quinta-feira, 18 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1975

CD Roberto Carlos 1975
Esse é o primeiro disco de sua majestade que veio com capa dupla, embora ainda sem letras, com direito a foto em show, provavelmente no Canecão, famosa casa de shows do Rio de Janeiro onde o rei tem história. Temos também uma justiça para os fãs, nos quais me incluo, que nunca chegamos perto dele, ao menos temos seu "autógrafo" que substituiu seu nome grafado em quase todos seus trabalhos. Seus caracóis, seu olhar triste e seu cachimbo compõem uma capa que, a meu ver, é bastante artística, fato comum nessa década e na obra de outros grandes nomes até hoje.

Capa interna do CD RC 1975
Dez anos depois, Roberto regrava numa versão com grande orquestra, seu clássico Quero que vá tudo pro inferno, uma das mais pedidas hoje e considerada banida de seu repertório. Mas, confesso que infinitamente superior a ela, a meu ver, são os clássicos Olha, Além do horizonte e Seu corpo que, vez por outra, figuram no repertório de seus shows sempre com muito sucesso. O quintal do vizinho é uma das mais lindas canções que já ouvi, sobretudo pela pureza de sua letra que dificilmente não me leva às lágrimas por pensar na bondade que essa mensagem transmite.

Contracapa do CD RC 1975
Duas canções hispânicas num disco nacional do rei com Inolvidable e El humahuaqueño. Três grandes artistas que batalhavam seu lugar ao sol figuraram nesse trabalho com suas composições: Benito di Paula na faixa Amanheceu e Fagner e Belchior em Mucuripe. Outras românticas são Existe algo errado e Elas por elas. Uma canção que nunca entendi direito, nem o porquê do Roberto gravá-la é Desenhos na parede. Considero um bom disco, mais representativo que os dois anteriores, mas ainda não acho que aqui está o que de melhor aconteceu nessa tão citada década!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 16 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1974

CD Roberto Carlos 1974
Roberto Carlos e seus longos caracóis apareceram neste trabalho de 1974, marcado por alguns clássicos como O portão, Você e Eu quero apenas (também clássico hispânico). É também aqui que encontramos a primeira leitura feita em sua discografia para o clássico É preciso saber viver, na versão que sempre apresenta em seus shows, já que a primeira gravação foi para o filme O diamante cor de rosa (1969), feita em trio com Erasmo Carlos e Wanderléa e que conta com um trecho omitido nessa versão.

Mas, Roberto começa o disco se despedindo, com uma valsinha melancólica, mas muito gostosa de se ouvir e cantar, com direito ao famoso la, ra, la, rá de sua majestade. Aqui também Roberto grava pela primeira vez Benito di Paula, que alcançaria seu auge nessa década e assinou para o rei cantar a faixa Quero ver você de perto. Sua majestade também visitou a boemia nas faixas A deusa da minha rua e Ternura antiga, esta última de J. Ribamar e Dolores Duran, uma de suas compositoras favoritas.

Contracapa CD RC 1974
Temos também a canção favorita da Lady Laura, segundo entrevista concedida anos depois, sua mamãe afirmou que gosta demais da canção A estação. O lado intérprete se firmava também em canções como Jogo de damas, Eu me recordo e Resumo, esta última de Eunice Barbosa, mãe de Antônio Marcos. Gosto do disco, mas confesso que não é dos meus favoritos. A contracapa traz créditos das canções e alguns maestros que participaram do projeto e se parece muito com a capa que é uma das poucas da sua discografia que não traz seu nome, com um Roberto sério e meio triste, como foram quase todas suas capas. Um disco com doze canções que marcou a sua melhor década criativa, na visão de alguns!

Um forte abraço a todos!

domingo, 14 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1973

CD Roberto Carlos 1973
Uma característica dos discos dos anos 70 do Roberto são as gravações feitas nos Estados Unidos, com grandes maestros e grandes músicos internacionais, sem perder ligação com os nacionais, a exemplo de seu então maestro Chiquinho de Moraes. E outro ponto comum dessa fase é a presença de canções que se tornaram grandes clássicos, alguns esquecidos, mas muitos revividos pelo rei nos roteiros de seus shows daí em diante.

É o caso desse trabalho lançado em 1973 e que traz os clássicos Proposta e o Homem. A primeira tornou-se também um clássico hispânico, juntamente com a releitura do clássico de Carlos Gardel em El dia que me quieras, e a "primeira ousadia" real em falar de sexo (conste que estamos em tempos de ditadura, onde qualquer coisa era um desagravo). Mas, temos também outras pérolas esquecidas de sua majestade como Palavras (que Bethânia reviveu em 93), O moço velho, Amigos amigos (a primeira da dupla Isolda/Milton Carlos) e Rotina, a preferida de Silvio Santos.

Contracapa CD RC 1973
Sempre achei a canção A cigana muito estranha, mas é uma opinião pessoal. Talvez ache que não combinava muito também aquele acelerar no la ra la ra do final. A faixa Atitudes também é bastante romântica, embora, em mais uma opinião pessoal, não me agrada tanto. Queria vê-lo cantar Rotina um dia. E outra que nem deve ter tido tanta expressão, mas que muito cresceria em um show seria a soul Não adianta nada (adoro seus metais). O primeiro disco do Roberto com dez músicas (ele lançaria as outras duas inexplicavelmente depois). Uma foto que causava impacto e durante muito tempo quando a via nas lojas antes de adquiri-lo, pensava que ele estava mirando o sol. Contracapa com fotos que indicavam ensaios em estúdio e poucos créditos. Mas, a meu ver, um disco que ficou "um pouco" inferior aos demais já apresentados nessa década.

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de julho de 2013

Onde anda você

Esse ano comemoramos o centenário dele. Nosso poeta e compositor Vinícius de Moraes completaria, se vivo, cem anos. E diante de tantos clássicos, alguns já apresentados aqui, hoje escolhi um dos boleros mais lindos que conheço. Uma canção que parece cantar a solidão e a falta daquele amor de uma forma quase alegre, coisas que artistas como Vinícius sabiam fazer muito bem.

Essa canção tem gravação do próprio autor, de Simone, Ângela Maria e, para mim, uma marca imortal de Nelson Gonçalves. Composta em 1972, a meu ver, ela teve interpretação definitiva com Nelson, já no fim da década de 80. Sua letra aborda uma mescla de solidão e de busca pela pessoa amada que, já não se encontra nos mesmos lugares comuns àquele casal apaixonado de outrora.

Onde anda você
(Vinícius de Moraes e Hemano Silva)

E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto de tanto prazer

E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão

Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você

E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você?

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

♫Aniversário musical♫

E hoje comemoro mais um aniversário, desde já agradecendo a todos os amigos que, de alguma forma, me homenageiam com suas palavras, seus desejos de paz, saúde, amor, fé e muita música, seja pelo telefone, celular, email, twitter, facebook, por aqui, enfim! Um aniversário musical, virtual ou não, mas que sempre se faz presente nas marcas da harmonia e fraternidade que a gente planta e colhe em pessoas tão importantes que encontramos nessa viagem que é a vida!

Completo 33 anos, a chamada idade de Cristo! Este é meu maior amigo, pois é Ele que está comigo nos momentos alegres e difíceis. É Ele que enxuga minhas lágrimas quando encosto na janela pra chorar as dores da caminhada e ouço sua voz dizendo que está comigo e que tudo isso vai passar. É Ele que motiva a todos nós seguirmos em frente porque depois da noite vem outro dia e com isso um novo sol sobre nossas cabeças, nos iluminando sem distinção. E uma amizade como esta que não cabe em apenas um parágrafo é curtida, compartilhada, indicada a todos!

Deus é muito generoso conosco porque, se existe a solidão, Ele nos dá alguns antídotos como é o caso da música. "De que vale a minha boa vida de playboy, se entro no meu carro e a solidão me dói", você poder sentir isso e poder cantar numa boa essas coisas faz você acreditar que seu remédio é cantar como já disse Gonzaga, que quem canta seus males espanta como já disse Martinho ou cantar é mover o dom como já disse Djavan. Deus, obrigado por Jesus, obrigado pela família, obrigado pelo trabalho, obrigado por tantos amigos, obrigado pelos cantores e cantoras, obrigado pela música!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 9 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1972

CD Roberto Carlos 1972
Clássicos é o que não faltam aos discos lançados por sua majestade na década de 70. É o caso desse CD, também um dos melhores de sua carreira e que já o definia como um romântico irrecuperável. Basta dizer que aqui temos as canções Como vai você, que é do Antônio Marcos, embora todos achem que é do rei e, A distância, dois clássicos não apenas nacionais, mais também do mundo hispânico.

Mas, não ficamos apenas nessas, pois temos A montanha, que já sinalizava ainda mais sua religiosidade; O divã, mais um pouco de sua autobiografia que citava até o acidente com sua perna; Você é linda e Quando as crianças saírem de férias, que falam da beleza de uma gestante e da ocupação de tempo com as crianças acalentando férias mais que desejadas. Falando em acalentar, temos única visita do rei ao repertório de Caymmi com Acalanto, também numa alusão às crianças.

Contracapa CD RC 1972
Completam o álbum as belíssimas Por amor e Você já me esqueceu, Negra e a lição de vida sempre atual Agora eu sei. Uma capa até parecida com a anterior, mas com uma fotografia em preto e branco que deixava a imagem de um sério Roberto e seus caracóis mais nítidos. Grandes arranjos e grandes composições que justificam o brilho que a coroa real vai ganhando nessa década!

Um forte abraço a todos!

domingo, 7 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1971

CD Roberto Carlos 1971
Para muitos, este é o melhor CD de toda a carreira de Roberto Carlos. Pela capa (nenhum outro teve tanta arte, dizem), pelos clássicos aqui apresentados, pelo peso de ser o disco que traz pela primeira vez sua maior canção, pela maturidade alcançada em grandes composições e interpretações, pelos arranjos que já agregava grandes profissionais internacionais.

Pudera, estamos falando do disco que traz Detalhes. Poderíamos parar por aí, pois já seria suficiente. Mas, consta nesse disco outros clássicos como Amada amante, Todos estão surdos, De tanto amor. Temos Debaixo dos caracóis dos seus cabelos que, anos mais tarde Roberto afirmaria que fizera com Erasmo como homenagem a Caetano Veloso, que também aparece no disco como autor da faixa Como dois e dois que dizia exatamente como se sentia no exílio.

Contracapa CD RC 1971
Temos um pouco sobre sua autobiografia em Traumas. E temos outras canções menos expressivas, mas não menos bonitas como A namorada (primeira de Carlos Colla, que viria a ser o compositor mais gravado pelo rei), Você não sabe o que vai perder, a filosófica e sempre atual Eu só tenho um caminho, Se eu partir e mais uma sátira à época do rádio em I love you. Um disco sensacional que realmente explica porque para muitos é o melhor de sua majestade!

Um forte abraço a todos!

sábado, 6 de julho de 2013

Trem das onze

Tá aqui um dos maiores clássicos nacionais, cantado por vários sambistas e uma das mais executadas na noite. Clássico não se explica totalmente e é isso que acontece com Trem das onze, de Adoniran Barbosa, que ficou imortalizada pelo grupo Demônios da garoa e que para alguns, é a que mais representa a capital paulista, já que faz referência a um de seus bairros e um de seus maiores ritmos.

Sua letra fala de um rapaz que mora distante e que não pode perder o último trem daquela noite. Filho único, sua mãe o espera para poder dormir em paz. E tudo isso só reforça o que foi dito: um clássico não se explica totalmente, pois como uma canção com tanta simplicidade faz sucesso já há quase 50 anos? Talvez essa mesma simplicidade seja seu segredo, aliado a algumas pitadas de amor de seus intérpretes ao incluírem os famosos "quais, quais, quais..."

Trem das onze
(Adoniran Barbosa)

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor mas não pode ser
Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã

E além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CD Roberto Carlos 1970

CD Roberto Carlos 1970
Mês de julho e a gente se debruça de forma deliciosa (pra mim e para os amantes da obra do rei) em seus discos. Em anos anteriores já abordamos as décadas de 90 e 80 e agora, vamos para a década de 70, preferida de uma grande maioria e que marca mudanças e um amadurecimento extraordinário como cantor, compositor, músico, artista que é esse cara que carrega a coroa da música brasileira com humildade e merecimento.

Neste trabalho, temos um Roberto já diferente da década anterior, uma transição para o que viria a ser o maior artista romântico que esse país já conheceu. Mas, a meu ver, temos aqui um "disco" menos romântico e mais soul que Roberto lançou, percebido sobretudo nas faixas Uma palavra amiga, O astronauta, Se eu pudesse voltar no tempo e no clássico Jesus Cristo, que atualmente encerra seus shows, já há um bom tempo.

Conta-capa CD RC 1970
Encontramos uma sátira aos cantores antigos com Vista a roupa meu bem e mais saudosismo no clássico Meu pequeno Cachoeiro que é de seu conterrâneo Raul Sampaio. O romantismo, em variadas formas, é visto em canções como Ana (uma das poucas músicas dele que leva nome de mulher), Preciso lhe encontrar, Minha senhora (já naquela época um amor por uma mulher mais velha, sempre moderno!), Maior que o meu amor e 120, 150, 200 km/h (uma mescla de canção e declamação, com letra de cortar os pulsos). Um Roberto diferente também na capa do disco que traz apenas uma sombra do que ainda estava por vir sob as pérolas da coroa real!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 2 de julho de 2013

Os compositores do Brasil - 68

Recentemente foi para o andar de cima um dos compositores mais executados desse país: Paulo Emílio Vanzolini, ou simplesmente Paulo Vanzolini. Natural de São Paulo, Vanzolini é o dono de um dos maiores clássicos desse país e ao mesmo tempo de uma das maiores homenagens que a capital paulista já recebeu: a canção Ronda.

E apesar de esse ser seu maior sucesso, é também autor de outras canções inesquecíveis como Volta por cima, Na boca da noite, Boba, Cravo branco, Juízo final, No fim não se perde nada, Noite longa, Raiz, Samba do suicídio, Tempo e espaço, Mulher que não dá samba, Bandeira de guerra, Quando eu for eu vou sem pena, Mente, Capoeira de Arnaldo, etc.

Vanzolini já foi gravado por grandes nomes da nossa música como Maria Bethânia, Fagner, Clara Nunes, Noite Ilustrada, Toquinho, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Miúcha, Alcione e tantos outros seresteiros e artistas da noite que rondam a cidade sob o clássico desse grande compositor que nos deixa de herança clássicos para a música brasileira.

Um forte abraço a todos!