terça-feira, 18 de março de 2008

Eu quero uma casa no campo...

Nesses tempos de cansaço e puro estresse, tenho certeza que a quase todos configura o mesmo desejo: uma casa no campo para ouvir seus discos e rocks rurais... Elis Regina cantou isso há muito tempo, mas toda sua obra é autêntica e moderna, contemporânea e atual aos ouvidos de quem gosta da música brasileira. Carinhosamente conhecida como a Pimentinha, nasceu em Porto Alegre onde iniciou a carreira aos onze anos de idade nos programas de rádios, como era costume da época para os iniciantes na música.

Considerada por muitos como a maior cantora de todos os tempos do Brasil, Elis passou pelos festivais, programas de tv e revelou grandes nomes da composição. Na década de 60, teve seu próprio programa, O fino da bossa, comandado ao lado de Jair Rodrigues. Foi nos festivais que começou a revelar grandes compositores. Artistas como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Gilberto Gil, Edu Lobo, Chico Buarque, João Bosco, Fagner, Ivan Lins, Belchior, Aldir Blanc, dentre outros, atribuem a Elis seu lançamento ou o ápice que suas canções alcançaram em termos de interpretação. Mas, para ela a maior cantora do Brasil sempre foi Ângela Maria, de quem confessa receber a maior influência e afirma que chegava a imitar a Ângela em algumas interpretações.

Em meio a tantas interpretações surgem sucessos inesquecíveis até hoje como Arrastão, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Cartomante, Corcovado, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô Alô marciano, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me deixas Louca, Folhas secas, Tiro ao Álvaro, Como nossos pais, As curvas da estrada de Santos, Atrás da porta, dentre muitos outros.

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, anos difíceis que perseguiu e exilou muitos músicos em sua época, seja por meio de declarações públicas ou pelas canções que interpretavam. Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.

Elis nos deixou órfãos de sua presença em 19 de janeiro de 1982. A nós e a seus filhos João Marcelo Bôscoli, filho do casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música. Cabe a nós brasileiros, guardamos conosco a contribuição que Elis deu a música brasileira e a todos que a compõem nos últimos 50 anos, pois a maioria dos artistas, mesmo os mais contemporâneos têm alguma coisa direta ou indiretamente ligado a esse grande nome do cenário musical onde inúmeras cantoras afirmam ter influência da Elis, o que prova que ela estará sempre viva na música e na memória brasileira.

Um forte abraço a todos!

8 comentários:

Anônimo disse...

É de sonho e de pó
um destino de um só
feito eu perdido em
pensamentos.....
Elis Regina, quem não conhece
" Romaria"?
A primeira música que eu ouvi de Elis Regina foi " Aguas de março";
É pau, é pedra, é o fim do caminho.
Elis Regina uma das maiores cantoras brasileiras de sempre e que vivirá na memoria de todos aqueles que cantaram suas músicas.
De Elis Regina conheço parte de sua música que e muita, tendo em conta sua vida tão curta...
Se Elis Regina fosse viva, ontem dia 17 de março tinha feito 63 anos.
Graças a ela foram conhecidos alguns compositores, como Milton Nascimento que a chamou de musa inspiradora, assim como influenciou alguns cantores.
Outra das músicas, "Fascinação",
"Madalena", "Casa no campo," só algumas as músicas,que mencionei, entre as muitas que ela gravou.
Elis Regina "Pimentinha" como era
carinhosamente chamada.
Abraços.

Anônimo disse...

Mais uma estrela para iluminar o teu blog!
Talvez o temperamento dela, dos mais inconstantes possíveis, tenha servido como base e até mesmo como impulso para tanta criatividade e emoção. A canção "O bêbado e o equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, parece ter sido feita sob medida para ela.

Reverências mil a essa grande mulher.

Beijos

Vinícius Faustini disse...

Viva Elis, essa cantora fantástica que tivemos o privilégio de conhecer e graças aos registros fonográficos, temos o privilégio de deixar sua obra perpetuada.

Quanto ao que você falou sobre a Elis durante o regime militar, o caricaturista Henfil (irmão do Betinho), que em sua coluna do semanário "Pasquim" fazia enterros simbólicos de quem se manifestava ou parecia se manifestar ao favor do governo ditatorial, "enterrou" Elis Regina. Viva a boa música, e sem patrulhamentos.

Abraços, homem.

Vinícius Faustini

www.flogao.com.br/emocoesrc

Anônimo disse...

Nobre colega Everaldo,

Elis foi uma das que participou da em 1966, da passeata contra as guitarras elétricas (RC e o pessoal da Jovem Guarda). O reconhecimento veio em 1969, quando gravou "Se você pensa" de RC/EC. Nos anos seguintes gravou também da dupla "As curvas da estrada de Santos" e "Mundo deserto". Existe também uma gravação de "Amante a moda antiga". Gravou também outras canções que fazem parte do repertório de RC.

Um grande abraço,

Unknown disse...

Gosto muito da Elis Regina; tinha uma voz única e bela!
Casa No Campo...Como Nossos Pais...Fascinação...Me Deixas Louca..São tantas.
Saudades da "Pimentinha".

Unknown disse...

Meu caro Everaldo, sem sombra de dúvidas Elis Regina foi uma grande cantora, ainda mais quando confessa que recebeu influências da grande Ângela Maria, e concordo plenamente quando Elis Regina afirma que Ângela Maria é uma das maiores cantoras do Brasil!
Bom se tem eu ainda não vi, mas vc deveria postar Ângela Maria, quem não conhece a musica desbafo que ela canta com o rei Roberto? ...Só sendo muito boa p dividir o palco com o rei!
bjs e sucessos

Anônimo disse...

Eu odeio Elis Regina.

CON disse...

Amigo, não tenho palavras para descrever Elis. Era um furacão aquela mulher!!!
Pimentinha mesmo, rsrsrsrs
Tenho saudades da interpretação dela, era pura emoção!!!
Um dia assisti a um especial dela no qual ela cantava a música "atrás da porta" me arrepiava inteira!!! E mais tarde ela disse que quando gravou este especial havia brigado com o marido e chorou de verdade!! Esta era Elis.
Ainda bem que hoje temos a Maria Rita para matar um pouquinho da saudade!
Amigo, desculpe a intromissão, mas trouxe a letra de "Atrás da porta" é muito intensa, muito passional! Adoro! Deixo aqui prá vocês:

Composição: Chico Buarque- Francis Hime

Quando olhastes bem nos olhos meus
E teu olhar era de adeus, juro que não acreditei
Eu te estranhei, me debrucei Sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei, e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus peitos, teu pijama
Nos teus pés, ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei prá maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Prá te mostrar que ainda sou tua
Até provar que ainda sou tua.


Beijos azuis