domingo, 6 de abril de 2014

♫Ela faz cinema♫

Sei que grande parte do público brasileiro considera as canções antigas, diga-se dos anos 70 principalmente, do Chico Buarque, como as melhores e mais inspiradas. Considero o Chico o melhor intérprete de si próprio e também uma constante na arte de compor coisas belíssimas. Um bom exemplo disso é esta canção, recente, que é uma das mais lindas de seu repertório, para mim!

Interpretar o que uma letra do Chico diz é um risco pois acabamos falando o que a letra nos causou, embora essa talvez não tenha sido a verdadeira vontade de seu autor. Neste caso, defino estar diante de uma canção romântica que descreve uma belíssima e admirada personagem que fascina nos pequenos gestos. Não sei se isso é fruto de sua extrema veneração ou realmente está envolvido com alguém que apresenta traços profissionais de uma atriz que o fascina nos lados profissional e pessoal e, por isto ele é feliz em reconhecer que está diante de uma unanimidade!

Ela faz cinema
(Chico Buarque)

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém me faz

Eu não sei, se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
e quando o meu coração se inflama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem e fim.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Os Intérpretes do Brasil - 35

Que muita gente gosta da Ana Carolina, isso é indiscutível! E que ela canta muito também! Agora, talvez
nem todos tenham percebido que além da extraordinária compositora de seus sucessos, Ana também dá um toque todo especial e pessoal às interpretações de outros autores e se não as deixa imortais, ao menos, marca a canção com sua forma ímpar de interpretar.

Atualmente, está na abertura da novela Em família com o clássico Eu sei que vou te amar que, embora já tenha sido cantada por inúmeros grandes nomes país afora, convenhamos que Ana apenas não cantou uma abertura de novela, mas conseguiu deixar sua marca, acrescentando algo mais nessa canção tão explorada e sempre clássica.

Interpretar Força estranha, de Caetano, imortalizada por Roberto também foi uma tarefa difícil que Ana conseguiu traçar tranquilamente no projeto Elas cantam Roberto. Beatriz, de Chico e Edu, também foi um desafio positivo bem como seu primeiro grande sucesso Quem de nós dois, que é uma versão! Enfim, estamos acostumados com a Ana compositora e intérprete de si própria, mas quando ela resolve lê outros autores, continua sendo a mesma Ana Carolina que nos emociona e nos toca com sua voz ímpar!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de abril de 2014

EP, a nova tendência do mercado musical

Hoje é dia da mentira e bem que eu gostaria de estar falando alguma mentira nessa postagem! Mas, não é! Ano passado, os projetos mais vendidos foram EP´s, uma espécie de CD compacto com 5 músicas ou um meio CD. Esse formato não é novo, pois há algumas décadas, era comum o lançamento do que se chamava compacto e como a mídia do momento era o vinil que trazia de dez a doze canções em média, o compacto vinha com no máximo quatro canções que apresentava o trabalho que viria "completo" com todas as faixas em seguida.

No começo o compacto era um teste para os novos artistas e se tocassem e vendessem bem, evoluíam para o disco e consequentemente o sucesso. Roberto Carlos resgatou o processo do passado com o lançamento do Ep Esse cara sou eu em 2012, campeão de vendas naquele ano. Ano passado, o rei ficou na vice-liderança com seu Remixed, perdendo para o Pe. Marcelo Rossi que também lançou Ep. Outros artistas campeões de vendas como Zezé di Camargo e Luciano e Paula Fernandes também aderiram ao formato.

Apesar de ser uma tentativa aparentemente bem sucedida contra a pirataria, pois o EP custa em torno de R$ 10,00 não acho interessante um "disco com 4 ou 5 canções", algumas vezes nem inéditas, outras vezes, apenas com composições do próprio autor (minando as chances de outros compositores). Sei que estamos em uma época em que 4, 5, 10 ou 15 músicas não garantiriam tanto a importância de um CD, que serve apenas para ter suas canções passadas para o computador e distribuídas aos celulares, ipad´s e outros objetos sonoros, mas ainda sou do tempo em que um disco era arte, com fotos, letras nos encartes e havia uma pequena regra de que ao menos 10 canções era mais justo neste projeto!

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de março de 2014

♫Ô abre alas♫

E encerramos essa série sobre as marchinhas carnavalescas (próximo ano tem mais), comentando sobre uma das mais antigas e mais populares marchinhas de nosso país, o maior sucesso da nossa grande musicista Chiquinha Gonzaga: Ô abre alas, composta em 1899, já sendo domínio público e que até hoje é um clássico em todos os carnavais onde esse gênero é apresentado!

Essa marchinha tem uma letra curta que é repetida frase a frase. Quem conhece apenas a letra pensa que se trata de uma canção qualquer, mas ganhou representatividade quando anuncia a chegada da própria festa, a chave do carnaval que faz todos vibrarem. Foi feita para o cordão carnavalesco Rosa de ouro e é considerada a primeira marcha carnavalesca do país!

Ô abre alas
(Chiquinha Gonzaga)

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Eu sou da Lira
Não posso negar
Eu sou da Lira
Não posso negar

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Rosa de Ouro
É que vai ganhar
Rosa de Ouro
É que vai ganhar.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Olhando as estrelas - 43

Vez por outra a generosidade também pousa na música brasileira e se torna o sobrenome de algumas estrelas como é o caso de Beth Carvalho que apadrinhou muita gente e talvez o mais famoso afilhado seja o homem da cerveja, o nosso Zeca Pagodinho. E o encontro entre essas duas estrelas acontece sempre, pois Beth já gravou canções compostas por ele e também já se encontraram em projetos de ambos.

Uma prova disso é o belíssimo dueto na canção Ainda é tempo pra ser feliz. Ou então a faixa Camarão que dorme a onda leva, que também uniu as duas vozes, lá no começo da carreira do sambista. Ambos participaram de projeto dela em homenagem a Nelson Cavaquinho na faixa Dona Carola. E na faixa Dor de amor, onde suas vozes também se encontram.

São incontáveis participações em discos, shows, projetos ou simplesmente rodas de samba onde essas duas estrelas se encontram e brindam a música brasileira com o brilho desses momentos, nos sambas inesquecíveis que trazem a alegria a todos nós!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de março de 2014

Os Músicos do Brasil - 49

Hoje não vou homenagear um nome de nosso cenário de virtuosos nacionais, como de costume, mas vários músicos anônimos que compõem as diversas Orquestras de frevo, bastante comuns nas ladeiras de Olinda, nos diversos bairros do Recife, em toda cidade do interior pernambucano e em várias partes do Brasil onde se anunciar um bom bloco carnavalesco onde esse ritmo é predominante.

Não existe uma precisão quanto ao número exato de integrantes para se classificar uma banda como uma perfeita orquestra de frevo, nem tenho bases técnicas para expor tais dados. Entretanto, é perceptível que esse tipo de big band se destaca por explorar os instrumentos de sopro como sax, trombone, trompete, tuba entre outros que são mesclados a alguns instrumentos de percussão como o surdo, bateria, tarol, caixa, podendo até apresentar alguns elementos eletrônicos como guitarra, teclados e baixo, quando estão em algum palco que se permita esses adicionais.

Mas, são mais comuns a participação de instrumentos não eletrônicos, pois o verdadeiro palco desse tipo de banda sãs as ruas, por onde arrastam foliões nos mais variados blocos carnavalescos. Aqui em Pernambuco, podemos citar o grande maestro Spok como um grande nome nacional, já comentado nessa série e tantos anônimos país afora que não deixam o folião lembrar que o carnaval acaba na quarta-feira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de março de 2014

♫Taí (Pra você gostar de mim)♫

Esta é uma das minhas preferidas desse gênero. Trata-se de um dos maiores sucessos da nossa grande diva Carmem Miranda e contam que seu compositor a fez pensando nela, pois a primeira palavra "Taí" foi usada por alguém quando a apresentava ao compositor. E, por sua letra triste, não era inicialmente uma marchinha, fato atribuído à interpretação dada por Carmem.

Vez por outra, alguém regrava essa canção, como foi o caso de Fernanda Takai. Mas, é sob aquela imortal leitura da Carmem que Taí, que muitos também conhecem como Pra você gostar de mim, tornou-se imortal e é revivida em todos os carnavais, sempre com a mesma emoção e também com a característica típica da festa da folia que consegue imprimir alegria até em uma canção de letra triste!

Taí (Pra você gostar de mim)
(Joubert de Carvalho)

Taí!
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem
Que me dar seu coração

Meu amor não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim

Taí!
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem
Que me dar seu coração

Essa estória de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas tem
Se me ajudasse, Nosso Senhor
Eu não pensaria mais no amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de março de 2014

CD Ivete Sangalo Se eu não te amasse tanto assim

Sei que a maioria de seus fãs e dos brasileiros apreciam seu trabalho sem distinção, mas, como já afirmei anteriormente, gosto muito de suas gravações românticas. Em 2002, Ivete reuniu seus maiores sucessos desse gênero, até então, mostrando que é uma excepcional intérprete e que, se um dia, decidisse cantar só canções assim, não faltariam admiradores de suas interpretações típicas de quando trabalhava na noite.

E aqui temos grandes sucessos até hoje em sua carreira como Se eu não te amasse tanto assim, A lua que eu te dei, Coleção, Back at one, Frisson, Medo de amar, Meu abraço, Fullgás, O sal da terra, Em mim em você, Postal, Por causa de você menina, Meu maior presente e Loucuras de uma paixão.

Com a participação em algumas faixas de nomes como Jorge Benjor, Jorge Aragão, Roupa Nova e Ed Motta, além do norte americano Brian McKnight, temos aqui fonogramas de seus primeiros discos solos, canções que entraram nos discos de alguns desses colegas citados nos duetos ou faixas que fizeram parte de seus discos ainda na Banda Eva. Uma boa pedida para os românticos de plantão que curtem a voz, a interpretação e o som de uma das cantoras mais populares deste país!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de março de 2014

Os compositores do Brasil - 76

Ele é Ernesto Joaquim Maria dos Santos, natural do Rio de Janeiro/RJ e que todos o conheciam apenas como Donga. Aos 14 anos, aprendeu a tocar cavaquinho e entrou para a história da música brasileira por ter feito o primeiro registro de um samba, a canção Pelo telefone, em 1916, embora há quem conteste com outros sambas da época ou se colocando como co-autor dessa canção produzida em uma roda de samba, comum até os dias de hoje.

Participou de grupos musicais e compôs outros estilos, além do samba, como valsa, toadas, marchinhas, etc. Seus maiores sucessos são Estou voltando, Nosso ranchinho, O malhador, Passarinho bateu asa, Patrão prenda seu gado, Pelo telefone, Quando uma estrela sorri, Quando você morrer, entre outros.

Donga partiu para o andar de cima em 1974. Se é responsável pelo primeiro samba cantado de nosso país, não sabemos com exatidão, mas que estamos diante de alguém que foi responsável pelo pontapé inicial nesse estilo tão nosso, quanto a isso não sobram dúvidas, sendo mais referência na história da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de março de 2014

♫Maria Sapatão♫

Saudades do velho guerreiro, o inesquecível Chacrinha que fazia de um programa meio desorganizado uma alegria a mais para a família brasileira que, durante anos, foi assídua do seu famoso Cassino do Chacrinha. E não é que o velho guerreiro também compôs uma das marchinhas clássicas mais recentes (isso em 1980) e também mais polêmicas?

Maria Sapatão não seria sucesso hoje, creio! Uma letra bem humorada, como era tudo que se referia ao Chacrinha, mas em um tom que despertaria a dúvida se ela não estaria incentivando o bulling ou o preconceito sexual, assunto tão debatido e polemizado nos dias atuais. Com uma letra ingênua e que não agride a homofobia, a meu ver, a música foi e continua sendo um clássico da folia!

Maria Sapatão
(Chacrinha e João Roberto Kelly)

Maria Sapatão
Sapatão, Sapatão
De dia é Maria
De noite é João

O sapatão está na moda
O mundo aplaudiu
É um barato
É um sucesso
Dentro e fora do Brasil

Um forte abraço a todos!