sábado, 17 de maio de 2008

Eu vejo um museu de grandes novidades...

Cazuza é sem sombra de dúvida um dos grandes nomes do rock brasileiro de todos os tempos. Do início dos anos 80, com o Barão Vermelho até o final da década com sua carreira solo, conseguiu deixar na música brasileira sua marca de irreverente, romântico e polêmico. Tentou desmascarar o país, numa época pós-ditadura.

No início dos anos 80, junto com Frejat, Dé, Maurício e Guto, fundaram a banda Barão Vermelho. Gravaram um disco simples em 1982, com o pai de Cazuza - João Araújo, diretor da Som livre que, relutante não pensou muito numa carreira assim para seu filho. Entretanto o primeiro reconhecimento veio rápido e por parte de Caetano Veloso que incluiu o sucesso Todo amor que houver nessa vida em show e criticou as rádios por não tocarem aquela banda. Começava aí a carreira curta e marcante de Agenor de Miranda Araújo Neto, que só aceitou seu primeiro nome quando soube que Cartola, um de seus ídolos, também tinha esse nome.

O segundo disco da banda foi mais marcante, mas ainda não vendeu tanto, embora viesse com o clássico Pro dia nascer feliz, regravado por Ney Matogrosso. Em 1984 com o filme Bete Balanço e a música feita por encomenda, o Barão chegou ao grande público, com sucessos como Maior abandonado. Em 1985, Cazuza segue carreira solo e deixa a banda após a primeira edição do Rock in Rio.

E a carreira solo apresenta o Cazuza de corpo e alma com canções arrasadoras como Exagerado, Codinome Beija-flor, O nosso amor a gente inventa, Ideologia, Brasil, Faz parte do meu show, O tempo não pára, Preciso dizer que te amo, e interpretações fantásticas como O mundo é um moinho do Cartola.

Cazuza está no andar de cima, mas sua canção é sempre atual, marcante, tanto é que outros roqueiros seguiram sua linha como Cassia Eller, que interpretou como ninguém a canção Malandragem. E até outros intérpretes como Nelson Gonçalves que interpretou Faz parte do meu show ou Simone, que imortalizou Codinome Beija-flor e tantos outros se renderam ao seu trabalho memorável. Em 2004 foi lançado o filme Cazuza (o tempo não pára) relatando a carreira desse grande astro da música brasileira.

E muitas são as frases reflexivas deixadas como "Tuas idéias não correspondem aos fatos, o tempo não pára..." ou "Nessa novela não quero ser seu amigo, eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem enganos..." ou "Meu cartão de crédito é uma navalha, Brasil mostra tua cara..." ou "Pra quê usar de tanta educação pra destilar terceiras intensões...?" enfim, letras inesquecíveis relembradas sempre por outros intérpretes como Gal Costa, Maria Bethânia, Luiz Melodia, Fábio Jr., entre outros. Ficamos com a letra de Preciso dizer que te amo, uma das minhas favoritas dele, interpretadas por ele mesmo, Marina Lima e Emílio Santiago:

Preciso Dizer Que Te Amo
(Dé/Bebel Gilberto/Cazuza)

Q
uando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo!
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo ,tanto...

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo

E nessa novela eu não quero ser teu amigo, que amigo!?
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto...

Um forte abraço a todos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Adoreei! Eu amo as músicas de Cazuza, são lindas. Músicas como exagerado, o tempo não pára, jamais serão esqucidas.

James Lima disse...

Oh, meu amigo, Everaldo !
Mil perdões... A vida anda tão corrida que eu nem tempo de passar por aqui estou tendo.

Mas valeu a lembrança do Cazuza !
Abraços

Anônimo disse...

Gosto muito de Cazuza, assim como gostei muito do texto. Que personalidade inconstante, não?
Não gostar do próprio nome e começar a aceitá-lo bem ao descobrir que é igual ao de um grande ídolo. Adorei saber disso, é um detalhe que não conhecia. Quer dizer, mais um detalhe que não eu não conhecia...

Beijos

Anônimo disse...

Cazuza fez uma música em homenagem a Roberto Carlos, chamada "Hey, Rei", não fosse por um verso seria muito bonita.

Ficou o registro.

Fabiano Cavalcante
www.aplauso.zip.net