quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mas, a filosofia hoje me auxilia...

E finalizamos o mês de setembro com um retorno à Era do rádio, com esse artista autêntico desse momento: Mário da Silveira Meireles Reis. Natural do Rio de Janeiro, Mário Reis é considerado um dos melhores de seu tempo, sendo também lembrado como um dos precursores da Bossa Nova, pois seu canto manso teria influenciado João Gilberto. Lançou seu primeiro LP em 1928.

Considerado o Bacharel do Samba, lançou vários sucessos como Eva querida, Filosofia, Gosto que me enrosco, A razão dá-se a quem tem, O que será de mim, etc. Consagrou-se como um dos principais intérpretes de Francisco Alves e Noel Rosa em seu tempo.

Mário partiu para a eternidade em 1981, mas será sempre um marco na Era do rádio. Gravou o primeiro sucesso popular de Ary Barroso e, além dos citados, foi intéprete de nomes como Ismael Silva, João de Barro e até Chico Buarque. Em 1995 foi lançado um filme que focou a música do século 20, destacando sobretudo sua obra - O mandarim.

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os Músicos do Brasil - 25

E não só de músicos antigos vive o país. Apesar de poucos incentivos e uma educação deficiente também nessa área, podemos nos orgulhar de bons nomes contemporâneos para essa arte. E um deles é Yamandú Costa. Natural de Passo fundo/RS e filho de musicista, Yamandu já tocava aos 4 anos de idade, sendo um garoto prodígio.

Atualmente esse garoto toca violão de seis, sete e oito cordas. Isso não é pra qualquer um e quem é da área sabe do talento dele, elogiado por grandes nomes da nossa música com os quais trabalhou como Baden Powell, Nelson Ayres, Paulo Moura, Armandinho, Dominguinhos, entre outros. Já lançou alguns trabalhos onde podemos comprovar sua desenvoltura, além de encontros com alguns desses nomes que tanto o elogiaram.

Tido como um mestre nas improvisações, Yamandu conquista o respeito e admiração do público brasileiro por seu talento e dedicação à música. E é prova de que se existissem mais incentivos, com certeza, teríamos mais músicos brasileiros talentosos como esse. Será que alguém ainda duvida que a música é uma ótima chave para combater muitos problemas sociais?

Um forte abraço a todos!

domingo, 25 de setembro de 2011

Olhando as estrelas - 18

Quando comecei essa série, falando dos grandes encontros de nossas estrelas, um dos primeiros que me veio à mente foi esse: Fafá de Belém e Nelson Gonçalves. Com certeza, um foi ídolo e influenciou a carreira da outra, mas a verdade é que os seus encontros e duetos foram dos mais simpáticos que a música brasileira tem para nos apresentar.

Eles gravaram juntos em dois momentos: na canção O negócio é amar (Carlos Lyra e Dolores Duran), em 1984 para o disco Ele e elas vol. 1 e, em 1989, no disco Auto-retrato, na faixa Falando de amor (Tom Jobim). O encontro mais marcante e inesquecível foi mesmo com a canção O negócio é amar, de Dolores Duran, que Carlos Lyra pôs letra para Nelson gravar junto com Fafá. Talvez o maior sucesso daquele disco, retrata um encontro fantástico que uniu toda a paíxão dos dois, com direito a um diálogo descontraído e risadas no solo da canção.

Vale lembrar que no dvd Eternamente Nelson, comentado aqui esse ano, temos esse encontro, com direito a clipe do Fantástico em imagens que vocês vêem ao lado. Fafá também gravou Nem às paredes confesso, sucesso imortalizado no Brasil pelo Nelson. Talvez fosse interessante para ela lançar um disco só com clássicos desse amigo inesquecível, afinal, como ele mesmo afirma no dueto: "Tô contigo e não abro...". E nós estamos com eles e com esses encontros inesquecíveis!

Um forte abraço a todos!

sábado, 24 de setembro de 2011

Começaria tudo outra vez

Considero esse um dos boleros mais perfeitos composto por um artista brasileiro, além de se tratar de um clássico do Gonzaguinha e da música brasileira, interpretada também por Cauby Peixoto,  Maria Bethânia, Emílio Santiago, Ângela Maria, entre outros bons cantores nacionais e até internacionais, como foi o caso do pianista Richard Clayderman.

Com uma paixão avassaladora e uma mescla de outros bons sentimentos como o otimismo, típicos de canções do Gonzaguinha, essa canção enaltece um relacionamento tão perfeito que se fosse possível, o intérprete voltaria e viveria tudo exatamente do mesmo jeito. E quantas vezes desejamos reviver tudo como foi? Talvez por isso e por tantas interpretações geniais, além da beleza da música é que essa canção pode ser classificada como clássica do nosso cancioneiro popular.

Começaria tudo outra vez
(Gonzaga Jr.)

Começaria tudo outra vez
Se preciso fosse, meu amor
A chama em meu peito ainda queima saiba
Nada foi em vão

A cuba-libre dá coragem em minhas mãos
A dama de lilás me machucando o coração
A sede de querer teu corpo inteiro
Coladinho ao meu

Então eu cantaria a noite inteira
Como já cantei e cantarei
As coisas todas que eu tive e tenho
E um dia terei

A fé no que virá
E a alegria de poder olhar pra trás
E, ver que voltaria com você
De novo viver neste imenso salão

Ao som deste bolero! vida vamos nós
E não estamos sós
Veja, meu bem
A orquestra nos espera
Por favor mais uma vez, recomeçar

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nosso amor estava escrito nas estrelas...

Natural de Campo grande/MS, essa é Teresinha Maria Miranda Espíndola, mais conhecida como Tetê Espíndola. Irmã de músicos com os quais montou um grupo e iniciou sua carreira, Tetê tem uma voz aguda incrível. Lançou seus primeiros discos ainda no final da década de 70 e início dos anos 80, com uma temática regionalista e influência de ritmos paraguaios.

Mas, ainda hoje é lembrada por seu grande sucesso Escrito nas estrelas, canção que a tornou conhecida do grande público, por ter vencido um Festival da Globo. E outras canções foram sucesso em sua voz como Galopeira, Meu primeiro amor, Índia, Carinhoso, Refazenda, Adeus Pantanal, Sertaneja, Na chapada, etc.

Tetê continua fazendo shows e relembrando seus grandes sucessos. Acredito que muitos que torciam o nariz para sua Escrito nas estrelas não conheciam o talento da intérprete de outras canções que a consagraram no decorrer de todo esse tempo, atraindo para ela um público cada vez mais fiel!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os Compositores do Brasil - 41

Este é José Antônio de Freitas Mucci, mais conhecido como Tunai. Apesar de cantar, Tunai se destaca mais na composição de grandes sucessos que ele mesmo interpreta e também nas vozes de outros nomes da nossa música. Natural de Ponte Nova/MG, é irmão do também cantor e compositor João Bosco.

Entre os intérpretes de seus sucessos temos Elis Regina, Simone, Gal Costa, Nana Caymmi, Milton Nascimento, Roupa Nova, Fafá de Belém, João Bosco, Fagner, Emílio Santiago, Zizi Possi, Sandra de Sá, Ney Matogrosso, Ivete Sangalo, Elba Ramalho, entre outros, em sucessos como Certas canções, Frisson, Se eu disser, As aparências enganam, Trovoada, Saudades do Brasil, Agora tá, Depois das dez, Olhos do coração, Eternamente, Rádio experiência, etc.

Tunai já lançou discos com alguns de seus sucessos, obtendo sempre êxitos naquilo que faz. Continua país afora fazendo shows e divulgando seu trabalho e com isso, aguardamos apenas mais canções vindo desse grande artista que temos em nossa música e os intépretes agradecem!

Um forte abraço a todos!

domingo, 18 de setembro de 2011

CD Adilson Ramos – Alegrando corações

Para comemorar seus cinqüenta anos de carreira, Adilson Ramos presenteou seus fãs com um trabalho onde mescla canções inéditas com regravações de grandes sucessos, todos feitos em estúdio, resultando em um grande trabalho para quem curte a voz e as eternas canções desse grande romântico.

Das inéditas temos a continuidade do estilo Adilson Ramos em canções mais agitadas como Um toque de recordação e Planeta sedução, até as mais lentas Me telefona e Fala sério (a minha preferida, com uma levada bem pop e letra mais que romântica). Os clássicos aparecem em A chuva me lembrou você, Só liguei porque te amo e nos medleys que trazem Leda/Solidão/Matinê/Olga, Fim de festa/Erro perfeito e Sonhar contigo/Sonhei com você/Duas flores/O relógio/Tão somente uma vez.

Completam o trabalho outras canções menos clássicas, mas não menos interessantes como Lá vou eu, Vem, Até que amanheça, Vai anoitecer, Porta-retrato (ao vivo), Corpo alma e coração, Seguindo você e uma regravação de O que você quiser, do repertório do José Augusto. Com esse trabalho, Adilson perpetua seu trabalho entre nós, mesclando sua animação típica desde a Jovem Guarda, inclusive em algumas canções que têm essa levada, com seu romantismo inquestionável e sempre agradável a todos que freqüentam seus shows e curtem seus cds.

Um forte abraço a todos!

sábado, 17 de setembro de 2011

Desenho de giz

Essa é mais um clássico do repertório do João Bosco. Mais uma daquelas canções que arrebentam coração, também interpretada por outros artistas como Simone e Emílio Santiago, inclusive tendo a participação do João na gravação da Simone.

Desenho de giz remete a uma reflexão, uma conversa entre o artista e seu público, por exemplo, a respeito dos sentimentos mais profundos, do amor enfim, chegando a antiga e óbvia conclusão de que não dá pra ser feliz sem amor. É claro que os mais românticos pensam no amor entre duas pessoas, mas indo além, isso se verifica no termo amor em seu mais profundo e extremo significado e creio que foi essa a lição que o João e o Abel quiseram passar pra nós através dessa belíssima canção:

Desenho de giz
(João Bosco e Abel Silva)

Quem quer viver um amor
Mas não quer suas marcas,
qualquer cicatriz

A ilusão do amor
Não é risco na areia,
é desenho de giz

Eu sei que vocês vão dizer
A questão é querer desejar, decidir
Aí diz o meu coração
Que prazer tem bater se ela não vai ouvir

Aí minha boca me diz
Que prazer tem sorrir
Se ela não me sorri também
Quem pode querer ser feliz
Se não for por um grande amor

Eu sei que vocês vão dizer
A questão é querer desejar, decidir
Aí diz o meu coração
Que prazer tem bater se ela não vai ouvir
Cantar mas me diga prá que ai ai ai
E o que vou sonhar
Só querendo escapar à dor
Quem pode querer ser feliz
Se não for por amor

Um forte abraço a todos!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Nada me separa desse amor...

A música brasileira é riquíssima em sua diversidade e isso é um dos elementos marcantes que a tornam a melhor do mundo, a meu ver. O segmento gospel tem conquistado cada vez mais espaço no mercado nacional, atingindo até mesmo àqueles de religiões diferentes e acho que assim é que deveria ser. Ao menos a música é universal e não divide as pessoas quanto às suas crenças, por isso mesmo creio que a boa música nos deixa mais perto de Deus.

E artistas como José Clementino de Azevedo Neto, ou simplesmente J. Neto, é um dos pioneiros na difusão desse segmento em nosso país. Natural de Parelhas/RN, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Lançou-se na carreira artística nos anos 80, quando lançou seu primeiro disco em 1985. Entre seus sucessos temos Nada me separa desse amor, Pensando bem, Vaso novo, Água viva, A tua graça me basta, Amor sem fim, Dê um sorriso, Não tente sozinho, etc.

Jota Neto, como é conhecido, é considerado o Roberto Carlos dos evangélicos, por ter um timbre de voz muito parecido com o do Roberto, de quem deve ter sofrido influências. E no mundo gospel é um dos melhores, dos mais populares. E isso só reforça o que falei acima: sonho com um dia em que as pessoas vão ouvir a boa música sempre e entender que ela não divide ninguém em nada, nem mesmo em religiões!

Um forte abraço a todos!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Forjar no trigo o milagre do pão...

Uma das duplas mais respeitadas do gênero sertanejo raiz: Pena branca e Xavantinho, nomes artísticos de José Ramiro Sobrinho e Ranulfo Ramiro da Silva. Irmãos, ambos de Uberlândia/MG, trabalharam na roça, desenvolvendo o gosto pelo canto e pela viola. Começaram a cantar em 1962 e em 1968 mudaram para São Paulo para tentar a carreira artística, participando de alguns festivais.

Mas, o destaque só viria em festival de 1980, com a música Que terreiro é esse?, classificada para a final. No mesmo ano lançaram seu primeiro LP, com destaque para as canções Velha morada e O cio da terra. E entre outros sucessos, temos Rama de mandioquinha, Memória de carreiro, Mulheres da terra, Casa de barro, Luar do Sertão, Tristeza do Jeca, Vaca estrela e boi fubá, Amanheceu peguei a viola, Romaria, Tocando em frente, Cálix bento, etc.

Xavantinho nos deixou em 1999 e Pena branca deu continuidade ao trabalho da dupla até 2010, quando também partiu para a eternidade. Eles serão sempre lembrados como uma ótima referência nesse gênero tão discriminado, mas que é tão brasileiro e que canta o interior desse país, com suas paisagens e riquezas, como ninguém.

Um forte abraço a todos!