terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os Músicos do Brasil - 1

O Blog Música do Brasil orgulhosamente inicia uma série onde homenageará os músicos desse país! Não que os artistas que por aqui tem passado não sejam considerados assim, mas falo específicamente em músicos que se dedicam a algum instrumento, acompanhando nossos artistas em suas bandas ou orquestras!

Esses virtuosos merecem destaque por seus trabalhos árduos e pouco reconhecidos. São modestas as referências a seus trabalhos e nem todo artista tem isso em público. Então, vamos homenagear maestros, pianistas, tecladistas, sanfoneiros, violonista, guitarristas, percussionistas, bateristas, Orquestras Sinfônicas e corais, como essa de São Paulo, na foto acima.

Assim como a série que reconhece as obras autorais dos compositores, vamos ver alguns nomes que marcaram os discos e os shows das maiores estrelas de nosso país, alguns mais conhecidos, outros poucos citados! Espero que continuem participando e sintam-se a vontade para deixar nomes que gostariam de vê-los por aqui já nas próximas edições dessa série!

Um forte abraço a todos!

domingo, 6 de setembro de 2009

Eternamente Cauby Peixoto

O professor da mpb completou 55 anos de carreira em 2006 e a comemoração não poderia ser melhor: o grande e último cantor das rádios lançou um cd/dvd onde revive grandes sucessos, além de novas e eternas interpretações às principais canções que marcaram uma carreira mais que bem sucedida.

Após a abertura emendada com a faixa Volto a cantar pra vocês, a eterna voz inicia seu desfile de clássicos brasileiros, passeando por diversos compositores que visitou durante todo esse tempo. É o caso da célebre Começaria tudo outra vez de Gonzaguinha, ou do medley em homenagem a Chaplin Sorri/Luzes da Ribalta. Tom Jobim aparece em Wave e no medley Triste e Garota de Ipanema.

De Chico e Edu, Cauby se mostra por completo em Beatriz. Também navega nas canções internacionais com perfeição como em Just in time e Ne me quitte pas, ambas interpretadas no passado por Maysa. Canções imortalizadas pelo Cauby também não faltam em Blue Gardenia, Tarde Fria, Canção do Rouxinol, Quando te vi e A noiva, esta última com direito a dueto com Agnaldo Timóteo. Djavan empresta sua Flor de lis. Alcione vem para duetos fantásticos em Você me vira a cabeça e A pérola e o rubi.

Roberto Carlos aparece com suas composições emprestadas a seu ídolo em Como é grande o meu amor por você e Emoções. Cauby também interpreta Primavera, do repertório de Tim Maia e não se despede antes de mandar seus dois maiores clássicos Bastidores e Conceição. Nos extras, entrevista e depoimentos de amigos presentes ao show como Claudete Soares e Vanusa. Cauby dispensa qualquer comentário que soaria retundante e para isso basta apenas conferir suas interpretações e sua voz ímpar, considerado por muitos: simplesmente o nosso Sinatra brasileiro!

Um forte abraço a todos!

sábado, 5 de setembro de 2009

Tempos modernos

Tá aí uma coisa insuportável: a tal da hipocrisia. É claro que devamos sempre buscar e plantar a paz! Mas, não podemos fechar os olhos para algumas atitudes e para algumas pessoas que nos atingem de uma forma que a escolha certa é um caminho distinto. Entendo que essa é também uma forma de cultivar a paz!

Não precisamos perder tempo com alguém que nos fez mal e que percebemos que não dá mais para termos uma convivência saudável. Mas, precisamos seguir em frente porque sempre veremos pessoas que nos serão mais valiosas e que ajudarão a formar nossos tempos modernos, trabalhando projetos comuns com muita fé e otimismo. Isso é aproveitar bem o tempo, como diz a canção do Lulu:

Tempos modernos
(Lulu Santos)

Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear

Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão

Eu quero crer no amor numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar, a força que tem uma paixão

Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir

Que não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É que eu sambo direitinho, assim bem miudinho...

Filho de peixe, peixinho é! Incontestável é esse ditado também no mundo do samba, pois a música brasileira tem o prazer de desfrutar do trabalho de Mart´nália Mendonça Ferreira. Filha do sambista Martinho da Vila e de Anália da Vila, seu nome é uma fusão do nome dos pais. Aliás, fez durante muito tempo backing vocal para o pai em seus shows.

Natural da Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, cresceu no berço do samba. Muitos pensam que seu sucesso é recente, mas seu primeiro disco saiu em 1987. Tendo trabalhado com artistas como Ivan Lins, Caetano Veloso e Maria Bethânia, sua experiência se reflete em seus deliciosos sambas, recheados com sua típica malandragem.

Entre vários sucessos de Mart´nália, temos Cabide, Chega, Pé no meu samba, Benditas, Essa mania, Tava por aí, Alegre menina, Sem compromisso, Deixe a menina, Fato consumado, Menino do rio, Boto meu povo na rua, Entretanto, Alguém me avisou, Sonho meu, Tiro ao Álvaro, etc. Tenho certeza que ainda ouviremos muito a falar sobre esse grande talento que o mundo do samba nos oferece através de sua musicalidade!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos...

Quem ouviu essa canção, já na introdução saudando o mês que se inicia hoje talvez não conheça seu criador: Alberto de Castro Guedes ou simplesmente Beto Guedes. Natural do Rio de Janeiro, cresceu em Montes Claros/MG, onde desde adolescente participava de bandas e já aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com a canção Feira moderna, em parceria com Fernando Brant. Tomou projeção nacional por fazer parte do Clube da Esquina com seus parceiros mineiros Milton, Lô e Márcio, Fernando, entre outros.

Após participar de gravações do Milton e lançar um disco em parceria com Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta, apresenta em 1977 seu primeiro disco solo. Amor de índio, talvez seu maior sucesso surge em 1978 e Sol de primavera vem no ano seguinte, com o terceiro trabalho e arranjo de Wagner Tiso e letra de Ronaldo Bastos, antigos parceiros do Clube.

Suas canções já foram interpretadas por vários outros colegas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Simone, Cauby Peixoto, entre outros. Entre seus grandes sucessos, além dos já comentados, podemos citar Luz e mistério, Clareana, Quando te vi, O sal da terra, Paisagem na janela, As vitrines, Maria solitária, Nascente, etc.

Um forte abraço a todos!

domingo, 30 de agosto de 2009

Gal Bossa Tropical

Depois de abordarmos Gal Costa canta Tom Jobim, Gal Costa Acústico Mtv e, mais recentemente, sua participação no Dvd do Tom Jobim in concert, apresentamos um dos melhores cds de estúdio da Gal, Bossa Tropical, lançado em 2002. Com a produção de Marco Mazzola e a participação de músicos como Armandinho e Paulo César Barros, o cd reune novos e veteranos compositores na obra da Gal.

É o que podemos ouvir na faixa de abertura e principal hit do disco: Socorro, de Arnaldo Antunes. Os Beatles aparecem em seguida na interpretação de The Fool on the hill. Wander Lee teve um grande impulso em sua carreira após Gal gravar Onde Deus possa me ouvir. O tremendão Erasmo Carlos aparece emprestando a Gal seu clássico Mulher (Sexo frágil).

Parece proposital a alternância entre antigos e novos compositores, pois em seguida é apresentada uma canção do Chico César, considerado mais recente, em Quando eu fecho os olhos. Na sequência, uma canção do Caetano Veloso em Desde que o samba é samba. Os Titãs aparecem em Epitáfio, composição de Sérgio Brito.

Outros clássicos também aparecem com As time goes by, Ovelha negra (Rita Lee), Marcianita, O amor em paz (Tom e Vinícius) e Cada macaco no seu galho. Com um toque pop e considerado inovador, esse é mais um grandioso trabalho de quem não mais precisa provar porque seu nome é Gal...

Um forte abraço a todos!

sábado, 29 de agosto de 2009

Amar é tudo

Gosto muito do Djavan. Seu romantismo, sua forma de compor, seus hits apaixonados que encantam e embalam tantos casais país afora! Essa canção é um exemplo disso: uma letra curta, uma declaração de amor que termina afirmando algo que ninguém duvida: o amor é tudo!

Djavan figura entre os grandes nomes da nossa música e, mais que isso, está presente no repertório de um público cada vez mais forte e fiel, o que é bastante significativo para um astro de sua grandeza! Amar é tudo é simplesmente uma das mais belas de seu repertório, embora não se destaque como um clássico, gravada no cd duplo ao vivo de 1999:

Amar é tudo
(Djavan)

Meu amor
Eu nem sei te dizer quanta dor
Mesmo a noite não sabia
O que o amor escondia

Minha vida
Que fazer com minha alma perdida
Foi um raio de ilusão
Bem no meu coração

E veio com tudo
Dissabor e tudo
Veio com tudo
Dissabor e tudo

Eu sei,
Eu não sei viver sem ela
Assim, um simples talvez me desespera

Ninguém pode querer bem sem ralar
Na há nada o que fazer
Amar é tudo

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Você vai entender a força de um pensamento...

Na música brasileira encontramos todos os ritmos e todas as influências. O reggae, vez por outra explorado por Gilberto Gil tem na banda Cidade Negra um de seus maiores afluentes nacionais. Formada no início dos anos 80 por Toni Garrido (voz), Bino (baixo), Da Gama (guitarra) e Lazão (percussão), a banda é classificada como pop, embora vá do reggae de Bob Marley até o soul de Tim Maia entre diversas influências.

O primeiro disco da banda só veio em 1991 com Lute para viver, já com a participação de Jimmy Cliff e ainda com o vocalista Rás Bernardo que, em seguida deixou a banda sendo substituído por Toni, que ao entrar deixou a banda mais pop e emplacou o primeiro sucesso Onde você mora. Vários sucessos emplacados na música brasileira como Sábado à noite, Firmamento, Girassol, O Erê, Pensamento, Perto de Deus, A cor do sol, A estrada, Onde você mora?, etc.

Atualmente a banda conta com Alexandre Massau, que ficou no lugar de Toni Garrido quando este saiu para seguir carreira solo em 2008. Em 2002 foi lançado o Acústico mtv e em 2008 o Perfil do grupo, ambos com grande vendagem. Na foto acima, a clássica formação do grupo com o Toni que segue carreira solo com seu sempre sucesso, e o mesmo pode-se dizer da banda Cidade Negra com o atual vocalista Alexandre!

Um forte abraço a todos

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Os compositores do Brasil - 18

Natural de Porto Alegre, Lupicínio Rodrigues sempre foi tido como um grande nome da composição romântica, além de ser responsável pelo hino do Grêmio, seu time de coração. Desde menino compunha marchinhas carnavalescas e quando serviu ao exército fez parte de um conjunto musical de soldados. Considerado um boêmio nato, perdeu um grande amor na juventude por conta dessa característica, o que culminou em grandes composições contando essa dor.

Já no Rio de Janeiro, nos anos 40 conheceu grandes nomes da boemia como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Francisco Alves, que seria um de seus maiores intérpretes. Ainda nos anos 30 conseguiu seu primeiro sucesso com Se acaso você chegasse. Daí pra frente, várias canções foram sucessos, algumas se tornando clássicos da música brasileira como é o caso de Volta, Nunca, Esses moços (pobres moços), Nervos de aço, Felicidade, Vingança, Cadeira vazia, Loucura, Quem há de dizer, Um favor, entre outras tantas.

Lupicínio é tido como um compositor dor-de-cotovelo, letras típicas de um amor amargurado, mas alheios a esse rótulo vários artistas da nossa música brasileira gravaram e continuam gravando suas composições. Basta citar Joanna que fez um disco todo em sua homenagem! Ou Fábio Jr. que resgatou o sucesso Volta, gravado anteriormente por Gal Costa. O próprio Fábio já havia gravado Esses moços, sucesso também de Emílio Santiago e Nelson Gonçalves, entre outros. Caetano Veloso foi de Felicidade e Simone já mandou Nervos de aço, além de Leonardo também já ter gravado essa canção. Zizi Possi e Fagner já gravaram Nunca. Elis Regina, Paulinho da Viola, Nana Caymmi e Jamelão também já visitaram seu repertório, o que caracteriza a diversidade maior de intérpretes que navegam no mar desse grande compositor!

Um forte abraço a todos!

domingo, 23 de agosto de 2009

Roberto Carlos 2005

Em 2005 Roberto Carlos lançou um de seus trabalhos mais ecléticos. O projeto surgiu ainda em meados de 2000, quando o rei pensou em gravar um cd todo com repertório neo-sertanejo. Ano a ano decidia retomar e sempre adiava, até que em 2005 emplacou, com algumas reformulações e resultou nesse belíssimo disco.

Roberto resgatou Promessa que ficou bárbara! Uma de suas antigas composições com Erasmo que nunca havia gravado, corrigiu isso e deu uma belíssima interpretação. O mesmo pode-se dizer de A volta, que fez parte da trilha sonora da novela América, da Rede Globo e mais que isso, tornou-se um clássico na obra do rei. No disco amor sem limite, Roberto gravou uma canção que a reformulou, apresentando nesse projeto com solos e frases distintas da outra versão.

Roberto também realizou um antigo sonho da dupla Chitãozinho e Xororó gravando um dueto com eles na guarânia Arrasta uma cadeira. Também intimou Dominguinhos e sua sanfona para dar uma versão mais "saloon" para o Baile da fazenda, sucesso de 1998. Uma das releituras mais lindas desse projeto está em Coração sertanejo em que o rei tem dá uma suave interpretação a esse belíssimo clássico sertanejo. Outro clássico resgatado por sua majestade foi Índia, também tema de novela, Alma gêmea. Roberto foi fundo na interiorização do país, buscando suas raízes e dando uma versão bem country para Meu pequeno cachoeiro. E para encerrar, o rei do rock, também adepto a countrys, Elvis aparece na releitura de Loving you.

Esse foi um disco em que muitas canções foram cogitadas e algumas, de repente o rei nem sequer as gravou! Só pra citar algumas, "teríamos" Pense em mim, É o amor, Evidências, Não aprendi dizer adeus, Meu grito, Todas as manhãs, Caminhoneiro, entre outras que foram cogitadas para esse disco que veio apenas com nove canções, mas que serviu para o rei mostrar porque plantou em fãs, como esse que vos escreve, a ideia lúcida de que apreciar a música neo-sertaneja não é nenhuma falta de bom senso e, acima de preconceito e discriminações, mostrou através de gravações com levadas sertanejas que também é rei nesse e em todos os ritmos! O que justifica sua bem sucedida participação hoje na Festa de Barretos, Roberto ensina a todos porque é rei, pois está acima de qualquer julgamento e sabe mostrar seu bom gosto sempre com sua elegância ímpar!

Um forte abraço a todos!