domingo, 23 de março de 2008

O que é que o baiano tem?

Caymmi é um estilo musical brasileiro. "Ninguém pode dizer que tem estilo igual ao de Caymmi, porque ele é único!" Essas palavras são do Chico Buarque que, de forma sucinta, define esse grande mestre da música brasileira! Tranqüilidade seria uma palavra perfeita para descrevermos o grande contador da vida dos pescadores, muitas vezes trágicas, mas contada por ele de forma suave, pura, simples. Casado com a cantora Stella Maris, todos seus filhos são cantores: Nana, Dori e Danilo, Caymmi é o baiano mais ilustre da história musical nacional!

Sua obra é um exemplo de simplicidade e sofisticação única! Aliás, a palavra que mais combina com o Caymmi é essa: simplicidade; e isso é algo difícil demais, além de raro. É como o Erasmo Carlos falou uma vez: "Se o simples fosse fácil, todos os dias surgia um novo Parabéns pra você". Pois Caymmi consegue fazer isso como ninguém.

Suas canções se tornaram clássicos inesquecíveis: Acalanto, A vizinha do lado, João Valentão, Nem eu, O bem do mar, Só louco, Marina, O que é que a baiana tem?, Rosa morena, Sábado em Copacabana, Oração a mãe menininha, Você não sabe amar, São Salvador, Rainha do mar, Maracangalha, Maricotinha e tantas outras trazem a mesma característica: simplicidade e sofisticação melodica e harmônica que chegam e ficam na mente das pessoas, de forma fácil, agradável e pemanente! E pensar que algumas já conhecemos há tanto tempo na voz de algum interpréte e, depois que alguém remete à obra do Caymmi, com uma análise superficial já encontramos os adjetivos evidentes que sua obra apresenta!

Muitos artistas no Brasil já interpretaram Caymmi. Além de seus filhos que são eternos divulgadores da obra paternal, temos Chico Buarque, Maria Bethânia, Simone, João Gilberto, Roberto Carlos, Gal Costa, Sílvio Caldas, Nelson Gonçalves, Adriana Calcanhoto, Emílio Santiago, Caetano Veloso, Ângela Maria, só pra citar alguns dos grandes nomes! Agora, imagina quem pode reunir em seu currículo tantos nomes de tantas estrelas como estes acima? Com certeza o talento e a história de Caymmi se perdem onde a vista não pode alcançar...

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de março de 2008

Devia ter me importado menos com problemas pequenos...

Banda de rock formada em São Paulo no início dos anos 80, Os Titãs se destacam pela altíssima qualidade no rock, com letras e melodias marcantes. O que dizer de Sonífera ilha, Marvin, Enquanto houver sol, Comida, Epitáfio, Pra dizer adeus, Homem primata, Go back, É preciso saber viver, Família, só pra citar algumas? A formação inicial dos Titãs do iê-iê era de nove integrantes: Arnaldo Antunes , Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Belloto, Ciro Pessoa e André Jung. Além da quantidade exagerada de vocalistas no palco, chamava a atenção o visual extravagante dos cabelos, ternos de bolinhas e gravatas.

O primeiro álbum, "Titãs", foi lançado em agosto de 1984 e trazia "Sonífera Ilha", um verdadeiro fenômeno radiofônico. Uma das músicas mais executadas naquele ano, a faixa levou os Titãs a fazerem sucesso em outros Estados do Brasil, além de ter ajudado a banda a realizar um sonho antigo: aparecer na TV, em programas consagrados apresentados por Chacrinha, Bolinha e Raul Gil.

O ápice da banda em disco ocorreu em dois momentos: em 1986 com "Cabeça Dinossauro", álbum que trouxe um novo Titãs e é considerado o melhor da Banda, e segundo muitos, o melhor do rock brasileiro de todos os tempos; e em 1997 com o Acústico mtv, que vendeu 1,7 milhões de cópias, seguido de Volume Dois, no mesmo formato do Acústico, 800 mil cópias vendidas... embora esse volume dois não seja uma continuação do acústico pois traz canções inéditas.

E depois de uma série de acontecimentos, prisões, gravações e fracassos, afastamentos e reaproximações, mas sobretudo muita persistência, os Titãs seguem não mais com nove, mas cinco integrantes: Paulo, Tonny, Branco, Sérgio e Charles fazendo shows e lançando hits maravilhosos como esse abaixo que traduz uma filosofia pura, típico da banda, durante toda sua carreira!

Epitáfio
Sérgio Britto

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger,
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr

Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

Um forte abraço a todos e Feliz Páscoa!

quinta-feira, 20 de março de 2008

A música Cristã brasileira...

A Música Sacra existe há muito tempo. Antigamente, e aqui me refiro a séculos passados, eram os grandes nomes da música clássica e erudita quem compunham e executavam nas Igrejas seus hinos dedicados às Coisas Santas. Nos últimos anos, de trinta anos pra cá, esse tipo de música, atualmente conhecido como música gospel tem se popularizado cada vez mais e fazendo surgir rádios especializadas apenas nesse estilo de canção! Católicos e protestantes se apresentam com seus hinos muito bem compostos e trabalhados para louvar o Senhor!

Dentre os católicos, acredito que o Padre Zezinho, no final dos anos 60, foi o pioneiro no mundo dos discos e na popularização desse estilo. Até hoje suas canções são entoadas nas missas e festas cristãs e a partir dele surgem outros padres-cantores e bandas católicas como Pe. Antônio Maria, Pe. Marcelo Rossi, Banda Anjos de Resgate, dentre tantos outros conhecidos e anônimos da mídia, mas executados nas Igrejas país afora.

Entre os protestantes, podemos destacar Aline Barros, que venceu recentemente o Grammy latino, além de Fernanda Brum, J Netto, Cassiane, Banda Oficina G3, Cristina Mel, Álvaro Tito, entre tantos que também levam aos ouvintes a palavra do Senhor em forma de música.

Alguns artistas da música brasileira que não são tidos como gospel costumam, vez por outra, gravarem algo referente a esse estilo. O pioneiro é o Roberto Carlos que, em 1970, já popularizava o movimento com a canção Jesus Cristo. Costumo atribuir ao Roberto e ao Padre Zezinho o pioneirismo em relação à popularização desse estilo, afirmou o Bispo Marcelo Crivela em entrevista ao Sem censura da Tv Brasil. Outros artistas como Antônio Marcos, Chitãozinho e Xororó, Ivan Lins, Zezé di Camargo e Luciano, Fafá de Belém, Daniel, Luiz Gonzaga e Simone podem ser citados com suas interpretações a alguns louvores. Até o Jorge Aragão gravou Ave Maria em estilo de samba, provando que podemos louvar em outros estilos.

Vale salientar que a "música cristã" no Brasil é generalizada como "gospel", englobando a música cristã como um todo, diferente dos outros países e significando até mesmo, nos dias atuais, um estilo de vida ou "jeito de ser".

Gostaria de deixar claro que fiz apenas um registro singelo do que acontece no país. Esse estilo musical tem sido tratado com bastante competência e dedicação e o resultado apresentado é muito agradável, por isso merece destaque. E observamos também que, independente da religião, a música cristã acontece no Brasil e leva o melhor a seu público! Sei que esse tema é muito vasto, são muitos artistas que mereceriam mais atenção e espaço onde estivessem sendo apresentados ou comentados. Aproveitando esse momento de reflexão pascal, deixo vocês com a letra de Um certo galileu, do Padre Zezinho:

Um Certo Galileu
Pe. Zezinho

Um certo dia, a beira mar apareceu um jovem Galileu
Ninguém podia imaginar que alguém pudesse amar do jeito que ele amava
Seu jeito simples de conversar tocava o coração de quem o escutava

E seu nome era Jesus de Nazaré
Sua fama se espalhou e todos vinham ver
O fenômeno do jovem pregador que tinha tanto amor...

Naquelas praias, naquele mar, naquele rio, em casa de Zaqueu
Naquela estrada, naquele sol e o povo a escutar histórias tão bonitas
Seu jeito amigo de se expressar enchia o coração de paz tão infinita

Em plena rua, naquele chão naquele poço e em casa de Simão
Naquela relva, no entardecer o mundo viu nascer a paz de uma esperança
Seu jeito puro de perdoar fazia o coração voltar a ser criança

E seu nome era Jesus de Nazaré
Sua fama se espalhou e todos vinham ver
O fenômeno do jovem pregador que tinha tanto amor...

Um certo dia, ao tribunal alguém levou o jovem Galileu
Ninguém sabia qual foi o mal e o crime que ele fez; quais foram seus pecados
Seu jeito honesto de denunciar mexeu na posição de alguns privilegiados

E mataram a Jesus de Nazaré
E no meio de ladrões puseram sua cruz
Mas o mundo ainda tem medo de Jesus que tinha tanto amor...

Um forte abraço a todos e uma Páscoa abençoada!

terça-feira, 18 de março de 2008

Eu quero uma casa no campo...

Nesses tempos de cansaço e puro estresse, tenho certeza que a quase todos configura o mesmo desejo: uma casa no campo para ouvir seus discos e rocks rurais... Elis Regina cantou isso há muito tempo, mas toda sua obra é autêntica e moderna, contemporânea e atual aos ouvidos de quem gosta da música brasileira. Carinhosamente conhecida como a Pimentinha, nasceu em Porto Alegre onde iniciou a carreira aos onze anos de idade nos programas de rádios, como era costume da época para os iniciantes na música.

Considerada por muitos como a maior cantora de todos os tempos do Brasil, Elis passou pelos festivais, programas de tv e revelou grandes nomes da composição. Na década de 60, teve seu próprio programa, O fino da bossa, comandado ao lado de Jair Rodrigues. Foi nos festivais que começou a revelar grandes compositores. Artistas como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Gilberto Gil, Edu Lobo, Chico Buarque, João Bosco, Fagner, Ivan Lins, Belchior, Aldir Blanc, dentre outros, atribuem a Elis seu lançamento ou o ápice que suas canções alcançaram em termos de interpretação. Mas, para ela a maior cantora do Brasil sempre foi Ângela Maria, de quem confessa receber a maior influência e afirma que chegava a imitar a Ângela em algumas interpretações.

Em meio a tantas interpretações surgem sucessos inesquecíveis até hoje como Arrastão, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Cartomante, Corcovado, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô Alô marciano, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me deixas Louca, Folhas secas, Tiro ao Álvaro, Como nossos pais, As curvas da estrada de Santos, Atrás da porta, dentre muitos outros.

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, anos difíceis que perseguiu e exilou muitos músicos em sua época, seja por meio de declarações públicas ou pelas canções que interpretavam. Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.

Elis nos deixou órfãos de sua presença em 19 de janeiro de 1982. A nós e a seus filhos João Marcelo Bôscoli, filho do casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música. Cabe a nós brasileiros, guardamos conosco a contribuição que Elis deu a música brasileira e a todos que a compõem nos últimos 50 anos, pois a maioria dos artistas, mesmo os mais contemporâneos têm alguma coisa direta ou indiretamente ligado a esse grande nome do cenário musical onde inúmeras cantoras afirmam ter influência da Elis, o que prova que ela estará sempre viva na música e na memória brasileira.

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de março de 2008

Se você vier, pro que der e vier comigo...

Geraldo Azevedo não é apenas um grande nome na música nordestisna, mas seus acordes ecoam em todos os extremos do país, alcançando com êxito o exterior. Nascido em Petrolina, aqui em Pernambuco, navega pelos ritmos raízes de sua terra como frevo e forró, além das canções líricas românticas que formam a trilha sonora de muitos apaixonados.

Na década de 70, participou de diversos festivais, entre eles o Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro em 1972, obtendo êxito e rendendo seu primeiro disco em parceria com Alceu Valença, seu conterrâneo e amigo. De lá pra cá só sucessos ajudando a contruir a história musical desse país.

Violonista, cantor e compositor, seus hits são regravados por outros intérpretes como Fagner, Elba Ramalho, Alceu Valença e Simone são alguns dos nomes que já visitaram sua obra como Dia branco, Moça bonita, Bicho de sete cabeças, Canção da despedida, Caravana, Canta coração, Chorando e cantando, Coração bobo, Disparada, Dona da minha cabeça, Inclinações musicais, Letras negras, O amanhã é distante, Sabiá, Táxi Lunar e Você se lembra. Geraldo participou dos projetos Grande encontro na década de 90 com Alceu, Elba e Zé Ramalho, onde gravaram participações ao vivo em cd e dvd.

Particularmente, algumas músicas do Geraldo, prefiro com outros intérpretes a exemplo de Fagner que gravou tão bem Letras negras e Dona da minha cabeça ou Elba Ramalho que é uma de suas intérpretes mais constantes. Outras canções formam o perfil do Geraldo e só cabem em sua interpretação. Assisti ano passado um show seu com voz e violão e pude comprovar o enorme talento que esse músico expõe. Já havia visto um show com banda e pensei que esse seria mais tedioso, o que me enganei pois Geraldo é uma marca de profissionalismo e musicalidade! Ficamos com a letra de Você se lembra, uma das minhas favoritas que evocam imagens nordestinas e passagens musicais da canção As time goes by, do filme Casablanca:

Você se lembra
(Geraldo de Azevedo / Pippo Serra / Fausto Nilo)

Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem, em que país
Me diz em que lugar, cadê você

Você se lembra...
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção

Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história...

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão

Você se lembra...

Um forte abraço a todos!

sábado, 15 de março de 2008

Ao meu Brasil...

Julio Iglesias está no Brasil, mais precisamente aqui em Recife, hoje! Julio é um cantor que se popularizou no Brasil nas décadas de 70 e 80 e intensificou sua dedicação profissional e pessoal com esse povo que tanto ama. Há um bom tempo fora dos palcos brasileiros, decidiu fazer uma turnê sul americana, incluindo o Brasil e passando em capitais como Porto Alegre, São Paulo, Recife e Brasília para divulgar o álbum Romantic Classics, lançado em 2006 e comentado aqui no blog em dezembro de 2007 (É só procurar nos arquivos).

Seu amor pelo país é tão intenso que em 2001 fez um disco com o título Ao meu Brasil. Com todas as canções gravadas em português, sendo algumas versões de canções originalmente gravadas em espanhol, e outras feitas exatamente para esse projeto. Vale lembrar que o último disco totalmente em português lançado no Brasil aconteceu há mais ou menos 20 anos atrás. Foi o disco Minhas canções preferidas, onde o Julio fez versões de seus sucessos em espanhol até então, penetrando de vez no mercado brasileiro, forte para o cantor hispânico. Depois desse, sempre lançava um disco com mesclas em português, espanhol e mais raramente em inglês. Vale reforçar que Julio é dos poucos cantores internacionais a fazerem esse tipo de projeto aqui no Brasil, uma visão mercadológica que lhe rende êxitos, o que explica em parte, suas expressivas vendagens.

O disco inicia com Dizem que os homens não devem chorar, versão de Fernando Adour para Los hombres no deben llorar, canção que o rei Roberto já apresentara em 1992 ao Brasil, só que com uma adaptação de letra diferente da que o Julio ofereceu. Em seguida, canta Mal acostumado, canção do grupo baiano Araketu que o Julio gravara no ano anterior em espanhol e que também já foi regravada por Simone e Joanna. História de amor, Água doce água do mar e A estrada, originalmente do cd 1995 voltam a figurar nesse projeto, exatamente como no original.

Algumas ousadias do Iglesias podem ser conferidas com Se um dia fores minha, versão inédita em português do famoso tango de Garldel, El dia que me quieras que Julio já havia gravado em espanhol no álbum Tango de 1996, e na adaptação do fado Canção do mar (Meu Brasil, Meu Portugal), provavelmente com o propósito de levar o projeto a Portugal e a países hispânicos. Constam ainda no disco as canções Jogue para mim a culpa, Vida, Voa amigo voa alto e Pelo amor de uma mulher, esta última já um clássico do Julio no Brasil, originalmente gravada em 1984 no álbum Julio, e reformulada em 1994 no álbum Crazy.

Julio sempre plantou amigos no Brasil e recentemente, demonstou isso em seus lançamentos, visitando o gênero sertanejo e realizando duetos com Daniel, na canção Viver a vida de 2000, e Zezé di Camargo e Luciano, na canção Dois amigos de 1998, ambas presentes nesse projeto. Alheio as possíveis críticas em relação a esses duetos por conta de preconceitos existentes, visitou os principais programas de televisão do país para promover esses duetos. Gravou na Suécia o clipe da composição que encomendou pessoalmente a Zezé di Camargo.

Mas, seu grande sonho é gravar com Roberto Carlos, seu ídolo no Brasil. Talvez a forte amizade e admiração de ambos possa um dia fazer com que estejamos falando sobre isso ou até uma grande turnê desses dois grandes artistas que fizeram a história da música mundial divulgando o amor onde estiveram. Por isso é motivo de alegria saber que o Julio está aqui em minha cidade porque com certeza os ares estão mais repletos de romantismo que esse artista tanto proporciona!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Não aprendi dizer adeus...

A música neo-sertaneja não seria completa se não existissem dois goianos como esses: Leandro e Leonardo. Trabalhadores da roça e fãs dos Beatles e Roberto Carlos, conseguiram gravar seu primeiro disco em 1983, um fracasso que só vendeu 500 discos. Em 1986 gravaram o Leandro e Leonardo volume 1 e em 1987, o volume 2 tornando-se conhecidos no meio sertanejo e em Goiás.

Mas, foi em 1989 com o volume 3 que a dupla alcançou sucesso nacional com a faixa Entre tapas e beijos. Em 1990, estouraram com Pense em mim e Desculpe, mas eu vou chorar e daí pra frente passaram a ter seus discos sempre nas paradas de sucesso com canções como Paz na cama, Não aprendi dizer adeus, Cadê você, Temporal de amor, Não olhe assim, Festa de rodeio, Cerveja, Eu juro, Doce mistério, Mexe-mexe, Talismã, Rumo a Goiânia, Solidão, Cumade e cumpade, Deu medo e Um sonhador.

Até que uma dessas coisas que o destino reserva e não sabemos explicar acontece e leva o Leandro para o andar de cima! Leonardo, embora muito triste, dá continuidade à sua carreira e, com o excepcional talento que possui, envereda para o romântico mas, sempre com os traços do sertanejo e emplaca sucessos como Coração espinhado, Eu deixaria tudo, 120 150 200 km/h, Mano, além dos projetos Grandes Sucessos volumes 1 e 2, onde aborda canções românticas, algumas esquecidas das décadas de 70 e 80 como Meu mel, Pareço um menino e Pouco a pouco, passeando em sucessos de Marquinhos Moura, Gilliard, Fábio Jr. e Roberto Carlos.

Segue abaixo a letra de Mano, a canção que Leonardo cantou e sempre cantará em homenagem ao irmão:

Mano
(Paulo Debétio/Paulinho Resende/Chitãozinho/Xororó)

Mano, você é meu sangue, mais que um amigo
Me dizia coisas que até hoje eu sigo
E será pra sempre um pedaço de mim...

Mano, cantar a seu lado me deixou orgulhoso
Agradeço a Deus foi maravilhoso
Eu sempre sonhei com imagens assim...

Mano, eu me lembro do nosso pequeno universo
O primeiro acorde, os primeiros versos
Parei pra pensar hoje no camarim...

Juntos, nós fomos a voz de uma linda canção
Digo a você lá do fundo do meu coração...
Nossa missão foi cantar e levar alegria
Mano, você é a letra, eu sou a melodia...

Mano, você sempre foi mais que um companheiro
Nas horas difíceis foi tão verdadeiro
Me deu a certeza que no fim vou vencer...

Todas as dificuldades muralhas, barreiras
Você me dizia que depois da poeira
Um lindo horizonte vai aparecer...

Mano, as suas palavras me fizeram de aço
E hoje eu sei que em tudo que eu faço
Eu posso cantar e contar com você...

Juntos, nós fomos a voz de uma linda canção
Digo a você lá do fundo do meu coração
Nossa missão foi cantar e levar alegria
Mano, você é a letra eu sou a melodia...(2x)

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 11 de março de 2008

A Música Instrumental no Brasil

A música instrumental sempre teve destaque no Brasil seja no erudito ou popular. Antigamente, alguns artistas gravavam seus discos e instrumentistas faziam as versões de algum sucesso ou até do disco completo. Os The fevers, por exemplo, chegaram a gravar alguns discos instrumentais de seus próprio sucessos cantados.

Alguns artistas internacionais também alcançaram êxitos em terras tupiniquins. O melhor exemplo é o francês Richard Clayderman que vendeu muitos discos nos países latinos e Brasil, até a década passada. Nos últimos dez anos tivemos poucos destaques nessa área. Embora, a passos lentos, estão se destacando artistas nesse ramos e com isso, torcemos para que os incentivos sejam cada vez maiores, afinal a música transforma uma sociedade...

Hoje quero prestar uma homenagem a um grande músico que vem fazendo um trabalho excepcional nessa área, o maestro mais conhecido do Brasil, afinal, ele faz parte da côrte musical, o meu amigo Eduardo Lages. Em 2005 lançou, sem muita pretensão o cd Emoções, com clássicos do rei, seu cumpadre. A ótima recepção e alcance de público assustaram até o próprio Eduardo, que se viu na condição de grande resgatador da música instrumental. Mandou ver no segundo projeto, Cenário com bastanet êxito e, ano passado triunfou com um cd/dvd chamado Com amor, onde continua, sempre de forma elegante, divulgando as mais belas melodias que Deus nos dá!

Fico feliz em conhecer o Eduardo, em tê-lo como amigo. Realmente é um cara muito simpático, muito humilde e atencioso! Hoje, 11/03 está aniversariando e esse blog presta essa singela homenagem desejando muita saúde e paz, para o maestro e para toda sua família, seus netos que formam outra de suas paixões, além da música! Parabéns Eduardo Lages, parabéns Brasil por termos nossa trilha sonora regida por esse grande maestro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 8 de março de 2008

Bandida, solta na vida e sob medida pra os carinhos seus...

Fafá de Belém, a grande voz do Brasil, em termos de romantismo e interpretação. Nascida em Belém/PA, Maria de Fátima Palha de Figueiredo começou sua carreira no início dos anos 70, fortemente influenciada por Maysa, Roberto Carlos e Beatles. De lá pra cá tem alcançado êxitos em vendagens e sucessos além de vários shows que incluem das feiras de agropecuária no interior do país e shows em praça pública até temporadas no eixo Rio - São Paulo, incluindo o Casino Estoril, em Portugal, onde é sempre vitoriosa.

- Hoje me vejo como uma cantora dos grandes amores, das perdas e dos reencontros. Se a música não me arrepiar, não gravo. Se não for personagem da letra, não consigo interpretar. Sou um dramalhão, uma passional - costuma afirmar, entre gostosas risadas, a intérprete que já visitou todos os grandes compositores brasileiros sem algum preconceito e sempre com seu toque pessoal, foi de Luiz Gonzaga a Roberto Carlos, de Michael Sullivan a Chico Buarque. Este último a presenteou com um de seus maiores sucessos: Sob medida, além de receber da intérprete uma grande homenagem no disco de 2004, onde dividiu os vocais na faixa Fado Tropical.

Fafá também tem envolvimento ativo na política do Brasil. Em 1984 participou do movimento Diretas já, gravando o Hino Nacional. Alheia às críticas de que oscila entre o popular e o elitizado, Fafá navega por ritmos que mexem com sua personalidade e com o país e talvez esse seja seu segredo, sua perfeita identificação com o público ao gravar sertanejo, forró, romântico, boleros, etc., tornando seus sucessos inesquecíveis: Meu disfarce, Bilhete, Atrevida, Abandonada, Coração do agreste, Vermelho, Nuvem de lágrimas, Meu dilema, Sob medida, Raça, Memórias, e projetos como os discos Meu fado - 1992 (onde faz homenagens a grandes fados e a Portugal, onde tem sucesso impressionante), Fafá ao vivo - 1995 (Disco que resgata seus grandes sucessos em 20 anos de carreira) e Tanto mar - 2004 (Fafá de Belém interpretando Chico Buarque).

Fafá vivenciou grandes momentos em sua carreira, como artista e como mulher. Um deles foi em 1991, quando gravou a canção Se você quer, ao lado de seu ídolo Roberto Carlos, de quem guarda recordações e amizade antiga. Outra grande emoção aconteceu em 1997, quando expressou sua religiosidade e cantou Ave Maria (Vicente Paiva/Jaime Redondo) para o então papa João Paulo II. Atualmente, Fafá participa como atriz da novela Caminhos do coração, da Redord e paralelo a isso, divulga seu mais recente trabalho: Fafá de Belém ao vivo em cd e dvd. E para nós, ela sempre reserva momentos emocionantes, na voz, no carisma, na risada inconfundível, na musicalidade de Fafá do Brasil!

Um forte abraço a todos!

Mulher Sexo Frágil!?

Hoje, dia internacional da mulher, esse blog tem a alegria de parabenizar a todas as mulheres através da música! Escolhi a canção que mais traduz, a meu ver, a alma feminina: Mulher (sexo frágil) do tremendão Erasmo Carlos em parceria com a Narinha, sua falecida esposa.

Na mpb encontramos muitas canções em homenagens às mulheres... Algumas recebem nomes para que a homenagem seja mais específica: Rosinhas, Anas, Luizas, tantas Marias com a estranha mania de ter fé na vida! Tantas Baixinhas, gordinhas, de óculos, de 40 ou Senhoras, grávidas e cheirosas e cantadas pelo Roberto e tantas super stars compostas em parcerias com o Erasmo... A alma feminina é adorada pela mpb.

Alguns artistas masculinos também tentam descrever a alma feminina, se pondo do lado oposto na hora de compor. Como exemplo do que falo temos Esse cara do Caetano ou Palavra de mulher, O meu amor e Bárbara do Chico; ou Super-homem do Gil, são exemplos de uma tentativa em se vivenciar a alma feminina.

Mas, voltando a Mulher (Sexo frágil) do Erasmo, essa é a canção mais tocada e preferida pelos brasileiros para homenagearem as mulheres nessa e em qualquer época que se queira descrever o cotidiano, a importância e o brilho do ser feminino. Nela o Erasmo deixa sua alma à flor da pele e descreve, mesmo através de exemplos pessoais e íntimos, que forte mesmo só as mulheres, e que não chega a seus pés:

Mulher (sexo frágil)
Erasmo Carlos/Narinha

Dizem que a mulher é o sexo frágil,
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas...

Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça...

Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito...

O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher...

Mulher! Mulher!
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração prá decantar você nessa canção...

Mulher! Mulher!
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um 10 sou forte mas não chego aos seus pés...

Um forte abraço a todos!