB de Chico Buarque ao "neo-sertanejo" da dupla Chitãozinho & Xororó, do forró de Dominguinhos ao pop do Jota Quest. Mas dentre esses muitos artistas abordados lá, você tem algum que goste de ouvir com mais freqüência?
Everaldo Farias - Meu gosto é eclético, como o que escrevo. Curto todos, nem que seja um pouco de cada um, sobretudo a música romântica que todo artista apresenta. Eu curto todo o repertório do Roberto. E sou fascinado pelo instrumental do Eduardo Lages, porque atualmente eu aprendo teclado, para me acompanhar nos meus pequenos shows. Então, tem dias que acordo com vontade de ouvir Emílio Santiago, outro dia Cauby, ou Nando Cordel, ou Adilson Ramos. Tem dias que quero ouvir Zeca Pagodinho. Ou Chico Buarque ou Tom Jobim. As cantoras, então! Vou de Marisa Monte, ou quero ouvir Gal ou Bethânia, Ângela Maria, enfim, nossa música brasileira é abençoada!

Vinícius Faustini - Bom, além de já apreciar, ouvir música, de uns tempos pra cá você aprendeu a tocar canções, e até mesmo em público. De onde veio esse interesse, e como tem sido a repercussão das pessoas que te ouvem?
Everaldo Farias - Eu desde os 11 anos, quando me tornei fã do Roberto, eu canto, no banheiro. Rsrs. Eu tinha vontade de cantar, pensava em ser como o Roberto. Usava as cores das roupas dele. Cheguei a usar um medalhão do coração de Jesus. Mas, tinha muita timidez porque o pessoal ria muito dessa extrema identificação. Amor de fã só é compreendido pelo fã. Mas, um fato curioso é que todo mundo sabia que eu cantava, mesmo sem me ver cantar, acho que imaginavam eu imitando o Roberto. E realmente, muitos dizem que lembro um pouco, talvez o timbre de voz. Mas, não busco imitá-lo, é apenas identificação mesmo. O pessoal gosta e gosto muito do aplauso que recebo. Meus shows são apresentações simples, gratuitos, faço porque gosto mesmo. Canto nas festas da escola, uso o teclado como playback e as vezes também o toco e canto. Tenho um projeto futuro de cantar nos asilos.

Vinícius Faustini - E qual o seu repertório?
Everaldo Farias - Bom, se pudesse só cantava Roberto Carlos. Eu gosto do repertório dele e todo mundo conhece e gosta. Quando canto músicas dele, eu o vejo na mente, como ele estaria cantando aquela canção. É uma sensação de fã, de estar perpetuando algo que amo. Mas, canto também outros artistas como Djavan, Caetano, Chico, Tom, Milton, Fábio, Roupa Nova, Fagner, Luiz Gonzaga, etc.

Vinícius Faustini - Qual o tipo de mensagem você tenta passar para os que estão ouvindo você interpretando essas canções?
Everaldo Farias - Rapaz, a boa música é paz, é Deus. Eduardo Lages me falou uma vez que quem vive de música nunca padecerá de solidão. E o maestro tá certo. Sou fã dele. Ivan Lins e tantos outros artistas a consideram nossa música a melhor do mundo. Eu também penso assim. E divulgar essa boa música para outras pessoas é fazer o bem, seja cantando, seja conversando com os amigos através do blogue. Essas coisas nos dão um prazer imensurável, são muitas emoções! Deus abençôe a música brasileira e a todos que a compõem com muita dedicação!

Vinícius Faustini - Pra você, em poucas palavras, o que significa MÚSICA?
Everaldo Farias - Música significa Deus em forma de som. Deus tem muitas formas de abençoar o ser humano. A forma sonora vem através da boa música, suas notas, melodias, harmonias e sons. Deus consegue ser o Maestro e a própria Música.

Vinícius Faustini - Qual a primeira música que vem à sua mente agora?
Everaldo Farias - (risos) Bom, isso é difícil, mas numa data como hoje, qualquer fã do Roberto Carlos como eu só lembra de uma: Emoções.

Vinícius Faustini - Bem... Então muitas emoções para você, no dia de hoje e nos próximos dias que virão a partir deste ano que você completa hoje.

Muito obrigado a você Vinícius, por esse presente que me concedeu. A todos os amigos do blogue, Deus os abençôe e os conceda paz e muita música!

Emoções
(Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando prá você
E as mesmas emoções sentindo

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar

Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi

São tantas já vividas
São momentos que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente prá você
E as emoções se repetindo

Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais

Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi...

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 8 de julho de 2008

O Cenário de Eduardo Lages

Eduardo Lages lançou em 2006 seu segundo trabalho - Cenário. Após o grande êxito obtido com o primeiro cd Emoções, Eduardo mergulhou em um repertório escolhido a dedo, com canções que marcaram sua vida!

Roberto Carlos, que figurou como compositor em todo repertório do disco anterior, abre o cd com Como é grande o meu amor por você. Em seguida temos ainda a lembrança do rei e também dos Beatles, com And i love her, versionada pelo rei em 1984 como Eu te amo.

Um dos grandes clássicos internacionais, Macarthur Park, ganhou um arranjo arrasador do maestro mais romântico do país. E o rei volta a ser representado por mais dois clássicos de seu repertório - Desabafo e, posteriormente com Os Seus botões. Stevie Wonder se faz presente na canção My cherie Amour, com uma luxuosa gaita tocada por Milton Guedes. Os Bee Gees marcam presença com o clássico How Deep Is Your Love. Os Beatles ainda são revisitados em Yesterday e Eleanor Rigby. O rei do rock internacional Elvis Presley não poderia estar ausente desse cenário e aqui aparece com Love me tender. O grupo Abba também se refez em The Winner Takes It All. Overjoyed e The More I See You completam esse grandioso repertório.

A faixa que encerra o disco é a que lhe dá nome - Cenário, composição do Eduardo Lages em parceria com Paulo Sérgio Valle, que Roberto gravou em 1990. Aqui temos Cenário, por Eduardo, que ainda arrisca declamação da primeira estrofe da letra e afirma que cada canção escolhida compôe um cenário de sua vida! E a nós que ganhamos mais esse presente e desfrutamos desses momentos lindos só podemos agradecer ao maestro, que com seus sofisticados arranjos, nos presenteia com seus clássicos preferidos, mostrando que cada vez que as luzes se acendem, que estamos em cena aberta, queremos ser felizes e nosso coração pede sempre bis!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de julho de 2008

Bate outra vez com esperanças o meu coração...

Angenor de Oliveira, o grande Cartola é um dos maiores nomes da música brasileira. Carioca, o poeta participou dos sambas da velha guarda da Mangueira, sendo um dos fundadores e responsável pela escolha do nome e das cores (verde e rosa) da escola. O universo de Cartola é ainda mais brilhante quando tratamos das composições. São mais de quinhentas canções, sozinho ou em parceria, com uma carga poética admirável.

Cartola cursou até o primário e nunca conseguiu entrar no mercado de trabalho. Fez bicos como pedreiro, pintor, lavador e vigia. Ganhou o apelido quando era pedreiro por usar chapéu para proteger os cabelos do cimento. Seu nome, na realidade era pra ser Agenor, mas um erro gráfico o deixou com o "n". E foi como seu fiel amigo Noel Rosa, que Cartola começou a vender sambas. Seu primeiro samba foi vendido a Francisco Alves. em 1928, Cartola e seus amigos fundaram a Mangueira.

Nas décadas seguintes teria presença constante nos discos dos principais cantores e artistas, como Pixinguinha. Chegou a se afastar da música e voltar a lavar carros, regressando ao mundo artístico na década de 50, pelas mãos de Sérgio Porto. Pouco tempo depois, se casa com Dona Zica, e ao lado dela compõem seus grandes sucessos como As rosas não falam, Nós dois, Tive sim, O sol nascerá, entre outros.

Curioso é que Cartola só veio gravar seu primeiro disco em 1974, já com 65 anos. Outros sucessos inesquecíveis do poeta são O mundo é um moinho, Ensaboa mulata, Preciso me encontrar, Cordas de aço, Acontece, entre tantos, reverenciados em homenagens feitas por Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Cazuza, Fagner, Gal Costa e Ney Matogrosso. Este último dedicou projeto de cd e dvd ao compositor. Ficamos com a letra do clássico brasileiro As rosas não falam:

As rosas não falam
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de julho de 2008

Natal em Julho!!!

Com a colaboração do meu amigo James, o grande James, que tem o blog RC Braga, com endereço nos favoritos ao lado, anuncio um dos maiores lançamentos do ano: o novo cd do rei Roberto Carlos.

Para um grande fã do Roberto como eu e muitos amigos somos, esse é um dos maiores acontecimentos pelo qual esperamos o ano inteiro. Particularmente, desde 1991 compro seus lançamentos e sempre deixo a árvore de natal mais bonita. Durante muitos anos, seus lançamentos eram acompanhados dos símbolos natalinos, inclusive chegou a ser peça indispensável na mesa natalina, juntamente com o peru, o queijo borboleta e tantos outros símbolos dessa época tão majestosa.

Gravado em Miami, em maio de 2007, Roberto Carlos en vivo é um presente para fãs do mundo inteiro, onde o rei canta seus clássicos em espanhol. O repertório passeia por todos os sucessos do rei no mundo hispânico, onde recentemente fez uma bem sucedida turnê. A maioria coincide com os clássicos brasileiros desse que é o maior astro de todos os tempos da música brasileira. O projeto também inclui o dvd que virá em breve! Segundo os sites Saraiva e Americanas, onde o cd já consta no pré-vendas, porém com datas de lançamentos diferentes (em um consta 29/07 e no outro, 10/07), o repertório é esse que segue abaixo:

  1. Abertura
  2. Emociones
  3. Que será de ti (Como vai você)
  4. Cama y mesa
  5. Detalles
  6. Desahogo (Desabafo)
  7. El dia que me quieras
  8. Mi cacharrito (O calhambeque)
  9. Mujer pequeña
  10. Acróstico
  11. Propuesta
  12. Cóncavo y convexo
  13. La distância
  14. Amigo
  15. Jesus Cristo
  16. Amada amante
  17. Un gato en la oscuridad
  18. Yo solo quiero

Algumas das canções foram executadas em português como o Acróstico e Jesus Cristo. Ainda teríamos no repertório Aquarela do Brasil, que sonhamos constar ao menos nos extras do dvd. Com a afinadíssima banda RC, os arranjos mais que fantásticos do grande maestro Eduardo Lages e com esse repertório, esse cd não é apenas mais um disco ao vivo e sim, é "o disco ao vivo" com o qual sua majestade musical presenteia seus fãs, mostrando mais uma vez que ele é el rey, em todas as línguas, todas as idades e para todos os povos!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eu vi você passar por mim...

Wanderléa Charlup Boere Salim, esse é o nome da Wandeca, a ternurinha ou simplesmente Wanderléa, a maior cantora da jovem guarda. Natural de Governador Valadares - MG, aos 10 anos quando já morava no Rio de Janeiro vencia concursos e gravou seu primeiro compacto em 1962, e no ano seguinte lança seu primeiro disco, pela CBS onde conhece seus dois maiores amigos: Roberto e Erasmo.

Em 1965 passa a dividir com os dois o comando do programa Jovem Guarda e uma verdadeira revolução na música brasileira. Wandeca passa a influenciar toda a juventude não apenas por suas canções, mas também pela maneira de vestir e falar. E como prova de fogo, tornou-se uma das maiores cantoras do Brasil, chegando a atuar em cinema em filmes como Roberto Carlos e o dimante cor-de-rosa - 1969. E fincou no coração de seu público sucessos inesquecíveis como Prova de fogo, Pare o casamento, Ternura, Foi assim, Eu já nem sei, Te amo, Mata-me depressa, Na hora da raiva, O amor sobreviverá, Exército do surf, Você vai ser o meu escândalo, Eu apenas queria que você soubesse, entre outros. Para esse ano, promete um Dvd com seus maiores sucessos e em breve, finalmente um cd de estúdio.

Muito se engana quem afirma que Wanderléa é apenas jovem guarda, é passado, está presa àquele repertório de jovem guarda. É claro que aquela foi sua fase áurea, mas para uma cantora que foi uma das primeiras a gravar Altay Veloso, Djavan e Gonzaguinha, além de explorar em seu repertório compositores como Moraes Moreira, Fátima Guedes, Luiz Melodia, Gilberto Gil, Sueli Costa, Geraldo Carneiro, além da dupla Roberto e Erasmo, de quem já foi premiada com algumas canções inéditas, e que sempre é lembrada e aplaudida por onde passa e nunca ficou distante da mídia, mesmo há tanto tempo sem gravar, Wandeca mostra que sua carreira é uma verdadeira prova de fogo e que merece o título de rainha porque por onde ela passou foi assim, é assim e sempre será, a Ternurinha do Brasil.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Julio Iglesias é tango!!!

Todos sabem da minha admiração extrema por esse cantor internacional, talvez o mais brasileiro dos espanhóis. A discografia do Julio é marcante em terras tupiniquins. Já abordei o Romantic Classics - 2006 e o Ao meu Brasil de 2001. Hoje, falarei de quando Dón Julio bebeu na fonte dos clássicos à Carlos Gardel: Tango, disco lançado em 1996. Por ter um pai fã do tango, Julio sempre se propôs a um dia fazer um projeto só com canções desse gênero. No passado chegou a navegar nessa praia quando gravou Camiñito, sucesso em vários países, inclusive no Brasil, em português, no disco Minhas Canções Preferidas. E esse projeto finalmente se concretizou em 96.

Com produção de Roberto Livi, o disco começa com o clássico La cumparsita, talvez o tango mais famoso do mundo. Aqui os arranjos cuidadosos com aqueles teclados que só ouvimos no repertório do Julio, mas nada de dispensar o acordeão, clássico instrumento dos tangos. Em seguida, El dia que me quieras da melhor fonte do Gardel, que chegou a ser tema de novela da globo. A versão dada a "A media luz", outro clássico mostra que foi um dos maiores acertos esse projeto de mesclar canções desse ritmo com a voz marcante de um dos maiores cantores do mundo. Outras fontes de Gardel aparecem em Volver, Mi Buenos Aires Querido e Mano a mano. Outros clássicos como Yira yira, Cambalache, El choclo, Adios pampa mia e Camiñito também aparecem no repertório. O que dizer da sua interpretação para o clássico Uno, uma adaptação e um grandioso arranjo que, junto com a voz inconfundível do Julio deram a canção uma interpretação definitiva, diria!

O que mais falar? Apenas ressaltar que estamos diante de mais um grandioso trabalho que a música brasileira teve o privilégio de conhecer, que nos foi proporcionado pelo artista internacional mais brasileiro que conhecemos. Um sabor especial para arranjos carregados de cordas e um disco histórico sobre um gênero musical argentino que, na verdade, começou no Uruguai e ficou imortalizado por Carlos Gardel, na argentina e no mundo todo. E nada mais justo que Julio Iglesias, uma das maiores estrelas do mundo para nos proporcionar esse trabalho magnífico.

Um forte abraço a todos!

domingo, 29 de junho de 2008

Abram alas para um novo cantador...

E durante esse mês festivo, onde o coração nordestino se aquece nas fogueiras da tradição, pude homenagear alguns dos grandes nomes desse cenário que fazem a festa a exemplo de Santanna, Petrúcio Amorim e hoje, falaremos um pouco de Maciel Melo, mais um poeta nordestino que canta suas raízes e o amor. Natural de Iguaraci, interior de Pernambuco, Maciel desde pequeno acalenta o desejo de ser músico e quando criança respondia que queria ser tocador de pandeiro.

"Devoto" de Luiz Gonzaga, Maciel segue seu estilo, cantando as tradições nordestinas e sendo regravado por nomes de sucesso como Fagner, que imortalizou seu maior sucesso - Caboclo sonhador, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Flávio José, Santanna, entre outros. Gravou seu primeiro disco a duras penas em 1989, chamado Desafio das léguas, que era ousado por já contar com a participação de Dominguinhos, de quem participaria anos mais tarde do disco que seu conterrâneo faria em homenagem a Gonzagão, na faixa A volta da Asa branca.

Seu autêntico forró não dispensa uma guitarra elétrica, se aproximando mais de Jackson do Pandeiro que, já na década de 60, adicionara ao tradicional zabumba, sanfona e triângulo, cordas, sopros e outros instrumentos de percussão. Além de Caboclo sonhador, que também foi gravado pelo próprio Maciel e por outros forrozeiros como Flávio José, temos como sucessos A dama de ouro, Caia por cima de mim, Dê cá um cheiro, Meninos do Sertão, Nos tempos de menino, Terra prometida, O solado da chinela, etc. Com seu toque de Sertão, Maciel é figura garantida nas melhores festas de São João e por todo o ano, onde atualmente divulga seu dvd Isso vale um abraço. E suas letras tem muito de sua história pessoal. "Mega" e "Quinha", citadas na letra abaixo são seus irmãos:

Caboclo sonhador
(Maciel Melo)

Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
E meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza.

Um coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de Neném
Perguntar-me a todo instante por Baía
Mega e Quinha como vão? tá tudo bem?
Meu canto é tanto quanto canta o sabiá

Sou devoto de Padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso Rei do Cangaço
E em meu regaço fulminado em pensamentos
Em meu rebento sedento eu quero chegar

Deixem que eu cante cantigas de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forró fiado tão da bexiga de bom.

Um forte abraço a todos!

sábado, 28 de junho de 2008

Amigo do sol, amigo da lua...

Uma das maiores alegrias que tenho aqui no blog é poder falar de artistas esquecidos da mídia, mas que seguem contribuindo muito positivamente com a música brasileira. E o artista de hoje é sinônimo de sofisticação em seu estilo. Segundo o wikipédia, seu nome verdadeiro é Uday Veloso, nosso Benito di Paula. Natural de Nova Friburgo - RJ, começou sua carreira como crooner nas boates do Rio e de São Paulo. Seu estilo, conhecido por samba jóia, se diferencia dos demais por adicionar ao samba tradicional o piano, apresentando algo mais romântico.

Lançou seu primeiro disco em 1971, que foi censurado por conter a faixa Apesar de você do Chico Buarque. Esse disco ainda continha Azul da cor do mar de Tim Maia e A Tonga da Milonga do Kaburetê de Vinícius e Toquinho. Só obteve sucesso nacional a partir do terceiro disco, Um novo samba, já com barba e cabelos longos e com a canção Retalhos de Cetim. Vários sucessos são relembrados em seus shows como Charlie Brown, Mulher Brasileira, Amigo do sol amigo da lua, Vai ficar na saudade, Se não for amor, Ah! como eu amei, Tudo está no seu lugar, O que é o que é, Que beleza, Quero ver você de perto, Do jeito que a vida quer, Sanfona branca, Amanheceu, Como dizia o mestre, entre outros.

Benito sempre citou em algumas de suas composições, alguns de seus colegas mais queridos, tido como ídolos como Cauby Peixoto na canção Vá escutar Cauby, ou Luiz Gonzaga (Com quem chegou a gravar a faixa Viva meu Padim) na canção Sanfona Branca, ou vários colegas como encontramos na canção Charlie Brown, um de seus maiores sucessos, se não for o maior:

Charlie Brown
(Benito di Paula)

Ê! Meu amigo Charlie
Ê! Meu amigo Charlie Brown,
Charlie Brown...

Se você quiser vou lhe mostrar
A nossa São Paulo, terra da garôa
Se você quiser vou lhe mostrar
Bahia de Caetano, nossa gente boa

Se você quiser vou lhe mostrar
A lebre mais bonita do Imperial
Se você quiser vou lhe mostrar
Meu Rio de Janeiro e nosso carnaval

Charlie Brown, ê...

Se você quiser vou lhe mostrar
Vinícius de Moraes e o som de Jorge Ben
Se você quiser vou lhe mostrar
Torcida do Flamengo, coisa igual não tem

Se você quiser vou lhe mostrar
Luiz Gonzaga, rei do meu baião,
Se você quiser vou lhe mostrar
Brasil de ponta a ponta do meu coração

Charlie Brown, ê...

Um forte abraço a todos!