Mostrando postagens com marcador Luiz Gonzaga. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Luiz Gonzaga. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de janeiro de 2015

DVD Gonzaga de pai para filho

Costumo indicar no mês de janeiro alguns filmes nacionais que curto e que podem trazer aos leitores as mesmas sensações que eles me causam! Não poderia faltar em minha coleção esse título que se refere ao filme, que depois tornou-se minissérie e foi lançado em DVD: Gonzaga de pai para filho, uma produção de 2012!

Muitos pensam se tratar de uma biografia completa do rei do baião, mas o foco do filme está na relação inicialmente conturbada, até o perfeito entendimento que se deu entre dois grandes ícones da nossa música: Luiz Gonzaga e Gonzaga Jr. Através de uma conversa, o relato do nascimento até a morte de ambos é tratado em passagens, acompanhadas de canções inesquecíveis.

Os "Gonzagas" foram gênios em nossa música e um filme apenas não conseguiria preencher a contribuição que deram à nossa arte. Entretanto, um título como esse não poderia ficar de fora da nossa coleção, nem das férias de janeiro, nem da vontade de visitar o Sertão e o Rio de Janeiro, ambiente que abrigaram esses dois gigantes, inesquecíveis da nossa música!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O reinado de Luiz Gonzaga!

Luiz Gonzaga faz mais um aniversário neste dia 13 e como não lembrar de um artista tão presente nas lembranças do brasileiro, sobretudo o povo nordestino que deve a nomes como o de Gonzaga, a difusão de sua cultura raiz, através de sua arte sempre atual!

Não é a toa que é tido como um rei, mesmo sem ter recebido tal título de nobreza, pois isso veio de um povo que considera sua obra algo que garante esse rótulo nobre! Suas canções são divulgadas, gravadas, citadas ou influências para outros que bebem de sua fonte e isto tornou-se algo bastante recorrente, sendo inesgotável e que nunca satura àqueles que tem em sua trilha sonora, um pouco ou muito de suas histórias!

O amor e a dor, as aves e a natureza, a partida e a chegada, a alegria e a tristeza, detalhes que somente um rei conheceria com tamanha propriedade! Enfim, ele não pediu para ser rei, não usou manto ou coroa, mas soube honrar o título que lhe foi conferido como uma retribuição do povo que bebeu dessa fonte que brota do sertão desse país!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 24 de junho de 2014

CD Flávio José canta Luiz Gonzaga

Vários foram os artistas que lançaram algum projeto em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga! E um deles, dos melhores pupilos, é o Flávio José que lançou em 2012 o CD Flávio José canta Luiz Gonzaga, onde entoa, em 12 faixas, algumas das inesquecíveis canções do nosso eterno Lua.

Estão lá clássicos como Cigarro de paia, Sabiá, O fole roncou, Légua tirana, Estrada de Canindé e os medleys Riacho do navio/Respeita Januário, Aproveita gente/Nem se despediu de mim/Noites brasileiras/Fogo sem fuzil/Olha pro céu/São João na roça. Seguindo um caminho diferente dos outros, Flávio mescla alguns clássicos com outras canções não tão conhecidas, mas não menos marcantes no repertório de Gonzaga.

E assim, completam a obra as canções Xanduzinha, Amei à toa, A sorte é cega, Ranchinho de paia e o medley Pedido a São João/Caboclo nordestino. Uma ótima pedida não apenas para a noite de São João ou para o mês de junho, mas para todo tempo em que se deseje ouvir canções alegres que representam uma cultura riquíssima como é a nordestina, no repertório de um rei, cantado aqui por um de seus principais pupilos!

Um forte abraço a todos!

domingo, 22 de junho de 2014

♫Numa sala de reboco♫

Sabe aquela casinha bem simples, rara nos dias de hoje, substituída pela alvenaria, a casa de reboco existiu durante muitos anos, sobretudo habitando e fazendo habitar as famílias humildes do Nordeste brasileiro. E Gonzagão cantou isso tão bem nesta canção que tornou-se um clássico, também gravada por nomes como Fagner, Alceu Valença, Quinteto violado, Dominguinhos, Maciel Melo, Trio Nordestino, Santanna e tantos outros.

E simplicidade é um dos elementos, um ingrediente na receita de uma perfeita festa junina, pois a satisfação desse evento está justamente em unir a alegria, o ritmo e o amor também presente nesta letra romântica ao extremo, onde seus autores imploram por um amor igual a sanguessuga que luta apenas contra o tempo que teima em passar nessa hora tão mágica!

Numa sala de reboco
Luiz Gonzaga e José Marcolino

Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco

Enquanto o fole tá fungando, tá gemendo
Vou dançando e vou dizendo meu sofrer pra ela só
E ninguém nota que eu estou lhe conversando
E nosso amor vai aumentando
Pra que coisa mais melhor?

Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco

Só fico triste quando o dia amanhece
Ai, meu Deus, se eu pudesse acabar a separação
Pra nós viver igualado a sanguessuga
E nosso amor pede mais fuga do que essa que nos dão

Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco

domingo, 1 de junho de 2014

♫Aproveita gente♫

Junho é o mês das festas juninas e aqui no Nordeste a fogueira aquece a cultura e por que não dizer, também a música, tão rica que encontra um ponto central: Luiz Gonzaga. O Blog reveste a maior parte das postagens sobre essa cultura raiz. Onildo Almeida já foi tema da série Os compositores do Brasil, é muito conhecido pelo clássico A feira de Caruaru, imortalizado pelo próprio Gonzagão. Mas, esta canção que apresento hoje, da década de 80, é pra mim, a sua obra prima.

Uma canção que traz uma letra simples, curta, mas que consegue sintetizar, de forma muito simples e precisa, o que é a festa aqui em nossas terras. E o arranjo é um espetáculo a parte, com solos belíssimos do nosso inesquecível Dominguinhos! Show, arte, saudade e sempre a mesma emoção nas canções inesquecíveis de Gonzaga!

Aproveita gente
(Onildo Almeida)

Aproveita gente que o pagode é quente
É forró pra toda essa gente se espalhar
Êita, coisa boa! Êita, pessoá!
Hoje aqui a páia voa, vamo gente aproveitar

O resfunlengo desse fole não é mole
Todo mundo aqui se bole
Com o seu resfunlengar
E o sanfoneiro que não só faz resfunlengo
Quando sai do lengo-lengo bota pra improvisar

Um forte abraço a todos!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Olhando as estrelas - 41

E hoje é mais um dia de aniversário de Gonzaga, pois se estivesse vivo, faria 101 anos e sempre lembraremos deste que foi, além de um rei para os nordestinos, um dos maiores artistas que este país já conheceu. E pra quem pensa que ele apenas navegou pelas praias nordestinas, a série Olhando as estrelas traz hoje um inusitado encontro: o rei do baião e o rei da voz do rádio, Nelson Gonçalves.

Nelson sempre gostou de grandes duetos e gravou vários e memoráveis encontros. Este é um dos mais inusitados, onde dividiu com o rei do baião a faixa Asa branca, do repertório de Gonzaga e um clássico nacional. Não podemos dizer que temos aqui a melhor leitura dessa canção, mas ao menos, a mais inusitada forma de apresentá-la.

Poucos imaginariam que um boêmio e romântico como Nelson, se atrevesse a gravar algo dessa natureza que foge ao seu estilo, mas isso sempre foi uma característica dos nossos grandes astros, como Gonzaga que se uniu nesse dueto a um de seus grandes companheiros de início de gravadora, como dialogam ao final da canção!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

♫Uma pra mim, outra pra tu♫

E vamos comemorar o Dia dos Professores mais uma vez com uma canção de Luiz Gonzaga e dessa vez com um de seus últimos sucessos, parceria bem sucedida com João Silva. Uma canção que traz na letra aquela manha nordestina, a esperteza na hora de fazer contas de uma forma bem humorada, que gira em torno das supostas mulheres da festa, cantada na disputa da canção.

Luiz Gonzaga sempre foi um professor, não apenas na matemática ou no português! Um mestre na música, que influenciou vários artistas que vieram depois. Em cada um encontramos um pouco de Gonzaga, mesmo que este apresente um ritmo distante do autêntico forró. E encontrar um pouco de um mestre em cada aluno é algo de poucos bons professores como é o caso de  Luiz Gonzaga.

Uma pra mim, outra pra tu
(Luiz Gonzaga e João Silva)

Cumpadre sê tá vendo o que eu tô vendo.
Cumpadre olha quanto murundú.
Tem muié no salão de todo jeito.
Mas vamo repartir direito, uma pra mim outra pra tú

Cumpadre tú tará desconfiando.
Do compadre conterrâneo, fio do Véio Januário.
Não mas cumpadre, debaixo dos lençóis.
Só tem até venha a nós, nas contas do seu rosário.

Cumpadre fique quieto vai por mim.
Vamo lá que eu tô contando separando direitim

Uma pra mim, uma pra mim, uma pra tu, outra pra mim.
Uma pra mim, outra pra tu, uma pra mim, Outra pra mim...

Um forte abraço a todos!

sábado, 22 de junho de 2013

Nem se despediu de mim

São João sem Gonzaga não é o mesmo. Portanto, seus seguidores continuam a entoarem seus clássicos não apenas nessa época. Já comentamos sobre várias de suas canções inesquecíveis, mas em se tratando de Gonzaga, sempre encontraremos mais. É o caso de um de seus últimos clássicos, Nem se despediu de mim, parceria com João Silva e gravado também por Dominguinhos e tantos outros.

Nem se despediu de mim fala da desatenção da pessoa amada que chegou, saiu e nem se quer deu atenção àquele que lhe dedicava tanto amor. Desatenção é uma palavra que machuca a muitos casais, sobretudo nessa correria cotidiana, o que mostra que o clássico de Gonzaga é atemporal e continua cada vez mais atual. E a fé de que esse amor voltará faz crer que aqui no Nordeste, o forró é o pai da alegria.

Nem se despediu de mim
(Luiz Gonzaga e João Silva)

Nem se despediu de mim
Nem se despediu de mim
Já chegou contando as horas
Bebeu água e foi-se embora
Nem se despediu de mim

Te assossega coração
Esse amor renascerá
Vai-se um dia mais vem outro
Aí então, quando ele voltar

Quebre o pote e a quartinha
Bote fogo na tamarinha
Que ele vai se declarar

Um forte abraço a todos!

domingo, 16 de junho de 2013

CD Luiz Gonzaga Quadrilhas e marchinhas juninas

Lançado em 1965, esse trabalho do eterno Gonzaga também tornou-se uma eterna e sempre atual trilha sonora para os amantes do forró pé-de-serra. Com faixas apenas instrumentais ou cantadas, nosso rei do baião fez desse um de seus melhores trabalhos, muito utilizado em várias quadrilhas país afora.

Em versão instrumental, temos o medley Fim de festa/Polca fogueteira/Lascando o cano/Pagode russo/Fogueiras de São João e as canções Olha pro céu e São João na roça. As demais faixas cantadas são também clássicos como Fogo sem fuzil, Quero chá, Matuto de opinião, Boi bumbá, O maior tocador e Piriri.

Em 1973, esse trabalho teve uma reedição, recebendo essa nova capa, apresentada também quando houve a passagem para o CD. Gonzaga conseguiu lançar verdadeiros clássicos, canções que se repetem durante essa época e soam sempre atuais, mesmo com as sonoridades que apresentam e esse trabalho é uma prova do que estou falando!

Um forte abraço a todos!

domingo, 9 de junho de 2013

CD Dominguinhos - Quem me levará sou eu

Ê Sr. Domingos, seus fãs, nos quais me incluo estão rezando todos os dias, na expectativa de que o Senhor levante dessa cama de hospital, agarre a sanfona mais afinada desse país e nos faça feliz como sempre nos fez, como no caso desse trabalho, lançado em 1980, que contou com a participação de Gilberto Gil e Luiz Gonzaga.

Esse trabalho é histórico porque tornou-se um dos melhores de Dominguinhos, sobretudo pelos clássicos presentes nele: Abri a porta (em que Gil divide a composição e os vocais), Sete meninas, Quando chega o verão (em que Gonzaga divide os vocais com seu afilhado número 1) e Quem me levará sou eu.

Além dessas, completam o álbum Fulô de araçá, Tudo é São João, O cortador de cana e as versões apenas instrumentais de Forró em Rolândia, Te cuida jacaré, Chorinho pra Guadalupe e Homenagem ao mestre Chicão. Essa postagem é pra apresentar um excelente trabalho de Sr. Domingos e pra desejar sua plena recuperação, pois, sobretudo nessa época, sabemos que as festas juninas e a trilha sonora dessas sempre estiveram sob a sanfona mais afinada desse país, tocadas por seus dedos!

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Luiz Gonzaga - 100 anos!!!

E com essa postagem encerramos as comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. Durante todo o ano, mês a mês falamos sobre algo referente a esse mito: suas canções, seus parceiros, filme, trabalhos, influências, enfim, tudo que se refere a um dos maiores artistas desse país. Tudo isso é pouco, porque Gonzaga é uma lenda viva do Nordeste, faz parte da história de nossa região.

Se foi difícil em um ano falar sobre Seu Luiz, mais difícil ainda é imaginar isso em apenas uma postagem. Ele não cabe nessas simples palavras, embora elas sejam tão simples quanto seu cantar, seu show. Mas, não é simples apresentar a novas gerações  a força desse homem, desse artista que se torna mito, que dispensa adjetivos, pois esses acabam soando repetitivo.

O Brasil é um país que ainda traz muito problemas, engatinha nas soluções. O Nordeste Brasileiro traz problemas socio-econômicos distantes de encontrarem uma solução humana. Mas, Deus nos dá ânimo, força e vontade de seguir quando nos presenteia com uma obra dessas onde Gonzaga aparece como um perfeito instrumento de Nosso Senhor, pois é com a alegria de suas canções que nordestinos e brasileiros aprenderam a serem guerreiros, criando condições melhores de sobrevivência! Viva a Gonzaga! Obrigado Senhor por um homem desses em nossas vidas!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Filme Gonzaga De pai para filho

Estreou recentemente o filme Gonzaga de pai para filho, de Breno Silveira, em comemoração ao centenário de Luiz Gonzaga. O filme mostra a trajetória do rei do baião, desde pequeno até tornar-se um dos mitos desse país, imprescindível para quem conta a história da música brasileira.

Mas, o filme não é um documentário, nem uma biografia a risca, pois foca principalmente na relação de turbulência que existiu entre Gonzagão e Gonzaguinha, até se unirem e realizarem vários projetos juntos! Gonzaguinha é vivido por Júlio Andrade. Gonzagão é vivido por três personagens, de acordo com a ordem cronológica: Land Vieira, Chambinho do acordeon e Adélio Lima.

Conheci pessoalmente Adélio Lima, que é guia turístico do museu de Caruaru, que tem uma parte dedicada a Gonzagão e ele pareceu muito satisfeito com o resultado do filme que ainda estava sendo construído. Quanto ao filme, gostei bastante e recomendo, sobretudo por retratar um pouco da história de dois grandes homens desse país que colaboraram para nossa cultura, como poucos!

Um forte abraço a todos!

sábado, 13 de outubro de 2012

ABC do Sertão

Mais uma homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, mas hoje, ele é que vem homenagear os professores pelo seu dia, segunda 15/10 é dia dessa classe trabalhadora e sofrida, na qual me incluo. Mas, Gonzaga e seu parceiro Zé Dantas, com muito bom humor e com toda a propriedade de quem conhecem o assunto de perto, fizeram essa canção para mostrar como era o som dos estudantes do sertão ao aprender a cartilha.

É muito curiosa a sonoridade que traz ao interpretar a forma como os meninos aprendem a ler, recitando todo o ABC, soando como uma música. Claro que a forma como é dita não foge às raízes do sertão tão castigado, mas tão rico culturualmente. E aos professores, aos colegas de luta por uma educação melhor nesse país, essa singela homenagem de Gonzaga, através desse espaço!

ABC do Sertão
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Lá no meu sertão, pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"

A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

Um forte abraço a todos!

sábado, 1 de setembro de 2012

Os Intérpretes do Brasil - 20

Que Luiz Gonzaga é o rei do baião, do xote, do forró e de todos estes estilos, não há dúvidas, sobretudo neste ano comemorativo, onde tudo isso vem à tona. Mas, outras características de seu sucesso podem ser percebidos quando nos voltamos para o Gonzaga intérprete, que gravava algo não composto por ele, mas carimbava sua marca, deixando a canção com a "sua cara".

É o caso por exemplo de A triste partida, de Patativa do Assaré, mas que todos, ao ouvirem essa extensa e melancólica canção, associam a Gonzaga. É o caso de Súplica cearense (de Gordurinha e Nelinho), que muitos já ousaram gravar, mas que sempre percebemos um pouquinho de Gonzaga em cada leitura. É o caso de Aproveita gente, que Onildo Almeida fez e Gonzaga arrebentou.

Essas e muitas outras, já que Gonzaga gravou mais de 300 canções de outros compositores, formam mais um perfeito intérprete que nossa música conheceu. É claro que seus compositores conheciam bem sua linha e se esforçaram para sempre enviar o que de melhor possuíam, pois devia ser um prazer imensurável ter uma canção na voz de um rei na música, como Gonzaga era e sempre será tido!

Um forte abraço a todos!

domingo, 12 de agosto de 2012

Olhando as estrelas - 27

Aproveitando a data de hoje, resolvi abordar na série Olhando as estrelas, dois grandes astros da nossa música que são pai e filho: Gonzagão e Gonzaguinha. Curiosamente, no dia dos pais do ano passado, falamos de Gonzaga e de Seu Januário, que pode ser conferido nesse link. É de pai pra filho que essa família escreve na música brasileira, pois como foi dito, Sr. Januário passou o oficio para Gonzaga e este teve em Gonzaguinha sua continuação.

É fato que houve um tempo em que esses dois não se entenderam por completo, mas foi no momento em que se uniram que escreveram grandes momentos de suas vidas, de suas carreiras e da música brasileira que podemos conferir em vários vídeos onde os dois cantam algum sucesso de Gonzaga ou algo que Gonzaguinha fez e Gonzagão gravou como as canções Festa, Mariana e Não vendo nem troco.

Já cintamos por exemplo uma coletânea da dupla, CD Gonzagão & Gonzaguinha juntos, com alguns dos duetos da dupla e entre esses, destaco Não vendo nem troco, A vida de viajante e Pense n´eu. Destaco também a belíssima versão de Noites brasileiras que ambos gravaram com Fagner. E hoje, por ser Dia dos Pais, presenciamos nessa série que pai e filho foram protagonistas de lindas páginas na música brasileira, das quais nos orgulhamos sempre, com muita saudade, mas também admiração!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Forró no escuro

Essa é uma postagem que mexe muito com minha emoção, pois demorei bastante pra falar sobre isso. Meu avô, Manoel Inácio de Albuquerque, nasceu em 31 de julho de 1920 e hoje faz aniversário, o primeiro fisicamente longe de nós, já que partiu para a eternidade no último 10/09/2011, deixando uma saudade imensurável em nossa estrada. Tenho saudades de seu sítio quando o visitava em minha infância. Preocupado com minha alegria, ele fazia um brinquedo pra eu me divertir: uma lata de doce em uma ponta de uma vareta, que eu andava a empurrar pelo sítio, todo feliz!

Mas, não tô falando dele apenas por ser uma das maiores saudades que tenho. Ele me ensinou a rezar e também gostava de tocar flautas. Quando jovem, tocava em uma banda de pífanos, junto com seu irmão Pedro, canções de Luiz Gonzaga. Nos domingos em que íamos ao sítio, ele revivia isso, tocando com Tio Pedro e era muito legal, embora eu não vivenciasse tanto música quanto hoje. Considero então meu avô como a gênese de minha paixão por música e essa é sua melhor herança deixada pra mim, além da bondade que esse homem pregou em meu e em tantos corações!

Por isso eu precisei de tempo pra contar essas coisas sem lágrimas, mas com alegria, com a felicidade de ter tido um homem dessa grandeza tão perto de mim, em mim e me mostrar feliz, como ele sempre dizia: "Seja feliz"! E uma das canções que mais tocava era Forró no escuro, de Gonzaga. Uma canção belíssima que destaca a genialidade de Sr. Luiz, quando diz que todo mundo cochilou, mas a sanfona e o forró continuaram. Uma ideia de continuidade que meu avô soube deixar pra mim também, pois mesmo doente, não parava de repetir pra que eu fosse feliz e curiosamente no dia de seu enterro, essa canção estava tocando na rua, assim que me direcionei a esse evento. Não sei se a internet tem esse poder de atravessar barreiras, mas se sim, espero que meu avô, onde estiver, entenda que ser feliz é lembrar dele hoje e sempre, com todas as coisas lindas que ele nos deixou e são por homens assim que agradecemos todos os dias a Deus pela vida! E de presente para todos nós, a canção de Gonzaga:

Forró no escuro
(Luiz Gonzaga)

O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou

Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho

Se você for, seu nêgo chora
Seu nêgo chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho

Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão
Um forte abraço a todos!

sábado, 30 de junho de 2012

Riacho do navio

Ah, esta é também das mais lindas do repertório "gonzagueano". Mesmo terminando esse mês festivo com essa canção, não dá pra parar por aqui com suas canções, pois sempre faltará essa ou aquela canção de sua trajetória musical. Riacho do navio pode ser vista como uma belíssima filosofia de vida, pois se fosse permitido andar contra o rio e voltar do mar até sua nascente, o personagem de sua letra assim o faria. É como se fosse possível voltar na vida até aquele ponto lá na nascente do rio, onde tudo é paz com a fauna e a flora deste lugar.

Não tenho certeza, mas acho que Gonzaga talvez tenha pensado várias vezes nele mesmo, em poder voltar ao passado, à sua terra como sempre desejou durante toda sua carreira. E o mais bonito dessa letra é a parte onde ele descreve como é no Riacho do navio, um verdadeiro paraíso, principalmente para aqueles que gostam de interior, como Gonzaga, como eu e como tantos que se identificam com esse clássico que já recebeu tantas releituras como as de Dominguinhos, Fagner e até Maria Bethânia.

Riacho do navio
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Riacho do navio corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar
O rio São Francisco vai bater no "mei" do mar

Ah! se eu fosse um peixe, ao contrário do rio
Nadava contra as águas e nesse desafio
Saía lá do mar pro riacho do navio
Eu ia direitinho pro riacho do navio

Pra ver o meu brejinho, fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi, andar nas vaquejada
Dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada
Sem rádio e nem notícia das terra civilizada.

Um forte abraço a todos!

domingo, 24 de junho de 2012

São João de Luiz Gonzaga

Hoje é um domingo diferente porque é dia de São João, um dos santos mais comemorados aqui no Nordeste. Temos danças típicas, comidas, figurinos, enfeites, decorações, tudo para que possamos comemorar bem essa data. A fogueira é acesa e o milho é assado. Fogos (cuidado com eles) são convidados par as festas. Na verdade, não sei direito porque apenas aqui no Nordeste brasileiro essa tradição é mais forte, mas confesso que é lindo perceber que essa data é como uma fogueira que acendemos e se aquece em nosso coração a cada edição.

Já falei em outras vezes e não me canso de repetir, sobretudo por ser um ano que gira em torno dele: Luiz Gonzaga foi, é e sempre será a melhor pedida para esta data, pois suas canções cantaram tudo isso e não apenas sobre esses temas, mas sobre todos nossos costumes, tradições, atitudes, comportamentos e ambientes que cultuamos sempre. Até mesmo quando outro artista está no palco, mesmo que não seja em ano de centenário, vem um ou mais clássicos de Gonzaga e o público dança e canta junto.

Esse ano, por conta de seu centenário, poderia dizer que trata-se do São João de Luiz Gonzaga, mesmo o leitor achando que é um exagero tanta citação e comemoração em torno desse nome. Mas, posso afirmar que desde o início de seu sucesso e de quando começou a descrever sua terra com toda a propriedade que lhe é típica, que todas as festas juninas de ontem, de hoje e de sempre terão esse título porque sempre alguém em algum ponto cantará algum de seu clássico ou o associará a todas essas festas e tradições tão nordestinas, tão brasileiras. Alguém sempre se lembrará desse clássico da roça, do nordeste, do Brasil:

São João da Roça
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

A fogueira ta queimando
Em homenagem a São João
O forró já começou
Vamos gente, rapa-pé nesse salão

Dança Joaquim com Zabé
Luiz com Yaiá
Dança Janjão com Raqué
E eu com Sinhá

Traz a cachaça, Mané!
Que eu quero ver
Quero ver paia avuar

Um forte abraço a todos!

sábado, 23 de junho de 2012

Forró nº 1

Bom, eu não tenho dúvidas e creio que o Brasil também não tem dúvidas que Luiz Gonzaga fez e faz, também através de seus seguidores, o forró número um desse país. Mesmo depois de tanto tempo de sua partida para a eternidade, são com seus clássicos que essa festa se torna perfeita, sobretudo para nós, nordestinos.

Forró número um foi composta por Cecéu, compositora homenageada essa semana pela série Os compositores do Brasil. É uma canção que destaca também o lado intérprete de Gonzaga que sempre ajudava outros nomes da composição. Foi um dueto inusitado e belíssimo com Gal Costa que também se definiu como fã de Gonzaga e o divulgou na época da Tropicália. Fagner também regravou essa canção anos depois.

Sua letra traz a festa descrita com todas as suas peculiaridades: mesmo com uma sanfona velha, o sanfoneiro dá seu recado e o cavalheiro e a mocinha também, através da dança e do namoro sob o som do mais perfeito forró. Aliás, essa é a mensagem principal da canção, o sanfoneiro, a sanfona, o forró podem ser tidos como velhos, mas sempre serão os pais da alegria em festas juninas!

Forró nº 1
(Cecéu)

Sanfona velha do fole furado só faz fum, só faz fum
mesmo assim o cavalheiro faz um refungado
e o coração da morena faz tum, tum

O sanfoneiro animado puxa o fole
depois de tomar um gole de rum

E haja fum, haja fum, haja fum,
forró com esse fole é forró número 1

Vem gente de todo lado conhecer o sanfoneiro
porque ele é o primeiro a tocar com o fole furado
Com pouco tempo já começa o zum, zum, zum
sanfona véia assim não se vê em canto nenhum

E haja fum, haja fum, fhaja fum,
forró com esse fole é forró número 1

Um forte abraço a todos!

sábado, 16 de junho de 2012

Deixa a tanga voar

Lembro que quando criança, lá em Limoeiro/PE, o sucesso dessa canção foi tanto que fizeram um palhoção (aquele espaço retangular cercado com bambu e coberto com palhas de coco, para as pessoas dançarem forró) com o título dessa canção, porque o propósito era esse mesmo: dançar bastante até a tanga voar, uma expressão usada com muito bom humor pelo Gonzaga.

Sua letra conta a história de um matuto se deparando com a praia, até então desconhecida para este personagem que se admira com a beleza do lugar e com o figurino das meninas que por lá encontra, surgindo uma implicância com a canga, que a letra cita como rabichola, pois o matuto ficou com ânsia de ver a mulher sem a canga e com a tanga voando. Uma parceria de Gonzaga com seu terceiro grande compositor, João Silva. Eu sempre tive dúvidas se o Clodovil citado era aquele apresentador, mas creio que fosse uma menção a outro parceiro de composições, Hervê Clodovil.

Deixa a tanga voar
(Luiz Gonzaga e João Silva)

Zé matuto foi a praia, só pra ver como é que é
Mas voltou ruim da bola de ver tanta rabichola
nas cadeira das muié

Zé matuto matutou, matutou e escreveu pra Clodovil
Ele logo respostou, e atacou, isso é atraso do Brasil

Uma tanga, minitanga, tão pequena, pititinha,
miudinha não precisa amarrar
Ora pomba, ora bolas, jogue fora a rabichola
e deixa a tanga voar

E deixa a tanga voar, deixa a tanga voar
Ora pomba, ora bolas, jogue fora a rabichola
e deixe a tanga voar...

Um forte abraço a todos!