terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tenho ciúmes de tudo...

Na primeira vez que fui a um circo, já na adolescência, presenciei um show de um cantor, para só depois assistir ao espetáculo dos palhaços e malabaristas. Não conhecia o artista e só depois que percebi que aquele artista tinha história para estar em algum lugar que fizesse mais justiça à sua contribuição musical, sem desmerecer aquela plateia circense.

O artista em questão era José Adauto Michiles, que todos conhecem pelo grande cantor da época do rádio: Orlando Dias. Natural do Recife/PE, neto de violonista e poeta, Orlando ficou conhecido pelo seu estilo exagerado de interpretar as canções, chegando a se ajoelhar no palco em algumas canções. Seu ídolo também era Orlando, Silva.

Encontrou o auge do sucesso na década de 60, quando lançou Tenho ciúme de tudo e outras canções como Se eu pudesse, Nas tuas horas de tristeza, Minha serás eternamente, Beija-me, Sonho de amor, etc. Orlando partiu para a eternidade em 2001. É pena que aqui no Brasil ainda não aprendemos a valorizar mais artistas que, mesmo que não tenhamos admiração artística pelo que faz, ao menos saibamos reconhecer sua contribuição!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de setembro de 2013

Os Intérpretes do Brasil - 29

Nana Caymmi também integra o patamar de grandes intérpretes desse país. É, sem sombra de dúvidas, a melhor intérprete de seu pai, mas não se limita a esse gênero, sendo uma das preferidas dos grandes compositores da nossa música. De seu pai, extrapola na perfeição em Só louco ou Acalanto (feita inclusive para ela mesma, quando criança), mas a minha preferida em sua voz é Você não sabe amar.

Dos outros compositores, destaco uma leitura feita para Não se esqueça de mim, de Roberto e Erasmo, gravada primeiro em dueto com o tremendão e depois, sozinha no projeto Elas cantam Roberto. Uma gravação diferente da que foi feita pelo rei, mas belíssima e emocionante. Também adoro a leitura feita para Foi a noite, de Tom Jobim.

Enfim, se é pra citar apenas três grandes interpretações, tarefa mais que cumprida, pois até extrapolei na conta, mas em se tratando de Nana, é aquela velha conversa que sempre fica a vontade de citar esta ou aquela interpretação, coisas de intérpretes que, como poucos, alcançam este patamar.

Um forte abraço a todos!

sábado, 31 de agosto de 2013

♫Certas coisas♫

Uma das mais belas canções do Lulu Santos, em parceria com Nelson Motta e já gravada por nomes como Zélia Duncan, Milton Nascimento e Lenine. Uma das mais belas definições do amor, definições da pessoa amada, do amor platônico e profundo, enfim uma canção de amor que se aproxima da definição exata do que é o amor entre duas almas.

Sua letra mescla antíteses para mostrar o que esse sentimento é capaz de fazer quando duas almas gêmeas se encontram, se complementam ou simplesmente existem uma para a outra. Além disso, destaca um sentimento de modéstia quando diz que cada voz que canta o amor não diz o que quer dizer, pois sempre haverá algo mais a se falar, a se sentir desse sentimento, certas coisas que a gente não sabe dizer.

Certas coisas
(Lulu Santos e Nelson Motta)

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.

Silenciosamente eu te falo com paixão

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.

Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Meu coração é só pra te amar...

Como já falamos em outros momentos, a Jovem Guarda apresentou vários grupos musicais, alguns ativos até hoje, com vários shows país afora. Os The Jet Blacks foram um grupo musical com bastante expressão nos anos 60, formado por Gato, Orestes, José Paulo, Jurandi e Ernestico. Na foto ao lado, a formação clássica, dos anos 60.

Formado em São Paulo, no ínicio dos anos 60 e sobre a febre do rock, caracterizou-se por apresentar um trabalho de rock instrumental, o que os garantia figurar nas gravações de discos de grandes astros da época como Celly Campelo, Ronnie Cord, Sérgio Reis, Roberto Carlos, entre outros. Já em 1965 passaram a incluir vocais e lançaram seus sucessos como Suzie Q., Tema para jovens apaixonados, Apache, Chapeuzinho vermelho, etc.

Com o término do Jovem Guarda, o grupo se desfez e se refez em vários momentos, caindo no ostracismo na década de 70 e ressurgindo nos anos 80, com o renascimento do rock nacional e também reaparecendo em algumas comemorações da Jovem Guarda, mais recentemente!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Te dei o sol, te dei o mar...

Luan Rafael Domingos Santana é o Luan Santana, um dos grandes ídolos da nova geração. Natural de Campo grande/MS, Luan sempre teve inclinações musicais e aprendeu violão ainda criança. Gravou seu primeiro trabalho, com um gravador amador, aos 14 anos. Mas, não gostou do resultado e quebrou o CD. Um amigo tinha cópia e postou no youtube, o que lhe rendeu vários acessos e podemos dizer que aí sua carreira começava.

Seu primeiro trabalho foi um projeto ao vivo lançado em 2009, com sucessos radiofônicos imediatos em Meteoro e Tô de cara. Outros sucessos vieram nessa curta, mas já bem sucedida carreira, com Te esperando, Garotas não merecem chorar, Te vivo, Sogrão caprichou, Incondicional, Amar não é pecado, Sinais, Um beijo, Química do amor, entre outras.

Apesar do preconceito que existe pela música sertaneja e também por novos artistas, Luan mostra a cada passo dado em sua carreira que veio pra ficar, não sendo artista de apenas um sucesso e o público imenso que conquista a cada dia comprova tudo isso!

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de agosto de 2013

Olhando as estrelas - 37

Não são apenas as estrelas nacionais que se encontram. Muitas vezes as internacionais reconhecem e reverenciam nossos astros. Julio Iglesias já demonstrou ser um apaixonado pela música brasileira, onde construiu carreira marcante, já interagindo com nomes como Roberto Carlos, Jorge Benjor, Carlos Lyra, Gonzaguinha e Tom Jobim, de quem já gravou canções.

E mais recentemente, pediu a Zezé di Camargo uma canção para que pudesse cantar com a dupla. Nosso Zezé fez a canção Dois amigos, sucesso imediato num dueto (ou poderíamos chamar "trieto") inesquecível. Gravaram clipe na Suécia e fizeram alguns programas nacionais, sempre com elogio de Don Julio aos nossos cantores, uma carimbada certeira na carreira da dupla.

Julio também gravou, em espanhol, posteriormente uma versão de Dois corações e uma história, sucesso do repertório da dupla. E é muito gratificante perceber que nossos artistas possuem talentos que vão além das fronteiras geográficas do nosso país e provocam reconhecimentos e encontros como esses, dessas estrelas da nossa música!

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de agosto de 2013

♫Retratos e canções♫

Gosto muito das canções da dupla Sullivan e Massadas, sobretudo aquelas criadas nos anos 80, quando eles eram simplesmente fábricas de hits. E isso associada à grande voz e à interpretação de Sandra de Sá, pronto, podemos dizer que a música brasileira merece este brinde. É o caso desta belíssima canção que tocou muitos corações e creio que ainda toque, quando Sandra diz simplesmente a primeira frase.

Sua letra aborda um personagem que, mesmo sem querer, não consegue parar de pensar naquele amor, naquela figura presente não apenas nos retratos, nos filmes, nas canções, mas, alguém que vai além dos pensamentos comuns e os habita quase como uma obsessão incurável. Quem nunca sofreu disso, sem considerar se é um mal ou um bem? Uma contradição que leva a duvidas (se é recíproco) e a certezas de que esse amor vai ficar ainda por muito tempo.

Retratos e canções
(Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Hoje eu me peguei, pensando em você
Te amo e nem sei como eu amo (Coisas do amor)
Quero não lembrar, que às vezes sem querer
Me apanho falando em você

Lembranças de nós dois, (Retratos e canções)
Um filme de amor, que nunca chega ao fim
Quem sabe se você ainda pensa em mim
(Te amo e nem sei como eu amo)

Dói no coração, às vezes que eu lembrar
Te amo, e não quero te amar...

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Os compositores do Brasil - 70

Vital Farias é um compositor natural de Taperoá/PB que alfabetizou-se com a literatura de cordel, sempre ouvindo repentistas, bandas de pífanos e cantadores. Mudou-se para João Pessoa e posteriormente, já no Rio de Janeiro, se insere no universo da música, gravando canções que se tornariam temas de novelas globais.

E a partir daí, vários nomes da nossa música descobriram e gravaram suas canções, transformando-as em grandes sucessos. Entre eles, temos Fagner, Elba Ramalho, Fábio Jr., Geraldo Azevedo e outros que imortalizaram alguns de seus sucessos, também gravados pelo próprio!

Entre as canções de sua autoria, temos Ai que saudade d´ocê, Apesar da solidão, Canção em dois tempos, Pra você gostar de mim, Veja (Margarida), Sete cantigas pra voar, etc., todas com aquele tom regional que lhe é peculiar!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Os Músicos do Brasil - 44

Ele é referência entre os maestros, sobretudo pelos arranjos feitos para o período da Tropicália. Rogério Duprat é natural do Rio de Janeiro/RJ e seus primeiros instrumentos foram violão, gaita e cavaquinho. Depois teve formação acadêmica no Brasil e no exterior.

Foi responsável por arranjos famosos como o da canção Domingo no parque, sempre preocupado em romper com as barreiras que existem entre o erudito e o popular. Em seu currículo estão nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes, Rita Lee, Gal Costa, Nara Leão, O terço, Tom Zé, Chico Buarque, Jorge Ben, Lulu Santos, etc.

Duprat partiu para a eternidade em 2006, mas continua sendo referência para novos músicos, novas gerações que entendem nele um músico revolucionário e que fez de sua arte algo inesquecível, sobretudo para quem deseja compreender a Tropicália!

Um forte abraço a todos! 

domingo, 18 de agosto de 2013

CD Toquinho 30 anos

Com toda sua arte, Toquinho lançou em 1994 esse CD comemorando seus então 30 anos de carreira, junto a convidados ilustres, com os quais divide duetos e/ou composições. Já na faixa de abertura, temos Gilberto Gil passando a voz no clássico Tarde em Itapoã. Em seguida, Chico Buarque e o medley Lua cheia/Samba de Orly/Samba pra Vinícius.

O Quarteto em Cy vem em seguida em outro medley formado pelas canções Como dizia o poeta/Morena flor/Samba da volta/Regra três. Eles também dividem outra faixa medley em O velho e a flor/Mais um adeus. O clássico Que maravilha, vem com a voz, em dueto, do outro autor dela, Jorge Benjor. Outros medleys, mas que agora em versões solo traz as canções Escravo da alegria/Ao que vai chegar/O caderno e Maria vai com as outras/Meu pai oxalá.

E outros clássicos também se fizeram presentes como Aquarela, O bem amado, Carta ao Tom 74 e Cotidiano nº 2, que completam este trabalho onde esse grande músico comemorava seus 30 anos até então, com seus amigos convidados, neste trabalho indispensável na coleção de todo bom apreciados da nossa música!

Um forte abraço a todos!