segunda-feira, 1 de março de 2021

CD Fagner Serenata 2020

Em dezembro de 2020 Fagner surpreende e lança um novo projeto. O melhor de tudo é que veio em formato físico para colecionadores de sua obra, como eu, se sentirem mais felizes. O álbum chama-se Serenata e remete ao tempo em que o cearense ouvia as grandes vozes da era do rádio. Temas de Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa se misturam a temas de Vinícius de Moraes, Chico Buarque e do próprio Fagner.

Com a participação póstuma de Nelson Gonçalves na faixa que abre o projeto, Serenata, temos verdadeiros clássicos do gênero como Lábios que beijei, Malandrinha, As rosas não falam, Maringá, Noite cheia de estrelas, Serenata do adeus, A deusa da minha rua, Rosa, Valsinha, Chão de estrelas e Mucuripe. Essa última, se não for a mais regravada dele por ele e por outros artistas, é uma das mais revividas.

Um projeto para constar na coleção, sobretudo daquele público que teve contato com o que chamavam antigamente de Seresta ou serenata, quando um violão e, poucos ou quase mais nenhum instrumento além da voz eram suficientes para declamar aquele amor profundo e rasgado que o Brasil urbano e rural respirou durante algumas décadas do século passado. Portanto, um trabalho também histórico que nosso intérprete oferece a seu público!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

♫Coração em desalinho♫

Nessa época, como em qualquer época do ano, é sempre legal ouvir Zeca Pagodinho e seus clássicos. Essa canção foi gravada nos seus primeiros discos, mas só me chegou quando ele fez o famoso acústico MTV, onde a regravou. Maria Rita também a regravou, com bastante êxito, esse grande clássico do portelense Monarco.

É daquelas canções que retratam um amor partido, sofrido, que carrega muita dor. Mas, a levada, ou seja, o ritmo a transforma em algo agradável de se cantar e dançar e até a dor fica ofuscada por uma espécie de mágica que o samba nos proporciona.

Coração em desalinho
Monarco

Numa estrada dessa vida
Eu te conheci, oh Flor!
Vinhas tão desiludida
Mal sucedida, por um falso amor

Dei afeto e carinho
Como retribuição
Procuraste um outro ninho
Em desalinho
Ficou o meu coração
Meu peito agora é só paixão
Meu peito agora é só paixão

Tamanha desilusão
Me deste, oh Flor!
Me enganei redondamente
Pensando em te fazer o bem
Eu me apaixonei, foi meu mal

Agora!
Uma enorme paixão me devora
Alegria partiu, foi embora
Não sei viver sem teu amor
Sozinho curto a minha dor...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Carnaval triste em 2021

O carnaval, a festa mais alegre do Brasil este ano está triste. Como se usasse aquela máscara do arlequim com a lágrima. Aliás, várias máscaras e com muitas lágrimas. Devido à Pandemia que insiste em nos rodear, as festividades foram canceladas. Sem samba, frevo, axé ou outro ritmo, o Brasil vive o silêncio do luto por tantas vidas perdidas e o cuidado para que mais não se percam.

Assim como as festas juninas, que aqui no Nordeste tem seu ponto máximo, o carnaval encontra em Pernambuco o berço do frevo. Lamento, sobretudo pelos artistas que tocam nas anônimas orquestras de frevo pelas ladeiras de Olinda, ruas de Recife e de cidades do interior. Lamento pelos comerciantes que ganham um extra com seu trabalho nessa época. Lamento pelo povo que ganha um extra em sua já escassa alegria, também nessa época.

Apesar de não apreciar o Carnaval, de fato lamento que algo desse tipo está acontecendo. E, só me resta crer que outros carnavais virão e as pessoas poderão brincar, ao menos sem correr o risco de disseminar esse vírus que tanta dor já causou aos brasileiros. E, como o brasileiro genuíno é um povo guerreiro e criativo, é possível que essa tristeza seja amenizada com um pouco de samba, frevo, axé, uma antiga marchinha, enfim, qualquer ritmo que se escute em sua casa e que se remeta à beleza e ao colorido da festa.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

♫Falsa consideração♫

Fevereiro traz o carnaval que reúne vários ritmos brasileiros, que passam pelo samba, axé e frevo. Esse ano a folia será diferente, mas nada impede de revivermos grandes canções. É o caso de Falsa consideração, clássico do samba, que a meu ver teve a leitura definitiva na voz de Jorge Aragão, sendo composta por Marcos Santana, mais conhecido por Marquinhos Sathan.

Gravada por seu autor e também por nomes como Alcione, a letra de Falsa consideração aborda alguém que foi enganado, que acreditou em palavras que não eram verdadeiras, quando também se declarou de forma plena. Um amor verdadeiro não se deve jogar fora, pois ele pode ressurgir em outra direção. E o samba tem essa qualidade ímpar de cantar tristeza em um ritmo alegre. E como o autor falou, precisamos passar pelos amores errados para conhecermos o verdadeiro quando ele chegar e também lhe render todos os devidos valores e reverências.

Falsa consideração
Marcos Santana

Agora eu sei
Que o amor que você prometeu
Não foi igual ao que você me deu
Era mentira o que você jurou

Mas não faz mal
Eu aprendi que não se deve crer
Em tudo aquilo que alguém nos diz
Num momento de prazer ou de amor

Mas tudo bem
Eu sei que um dia vai e outro vem
Você ainda há de encontrar alguém
Pra lhe fazer o que você me fez

E aí, na hora do sufoco sei que você vai me procurar
Com a mesma conversa que um dia me fez apaixonar
Por alguém de uma falsa consideração

E aí, você vai perceber que eu estou numa boa
Que durante algum tempo fiquei sem ninguém
Mas há males na vida que vem para o bem

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

CD Joanna Aqui e agora

Sem lançar trabalho com composições inéditas desde 2001 e sem um CD desde 2011, Joanna surpreendeu a todos e finalmente lançou um trabalho com composições inéditas agora no finalzinho de 2020. E em meio à pandemia, depois de algumas lives ocorridas durante o ano, apresentou este novo projeto a seus fãs, que puderam adquirir o formato físico diretamente de seu site, com direito à dedicatória.

Retomando antigas parcerias, como Sarah Benchimol, com quem compôs Olhos nus, Lado b e Por detrás do espelho. Novas parcerias também surgem, como o pernambucano Maciel Melo em Imagine e O cravo e a maglólia (só dele), ou com Tiago Torres Silva em Sem como nem porquê e Como uma confissão, além da faixa-título O aqui e o agora, de Tiago e de Tozé Brito. Temos também compositores consagrados que enviaram novos sucessos para nossa diva.

É o caso da dupla Eduardo Lages e Altay Veloso, na belíssima Pelas vias do desejo, e Renato Teixeira em Eta mundo bão, dueto com Elba Ramalho. E, por fim, temos Amor eterno, com direito à declamação de poema. Um belo trabalho, feito de forma delicada e dedicada por uma das maiores intérpretes deste país, como um grande presente neste difícil 2020.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

♫Chega de saudade♫

Hoje é aniversário de São Paulo e também aniversário de nosso inesquecível maestro Tom Jobim. Também é comemorado o dia da Bossa nova, em homenagem ao maestro soberano. E, embora seja um ritmo que nos remete mais ao Rio de Janeiro, vamos comemorar o aniversário de Sampa com esse clássico, afinal, São Paulo já foi cantada em tema da série As cidades cantadas. E Tom é e sempre será lembrado por uma obra tão linda, reconhecida no mundo todo. O maestro também penou para encontrar o sucesso e penso que este só começou a ser devidamente reconhecido quando João Gilberto, outro inesquecível nome, gravou o disco Chega de saudade, com a canção homônima.

Daí pra diante, toda uma boa geração se influenciou pelo canto de João, pela obra de Tom e Vinícius e pelo clássico Chega de saudade, já gravada por nomes como Gal Costa, Caetano Veloso, Roberto Carlos, dentre tantos, que fala de um amor que se foi e saúda sua possível volta, como o remédio exato para a melancolia. Tudo dito de forma simples e sofisticada, com uma levada que seria um carinho ao samba, chamada de Bossa nova. Com uma riqueza harmônica e melódica, a maioria dos clássicos desse estilo são do maestro soberano que faz festa no céu. E chega de saudade... 

Chega de saudade 
Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Vai minha tristeza e diz a ela 
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse 
Porque eu não posso mais sofrer 

Chega de saudade, a realidade é que sem ela 
Não há paz, não há beleza, é só 
Tristeza e a melancolia 
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai 

Mas se ela voltar, se ela voltar 
Que coisa linda, que coisa louca 
Pois há menos peixinhos a nadar no mar 
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca 

Dentro dos meus braços os abraços 
Hão de ser milhões de abraços 
Apertado assim, colado assim, calado assim 
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim 

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim 
Não quero mais esse negócio de você viver assim 
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Os trapalhões no reino da fantasia

Janeiro sempre me remete à época da infância, quando nas férias, assistia aos filmes desse inesquecível quarteto: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias se juntavam para garantir a diversão, junto às gargalhadas. Neste título, temos ainda Xuxa (o famoso filme em que ela é a madre e dirige uma Rural), Beto Carreiro (que dava início ali a ideia que no futuro originaria seu parque temático) e Maurício do Valle, entre outros. 

Também foi nesse filme que passou cerca de 20 minutos de desenho dos trapalhões fugindo no tal bruxo, criação dos estúdios Maurício de Souza e que, posteriormente, lançaria Os trapalhões no rabo do cometa. A história é ambientada quase como um faroeste onde o quarteto faz um espetáculo para ajudar um orfanato em que a irmã Maria (Xuxa) dirige e passa por dificuldades. Didi e Dedé vão atrás dos ladrões da bilheteria, enquanto Mussum e Zacarias continuam o espetáculo para que as crianças não desconfiem do que acontece.

Dessa vez não tivemos nenhum artista da música brasileira compondo ou participando da trilha sonora, como geralmente acontece. Gosto deste título, pois pra nossa época era sinônimo de diversão, aventura, comédia, drama e tudo acabava bem, num reino onde a fantasia era simples, muito modesta, mas que trazia um bem imensurável.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

♫Assim caminha a humanidade♫

Durante muitos anos, essa canção foi tema de Malhação e, por tabela, de muitos jovens. É típico do trabalho do Lulu Santos produzir coisas sempre atuais e joviais. Lançada em 1994, tornou-se um clássico de seu repertório, sendo regravada em vários projetos ao vivo e acústico de Lulu e também recebeu uma releitura de Emílio Santiago.

A letra dessa canção saúda uma relação que terminou, uma ferida que se abriu e que terá seu tempo para atingir a cura. Que é natural a dor, a tristeza, pois são coisas humanas e cada um tem seu tempo de cicatrização. Muito interessante ressaltar que a humanidade caminha lentamente e sem muita vontade de evoluir, ou sem focar muito isso. E pra quer desejar o mal? Não ter esse sentimento já seria uma evolução da humanidade, trabalhar isso é prosperidade.


Assim caminha a humanidade
Lulu Santos

Ainda vai levar um tempo
Pra fechar o que feriu por dentro
Natural que seja assim
Tanto pra você quanto pra mim

Ainda leva uma cara
Pra gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga e sem vontade

Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais


Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Sonhos musicais para 2021

Um feliz 2021 a todos! Naquela cesta onde desejamos paz, amor, dinheiro, felicidade, saúde, acrescentamos mais um elemento concreto da saúde: a vacina. Embora haja quem não atente ou até seja contra, a vacina contra essa pandemia é um desejo de uma grande maioria, para seguirmos nossos caminhos com um pouco mais de tranquilidade.

E no mundo da música que, em 2020 viveu um colapso com shows parados, poucas gravações, torçamos para que esta mudança de ano não seja apenas um número e, sim uma mudança para melhor, que alcance a todos. Não apenas os artistas, mas muitos outros que vivem nos bastidores ou até fora deles, precisam que o mercado de música se recupere. E, artisticamente falando, torçamos para que os bons artistas continuem criando, gravando e lançando boas canções.

Como bom colecionador e apreciador de música, torço para que essa área se recupere e até o mercado físico de CD´s e DVD´s possa dar uma ressurgida. De qualquer forma, desde o astro que se apresenta no show, até o vendedor de cachorro-quente e bebidas da entrada do espetáculo precisam trabalhar e é isso que podemos desejar para 2021: a retomada dos trabalhos e a superação dos desafios, também em prol da nossa boa música!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Live especial de fim de ano!

Esse ano foi mesmo o ano das lives. Começaram tímidas, de repente explodiram e todo mundo, famoso e até anônimos, fizeram as suas. Agora no final do ano tivemos algumas presenças e algumas ausências. Como fã, fiquei triste por não ter uma live de Roberto Carlos, citado em todas as outras lives que presenciei e até nas que nem vi (como a do respeitado Dj Alok). Aquela reprise de especial repetido não me animou e nem vi. Ainda bem que outros artistas não nos deixaram na mão.

É o caso da live do Caetano, no último dia 19. Muito bonita, com apenas ele ao violão e voz, algumas participações de seus filhos e seus grandes sucessos, escolhidos pelos fãs. Tudo muito perfeito. Simone, rainha das lives dos domingos, também fez uma live emocionante no dia de seu aniversário, dia 25, cantando também alguns clássicos de seu esquecido disco temático de 1995. Se não tivemos o rei, não faltou seu maestro, pois Eduardo Lages também fez muitas lives neste ano e, no Natal, emocionou muito com canções deste tema.

Teresa Cristina tem feitos lives maravilhosas quase todas as noites. Assisti a que fez em homenagem ao rei. Também vi várias da Leila Pinheiro este ano. Penso que, embora não atraiam tanto, as lives ainda são interessantes em momentos que a TV já não apresenta bons musicais. Sinto falta não apenas do tradicional especial de sua majestade, mas também de outros programas da TV voltados para a MPB. Já houve uma época em que as TVs rivalizavam com grandes especiais e agora, tudo isso faz falta. Agora no final do ano, ainda tivemos duas boas notícias, dois grandes nomes lançaram trabalho inéditos e  CD´s físicos: Fagner e Joanna. Isso, conto em 2021. 

Um feliz ano novo a todos!