segunda-feira, 26 de abril de 2021

♫Quero que vá tudo pro inferno♫

Essa música é um clássico do rock nacional e da obra de RC, sobretudo dos anos 60. Esquecida, por anos pelo rei, por conta de seus transtornos que o impediam de proclamar algumas coisas desta canção, foi retomada em 2016, depois de tantos pedidos. E tantos artistas, sobretudo roqueiros, desejavam a regravar, sem obter sua autorização. Talvez por isso, ela nem teve tantas releituras, quanto poderia, ficando em destaque Nara Leão e também Erasmo junto com Caetano, em 1980.

Podemos dizer que Quero que vá tudo pro inferno é um marco na obra do Roberto, pois foi este o grande sucesso que alavancou sua carreira, juntamente com o programa Jovem Guarda, em 1965. Sua letra fala de problemas comuns, como saudade, solidão, aquela vontade impedida de estarem juntos. A força da expressão de mandar tudo pro inferno é típica de um Roberto rebelde, que mais tarde se tornaria um romântico irrecuperável que cantaria o amor, de forma diferente. Essa canção ainda foi regravada pelo próprio Roberto em 1975, com arranjo diferente do original, mas com menor êxito que a célebre leitura de 1965, com destaque ao órgão do Lafayette..

Quero que vá tudo pro inferno
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça neste inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Roberto Carlos completa 80 anos!!!

Por mais que se tente, não dá pra dimensionar quais palavras seguirão até concluir este texto. Vejo as redes sociais, artistas e anônimos postando homenagens a Roberto Carlos, o artista número um desse país, que hoje completa oito décadas. Eu me sinto muito emocionado, tipo quando ia comprar seu novo disco, no dia do lançamento lá em Limoeiro, depois de juntar meses o trocadinho que ganhava para ter em mãos o presente de Natal.

Roberto é isso, promotor de emoções, de sensações. Creio que até os que não o curtem (antigamente eram poucos), tem alguma história ou referência com sua rica obra, que explica o Brasil e seus sentimentos. Roberto faz parte de uma gama de artistas das quais esse país ainda pode se orgulhar, como uma de suas maiores riquezas. Enquanto o futebol ou a política separam, uma obra como a sua, aglutina os seres em bons sentimentos, que muito ajudam na evolução humana.

Eu também gravei vídeo em minhas redes sociais cantando RC. Ia cantar só o Caminhoneiro, mas bobo e emotivo como sou com essas canção, era só o caminhão acender as luzes na escuridão que as lágrimas também acendiam em meus olhos. Fiz um medley falando que são nossas canções e, de caminhão, pedi que essa música nunca termine! Alguém chora com o cachorro latindo, de joelho aos pés de Nossa Senhora, vivendo esses momentos lindos, cheio de detalhes, quantas e quantas vezes quiser voltar a sentir, voando nas curvas e parando para ouvir a voz dos ventos. Assim é Roberto Carlos inspirador de textos, de emoções, de fãs, de canções, de estradas e de motivos pra começar tudo outra vez!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 12 de abril de 2021

♫Se você disser que não me ama♫

Essa é uma das minhas preferidas do rei. Ainda sonho em vê-lo cantar novamente em seus shows. Lançada em 1988, é uma daquelas canções belas, mas esquecidas pelo rei e também por quem regrava seu repertório. Tenho certeza que qualquer bom intérprete que a regrave, alcançará um exitoso sucesso. Um perfeito bolero e uma canção que reafirma bem o amor próprio, a auto estima.

É isto mesmo que essa canção nos apresenta: um cara que reconhece que seu amor é sentido de forma plena, a ponto de que não se convenceria tão fácil em ser dispensado. Sua melodia deve ter influência de She, clássico de Aznavour, ao menos nas primeiras notas. Seu solo de violão é belíssimo. E a interpretação do Roberto é belíssima e, talvez por isso também ninguém se atreve a acrescentar algo, ao regravá-la. 

Se você disser que não me ama
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Se você disser que não me ama
Tem que me dizer mais de uma vez
Tem que me fazer acreditar
Em coisas que eu não quero ouvir

Tem que dizer tudo que eu detesto
Que não me suporta, que eu não presto
Tem que repetir por muitas vezes
Que não quer saber de mim

Tem que me dizer coisas horríveis
Inacreditáveis, impossíveis
Coisas que um homem não suporta
Ter que ouvir de uma mulher

Tem que me dizer que eu vá embora
Me botar daquela porta afora
E mesmo assim não sei se desse jeito
Em tudo isso vou acreditar

Tem que disfarçar o seu desejo
E não se excitar quando eu te beijo
Porque qualquer pequeno gesto seu
É um bom motivo pra eu ficar

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 5 de abril de 2021

♫Café da manhã♫

Mês de abril e mergulhamos na obra do rei Roberto, sobretudo por se aproximar seu octogésimo aniversário. Vamos lá para a década de 70, mais precisamente em 1978, quando Roberto lança esse clássico, já interpretado por nomes como Emílio Santiago, Fábio Jr., Eduardo Lages, seu parceiro Erasmo Carlos, Cauby Peixoto, Nara Leão, entre outros.

Café da manhã é daquelas canções que foram muito executadas nos motéis, pois fala de sexo, mas com toda a propriedade e elegância que o tema sugere e, não com uma certa vulgaridade que algumas canções mais atuais sobre esse tema apresentam. Tanto é que, ao final, há a citação de outra canção do mesmo autor e gênero: Os seus botões. Aquele amor extremo, exaltado, que não se cansa de ser vivenciado. Como se contasse aqui como é o dia de um casal apaixonado e, claro, que todos os dias não podem ser assim. Mas, por que não, de vez em quando vivenciar algo assim?

Café da manhã
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Amanhã de manhã
Vou pedir o café para nós dois
Te fazer um carinho e depois
Te envolver em meus braços

E em meus abraços
Na desordem do quarto esperar
Lentamente você despertar
E te amar na manhã

Amanhã de manhã
Nossa chama outra vez tão acesa
E o café esfriando na mesa
Esquecemos de tudo

Sem me importar
Com o tempo correndo lá fora
Amanhã nosso amor não tem hora
Vou ficar por aqui

Pensando bem amanhã eu nem vou trabalhar
Além do mais temos tantas razões pra ficar

Amanhã de manhã
Eu não quero nenhum compromisso
Tanto tempo esperamos por isso
Desfrutemos de tudo

Quando mais tarde
Nos lembrarmos de abrir a cortina
Já é noite e o dia termina
Vou pedir o jantar

Nos lençóis macios, amantes se dão
travesseiros soltos, roupas pelo chão
Braços que se abraçam, bocas que murmuram
Palavras de amor enquanto se procuram...

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 29 de março de 2021

CD José Augusto De volta pro interior

Nessa onda de lançar projetos cantando canções caipiras, que nos remetem ao interior do Brasil, José Augusto fez talvez o melhor projeto com essa levada. Sua proximidade com os sertanejos já é antiga, pois vira e mexe, alguém o regrava. É o caso das duplas Chitãozinho e Xororó (que estourou com Evidências), Zezé di Camargo e Luciano (que regravou Fui eu) e Leonardo (campeão de regravações, a exemplo de Fantasias e Sonho por sonho). Já gravou com Roberta Miranda e Sérgio Reis.

E José Augusto lançou em 2001 um projeto onde reverencia a música caipira nacional, com clássicos de todos os interiores do país, como Beijinho doce, Cabecinha no ombro, Casinha branca, O menino da porteira, Meu primeiro amor, No rancho fundo, Toada, Tocando em frente e Vida de viajante. Alguns sucessos seus também foram incluídos, como Por entre os dedos e Indiferença, além de Vida cigana, De volta pro interior e Canção da meia noite, que completam o trabalho.

Zé Augusto é esse competente artista da nossa música, que sempre produz um trabalho com uma qualidade ímpar e, embora em sua discografia não encontramos muitos projetos como este, nada foge à qualidade de suas gravações e interpretações que, neste caso, nos leva ao interior rural desse rico país e sua música!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de março de 2021

♫Mentiras♫

Adriana Calcanhotto e mais um clássico de seu repertório. Mentiras é daquelas que não podem sair do repertório de seus shows, pois os fãs sempre cantam junto. Uma daquelas que fica linda em voz e violão, com uma estrutura harmônica belíssima e complexa. Coisas que Calcanhotto sabe fazer tão bem. Mentiras é de 1992 e foi tema da novela global Renascer. Emílio Santiago também gravou essa canção.

A letra de Mentiras traz alguém que perdeu o controle, vive uma grande ansiedade por ter perdido alguém e quer chamar a atenção de qualquer forma, no intuito de que aquele amor volte. E que até já tentou fugir das auto sabotagens, mas, que no fundo, tem mais energia quando se entrega a elas. E quase ameaças são feitas para que esse amor retorne ao ponto em que se desfez. Um desespero em forma de poesia, diria!

Mentiras
Adriana Calcanhotto

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família

Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua aula
Queria falar sua língua

Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 15 de março de 2021

Os Músicos do Brasil - 72

A série Músicos do Brasil volta em 2021 com um dos grandes músicos deste país, que se chama Julinho Teixeira. Pianista, maestro, produtor e arranjador, é fácil encontrar seu nome nos discos produzidos nas décadas de 80 e 90, em alguma faixa. No samba, mpb, rock ou sertanejo, presenciamos seu trabalho. Basta ver os CD´s de Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Sandy Jr., ou se formos para o samba, teríamos nos discos do Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho ou da Alcione, as suas digitais.

Na MPB nem se fala, pois é presença marcante nos discos de Simone, Emílio Santiago, Fafá de Belém, Roberto Carlos, Luiz Melodia, Nana Caymmi, Gal Costa, Leila Pinheiro, Joanna, Fagner, José Augusto, Fábio Jr., Ney Matogrosso, Biafra, entre tantos. Basta ouvir a introdução de Evidências, ou de Coração do agreste. Ou todo o disco de Natal e vários trabalhos da Simone que encontramos seu talento. Brasil, mostra tua cara, com a Gal ou A lenda, do Sandy e Jr. também recebem seu carimbo.

E é muito legal poder contar com músicos desse calibre, que produzem o que de melhor aconteceu na nossa música nos últimos anos. Pode ter certeza que em vários segmentos podemos encontrar o talento de músicos como ele, que fazem arte com esforço e com vontade de abrilhantar ainda mais nossa música brasileira.

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 8 de março de 2021

♫Maria, Maria♫

Vi nesse dia internacional das mulheres, muitas delas afirmando que esta data não é um ato romântico e sim político. Imagino que, pela origem e significado profundo da data, pensam de forma correta. Mas, também penso que podemos unir os dois sentimentos, porque falta um pouco de romantismo, carinho, atenção, cuidado com quem geralmente apresenta isso por todos! Então é momento de se retribuir algo que sempre se recebe da alma feminina.

Uma das canções mais executadas nesta data é esse clássico do Milton Nascimento, imortalizado por ele, por Elis e por quem deseje regravar. Fala das tantas  Marias que lutam cotidianamente por justiça, pelo legado de seu trabalho, pelo valor de sua força em superar suas dores e viver suas alegrias, seus sonhos, trazendo a "estranha mania de ter fé na vida", uma das frases mais célebres da música brasileira.

Maria, Maria
Milton Nascimento e Fernando Brant

Maria, Maria, é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta,

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca possui
A estranha mania de ter fé na vida

Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia!

segunda-feira, 1 de março de 2021

CD Fagner Serenata 2020

Em dezembro de 2020 Fagner surpreende e lança um novo projeto. O melhor de tudo é que veio em formato físico para colecionadores de sua obra, como eu, se sentirem mais felizes. O álbum chama-se Serenata e remete ao tempo em que o cearense ouvia as grandes vozes da era do rádio. Temas de Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa se misturam a temas de Vinícius de Moraes, Chico Buarque e do próprio Fagner.

Com a participação póstuma de Nelson Gonçalves na faixa que abre o projeto, Serenata, temos verdadeiros clássicos do gênero como Lábios que beijei, Malandrinha, As rosas não falam, Maringá, Noite cheia de estrelas, Serenata do adeus, A deusa da minha rua, Rosa, Valsinha, Chão de estrelas e Mucuripe. Essa última, se não for a mais regravada dele por ele e por outros artistas, é uma das mais revividas.

Um projeto para constar na coleção, sobretudo daquele público que teve contato com o que chamavam antigamente de Seresta ou serenata, quando um violão e, poucos ou quase mais nenhum instrumento além da voz eram suficientes para declamar aquele amor profundo e rasgado que o Brasil urbano e rural respirou durante algumas décadas do século passado. Portanto, um trabalho também histórico que nosso intérprete oferece a seu público!

Um forte abraço a todos!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

♫Coração em desalinho♫

Nessa época, como em qualquer época do ano, é sempre legal ouvir Zeca Pagodinho e seus clássicos. Essa canção foi gravada nos seus primeiros discos, mas só me chegou quando ele fez o famoso acústico MTV, onde a regravou. Maria Rita também a regravou, com bastante êxito, esse grande clássico do portelense Monarco.

É daquelas canções que retratam um amor partido, sofrido, que carrega muita dor. Mas, a levada, ou seja, o ritmo a transforma em algo agradável de se cantar e dançar e até a dor fica ofuscada por uma espécie de mágica que o samba nos proporciona.

Coração em desalinho
Monarco

Numa estrada dessa vida
Eu te conheci, oh Flor!
Vinhas tão desiludida
Mal sucedida, por um falso amor

Dei afeto e carinho
Como retribuição
Procuraste um outro ninho
Em desalinho
Ficou o meu coração
Meu peito agora é só paixão
Meu peito agora é só paixão

Tamanha desilusão
Me deste, oh Flor!
Me enganei redondamente
Pensando em te fazer o bem
Eu me apaixonei, foi meu mal

Agora!
Uma enorme paixão me devora
Alegria partiu, foi embora
Não sei viver sem teu amor
Sozinho curto a minha dor...

Um forte abraço a todos!