terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cantador não escolhe o seu cantar...

Demorei bastante para fazer uma postagem em homenagem a Dori Caymmi. Não por falta de reconhecimento de seu trabalho valioso e histórico para a música brasileira, mas nunca quis polemizar suas declarações que atingem talvez não os artistas, mas os fãs. Até compreender que Dori é assim mesmo, fala o que quer e não poupa ninguém, rsrs. Democracia é também respeitar as diferenças.

Natural do Rio de Janeiro/RJ, Dorival Tostes Caymmi integra uma família de peso: filho de Caymmi, irmão da Nana e do Danilo. Além disso é dos músicos mais renomados que esse país possui, já tendo trabalhado, além da sua família, com Nara Leão, Edu Lobo, Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Fagner, Milton Nascimento, Chico Buarque, Ivan Lins, Tom Jobim, entre outros e compôs canções memoráveis para a música brasileira como É o amor outra vez, Saudade da Bahia, Alegre menina, Chutando lata, O cantador, Saveiros, Posto, Desenredo, Sem poupar coração, etc.

Que ele é um músico refinado, que busca uma construção harmônica bem trabalhada para seus arranjos é louvável e seria legal se tivéssemos mais Doris por aí. Mas, não é fácil compreender a forma como ele emite suas declarações, usando palavras pesadas como submúsica (como fez com Roberto Carlos e Sandy e Jr.) que soa muito grosseiro e dissonante demais para quem tem uma representatividade musical como a dele. Acaba ferindo fãs como eu que aprecia o Roberto e seu repertório, que me ensinou a reconhecer o talento de pessoas como o próprio Dori, embora creio que ele mesmo nunca acreditasse, se um dia lesse isso.

O próprio Caymmi tem coisas simples e belíssimas e o simples nesse caso não parece ser fácil porque não temos outros Caymmis por aí. Roberto também não deve dar bola a isso, pois já cantou divinamente obras de Caymmi como Acalanto e Rosa morena, esta última em um especial. Nana e Danilo também já gravaram Roberto, provando que é apenas uma opinião particular do Dori, que tem mesmo esse jeito de falar não apenas do Roberto, mas até de colegas pelos quais nutre afeto, por isso acabo aprendendo que o devo respeitar por ser assim, até porque recorro à nobreza do próprio Roberto, que já afirmou em canção: "Se as cores se misturam pelos campos, é que flores diferentes vivem juntas!

Um forte abraço a todos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Mesmo não achando que o "desrespeito" deva ser respeitado (pois existem formas mais sutis para emitir opiniões, sem desmerecer qualquer pessoa), só por ser filho da Bahia, terra de contrastes, o Dori deveria medir seus comentários. Mas, como vc mesmo disse, isso não desfaz o seu talento e a sua inegável contribuição para a MPB.

Beijos!!