sábado, 14 de janeiro de 2012

Lindo lago do amor

Nesse ano dedicado ao centenário de Luiz Gonzaga, nada mais gratificante que falar em algo que nos remeta a essa família musical, que escreveu belíssimas páginas na música brasileira. Só mesmo Gonzaguinha, com sua sensibilidade e conhecimento da natureza para escrever uma canção tão linda como essa: Lindo lago do amor. E por que não dizer tão atual, afinal é tão raro pararmos para apreciarmos os animais, os pássaros, a natureza e as belezas dessas criações divinas, que se torna muito interessante passearmos nessa fantasia de imaginarmos que existe um lago do amor onde essas criaturas possam viver em paz, sem se sentirem ameaçadas por predadores!

Nessa letra simples e ao mesmo tempo profunda, o autor consegue descrever o amor que existe na natureza, a perpetuação das espécies, a felicidade que fenômenos naturais como a chuva trazem para o bem do verde e dos animais e que nem percebemos isso. Uma fantasia que remete a desenho animado onde os bichos comemoram a felicidade em um lago, o lago do amor. E o ritmo funk cai como uma perfeição incrível, demonstrando que o autor não estava apenas atrelado a protestos ou a canções com letras mais agressivas.

Lindo lago do amor
(Gonzaga Jr.)

E bem que viu o bem-te-vi
A sabiá sabia já
A lua só olhou pro sol
A chuva abençoou

O vento diz "ele é feliz"
A águia quis saber
Por que, por que, pourquoi será
O sapo entregou

Ele tomou um banho d'água fresca
No lindo lago do amor
Maravilhosamente clara água
No lindo lago do amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Programa Som Livre Exportação - parte 2

Roberto concede entrevista ao programa.
O tema de abertura do programa ficava por conta da Orquestra da TV Globo, na época sob o comando do maestro Chiquinho de Moraes. O segundo LP continha faixas ao vivo de Elis e Ivan e outras faixas de estúdio de outros artistas que participaram do programa que também teve uma edição histórica ao vivo em março de 1971. Inclusive há informações de que várias passagens desse programa foram registradas em um filme chamado O som alucinante, esquecido pela indústria de cinema de nosso país!

Gonzaguinha  se apresenta.

No Parque Anhembi, em São Paulo, mais de cem mil pessoas aplaudiram entre outros Wilson Simonal e Roberto Carlos. Em abril do mesmo ano, o programa foi apresentado direto de Brasília, como parte das comemorações da inauguração da TV Globo naquela cidade. O diferencial desse programa estava justamente por romper com as fórmulas dos atuais programas de auditórios de sua época, pois intercalava os depoimentos dos artistas e do público local e alternava entre mostrar o artista no palco e a reação de seu público na plateia. Outros programas especiais foram apresentados direto de cidades como Belo horizonte, Niterói, São Paulo e Ouro preto.

Milton canta no programa.
O último programa contou com uma homenagem à Mangueira, com Mário Lago e Cartola e coube a Elis Regina encerrar o programa. Foram vários momentos marcantes que não daríamos conta em apenas duas postagens, como em uma edição, Milton Nascimento demonstrou toda sua timidez ao não saber o que responder ao repórter sobre o evento. Gonzaguinha também despontava com suas canções tidas como difíceis na época. Só pelos nomes citados e por todas as edições apresentadas de uma geração fértil em fazer música com qualidade, tá aí um programa realmente inesquecível e de qualidade imensurável!

Um forte abraço a todos! 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Programa Som Livre Exportação - parte 1

Elis concede entrevista ao programa.
Eu não vi esse programa, nem vivi esse tempo, mas fico pensando como era interessante presenciar algo desse tipo, sobretudo por hoje serem tão raros os programas com essa qualidade e com esse cast. O programa Som Livre Exportação foi exibido entre 1970 e 1971 pela TV Globo, semanalmente, e tendo por objetivo oferecer uma visão panorâmica da música brasileira naquele momento.

Simonal no show do Anhembi.
Apresentado por Ivan Lins e Elis Regina (que trocara a Record pela Globo), o programa contou com a participação de grandes nomes da nossa música como Chico Buarque, Gonzaga Jr., Tim Maia, Toquinho, Vinícius de Moraes, Os Mutantes, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gal Costa, Mário Lago, Wilson Simonal, Roberto Carlos, entre outros. Foram lançados dois disco, em que o primeiro obteve mais êxito, destacando-se as faixas Madalena (com Ivan Lins) e Coração vagabundo (com Caetano e Gal).

Bethânia e Caetano se apresentam.
A ideia inicial era exportar o programa para promover a música brasileira no exterior, mas isso não aconteceu. Entretanto, tivemos edições históricas desse programa até hoje inesquecível, como em 1971 quando Caetano Veloso fez duas apresentações antes de retornar a seu exílio em Londres. Outro momento marcante foi Elis Regina estourar com a canção Madalena, de Ivan Lins, que se tornaria um clássico da nossa música!

Um forte abraço a todos!

domingo, 8 de janeiro de 2012

DVD Os trapalhões e o rei do futebol

Como em todos os anos, incluo um título dos saudosos Trapalhões nessa série onde indicamos alguns filmes nacionais para as férias de janeiro, pois gosto de quase todos os títulos deles. Dessa vez, um filme de 1986 que, além de contar com o quarteto que trazia mais alegria aos nossos domingos e às nossas telinhas, tivemos o rei do futebol como protagonista de mais um campeão de bilheterias.

Dirigido por Carlos Manga, o enredo gira em torno do Independência Futebol Clube, time para o qual Cardeal (Didi) foi escolhido ao acaso como treinador. E, apesar das trapalhadas, o time, que só perdia, encontrou o caminho da vitória, contrariando alguns de seus dirigentes que buscavam a todo custo jogar contra o sucesso do time, o que proporcionaria novas eleições para novos presidentes do clube.

O filme contou com Pelé que, mesmo não fazendo papel de jogador, acabou participando como goleiro na partida decisiva que deu o título ao Independência. Luiza Brunet e José Lewgoy também participaram do longa. Pra mim foi um filme muito importante porque foi a primeira vez que fui a um cinema, com apenas 6 anos, levado por meu pai e, apesar do som não tá muito bom, foi muito engraçado ver Didi fazer um gol contra e também Pelé fazer um gol de uma barra a outra, embora essas coisas na prática sejam improváveis! E esse título também nos atiça um pouco a saudade que temos dos eternos trapalhões Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

Um forte abraço a todos!

sábado, 7 de janeiro de 2012

A medida da paixão

Essa é uma das canções mais lindas do repertório do Lenine, gravada também por Pedro Mariano e que conta com uma versão com parte da letra em francês no Acústico MTV do Lenine, cantada em dueto com o baixista camaronês Richard Bona. Uma melodia daquelas que a gente gosta de assobiar quando não sabe ou não lembra da letra.

Essa canção deixa para nós a reflexão sobre qual a medida da paixão, esse sentimento avassalador que domina o ser humano, o eleva e ao mesmo tempo pode o derrubar profundamente. Com uma letra que leva a um amor partido, sofrido, essa canção aponta para um sentimento quase enlouquecedor que é sentir essa dor da ausência, mas que, a meu ver traz o equilíbrio certo com a suavidade que a canção nos oferece!

A medida da paixão
(Lenine e Dudu Falcão)

É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão?

E não é a dor que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão

Foi! O amor se foi perdido, foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi! O amor se foi calado, tão desesperado
Que me machucou

É como se a gente pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição

E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Atrasos musicais

Nessa postagem envolvo mais uma opinião particular em torno de um tema que me incomoda e que tem dois pontos a serem considerados envolvendo a música, não apenas a brasileira, mas de todo o planeta: o horário dos shows e o atraso que alguns artistas impõem a seus fãs, que sofrem com a demora exagerada para o início de suas apresentações.

Quanto ao horário das apresentações, não sei quem inventou que os shows só podem acontecer à noite. Quanto a isso, seria razoável pensar que nesse período do dia, a iluminação dos shows se tornam um atrativo a mais e por aí está tudo certo. O que não concordo é o fato de tais shows começarem altas horas da noite, quando nem todo mundo gosta de perder todo seu sono noturno. Em tempos de altos índices de violência urbana, não seria interessante pensar em shows que começassem às oito da noite e terminassem no máximo às dez? Por que começar depois ou por volta da meia noite? O retorno pra casa pode ser mais difícil para os fãs que voltam muito tarde!

Quanto aos atrasos, acho algo mais grave e até desrespeitoso com os fãs, quando um artista marca determinada hora para iniciar sua apresentação e, sem motivo pertinente, atrasa mais de meia hora. Já vi shows em que o artista marca o início para as 21:00 e só começa às 23:45, sem justificativa. Nisso perdemos feio para outra paixão popular que é o futebol. Dificilmente uma partida atrasa mais que alguns minutos e o que dizer horas. Sei que os shows são um entretenimento maravilhoso para aqueles que buscam contemplar seus artistas favoritos de perto e por isso creio que esses pontos deveriam ser mais que observados para uma perfeita interação entre artista e seu público fiel!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sonhos musicais

Nessa primeira postagem para 2012, queria falar sobre sonhos musicais que tenho: pensamentos em termos de música brasileira e que, quem sabe, um dia se realizam! E por que não desejar para 2012, ideias como essas que cito nessa postagem, pois são coisas simples que penso, como sei que cada leitor teria ideias em relação a determinados artistas dos quais aprecia seus trabalhos.

Tomara que em 2012 tenhamos mais discos inéditos, que não precisam serem de composições inéditas, mas ao menos de canções inédias na voz daquele determinado intérprete. Sonho em ter um novo disco do Fagner (que pode ser de composições inéditas ou com canções nordestinas como ele já fez antes), da Maria Bethânia, do Eduardo Lages, do Emílio Santiago e de tantos outros que são meus preferidos, pois são garantias de grandes projetos. E o que dizer de um novo cd do Roberto Carlos (ele já promete há tanto tempo!)? Roberto podia apresentar as tantas composições inéditas que já tem guardadas ou quem sabe fazer um disco com clássicos românticos, afinal sua veia intérprete é inigualável!

Queria ver um bom Acústico da MTV, quem sabe com a Sandra de Sá (imagina reviver Retratos e canções, Quem é você? e todos os sucessos da diva?) ou com Erasmo Carlos (o tremendão arrasaria nesse formato). Um disco romântico da Simone, da Joanna, da Alcione, da Zizi Possi, do José Augusto (esse poderia fazer um tributo à Sullivan e Massadas), do Ivan Lins, da Fafá de Belém (acho que Fafá acertaria se fizesse um cd só com clássicos do Nelson Gonçalves), etc. Queria ouvir um Crooner 2 do Milton Nascimento e um novo hit do Skank, do Flávio José, do Paralamas do Sucesso, do Nando Cordel, da Gal Costa, do Jota Quest, do Lenine, da Marisa Monte, do Lulu Santos, do Zé Ramalho, do João Bosco, da Elba Ramalho, um disco voz e piano da Nana Caymmi, ... Bom eu já sonhei muito, agora vamos esperar o ano acontecer e ver se ao menos um desses sonhos se realizam, pois não custa acreditar na música brasileira!

Um forte abraço a todos!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Que maravilha viver (What a wonderful world)

Um novo ano chega e saudamos 2012 com essa mensagem tocada durante as festas natalinas, um clássico mundial do repertório do Louis Armstrong. Em 1995, em seu CD natalino, Simone cantou a versão de Cláudio Rabello para essa canção e, embora muitas versões não soem bem, gostei bastante desse resultado.

É isso mesmo, poucos se aventuram a fazerem uma versão de um clássico, mas credito bastante sucesso a essa tentativa, sobretudo quando fala daqueles que partiram para outro plano e são citados como os habitantes que residem detrás do arco-íris. E, mesmo sem alguma forte referência religiosa, quando se diz: "Penso em você, maravilha viver", pra mim não precisa de mais nada!

Que maravilha viver (What a wonderful world)
(G.D. Weiss/B.Thiele, versão de Claudio Rabello)

Vejo no jardim
A flor nascer
Num dia azul
Penso em você
Então,digo pra mim:
Maravilha viver

Onde nasce a luz
Se escurecer
E a noite cair
O sol vai nascer
Então,digo pra mim:
Maravilha viver

Atrás do arco-íris
Por certo existe a paz
Com todas as pessoas
Que pela vida leva e traz

Eu sinto a emoção
Da dor e do prazer
Porque meu coração
Está com você

O mundo vai seguir
O tempo correr
Eu sou feliz
Tenho você!
Então,digo pra mim:
Maravilha viver

Um forte abraço e Feliz 2012 a todos!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Fim de ano

E finalizamos o mês de dezembro e o ano de 2011 com um clássico tocado exaustivamente na data de hoje. Fim de ano, Adeus ano velho ou Valsa da despedida como é conhecida foi criada em 1951 por Francisco Alves, Felisberto Martins e David Nasser, gravada por um cantor paulista chamado João Dias Rodrigues Filho e desde então não pode faltar no último dia do ano.

E com essa postagem, com essa canção, o Blog Música do Brasil deseja a seus leitores uma ótima passagem de ano, com muita saúde, paz e amor nos corações e que algum momento difícil de 2011 seja amenizado e superado com a certeza de que outro ano se inicia e com ele a paz de outros momentos que virão, sempre com a fé e o amor que Deus nos concede em todos os dias de nossas vidas!

Fim de ano
(Francisco Alves, Felisberto Martins e David Nasser)

Adeus ano velho
Feliz ano novo
Que tudo se realize
No ano que vai nascer
Muito dinheiro no bolso
Saúde para dar e vender

Para os solteiros
Sorte no amor
Nenhuma esperança perdida
Para os casados
Nenhuma briga
Paz e sucesso na vida

Um forte abraço e feliz ano novo a todos !

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Este ano quero paz no meu coração...

Mais uma grande banda oriunda da década de 60, mais precisamente da Jovem Guarda. Começaram a carreira como os The Clevers, mas o sucesso veio mesmo quando já eram conhecidos como Os Incríveis. Seus integrantes originais foram Domingos Orlando, Mingo; Waldemar Mozema, Risonho; Antônio Rosas Seixas, Manito; Luiz Franco Thomas, Netinho; Demerval Teixeira Rodrigues, Neno, que foi substituído em 1965 por Lívio Benvenutti Júnior, o Nenê.

Entre os sucessos da banda, temos O milionário (apenas instrumental), Era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stone, Eu te amo meu Brasil, Marcas do que se foi, Pra frente Brasil, Coisa linda, Aline, O vagabundo, Perdi você, Minha oração, Molambo, etc. Na foto acima, uma das formações mais recentes, com alguns membros da formação original ausentes!

Como todas as bandas, os integrantes dos Incríveis dão um tempo, dedicando-se a outros projetos, e depois retomam a banda para reviverem os grandes sucessos. Vale lembrar que ainda na época da Jovem guarda, eles participaram do filme Os Incríveis nesse mundo louco. E não é exagero dizer que suas canções ficaram, pois toda copa do mundo escutamos Pra frente Brasil e todo fim de ano toca nas rádios Marcas do que se foi, entre outros sucessos!

Um forte abraço a todos!