domingo, 30 de março de 2014

♫Ô abre alas♫

E encerramos essa série sobre as marchinhas carnavalescas (próximo ano tem mais), comentando sobre uma das mais antigas e mais populares marchinhas de nosso país, o maior sucesso da nossa grande musicista Chiquinha Gonzaga: Ô abre alas, composta em 1899, já sendo domínio público e que até hoje é um clássico em todos os carnavais onde esse gênero é apresentado!

Essa marchinha tem uma letra curta que é repetida frase a frase. Quem conhece apenas a letra pensa que se trata de uma canção qualquer, mas ganhou representatividade quando anuncia a chegada da própria festa, a chave do carnaval que faz todos vibrarem. Foi feita para o cordão carnavalesco Rosa de ouro e é considerada a primeira marcha carnavalesca do país!

Ô abre alas
(Chiquinha Gonzaga)

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Eu sou da Lira
Não posso negar
Eu sou da Lira
Não posso negar

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Rosa de Ouro
É que vai ganhar
Rosa de Ouro
É que vai ganhar.

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Olhando as estrelas - 43

Vez por outra a generosidade também pousa na música brasileira e se torna o sobrenome de algumas estrelas como é o caso de Beth Carvalho que apadrinhou muita gente e talvez o mais famoso afilhado seja o homem da cerveja, o nosso Zeca Pagodinho. E o encontro entre essas duas estrelas acontece sempre, pois Beth já gravou canções compostas por ele e também já se encontraram em projetos de ambos.

Uma prova disso é o belíssimo dueto na canção Ainda é tempo pra ser feliz. Ou então a faixa Camarão que dorme a onda leva, que também uniu as duas vozes, lá no começo da carreira do sambista. Ambos participaram de projeto dela em homenagem a Nelson Cavaquinho na faixa Dona Carola. E na faixa Dor de amor, onde suas vozes também se encontram.

São incontáveis participações em discos, shows, projetos ou simplesmente rodas de samba onde essas duas estrelas se encontram e brindam a música brasileira com o brilho desses momentos, nos sambas inesquecíveis que trazem a alegria a todos nós!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 25 de março de 2014

Os Músicos do Brasil - 49

Hoje não vou homenagear um nome de nosso cenário de virtuosos nacionais, como de costume, mas vários músicos anônimos que compõem as diversas Orquestras de frevo, bastante comuns nas ladeiras de Olinda, nos diversos bairros do Recife, em toda cidade do interior pernambucano e em várias partes do Brasil onde se anunciar um bom bloco carnavalesco onde esse ritmo é predominante.

Não existe uma precisão quanto ao número exato de integrantes para se classificar uma banda como uma perfeita orquestra de frevo, nem tenho bases técnicas para expor tais dados. Entretanto, é perceptível que esse tipo de big band se destaca por explorar os instrumentos de sopro como sax, trombone, trompete, tuba entre outros que são mesclados a alguns instrumentos de percussão como o surdo, bateria, tarol, caixa, podendo até apresentar alguns elementos eletrônicos como guitarra, teclados e baixo, quando estão em algum palco que se permita esses adicionais.

Mas, são mais comuns a participação de instrumentos não eletrônicos, pois o verdadeiro palco desse tipo de banda sãs as ruas, por onde arrastam foliões nos mais variados blocos carnavalescos. Aqui em Pernambuco, podemos citar o grande maestro Spok como um grande nome nacional, já comentado nessa série e tantos anônimos país afora que não deixam o folião lembrar que o carnaval acaba na quarta-feira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de março de 2014

♫Taí (Pra você gostar de mim)♫

Esta é uma das minhas preferidas desse gênero. Trata-se de um dos maiores sucessos da nossa grande diva Carmem Miranda e contam que seu compositor a fez pensando nela, pois a primeira palavra "Taí" foi usada por alguém quando a apresentava ao compositor. E, por sua letra triste, não era inicialmente uma marchinha, fato atribuído à interpretação dada por Carmem.

Vez por outra, alguém regrava essa canção, como foi o caso de Fernanda Takai. Mas, é sob aquela imortal leitura da Carmem que Taí, que muitos também conhecem como Pra você gostar de mim, tornou-se imortal e é revivida em todos os carnavais, sempre com a mesma emoção e também com a característica típica da festa da folia que consegue imprimir alegria até em uma canção de letra triste!

Taí (Pra você gostar de mim)
(Joubert de Carvalho)

Taí!
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem
Que me dar seu coração

Meu amor não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim

Taí!
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ó meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem
Que me dar seu coração

Essa estória de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas tem
Se me ajudasse, Nosso Senhor
Eu não pensaria mais no amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 20 de março de 2014

CD Ivete Sangalo Se eu não te amasse tanto assim

Sei que a maioria de seus fãs e dos brasileiros apreciam seu trabalho sem distinção, mas, como já afirmei anteriormente, gosto muito de suas gravações românticas. Em 2002, Ivete reuniu seus maiores sucessos desse gênero, até então, mostrando que é uma excepcional intérprete e que, se um dia, decidisse cantar só canções assim, não faltariam admiradores de suas interpretações típicas de quando trabalhava na noite.

E aqui temos grandes sucessos até hoje em sua carreira como Se eu não te amasse tanto assim, A lua que eu te dei, Coleção, Back at one, Frisson, Medo de amar, Meu abraço, Fullgás, O sal da terra, Em mim em você, Postal, Por causa de você menina, Meu maior presente e Loucuras de uma paixão.

Com a participação em algumas faixas de nomes como Jorge Benjor, Jorge Aragão, Roupa Nova e Ed Motta, além do norte americano Brian McKnight, temos aqui fonogramas de seus primeiros discos solos, canções que entraram nos discos de alguns desses colegas citados nos duetos ou faixas que fizeram parte de seus discos ainda na Banda Eva. Uma boa pedida para os românticos de plantão que curtem a voz, a interpretação e o som de uma das cantoras mais populares deste país!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 18 de março de 2014

Os compositores do Brasil - 76

Ele é Ernesto Joaquim Maria dos Santos, natural do Rio de Janeiro/RJ e que todos o conheciam apenas como Donga. Aos 14 anos, aprendeu a tocar cavaquinho e entrou para a história da música brasileira por ter feito o primeiro registro de um samba, a canção Pelo telefone, em 1916, embora há quem conteste com outros sambas da época ou se colocando como co-autor dessa canção produzida em uma roda de samba, comum até os dias de hoje.

Participou de grupos musicais e compôs outros estilos, além do samba, como valsa, toadas, marchinhas, etc. Seus maiores sucessos são Estou voltando, Nosso ranchinho, O malhador, Passarinho bateu asa, Patrão prenda seu gado, Pelo telefone, Quando uma estrela sorri, Quando você morrer, entre outros.

Donga partiu para o andar de cima em 1974. Se é responsável pelo primeiro samba cantado de nosso país, não sabemos com exatidão, mas que estamos diante de alguém que foi responsável pelo pontapé inicial nesse estilo tão nosso, quanto a isso não sobram dúvidas, sendo mais referência na história da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de março de 2014

♫Maria Sapatão♫

Saudades do velho guerreiro, o inesquecível Chacrinha que fazia de um programa meio desorganizado uma alegria a mais para a família brasileira que, durante anos, foi assídua do seu famoso Cassino do Chacrinha. E não é que o velho guerreiro também compôs uma das marchinhas clássicas mais recentes (isso em 1980) e também mais polêmicas?

Maria Sapatão não seria sucesso hoje, creio! Uma letra bem humorada, como era tudo que se referia ao Chacrinha, mas em um tom que despertaria a dúvida se ela não estaria incentivando o bulling ou o preconceito sexual, assunto tão debatido e polemizado nos dias atuais. Com uma letra ingênua e que não agride a homofobia, a meu ver, a música foi e continua sendo um clássico da folia!

Maria Sapatão
(Chacrinha e João Roberto Kelly)

Maria Sapatão
Sapatão, Sapatão
De dia é Maria
De noite é João

O sapatão está na moda
O mundo aplaudiu
É um barato
É um sucesso
Dentro e fora do Brasil

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de março de 2014

CD Alcione ao vivo 1 e 2

Em 2003, Alcione lançou um projeto que, a meu ver, reunia e comemorava de forma completa sua mais que bem sucedida carreira até então: o projeto ao vivo que reunia dois CD´s e um DVD, frutos de um show gravado no Rio de Janeiro. Já comentamos sobre o DVD Alcione ao vivo e vamos hoje descrever os CD´s que são vendidos separados.

O volume 1 foi lançado ainda em 2002 e trouxe os maiores sucessos da diva, seus maiores clássicos como Sufoco/O surdo, Estranha loucura, Mulher ideal, O que eu faço amanhã, Nem morta, Entidade, Depois do prazer, Novo endereço, Jorge da Capadócia/Take it easy my brother Charles/Bebete vãobora/Que maravilha/Cadê Tereza/Chove chuva, Condenados, Além da cama, Meu vício é você, A loba, Menino sem juízo/Garoto maroto, Forró do xenhenhém, Brasil com z é pra cabra da peste Brasil com s é pra nação nordeste. Nesse projeto não houve convidados, embora a marrom regrave clássicos de Benjor e também do grupo Só pra contrariar.

O volume 2 saiu junto com o DVD e lançou algumas canções inéditas como O mundo é de nós dois, Quando você quiser, Você me vira a cabeça, Ou ela ou eu, Serei sempre tua, além de reviver outros grandes sucessos como Pior é que eu gosto, Não deixe o samba morrer/Pandeiro é meu nome, Gostoso veneno. Também regravou Cartola em As rosas não falam e Benito di Paula em Retalhos de cetim e contou com a participação de convidados como Jamelão em Nunca/Vingança e Os dez mandamentos (Samba enredo da Mangueira em 2003) e Maria Bethânia em Ternura antiga, com direito a citação de O meu amor, de Chico Buarque. Completam o projeto as canções Profecia/A volta da gafieira/Vendaval da vida e Cajueiro velho/Tambor de crioula. Pra quem curte a marrom e seus clássicos e sua interpretação ímpar, aqui temos um completo e grandioso trabalho!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de março de 2014

Parabéns Eduardo Lages!!!

E hoje o maestro Eduardo Lages completa mais um aniversário e esse espaço que muito lhe deve pelo seu sempre prestígio e incentivo lhe rende essa singela postagem como agradecimento por mais um ano dedicado à música brasileira, aos seus amigos e, claro, a seus familiares e porque não dizer também a seus fãs? 

Eduardo é esse músico que dispensa apresentações, pois seu currículo profissional já é um livro de grandes vitórias conquistadas com a excelente prestação de serviço, não apenas ao rei da música brasileira, mas a quase todos os nomes nacionais e alguns internacionais que, de alguma forma, passaram por suas regências ou fazem parte da história de seus arranjos e composições. Com o Roberto, é responsável por alguns arranjos de seus discos e também dos shows que tanto emociona a todos os que já tiveram o privilégio de assistir a algum espetáculo de sua majestade!

Como ser humano, é um cara família que adora a esposa, filhos, netos e também amigos. Sem falar que sempre dedica uma atenção especial aos fãs e neste grupo me incluo, pois sempre fui tratado com uma generosidade ímpar, que percebo em poucos artistas. É como se ele não percebesse o ídolo que se tornou e a admiração que despertou em nós que passamos a apreciar seus CD´s e a habitarmos as cadeiras de seus shows. Artistas são como estrelas do céu que apreciamos, mesmo à distância. Entretanto, sua simplicidade quebra esse abismo que existe entre artista e fã e permite essa aproximação mais que prazerosa para quem já experimentou! Por essa condição de simplicidade e, ao mesmo tempo, elegância no extremo profissionalismo que presta à música brasileira, nosso muito obrigado e parabéns por mais essa data que desejamos se repetir por muito tempo para que possamos apreciar o brilho dessa estrela perto de nós a cada instante, a cada nota musical!

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de março de 2014

♫Saca rolha♫

Essa foi uma das principais marchinhas do carnaval de 1954 e tornou-se clássico, sendo lembrada até hoje. Composta pelo casal Zé da Zilda e Zilda do Zé, juntos a Valdir Machado, é mencionada sempre entre as dez maiores marchinhas de carnaval de cada folião que aprecia esse tema. Muitos confundem seu título com "As águas vão rolar", pela força que seus primeiros versos apresentam.

Sua letra associa à festa uma boa bebida, destacando o saca-rolhas, instrumento utilizado para abrir as garrafas de vinho da época e algumas até hoje. Realmente, pra quem curte o carnaval, é meio difícil não o associar ao consumo exagerado de bebidas. Isso pode ser até saudável desde que se conheçam os limites do bom senso e que eles não atrapalhem a folia!

Saca rolha
(Zé da Zilda, Zilda do Zé e Valdir Machado)

As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca, saca, saca rolha
E bebo até me afogar
Deixa as águas rolar

Se a polícia por isso me prender
Mas na última hora me soltar
Eu pego o saca, saca, saca rolha
Ninguém me agarra, ninguém me agarra

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Os Intérpretes do Brasil - 34

Alceu Valença é sempre uma boa pedida no carnaval de quem aprecia um bom frevo. Além de suas grandes composições, consegue interpretar pérolas de outros compositores a ponto de todos acharem que se trata de um sucesso de sua autoria. E um grande exemplo disso é o Hino do Galo da madrugada, entoado durante todo o sábado de Zé Pereira aqui na capital pernambucana, onde essa canção ganhou o tom imortal por esse intérprete.

As canções de J. Michilles também ganharam voz imortal sob sua voz, como é o caso de Bom demais e Me segura se não caio, entre outras. Ele também transita pelos clássicos de Capiba, como Oh Bela ou outros clássicos do frevo como O elefante, de forma natural e toda particular.

Alceu é sem sombra de dúvidas, o grande intérprete desse estilo atualmente em nosso país. Mas, não é apenas de frevo que sobrevivem suas interpretações, pois nas festas juninas também dá show em outras canções como Sabiá, Petrolina Juazeiro, além de ser o melhor intérprete de si mesmo!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 4 de março de 2014

Diga que valeu...

Sempre achei complicado tratar de bandas porque é algo que muda muito. É um entra e sai de integrantes, sobretudo de vocalistas. E muitas vezes, isso é o que provoca o término da banda e, como nem sempre conheço plenamente os integrantes de todas bandas que falo, mas que prezo por suas importâncias na música, corro o risco de postar uma foto ou citar alguma formação que já se encontra desatualizada.

A banda Chiclete com banana já tem mais de 30 anos na praça e permanece no topo quando o assunto é axé. Recentemente Bell Marques, um dos idealizadores e principal vocalista deixa a banda. Então, hoje, podemos dizer que seus integrantes são Rafa Chaves, novo vocalista e Walmar, Waltinho, Wado, Deny e Lelo. Mesmo sabendo que essa lista pode ser outra ou a banda pode inexistir daqui a alguns anos (o que não torcemos para que aconteça), não podemos negar a importância desse conjunto, durante todos esses anos.

Sobretudo quando nos deparamos com um repertório de sucessos como Diga que valeu, 100% você, Chicleteiro eu chicleteira ela, Meu cabelo duro é assim, Cara caramba sou cameleão, Não vou chorar, Voa voa, Cabelo raspadinho, Grito de guerra, Quero chiclete, Se me chamar eu vou e tantos outros que fizeram e fazem os carnavais de época e fora de época do país afora! Apresentamos uma foto com a formação clássica, desejando sucesso à nova formação e também à nova carreira de seu ex-vocalista!

Um forte abraço a todos!

domingo, 2 de março de 2014

♫A jardineira♫

Carnaval, neste ano, caiu em março e vamos aproveitar para resgatar as saudosas marchinhas que sempre tocam, nunca envelhecem e trazem de volta a pureza e o som das grandes festas. Hoje, vamos com A jardineira, clássico de 1938 imortalizada por Orlando Silva no carnaval do ano seguinte e até hoje. Embora, haja uma certa polêmica que afirma tratar-se de uma marchinha de Candinho das Laranjeiras, gravada em 1896 e revitalizada em 1938, como afirmado acima.

A verdade é que estamos diante de um clássico que aglutina em si uma das letras mais puras que já se ouviu no cancioneiro popular brasileiro, o que mostra que carnaval também traz pureza, ou ao menos trazia. Uma conversa com a flora nacional, onde o lema é seguir sorrindo pois a beleza das coisas estão nos pequenos detalhes!

A jardineira
(Benedito Lacerda e Humberto Porto)

Oh, jardineira, por que estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem, jardineira! Vem, meu amor!
Não fiques triste que este mundo todo é seu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

Um forte abraço a todos!