segunda-feira, 23 de maio de 2022

♫Acontecimentos♫

Marina Lima é dona de grandes hits em nossa música, sobretudo bastante explorada pelos cantores da noite. Uma de suas canções mais marcantes (uma das minhas preferidas de seu repertório) é essa, Acontecimentos, lançada em 1991. Foi tema da novela global O dono do mundo e composta com seu irmão Antônio Cícero.

A letra de Acontecimentos aborda um amor que foi imenso, mas que terminou até sem tanta explicação. O sentimento é descrito no decorrer da canção como algo imenso, extraordinário que não se acredita que tudo isso teve fim. E o que resta depois desse fim é tédio, inveja de festa em outro apartamento, saudades, desorientação, ciúmes, coisas normais e naturais (desde que não seja em excesso) de seres humanos que se relacionam.

Acontecimentos
Marina Lima e Antônio Cícero

Eu espero
Acontecimentos
Só que quando anoitece
É festa no outro apartamento

Todo amor
Vale o quanto brilha
E aí o meu brilhava
Brilho de joia e de fantasia

O que que há com nós
O que que há com nós dois, amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim

Era fácil
Nem dá pra esquecer
Aí e eu nem sabia
Como era feliz de ter você

Como pôde
Queimar nosso filme
Um longe um do outro
Morrendo de tédio e de ciúmes

O que que há com nós, 
o que há com nós dois amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Os compositores do Brasil - 101

De volta a série em que homenageamos os compositores deste país e hoje vamos abordar um dos criadores de um dos clássicos mais recentes da nossa música, a canção Deixa a vida me levar, sucesso imortalizado pelo Zeca Pagodinho. Um de seus criadores chama-se Sérgio Roberto Serafim, mas que todos o conhecem no meio artístico como Serginho Meriti.

Cantor e compositor, natural do Rio de Janeiro/RJ, Serginho é também autor de outras pérolas de nossa música, tais como Quando eu contar iaiá, Quem me guia, Cada um na sua, Manera Mané, Vê se me erra, Nêgra Ângela, Lá vai marola, Mapa da mina, Abre o peito e chora, Clareou, É vida que segue, etc.

Já foi gravado e interpretado por gente como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Leci Brandão, Beth Carvalho, Alcione, Joanna, Roberto Carlos, Maria Rita, Seu Jorge, Maria Bethânia, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Elymar Santos, Xuxa, Exaltasamba, Fundo de quintal, Cidade negra, Só pra contrariar, Bezerra da Silva, Elza Soares, Almir Guineto, entre outros.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 9 de maio de 2022

♫Sorri, sou rei♫

Essa coisa de música nas plataformas deixa uma lacuna imensa no quesito informação. Para saber quais músicos, compositores, profissionais estão envolvidos na música é uma tarefa quase impossível para pesquisadores e curiosos. Essa belíssima canção da banda Natiruts, gravada em dueto com Cláudia Leitte e também com a cantora argentina Sonia Savinell, é um exemplo disso.

Ainda não possuo o trabalho acústico da banda, produto almejado por quem admira grandes produções e mal encontrei o compositor da faixa que abordo hoje que, a meu ver, teve uma interpretação fantástica nessa versão acústica, no dueto com a argentina. Com uma letra imensa, aqui apresentada toda em português, a canção é um delicioso reggae que nos chama a vivenciar a felicidade, minimizando a tristeza que insiste em bater em nossa porta, em querer habitar ao nosso redor, naquela velha ideia de que aproveitar cada instante da vida é tentar ser feliz em todos esses momentos, sobretudo nos mais difíceis!

Sorri, sou rei
Alexandre Carlo

Quando a esperança de uma noite de amor
Lhe trouxer vontade para viver mais 
E a promessa que a chance terminou 
É bobagem é melhor deixar pra trás 

Eu tô cansado de sofrer 
Quero dançar sentir calor 
E poder só olhar o universo em torno de você 
Brilhando em vida, sorrindo à toa 
Só vibrando amor e paz 
Sinto a noite, penso em você 
Lembro como é bom amar 

Quando você se foi 
Chorei, chorei, chorei 
Agora que voltou sorri, 
Sorri, sou rei 

Saiba que o simples perfume de uma flor 
Pode vir, e ser um grande amor na sua vida 
Não gaste palavras pra viver 
De iludir, os seus sonhos tão raros com mentiras 
Não maltrate o coração 
Que dedicou, ao seu sorriso as suas batidas 
Será livre pra sentir 
Anseios de uma paixão, a ser uma história linda
 
Diga que me adora 
Deixe o orgulho e venha, porque já 
Está na hora, da gente se encontrar e sermos um 
Mas não demora, que é pra chama não desencantar 
Se esvair no ar, e só restar lembrança 

Eu tô cansado de sofrer 
Quero dançar sentir calor 
E poder só olhar o universo em torno de você 
Brilhando em vida, sorrindo à toa 
Só vibrando amor e paz 
Vejo a lua, lembro do sonho 
Torço pra realizar 
Sinto a noite, penso em você 
Lembro como é bom amar 

Quando você se foi chorei, 
Chorei, chorei 
Agora que voltou sorri, 
Sorri, sou rei

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 2 de maio de 2022

CD Gal Costa Nenhuma dor

Ano passado, em meio à pandemia, Gal Costa lançou um trabalho muito interessante, onde relê alguns de seus clássicos em duetos, acompanhada de um grupo de profissionais da nova geração da música brasileira e até internacional. O resultado foi este CD físico, graças a Deus, e que também foi lançado em LP, intitulado Nenhuma dor, que hoje abordaremos.

Comemorando seus 75 anos, dos quais mais de 50 dedicados à arte, o CD traz as canções e seus respectivos convidados: Avarandado (com Rodrigo Amarantes), Só louco (com Silva), Paula e Bebeto (com Criolo), Pois é (com Zambujo), Meu bem meu mal (com Zé Ibarra), Juventude transviada (com Seu Jorge), Baby (com Tim Bernardes), Coração vagabundo (com Rubel), Negro amor (com Jorge Drexler), Nenhuma dor (com Zeca Veloso).

Muitos desses eu não conheço e, por isso, acho super legal ela nos apresentar gente nova, com a qual rolou uma química. Destaco neste trabalho as regravações de Só louco, Juventude transviada, Baby e Negro amor, sobretudo esta última que confirma mais uma excelente ligação de um músico brasileiro com o talentoso músico uruguaio Jorge Drexler.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de abril de 2022

♫Amigo♫

Essa é mais uma daquelas clássicas tanto do repertório do Roberto, quanto da música brasileira. Lançada no maravilhoso disco de 1977 do rei, o próprio conta que começou a fazê-la em seu aniversário e não contou nada a seu parceiro tremendão. Aproveitou uma música que tinham feito, mas que ainda precisava de letra e mandou ver na homenagem ao Erasmo, ao Dedé (de sua banda) e a todos os que chama de amigo.

De fato, a canção amigo, além de uma bela melodia e introdução marcante, usada até por torcida de futebol, tem uma letra que se torna referência a qualquer forma de amizade, entre dois caras desconhecidos que a vida os une, entre dois irmãos, pai e filho, etc. Uma poesia que descreve alguém que é admirado por seu jeito de ser e por sua valiosa companhia e lutas diárias. Felizes os que podem contar ao menos com uma pessoa assim, um verdadeiro anjo da guarda! 

Amigo
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada

Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Revista Roberto Carlos saber violão especial

Nos anos 80 e até meados dos anos 90 a editora abril lançava uma revistinha de cifras. Algumas edições se tornaram tradicionais, como foi o caso de Roberto Carlos, que de 1983 a 1996 teve edições especiais, onde constavam as letras, cifras de suas canções e também os seus novos sucessos produzidos a cada ano. Portanto, todo fim de ano ou começo do ano seguinte nas bancas de jornais e revistas, constavam a Revista saber violão especial.

Eu via muitas em várias residências, mas como todos os produtos que envolviam RC, eram caros e, associado a isso eu não tinha grana, não conseguia comprar. Até 1995, quando comprei a versão do disco anterior. Hoje tento comprar todas, mas tá difícil de achar e barato, rsrsr. Lamento não haver lançamentos de songbook nesse estilo para os músicos, amadores ou profissionais, ou talvez até edições mais caprichadas como os verdadeiros artistas mereceriam. 

Foi esse livro que me incentivou a cantar, a aprender teclado e depois violão. Hoje não temos mais livros de músicas, de cifras, quase não achamos mais bancas de revistas, alguns sebos por aí e a lembrança de um trabalho que me fez muito feliz e ainda me faz. Coisas que remetem ao aniversariante da semana, Roberto Carlos, e suas influências com seus fãs!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de abril de 2022

♫Amor sem limite♫

Visitando o repertório do Roberto, encontramos esse megassucesso, dos mais recentes, embora já tenha mais de 20 anos. Lançada aqui no Recife no chamado show da volta, Amor sem limite é daquelas canções arrebatadoras que o rei dedica a sua esposa, que faria aniversário hoje. Com uma harmonia e arranjos simples, mas não menores por isso, aqui a voz do Roberto vem com toda potência, como se quisesse cantar o que sua alma emite! Essa canção foi título de seu então novo CD de 2000 e também de sua turnê.

Sempre o vi dizendo que gostaria de fazer uma canção que falasse de um amor maior, pleno e completo. Acredito que essa não seja apenas uma canção desse tipo, mas faz parte de um grupo de canções que, se analisarmos bem, ele não fez apenas uma, mas várias que alcançam esse patamar: o amor maior, mais sublime, mais lindo e dedicado que brota do fundo do coração de uma alma apaixonada!

Amor sem limite
Roberto Carlos

Quando a gente ama alguém de verdade
Esse amor não se esquece
O tempo passa, tudo passa, mas no peito
O amor permanece
E qualquer minuto longe é demais
A saudade atormenta
Mas qualquer minuto perto é bom demais
o amor só aumenta

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito
Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas dela eu nunca me esqueço
Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Livro Roberto Carlos outra vez

Mês de abril e o Blog Música do Brasil remete suas postagens a um tema que é, sem sombra de dúvidas, a parte estrutural deste espaço virtual desde seu início: Roberto Carlos. Mas, penso que essa postagem talvez não agradaria ao rei, pois avesso às biografias não autorizadas, penso que este é um título que não o anima. Mas, a nós seus fãs, sim! Ganhei de presente este trabalho em dezembro e fui lendo com calma até esta semana quando o finalizei. 

Aqui, Paulo César de Araújo, famoso escritor e pesquisador de música brasileira e que ficou ainda mais conhecido depois do livro "proibido" Roberto Carlos em detalhes; apresenta o que chama de primeira parte da biografia de sua majestade. Indiferente à polêmica e a relação entre os dois, como fã de RC e também dos livros do PC, considero esta obra muito interessante em que o autor conta os detalhes tão pequenos outra vez.

Agora ele organiza o livro de quase mil páginas em 50 capítulos que vão contando desde o nascimento do Roberto até 1970. Não sei se ele escolheu as canções mais significativas para si ou aquelas que serviriam de norte para o que contaria. Claro que se eu ou outro leitor fosse escrever, as escolhidas seriam outras, coisas de um repertório tão rico quanto o do Roberto. Aliás, repertório apenas não, uma vida inteira dedicada à música explica porque esse homem é um mito chamado de rei pelos brasileiros! E que venha o volume 2! 

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de março de 2022

♫Chão de giz♫

Com essa postagem, não pretendo traduzir ou interpretar exatamente o que Zé Ramalho quis dizer nesse clássico nacional de 1978, tão a sua cara e também que leva a marca da interpretação inesquecível de Elba Ramalho. Canção visitada por vários músicos da noite, Chão de giz é clássico no repertório dos dois. Penso que como é típico da obra do Zé, ela pode ter várias linhas de pensamentos, muitas diferentes daquilo que ele seguiu quando a compôs.

Eu imagino um personagem que para pra fumar e começa a pensar sobre tudo que viveu com alguém, naquele instante em que o cigarro é tragado, como se uma vida inteira passasse em poucos minutos. E, por mais que se tente fugir de algumas verdades, dores e da solidão que essa relação gerou, não vale a pena voltar ou reviver essa história, mesmo se sentindo acorrentado a essa história cheia de saudades.

Chão de giz
Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar quem sabe uma camisa de força ou de vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom...

Agora pego um caminhão
Na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy" That's over, baby!
Freud explica...

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 21 de março de 2022

Os Músicos do Brasil - 73

A série que comenta sobre os grandes músicos deste país, sejam eles instrumentistas ou também produtores ou promotores de nossa música está de volta apresentando hoje um cara muito importante para a indústria da música nos últimos 40 ou 50 anos: Marcos Macedo Maynard de Araújo, simplesmente conhecido por Marcos Maynard.

Marcos chegou a ser tecladista de bandas no decorrer dos anos 70, mas foi como produtor musical que obteve maior sucesso, trabalhando em empresas como a Philips, que depois tornou-se Polygram, e também na CBS que depois virou Sony, entre outras. Foi o responsável por trazer e vender milhões de discos do Julio Iglesias no Brasil. Também lançou bandas como RPM, Balão mágico, Rádio Táxi e artistas como Rosana e Ritchie.

É responsável pela venda e sucesso de discos de muitos artistas, no Brasil e no exterior, entre eles Roberto Carlos, Maria Bethânia, Fábio Jr., Guilherme Arantes, Ney Matogrosso, João Bosco, Simone, Caetano Veloso, Chitãozinho e Xororó, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo, Titãs, Ivan Lins, Bruno e Marrone, Rita Lee, Chico Buarque, Fafá de Belém, Martinho da Vila, Roberta Miranda, dentre outros. É daqueles caras talentosos que defendem um bom repertório como sucesso, para o qual sempre teve uma ótima visão!

Um forte abraço a todos!